Pai... como sempre tenho dificuldades para falar com o Senhor. Sei que tenho muito o que dizer, mas as palavras não me vêm. Talvez porque eu só tenha me exercido em falar com pessoas materializadas. Com pessoas que como eu, tem também uma finitude nesse mundo material. Agora que eu percebo cada vez mais a importância do mundo espiritual, da Tua existência e do meu dever enquanto filho de tal Ser, invisível e atemporal, fico perdido.
Mas vou falar das minhas responsabilidades e agradecer o quanto recebo de Ti, de recursos e informações para alavancar meus talentos, minhas virtudes.
Sei que estou colocado numa posição estratégica para fazer cumprir a Tua vontade, Pai, dentro da academia, no ambiente universitário onde eu possa explorar o pensamento e ações dos meus irmãos, o que é feito da ciência e tecnologia, de formas de relacionamento servidor, de curas e reabilitações.
Tantas frentes de trabalho que eu percebo que Tu me ofereces, mas para cumprir a Tua vontade seguindo a Tua lei do Amor Incondicional, vou me deparar com o duelo dos Behemoths que existem dentro de cada um de nós, fonte de todo egoísmo. Isso me deixa como um “estranho no ninho”, onde todos privilegiam os interesses materiais, egoístas, e eu praticando o amor inclusivo que não respeito barreiras para fazer ao próximo aquilo que desejo ser feito para mim.
Acuso que recebi de Ti, Pai, mais duas tarefas. Uma mais próxima e de ação mais imediata. Atualizar os conteúdos e metodologia da disciplina Medicina, Saúde e Espiritualidade para o próximo semestre, usando o trabalho dos dois monitores que demonstram grande interesse.
A outra tarefa é mais ampla e mais ousada. Consiste em organizar para o próximo ano uma nova forma de despertar a comunidade através de evento de extensão universitária, quanto a vontade que Tu desejas para o Brasil, de ser a “Pátria do Evangelho e o coração do mundo”.
Seria um evento dirigido principalmente para as igrejas e quarteis militares. Resgatar a história do Brasil no contexto espiritual. Desde a formação de Portugal como um país católico, com a missão de colonizar novas terras e catequizar novos povos; que veio para o Brasil através de caravelas trazendo em suas velas a Cruz do Cristo, identificando o nosso país como a Terra de Santa Cruz e rezando a primeira missa.
O trabalho seria feito em seis meses, cada mês em Estado diferente. Começaríamos pelo Rio Grande do Norte, Natal, cidade que simboliza o nascimento do Cristo. O segundo encontro poderia ser na Bahia, Estado que recebeu as primeiras caravelas. O terceiro no Rio de Janeiro, Estado que recebeu a família real portuguesa e construiu no país nossa primeira infraestrutura educacional e administrativa.
Vejo dessa forma, Pai, tamanhas responsabilidades, e por isso não canso de Te pedir: inteligência rápida, sabedoria e coragem, para que eu não me perca nos interesses do Behemoth e deixe para trás a Tua vontade.
A minha consciência tomou a determinação de não deixar os pensamentos selvagens, oriundos da energia do Behemoth, livres dentro da arena mental. Percebi que eles se organizavam em torno de imaginações que iam em busca do prazer. Prazer esse que era impedido ser alcançado dentro da realidade, pois poderia trazer transtornos e prejuízos para terceiros.
Dentro de uma política de boa vizinhança, já que reconheço a importância do Behemoth, um ser criado por Deus para se responsabilizar pela sobrevivência do meu corpo físico, eu/Espírito acatei que ele podia usar a imaginação para alcançar os prazeres corporais, principalmente no campo da luxúria. Esse contrato teria o objetivo do Behemoth ser satisfeito, alcançar o seu prazer, sem por causa disso, interferir na evolução moral e ética de eu/Espírito.
Porém, passei a observar que no início, mesmo no campo imaginativo, os limites éticos eram respeitados pelo Behemoth, mas com o desenrolar dessas ações abstratas, os limites éticos começaram a ser lentamente desrespeitados. O Behemoth argumentava que tudo estava se passando no campo mental, que o Espírito não devia se preocupar, pois a ética dentro da realidade não estava sendo quebrada.
A consciência avaliando esse acordo e vendo o caminho que estava sendo tomado, advertiu o Espírito do risco que estava havendo. A quebra dos limites éticos dentro da imaginação era o primeiro passo na corrupção dos costumes, dentro dos relacionamentos em busca do prazer e que implicaria na quebra dos compromissos espirituais que o eu/Espírito tem com o Criador, e no seguimento das lições dadas pelo Cristo.
Foi a decisão tomada para deixar os pensamentos selvagens retidos na sua origem e que não dominassem mais o campo mental, que eu tinha como compromisso do Espírito, administrar. No início parecia que seria fácil, pois o Behemoth não se manifestava sem provocação, como antes acontecia. Antes, eu não precisava de qualquer estímulo ao meu redor, bastava pensar que era um momento do Behemoth ser saciado que ele chegava e começava a implementar seus pensamentos dentro da construção imaginativa. Agora, como eu não queria o surgimento dos pensamentos selvagens, não liberava o Behemoth para soltar seus pensamentos. E isso não foi difícil.
Acontece que hoje, dentro dos meus relacionamentos, surgiu um forte estímulo libidinoso. O Behemoth excitado avançou o máximo possível, permitido pelo Espírito, no limite entre o amor e a luxúria. O Espírito manteve, a duras penas, o controle ético, deixando permear o amor sem descambar para a luxúria. O Behemoth sob o cabresto esperneava, mas não conseguia ir além dos limites éticos em busca do seu prazer.
Logo após o estimulo ter se afastado, o Behemoth entrou na arena mental exigindo ter o domínio da imaginação, prometia que não ia atropelar a ética, mesmo dentro do campo abstrato, e que o Espírito devia ficar seguro disso. Mas o Espírito sabia qual o desenrolar que isso iria ter, e dessa vez seria muito pior, pois haveria no contexto uma falta de cumprimento de decisão.
Eu/Espírito, não contemporizei com esse monstro de sete cabeças, cuja cabeça da luxúria estava ardendo de desejo. Impedi que os pensamentos selvagens fossem liberados e que o prazer fosse alcançado, mesmo que naquele instante realmente não houvesse a quebra abstrata dos limites éticos, pois a excitação da carne estava a todo vapor. Bastaria um pequeno movimento fisiológico para o prazer ser alcançado. Sem isso, o Behemoth ficaria sem o prazer, como de fato ficou.
Esta foi uma primeira e grande vitória para o Espírito. Não posso garantir que sempre será assim, que o Espírito saia vitorioso em cada confronto. Muito bem sei da força do Behemoth, o quanto de argumentos ele pode colocar na mente para justiçar o alcance dos seus desejos.
Sei apenas da minha responsabilidade enquanto Espírito e que deverei prestar contas dos meus atos brevemente. Não posso deixar que prazeres tão fugazes prejudiquem a harmonia de minha vida nos mundos superiores e eternos. Procurarei manter retidos, sempre, os pensamentos selvagens na minha arena mental.
Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
A rainha Isabel foi educada por Santa Beatriz da Silva, que é a fundadora da Ordem das Concepcionistas. É a primeira Ordem na Igreja Católica a ser consagrada ao privilégio da Imaculada Conceição. Séculos antes desse privilégio ser declarado como dogma pela Igreja, Santa Beatriz da Silva fundou uma congregação aprovada pelo Papa Urbano XVIII no século 17. Este era o mesmo Papa que era amigo de Galileu.
A América Latina é marcada profundamente pela presença da devoção à Imaculada Conceição da Virgem Maria, desde sempre, desde sua fundação. Vejam as padroeiras dos países vizinho nossos: Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida; Argentina, Nossa Senhora da Conceição de Lorraine, cuja imagem foi feita no Brasil; Uruguai, a Virgem dos 33; Paraguai, a Virgem de Caacupé.
A presença de Nossa Senhora da Conceição nas colônias portuguesas e espanholas são frutos da devoção dos reis católico. E de onde vem a devoção dos reis católicos? De Santa Beatriz da Silva que era uma nobre portuguesa, que tinha parentesco com a família real espanhola e foi enviada para ser a Dama de Companhia da rainha e depois cuidar das filhas meninas.
Santa Beatriz era muito bonita e na corte espanhola, a mãe da rainha Isabel ficou muito enciumada pelo fato dos olhares que Santa Beatriz atraia. Desconfiando que Santa Beatriz pudesse de alguma maneira está se insinuando, então trancou Santa Beatriz num baú para morrer sufocada. Dentro desse baú Nossa Senhora da Conceição aparece a Santa Beatriz e diz o seguinte: você deve fundar uma congregação, uma ordem religiosa para honrar o privilégio da minha Imaculada Conceição. E através daqueles que honrarem o privilégio da minha Imaculada Conceição, grandes graças serão comunicadas em todos os lugares onde os mosteiros que você vai fundar estiverem. E em todos os lugares onde o culto da Imaculada Conceição chegar.
A rainha depois se arrepende e foi ver se ela estava viva ainda. Abre o baú e Santa Beatriz, milagrosamente viva, resolve se retirar da corte a partir desse momento. Se retira, funda a Ordem das Concepcionistas e fez o voto para que sua beleza não fosse mais apreciada, utilizando um véu sobre o rosto. Ela usou esse véu até o último dia da sua vida. Somente na sua morte é que seu rosto foi desvelado e foi encontrada uma grande estrela sobre a testa dela, e não havia envelhecido. O envelhecimento não a tocou como costuma tocar todos nós.
Essa Santa forjou a personalidade dos reis católicos da Espanha. Ela vai influenciar grandemente em Portugal. Os seus primeiros mosteiros Concepcionistas fora da Espanha são em Portugal. São destinos que se unem.
Este é um importante fato da nossa história que infelizmente não foi valorizado, não foi ensinado em nossas escolas e talvez nem nos seminários formadores dos padres que vão passar adiante e ideologia do Cristo. Santa Beatriz não é reconhecida dentro do contexto histórico que ela proporcionou, do ensinamento que Cristo que ela passou adiante e contribuiu de forma marcante para criar as primeiras realezas com o perfil que o Cristo atribuía para a conquista do Reino de Deus entre nós, de forma coletiva.
Agora me dei conta que posso ter pensamentos de dois tipos na minha arena mental: pensamentos selvagens, originados das forças instintivas do corpo, do Behemoth, que deseja apenas o prazer, segurança e sobrevivência do corpo; e pensamentos éticos, sintonizados com a moral divina, responsabilidade do Espírito, o ente eterno criado por Deus e que me representa neste emaranhado de relacionamentos em que me conduzo.
Fica assim compreensível que devo manter sob controle os pensamentos selvagens e desenvolver ao máximo os pensamentos éticos, divinos, usando sempre o poder da imaginação neste caso e não no outro. Aquele, o selvagem, pode me trazer o prazer momentâneo que sempre é a sede do Behemoth, mas este, o ético, vai me trazer a paz, felicidade e a certeza de que estou sintonizado com o Pai.
Até hoje eu deixei os pensamentos selvagens entrarem na minha mente e dominarem os processos da imaginação, mesmo que sintonizados com ações que o espírito não permite que sejam realizadas, mesmo assim, o Behemoth encurralado no cerco que Eu, Espírito, fiz para ele, mesmo assim consegue, com os artifícios da imaginação alcançar o prazer desejado, fazendo uma corrida de obstáculos sobre os limites éticos impostos por mim/Espírito.
Isso até certo ponto me contentava, pois eu sentia que fazia alguma abertura para o Behemoth que se sentia satisfeito em conseguir o desejo que almejava e que eu não permitia a quebra dos valores éticos dentro da realidade.
Porém hoje, veio uma nova luz à minha consciência. Identifiquei esses pensamentos do Behemoth dentro da sua verdadeira natureza, de selvagens, e notei que eu/Espírito estava permitindo que eles manipulassem a imaginação para alcançar o prazer desejado.
A consciência voltou a racionalizar sobre o que estava acontecendo. Seria ético o que eu estava deixando ocorrer, a conquista desse prazer do Behemoth no campo da imaginação, mesmo que não tivesse reflexos identificáveis dentro da realidade? Não seria isso um exemplo de dupla personalidade? Uma para a imaginação e outra para a realidade? Mas eu poderia deixar sempre essas duas áreas estanques, seria ético viver essa vida dupla?
Entendi que eu estou num campo de testes, provas e experimentais para a evolução do eu, Espírito. Tenho conseguido relativo sucesso em manter um comportamento ético dentro da realidade visível para todos, porém o mesmo não acontece com a imaginação, que é de exclusividade da minha consciência. E percebo que cada vez mais o Behemoth avança na conquista de reduzir os limites éticos impostos por eu/Espírito na lida da imaginação. Parece que o prazer exige que a cada tentativa um passo além seja dado, quebrando os valores éticos. Se tal ocorre à nível da imaginação, posso prever que em algum momento o salto seja dado para dentro da realidade.
A consciência identificando a existência dessa ameaça, e eu/Espírito sabendo que sou o gestor de todas as ações provindas da vontade, devo tomar uma nova atitude mais enérgica no campo mental. Não posso deixar os pensamentos selvagens tão livres a ponto que dominem a imaginação e façam o que achem necessário para alcançar o prazer desejado.
Veremos o resultado desse novo confronto...
Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
A história da Igreja é a continuidade da vida de Nosso Senhor no mundo. Nosso Senhor é a cabeça da Igreja. Nossa Senhora está agindo continuamente nesses 2022 anos. Não é possível dissociar a cabeça do corpo. Não há organismo vivo, onde a cabeça viva de um lado e o corpo viva do outro. Se está vivo, está a cabeça unida ao corpo.
Portanto, a história do Nosso Senhor Jesus Cristo segue no tempo, estendida no tempo até a eternidade, pela Igreja.
Nós temos que ter essa dimensão escatológica da história. O que é história? Na definição de São Tomás de Aquino, a história é o tempo até que Deus complete o número dos eleitos. É isso que a história é. Não é simplesmente uma ciência que estuda o passado, que utiliza método, etc. É isso também, mas não é só isso.
Então, Portugal tem essa primeira Mariofania, que os muçulmanos não captaram o que poderia ser aquilo ali. E eles vão invadindo, Portugal e Espanha, causando grande problema aos cristãos. Até que são barrados na França pelo rei, pois a monarquia francesa era católica. A dinastia Merovíngia era formada por reis católicos, mas que já haviam afrouxados demais. A dinastia Merovíngia nada fez para conter o avanço muçulmano. Quem fez foi um católico que era uma espécie de ministro, mordomo do Passo, chamado Carlos Martel, que é o avô de Carlos Magno.
Carlos Martel organiza as forças católicas e combate os muçulmanos na famosíssima batalha de Potier, que vai varrer a presença muçulmana do território francês. Os muçulmanos não ousaram voltar.
Na Península Ibérica a luta continua num processo chamado de reconquista que só foi concluído em 1492 sob o reinado de suas majestades católicas, Fernando e Isabel, o rei Fernando e a Rainha Isabel.
Qual a ligação que tem com o Brasil? Quando o Brasil foi descoberto, quem era o rei de Portugal? Dom Manuel, o venturoso, casado com a filha mais nova de suas majestades católicas, o rei Fernando e a rainha Isabel. Dom Manuel era genro dos reis católicos. Então havia um laço familiar que unia Portugal e Espanha.
Outro detalhe importante é que a rainha Isabel de Castela, está em processo de beatificação pois não foi beatificado por motivos mais políticos do que religiosos. Ela já tem um milagre, tem a fama de santidade constante nesses 500 anos depois da morte dela, já goza de veneração pública na Espanha que é inegável. Fui ao túmulo dela e fiquei impressionado com a veneração que Isabel goza dentro do território espanhol. É uma questão política mesmo, como a Princesa Isabel aqui no Brasil, aquele medo do movimento negro, etc. O que faz o santo é a fé do povo e a intercessão dos santos juntos a Deus. Chega a um ponto que é tão glamouroso que não tem mais o que fazer. Os bispos da Espanha já jogaram a batata quente na mão do Papa. Eu vi a conferência espanhola se pronunciando nesses tempos: o processo está na mão do Papa.
Os reis católicos são a consequência do projeto do Cristo de Evangelizar o mundo. A monarquia segue a mesma hierarquia que se observa no plano divino, onde Deus é o rei, o monarca supremo, e que abaixo dEle toda uma hierarquia se desenvolve. Os reis católicos foram constituídos com a mesma orientação divina, de trazer a ética cristã para dentro da comunidade humana.