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BEM VINDO, FRANCISCO!
A terra tem novo Pastor. É conterrâneo sul-americano, da vizinha argentina, mas irmão em humanidade, em criação de Deus. Recebe o cajado que veio das mãos de Pedro e autorizado pelo Cristo. Nós, ovelhas, perdidas nas veredas do mundo, precisamos da voz firme de um Pastor, que nos aponte os caminhos espirituais e nos tire a venda materialista. Nada mais significativo que seus primeiros atos, assumindo o nome de Francisco, o profeta do desapego material, e apontando o caminho do amor por onde quer levar as ovelhas.
Na condição de ovelha, eu ouço a sua voz e sigo o seu chamado. Sei que por trás de tudo está a vontade do Pai e as lições autorizadas do Mestre Jesus. Essa voz do Bom Pastor que fala do amor, deve ter eco em nossos corações e de nossa própria voz saia as palavras e ações para atingir tantos quantos estejam em nosso círculo de ação. Dessa forma o amor cumprirá a sua função, de argamassa para a construção do Reino de Deus. O amor será a matéria prima dessa construção e será preparada no motor afetivo de nossos corações. Porém, resta um fator da maior importância, qual o princípio ativo fundamental desse amor, qual o seu aspecto genérico? Não podemos usar um amor enviesado, condicionado a quaisquer circunstâncias ou pessoas, para usar como argamassa principal na construção desse Reino de Deus. O amor que deve ser identificado, escolhido e praticado, é o Amor Incondicional. Não é que o amor paterno, filial, fraterno, á pátria, conjugal, romântico, não sejam importantes e que devam ser abolidos. Não, eles também são importantes, mas jamais devem assumir uma hierarquia acima do amor incondicional ou o desconsiderar. O amor incondicional é a essência de Deus, enquanto o amor condicional, seja de que tipo for, sempre serve a um determinado interesse material. Seja o desenvolvimento e progressão de minha família, dos meus amigos, dos meus conterrâneos, etc., enfim sempre de algo que pode dar uma recompensa em função do amor que é dedicado. O amor incondicional não espera ser amado de volta. Pode até ser odiado por aqueles que faz o bem, devido a ignorância que ainda campeia nas mentes e inteligências.
O Papa Francisco I resolve assumir esse desafio. Lembra que o Mestre foi crucificado e injuriado, justamente por defender e aplicar o amor incondicional, mas não teme. Sabe que Francisco de Assis, o seu inspirador, abandonou todos os atrativos deste mundo material e conviveu na extrema pobreza ao lado dos pobres e lazarentos, mas não teme sentar na opulência da cadeira papal com a mesma intenção de humildade. Sabe que a maioria das suas ovelhas ainda ouvem com mais sonoridade no coração os apelos do mundo material, mas não teme elevar sua voz conclamando a mudança de direção de nossos objetivos.
Parece que ouço a sua voz no meu coração: “Vamos conquistar bens e guardar tesouros onde ninguém poderá roubar, onde a ferrugem não corrói, onde a traça não come; cada bem que pudermos fazer ao próximo, cada vez que vencermos nossos impulsos egoístas e não praticar o mal, cada vez que perdoarmos a nós e aos outros pelas faltas cometidas e devidamente arrependidas, estaremos amealhando nosso tesouro ao lado do Criador”. Ouço a sua voz, reconheço o Pastor e procuro seguir a direção apontada. Sei que é difícil também para mim, pois a voz do Pastor não tem efeito ainda nas ovelhas desgarradas que superlotam os caminhos do mundo e os enchem de espinhos. São balas perdidas ou intencionais, são roubos domésticos ou internacionais, são pestes, guerras, fome, prostituição, consumo desvairado de drogas, medo descontrolado, egoísmo de todas as formas... a ovelha que ouve a voz do Pastor segue na contramão dessa direção. Mas, apesar de toda dificuldade, agradeço a Deus por ter me dado ouvidos para ouvir a voz do Pastor e coragem para seguir na direção indicada.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 14/03/2013
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