Vou reproduzir, para nossa reflexão, o trecho de uma aula para alunos de universidade que coloca com bastante clareza a relação que existe entre justiça e igualdade.
E esse é o ponto central que quero mostrar hoje. Para criar igualdade, a única forma possível é cometer violência contra quem tem, quem tem talento, quem tem habilidade, quem contribui para a nossa vida mais que qualquer outra pessoa.
Vocês conhecem basquete? Talvez, um pouco? Seguem a NBA? Alguém sabe quem é LeBron James? Melhor jogador de basquete do mundo: grande, alto, atlético.
Eu sou muito ruim no basquete: tenho os genes errados, e nunca pratiquei muito. Mas quer saber? Eu quero igualdade no basquete. Eu quero entrar numa quadra com LeBron James e ter uma chance de ganhar dele. Eu não acho justo que, em um jogo com ele, ele marcará todos os pontos, e eu ficarei com zero no placar, pois é isso que aconteceria. Eu quero justiça, eu quero igualdade no basquete.
Como tornamos LeBron e eu iguais no basquete? Como fazer isso? Ele treinou muito, tem talento e habilidade; eu não, afinal, nunca treinei. Mas quer saber? Justiça significa igualdade: exijo igualdade no basquete. Quero ser capaz contra LeBron e ter uma chance de ganhar. O que teria de ser feito? Você não conseguirá me fazer jogar melhor. Talvez um pouquinho, mas não o suficiente nem mesmo para eu marcar um ponto. O que fazer? Não tenham vergonha...
- Quebrar as pernas dele.
Sim, quebrar as pernas dele. E se vocês me vissem jogar basquete, vocês veriam que não seria suficiente, e o ideal seria quebrar um dos braços dele também. Mas isso não é engraçado... Isso acontece todo dia!
Algumas pessoas têm talento para o basquete e, para igualá-las com quem não tem talento para o basquete, nós temos que quebrar as pernas delas. Algumas pessoas têm a habilidade e o talento para criar bens e serviços que melhoram a nossa vida. E, para igualá-las com o resto de nós, temos que quebrar as pernas delas. Obviamente, não saímos e quebramos as pernas delas, mas tomamos 50% de sua renda.
Vocês ainda não trabalharam. Pelo menos, a maioria de vocês ainda é estudante, talvez trabalharam um pouco. O que é renda? O que significa o dinheiro que você recebe? Quando você recebe um salário, o que significa? Representa o tempo, o esforço, uma parte de sua vida. Você passará mais tempo trabalhando que fazendo qualquer outra coisa na sua vida, talvez só menos que dormir. E dormir não é legal.
Então, quando alguém toma 50% de sua renda, ele está tomando 50% de sua vida. Ele está tomando 50% de seu esforço, 50% de seu engajamento, de seu foco, de sua energia, de sua mente.
Eu não sei... eu ganho relativamente bem, ele toma 50% de meu dinheiro, ou deveria quebrar minhas pernas? O que é melhor? Eu não sei... Às vezes acho melhor se a Receita Federal viesse e quebrasse minhas pernas e me deixasse em paz com o dinheiro. Afinal, talvez eu até pudesse “arrumar” as pernas com o dinheiro. Cinquenta por cento da minha vida significa muito, muito para mim. Mesmo assim, achamos normal, que venham e tomem 50% dela. E Piketty quer tirar 80%. Não é o bastante tirar 50%. Ele quer 80% de meu tempo, meu esforço e meus recursos. Como isso pode ser justo? Isso é violência, é como quebrar as pernas.
Geralmente somos solidários com nossos irmãos que adoecem do corpo ou da mente. Internamos em hospitais clínicos ou psiquiátricos. Mas quando adoecem no espírito, como nos comportamos?
Quando qualquer pessoa adquire o hábito doentio de mirar-se no espelho da própria vaidade, impede seu cérebro de perceber as sensações profundas que lhe surgem da intimidade espiritual, reveladoras dos compromissos que temos com a Verdade.
Portanto, quando as tarefas esclarecedoras se tornam dependentes de algum apoio no campo político para serem impulsionadas visando o aprendizado de muitos, os bons propósitos de muitas pessoas normalmente são atropelados ou cooptados pela incúria moral de irmãos, já contaminados, que assumem cargos prometendo ajudar no desempenho das funções políticas.
Podemos até questionar a “ingenuidade” dos nossos mentores espirituais, a partir de Jesus Cristo, em insistir na integridade de pessoas que sempre estão resvalando para dentro das iniquidades, causando o fracasso dos planos propostos. Acontece que não há outra maneira de se proceder, conforme rezam os preceitos das leis cósmicas que regem a evolução espiritual. Caberá sempre ao conjunto da população de um planeta evoluir com nossos próprios esforços. Afinal, que mérito teríamos a registrar vibratoriamente nas nossas almas se as entidades mais evoluídas do campo espiritual viessem resolver os problemas por nós próprios criados?
Apesar disso, quando tudo o mais referente à postura dos envolvidos com o poder temporal, adoecidos espiritualmente pela imaginação e maus hábitos, causa o desvio de nosso caminho Espiritual ensinado pelo Cristo, restam sempre as realizações edificadas no palco planetário pelo esforço meritório de missionários cristãos que legam suas obras, por mais simples ou complexas que sejam. Deixam semeados para o porvir todo um conjunto de reflexões e de esclarecimentos que ao seu tempo haverá de frutificar.
Observamos tudo isso com bem clareza racional, no Brasil, quando fomos às ruas em todos os Estados, protestar contra a corrupção e defender a Verdade que a operação Lavajato, conduzida pela Justiça estava implementando entre nós. Tivemos a eleição miraculosa do Jair Bolsonaro que conduziu o país dentro da integridade e princípios cristãos por quatro anos. Foi afastado do poder de forma truculenta e corrupta, mas deixou no país o sentimento de estarmos dentro da Pátria do Evangelho e coração no mundo.
Fomos exemplo para todas as nações de protestos pacíficos contra as fraudes no processo eleitoral, do nosso apelo às autoridades constituídas para nossa defesa no mundo imanente e aos nossos mentores espirituais, principalmente a Nossa Senhora, que apareceu em tantos lugares (inclusive aqui no Brasil, em Pesqueira, Cimbres, Pernambuco, Nordeste) nos advertindo sobre os erros do comunismo, o vírus racional que causa a doença espiritual.
Agora, que fazer com nossos irmãos doentes espiritualmente? Primeiro, temos que ter o cuidado de não nos contaminar, como qualquer doença infecciosa; segundo, procurar cura-los administrando doses do Evangelho; e terceiro, nos precaver dos sintomas da doença, colocando camisas de força prisional aqui a cargo da Justiça ou mais além com a espada do Arcanjo Miguel. Em todos esses atos não podemos esquecer de agir fraternalmente como o Cristo ensinou, punindo o pecado e tendo misericórdia com o pecador.
Vamos seguir na narrativa descrita em “O Livro de Urântia” na escolha dos doze apóstolos de Jesus
A primeira viagem missionária dos seis primeiros apóstolos foi cheia de êxito. Todos eles descobriram o grande valor do contato direto e pessoal com os homens. E voltaram para Jesus com um conhecimento mais pleno de que, afinal, a religião é pura e inteiramente uma questão de experiência pessoal. Eles começaram a sentir quão sedenta esta a gente comum de ouvir palavras de conforto religioso e de encorajamento espiritual.
Quando se reuniram com Jesus, eles queriam falar todos ao mesmo tempo; mas André tomou a frente e os chamou um a um; e eles fizeram os seus relatos formais ao Mestre e apresentaram as suas indicações dos seis novos apóstolos.
Jesus, depois que cada homem havia apresentado a sua escolha dos novos apóstolos, pediu a todos os outros que votassem na indicação; assim todos os seis novos apóstolos foram formalmente aceitos por todos os seis mais antigos. E então Jesus anunciou que eles todos deveriam estar com os candidatos e convidá-los para o serviço.
Os apóstolos recém-selecionados foram:
Mateus Levi, coletor alfandegário de Cafarnaum, que tinha o seu escritório no lado leste da cidade, perto das fronteiras de Batanea (área a nordeste do Rio Jordão). Foi escolhido por André.
Tomé Dídimo, um pescador de Tariquéia e ex-carpinteiro e pedreiro de Gadara (uma das 10 cidades autônomas situada a sudoeste do Mar da Galiléia, no topo de uma montanha, era a capital da Pereia, uma província romana. Foi onde Jesus encontrou um homem endemoninhado por uma legião de demônios e fez com que eles entrassem nos porcos e se jogassem no mar. Foi selecionado por Filipe.
Tiago Alfeus, pescador e agricultor de Queresa. Foi escolhido por Tiago Zebedeu.
Judas Alfeus, irmão gêmeo de Tiago Alfeus, também pescador. Foi escolhido por João Zebedeu.
Simão, o selote, era um alto funcionário da patriótica organização dos zelotes, posição que ele abandonou para juntar-se aos apóstolos de Jesus. Antes de ligar-se aos zelotes, Simão havia sido um mercador. Foi escolhido por Pedro.
Judas Iscariotes era o filho único de pais judeus ricos que viviam em Jericó. Tornou-se um seguidor de João Batista, e os seus pais saduceus o havia deserdado. Estava procurando emprego naquelas regiões, quando o encontraram os apóstolos de Jesus, sobretudo por causa da sua experiência com as finanças. Natanael convidou-o para juntar-se às suas fileiras. Judas Iscariotes era o único judeu entre os doze apóstolos.
No domingo, dia 23 de junho do ano 26 d.C., Jesus deu as suas instruções finais aos seis. Ordenou-lhes que partissem, dois a dois, para anunciar as boas-novas do Reino. Proibiu-os de batizar e desaconselhou-os quanto a fazer pregações públicas. Explicou a eles que mais tarde ele iria permitir-lhes que fizessem pregações públicas, mas que, por um certo tempo, por muitas e boas razões, esperava que eles adquirissem experiência prática em lidar pessoalmente com os seus semelhantes. Jesus propunha fazer dessa primeira viagem um trabalho inteiramente pessoal. E, embora esse anúncio tenham levado os apóstolos ao desapontamento, eles ainda aceitaram, ao menos em parte, as razões de Jesus para começar daquele modo as proclamações do Reino e, então, assim, de bom ânimo e com um entusiasmo confiante. Eles deram início aos trabalhos. E Jesus os enviou dois a dois. Tiago e João foram para Queresa, André e Pedro para Cafarnaum enquanto Filipe e Natanael partiram para Tariquéia.
Antes que começassem essas duas primeiras semanas de serviço, Jesus anunciou-lhes que desejava ordenar doze apóstolos para continuar o trabalho do Reino, depois da sua partida; e autorizou a cada um deles escolher um homem, dentre as suas primeiras conversões, para que passasse a ser membro desse corpo projetado de apóstolos. João perguntou: “Mas, Mestre, esses seis homens virão para o nosso meio e partilharão todas as coisas igualmente conosco, que estamos contigo desde o Jordão ouvindo todos os teus ensinamentos em preparação para este que é o nosso primeiro trabalho para o Reino?” E Jesus respondeu: “Sim, João, os homens que ireis escolher tornar-se-ão um conosco ensinareis a eles tudo aquilo que seja pertinente ao Reino, do mesmo modo que eu vos ensinei”. Depois de ter dito isso, Jesus deixou-os.
Os seis não se separaram para ir fazer os seus trabalhos, até que houvessem trocado muitas palavras e discutido as instruções de Jesus, com o intuito de que cada um deles escolhesse um novo apóstolo.
O conselho de André prevaleceu afinal e eles partiram para os seus trabalhos. Em essência, eis o que André disse: “O Mestre está certo, somos em número muito pequeno para assumirmos esse trabalho. Há necessidade de mais instrutores e o Mestre manifestou grande confiança em nós, por nos ter confiado a escolha desses seis novos apóstolos”.
Naquela manhã, quando se separaram a fim de seguir para o trabalho, havia um pouco de depressão escondida em cada coração. Eles sabiam que iriam sentir falta de Jesus e, além do medo e da timidez, não era daquele modo que tinham imaginado a inauguração do Reino do céu.
Havia sido arranjado para que os seis trabalhassem por duas semanas, depois das quais retornariam à casa de Zebedeu para uma reunião. Nesse ínterim, Jesus foi até Nazaré para estar com José e Simão e os outros membros da sua família, que viviam naquela vizinhança. Jesus fez tudo o que lhe foi humanamente possível, em consonância com a sua consagração à vontade do seu Pai, para manter a confiança e o afeto da sua família. E cumpriu bem sua o seu dever nessa questão, e fez mesmo até mais.
Enquanto os apóstolos estavam fora para essa missão, Jesus pensou muito sobre João Batista, agora na prisão. Era uma grande tentação usar o seu poder potencial para libertá-lo, mas uma vez mais ele resignou-se a “aguardar a vontade do Pai”.
Havia nessa tentação de resgatar João Batista da prisão o aspecto afetivo, humano. Mas a vontade do Pai era soberana. João veio como instrumento precursor para a introdução de Jesus, não havia necessidade dele continuar ao lado, pois tinham propostas diferentes que provocavam grupos dissidentes, como observamos no caso de André e Ezdras. Era necessário que cada um cumprisse a vontade do Pai que terminaria por levar um à decapitação e o outro à crucificação. Isso possibilitou que mensagem do Reino fosse apresentada e difundida pelo mundo, chegando até nós da forma que a recebemos. Falta agora nós fazermos a nossa parte nesse construto do Reino, cada um com os talentos que o Pai deu a cada um.
Após a escolha de Filipe, que caminhava com Natanael e encontrou Jesus com seus amigos, André, Pedro, Tiago e João, foi a vez de Natanael ser escolhido.
Filipe agora acenava ao grupo, para que esperassem onde estavam, enquanto ele voltou correndo para anunciar a nova da sua decisão ao seu amigo Natanael, que ainda ficara para trás, sob a amoreira, refletindo sobre as muitas coisas que ele tinha ouvido a respeito de João Batista sobre o Reino que viria, e do Mestre esperado. Filipe interrompeu essas meditações, exclamando: “Eu encontrei o Libertador, aquele sobre quem Moisés e os profetas escreveram; e a quem João Batista tem proclamado”. Natanael, levantando os olhos, inquiriu: “De onde vem esse Mestre?” E Filipe respondeu: “Ele é Jesus de Nazaré, filho de José, o carpinteiro, mais recentemente residindo em Cafarnaum”. E então, um tanto chocado, Natanael perguntou: “Uma coisa boa assim pode vir de Nazaré?” Mas Filipe, tomando-o pelo braço, disse: “Vem e vê”.
Filipe levou Natanael a Jesus, que, olhando benignamente no rosto do homem sincero que duvidava, disse: “Eis um israelita genuíno, para quem não há engano. Segue-me”. E Natanael, voltando-se para Filipe, disse: “Tu estás certo. Ele é de fato um Mestre dos homens. Eu também o seguirei se for digno disso”. E Jesus fez um gesto afirmativo a Natanael, dizendo de novo: “Segue-me”.
Jesus já havia reunido a metade do seu futuro corpo de colaboradores íntimos, cinco que já o tinham conhecido há algum tempo e um estranho, Natanael. Sem mais demora atravessaram o Jordão e, passando pela aldeia de Naim, chegaram a Nazaré tarde naquela noite.
Todos passaram a noite com José, na casa de infância de Jesus. Os companheiros de Jesus pouco entenderam por que o seu recém-encontrado Mestre estava tão preocupado em destruir completamente cada vestígio dos seus escritos que ainda permaneciam pela casa na forma dos Dez Mandamentos e outras frases e preceitos. Esse procedimento, no entanto, junto com o fato de que eles nunca mais o haviam visto escrevendo depois disso – exceto no pó ou na areia – causou uma profunda impressão em suas mentes.
Este relato também provocou uma profunda impressão em minha mente. Primeiro que, este livro, “O Livro de Urântia”, que é proposto como uma revelação mais aproximada da Verdade, traz algumas falhas que podem ser devido a tradução ou impressão, mas que deve ser ressaltado. Além de Natanael, Pedro também não era um estranho para Jesus? E quando Jesus foi com eles à sua casa em Nazaré, não podiam ter passado a noite com José, pois ele já havia falecido nessa ocasião.
No entanto, pequenas falhas que aconteçam não podem anular o conjunto da obra, a forte compreensão lógica, racional, da cosmogonia apresentada e da origem e comportamento do Mestre que o respeitamos como enviado de Deus e nosso irmão mais sábio, mais próximo do Pai.