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PAZ PELO TRABALHO
Ao fazer um inventário moral do que temos aprendido das lições evangélicas, verificamos que suas narrativas nos trazem serenidade, esperança e doçura; os conceitos espíritas trazem sabedoria, coerência e alívio aos sentimentos; as experiências mediúnicas nos trazem fatos, lições e compreensão da evolução; e as explicações dos espíritos de luz nos trazem meditações, indagações e fé raciocinada.
No entanto, podemos tirar algumas conclusões como: oro, mas não tenho respostas aos apelos que faço; confio, mas é como se os bons espíritos não possam aliviar as aflições do meu caminho; tenho amor, mas apesar da caridade dos atos, tropeço com pessoas ingratas e vingativas; e faço psicoterapia, e mesmo ajudando a tantos não recebo compreensão.
Frente a essas conclusões, chegam os ensinos do alto: consulta, com olhos de ver; estuda com mente de entender; e escuta com ouvidos de ouvir. A função de todos os aprendizados é ajudar no crescimento espiritual, dando liberdade mental e largueza de vistas morais para que possamos servir melhor, ajudar mais, e amar com mais segurança.
Recebemos a orientação fraterna para não reduzir a prece em simples pedidos ou louvaminha barata, e também, não tentar reduzir os espíritos puros que nos instruem, em auxiliares comuns para as tarefas que nos cabe fazer.
A oficina para a melhoria do espírito em seu caminho para a perfeição, é a repetição quantas vezes for necessário, das dificuldades, doenças, aflições e luta. A conquista de perfeição é feita pelo trabalho constante. A pepita de ouro exige o trabalho nos rios e nas minas para a conquista do seu valor, a árvore exige o trabalho do lenhador e do marceneiro para que as formas dos móveis luxuosos possam surgir. O granito em sua forma bruta, exige do artista o cinzel para surgir a imagem procurada, e o espírito, como elemento mais nobre, exige esforços constantes para a sua purificação e aproximação da essência de Deus.
Temos exemplos da necessidade de repetições de lições através da biografia de pessoas famosas como Einstein, que foi reprovado três vezes em matemática, antes de ser reconhecido como o cientista mais importante do planeta, e o músico Verdi, que foi reprovado três vezes em música antes de ser reconhecido como um grande artista.
O caminho que devemos seguir é começar o trabalho logo cedo, não desistir da tarefa de produzir ou acertar no bem, sem deixar que o desânimo que nos envolve, nos enfraqueça na busca dos nossos objetivos. Recomeçar com alegria nova, retemperar o ânimo, enxugar o suor, e sempre se refazer.
A evolução espiritual vai sempre exigir trabalho constante, desde o início como princípio espiritual, e, depois, com a individuação, vamos crescer na escala evolutiva hominal até atingir à angelitude.
Lembrar que Jesus, nosso Mestre, informou que “o nosso Pai até hoje trabalha, e eu também.” O trabalho é uma lei da Natureza, e Emmanuel dizia que o trabalho é a escada divina de acesso aos lauréis imarcescíveis do espírito.
Sióstio de Lapa e Joana de Angelis
Enviado por Sióstio de Lapa em 03/11/2017


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr