A verdade pode ser corrompida, manipulada, para servir a interesses individualistas, egoístas, de toda natureza. Isso é muito observado na atividade política onde as facções pegam aspectos da realidade e distorcem para atingir seus objetivos que, por necessitar de distorção, tenta manipular a Verdade.
Vou procurar desenvolver meu raciocínio quanto a essa questão, usando o meu exemplo de votar, de apoiar um partido político. Dei meu apoio ao PT em 2002 para substituir o PSDB entendendo que era bom que o seu discurso ético fosse aplicado ao país e trouxesse benefícios à população pobre e sustentação à Universidade pública, como era prometido. No momento que observei que esse partido dentro do poder formou uma verdadeira quadrilha para usar o dinheiro público e aprovar os seus interesses, no que foi rotulado como “Mensalão”, associado a uma série de escândalos desse mesmo tipo, com dinheiro se evadindo até pelas cuecas, resolvi que essa verdade não era mais compatível com a minha e que deveria votar em qualquer outro partido, para tirar esse que ajudei a colocar no poder.
Esta foi a minha opinião há oito anos e que mantenho até hoje: a necessidade cada vez mais urgente de mudar o comando do país. Acontece que a minha verdade, a minha opinião, o meu voto, deve ser maioria dentro do país para que essa mudança ocorra. Nesse ponto, a verdade que é percebida por cada cidadão, e principalmente os interesses imediatos de cada um têm um grande peso nessa decisão.
Vou abordar dois grandes aspectos dessa questão da formação de uma opinião sobre uma verdade que acredito manipulada. Primeiro, são as pessoas carentes, ignorantes, que são motivadas pelo barulho do estômago; segundo, pelos acadêmicos, as mentes privilegiadas da Universidade, que são motivadas por recursos para seus projetos.
Dentro do campo da carência, da ignorância, os recursos que foram aplicados, que já tinham sido iniciados no governo anterior, mereciam ser feitos para aliviar a pobreza no país. Dentro do campo universitário, os recursos que foram aplicados mereciam que fossem feitos para melhorar a competitividade do país no campo da ciência e tecnologia.
Agora, tudo isso de positivo que tem sido feito, não deve tapar os meus olhos para a sangria do dinheiro público para ações corporativas, do aparelhamento político das instituições democráticas, das empresas nacionais, dos atos cheios de corrupção, de forma abusiva, corrosiva, escandalosa.
Será que todos os benefícios que o PT trouxe, justificam os malefícios que ele provoca? Esta é a balança que está colocada dentro da minha consciência. Ela foi acionada e decisivamente diz que não. Todos esses benefícios poderiam ser colocados em prática sem a necessidade de ser cobrado um preço tão caro. E o preço mais caro que pagamos é a manipulação da verdade. Os fatos são manipulados, os índices sociais e financeiros são manipulados... sei que muito do que estou dizendo aqui eu não tenho como provar item por item, pois muito surgem da minha intuição, de artigos e notícias que leio e que não sei também se estão manipulados. Sei que isso que acabo de citar enfraquece a verdade do texto que estou produzindo, mas se eu não o colocasse iria fugir de um aspecto importante da verdade que o leitor deve conhecer, e eu seria mais um manipulador da verdade.
Portanto, não estou aqui querendo ser um paladino da verdade e todos os outros que pensam ao contrário são uns pobres coitados, ignorantes da Verdade real. Não é isso. Eu me coloco no mesmo nível dos meus irmãos dentro da sociedade, mas como todos sabemos, a Verdade pode ser manipulada e transformada em verdades que atendem a desejos corporativistas e não aos interesses cosmopolitas.
Este texto é um apelo para que todos, inclusive eu, revise as opiniões, as verdades internas em comparação com a possível Verdade que possamos alcançar. E assim tomar a coragem de mudar, se isso for necessário.
Ora, o que é a verdade? Posso começar assim esta reflexão. Verdade é aquilo que acontece dentro da realidade, que pode ser percebido por todos, que causa efeito em todos. Portanto, é algo que pode ser produzido por mim e também pelos outros; é algo que existe na Natureza, que já existiu ou que pode vir existir. A verdade pode ser criada a partir do meu campo mental, da minha consciência e pode ou não ter uma correspondência com a verdade externa comum a todos. A minha verdade interna pode ser exposta na forma de opinião e pode se confrontar com a verdade do outro que pode ter opinião diferente. Dentro dos meandros dos pensamentos que existem em cada mente, é impossível que uma mente alinhe os seus pensamentos de forma idêntica à outra mente. Mesmo que as duas pessoas sejam gêmeas idênticas, a sua percepção do mundo interno e externo são necessariamente diferentes. Esta captação de estímulos diferentes, mesmo que provindos de uma mesma realidade externa, pode causar na mente das diversas pessoas convicções sobre a verdade e que são bastante induzidas pelas motivações individuais, egóicas. Isso pode causar uma distorção, consciente ou inconsciente, na formatação da verdade individual que cada pessoa faz a cada momento.
Essas reflexões explicam porque eu penso de certa forma e em algum momento eu desvio meu comportamento para outro tipo de ação que sinto ser mais condizente com o que minha mente reprogramou tendo em vista novos dados da realidade externa ou interna que foram captados. Não é que com isso eu me torne uma pessoa frívola, que não tenha uma posição definida. Não, é o contrário! A minha posição é firme no sentido de seguir a Verdade da forma mais coerente, com a realidade externa, com meus pensamentos e sentimentos. Mesmo que isso me leve de encontro à opinião contrária de meus colegas, amigos e parentes, e por causa disso eu me torne isolado, que viva sozinho, por não compactuar, por não conviver com aquilo que considero desarmônico com a verdade que engendrei.
Estarei errado agindo assim? Acredito que não. Errado eu estaria se considerasse tal atitude correta e não a seguisse. Sei que isso pode parecer profundamente egoísta, de não considerar o pensamento e sentimento de pessoas queridas... Mas eu considero e até respeito, mas não posso seguir uma verdade que não é minha, por mais próxima que seja essa pessoa: mãe, pai, filho, amigo, etc. Fatalmente eu irei entrar em conflito com a opinião de algumas dessas pessoas, ou melhor, irei entrar em conflito em algum momento com todas. É necessário que eu tenha maturidade consciencial de reconhecer toda esta dinâmica e respeitar a opinião de todos ao meu redor, entendendo que todos estão convictos de expressarem uma verdade, de acordo com suas motivações. Respeitar e não seguir, se necessário me afastar ou não tocar no assunto para não trazer constrangimento para um ou para o outro.
Fiz todo esse preâmbulo para justificar o meu comportamento na vida pessoal, íntima, e na vida pública, coletiva. Foi no garimpo de assertivas que considerei corretas que passei a defender com prioridade a aplicação do Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos. Isso fez com que o amor romântico ficasse em segundo plano e a estrutura do meu casamento que era baseado nesse amor, desmoronasse e a família nuclear que eu estava consolidando passou a adquirir para mim características de uma família ampliada, mais próxima da família universal, aquela que o Cristo ensinou que seria a base social do Reino de Deus.
No campo político, eu havia votado no PT para substituir o governo do PSDB. No momento que o PT, no governo, promoveu o pagamento de parlamentares com dinheiro público, para votar de acordo com os seus interesses, eu considerei que essa verdade que veio à tona não era compatível com a verdade formatada em minha consciência, com o meu apoio. Na eleição seguinte votei no seu opositor e assim fiz até esta atual eleição de 26-10-14, onde os ânimos ficaram muito mais exaltados e a Verdade muito mais corrompida.
Fiz no dia 26-10-14 o texto REFLETINDO A ELEIÇÃO e no dia seguinte, ontem, o texto COMPROMISSO COM DEUS. A partir daí recebi diversas mensagens sobre o resultado da eleição. A maioria colocando um sentimento pessimista e algumas vezes revanchista. É natural até que chegassem para mim essas mensagens, já que eu me posicionei do lado que foi derrotado. No entanto os argumentos mais fortes que nós possuíamos justificavam a mudança do poder como defendíamos. Mas a forma de fazer política transformando mentiras em verdades e apelando para o medo, causou a nossa derrota e abriu uma grande chaga na Nação. Por causa de tudo isso terminei com forte sensação de voltar a atividade política partidária que havia abandonado, mesmo que não ficasse longe do meu ideal cristão. Pensei em participar com prioridade das reuniões da minha associação médica especializada ou não e contribuir para as ideias que procurem corrigir essas falhas do poder constituído. Vou reproduzir abaixo um áudio que recebi pelo whatsapp e a mensagem que enviei para o meu grupo médico.
Reprodução do áudio:
“Eu quero avisar só uma coisa para quem não me conhece, quem não convive comigo. Não me peça caridade, não me peça ajuda para os outros, não fale com gozação de caridade, ajudar aos pobres, Natal solidário, vá prá pqp, esse Natal solidário, essa cambada do cacete, entendeu? Não me pede para ajudar igreja, obras sociais, vá pra pqp todo mundo! quer ajuda? Liga pra Dilma, vá lá no PT, pede prá eles ajuda. Pede ajuda ao Bolsa Família, pede ajuda ao Fome Zero, pede ajuda do C... de Asa. Minha Casa Minha Vida, então vai pedir pra todo mundo. No sinaleiro não peça ajuda. Quem é pobre se f... Não me peça ajuda. E outra, não marque mais viagem para o Nordeste, que eu não vou mais para a desgraça desse Nordeste não. Cambada de nordestinos filho da p...”
Mensagem que enviei para o mesmo grupo de onde recebi esse áudio:
“Amigos... Essa luta que enfrentamos juntos e a derrota subsequente de nossos sonhos nos trouxe grandes lições. Primeiro, que vivemos num país onde predomina a miséria dos muitos que são dirigidos pelo estômago e dos poucos que dirigem com truculência ou mentira Segundo e mais importante: existe ainda no país consciências livres que conseguem distinguir a mentira da verdade e tem coragem de ir à público em sua defesa. Neste grupo está a maioria dos médicos, principalmente os psiquiatras, categoria a qual me orgulho de pertencer. Não vamos deixar de atender ao irmão necessitado e perdido na sua ignorância, quer seja um analfabeto ou um doutor. O nosso adversário mais ferrenho será o hipócrita, aquele que sabe que está errado, defende em público o que é correto e nos labirintos sórdidos do poder planejam suas iniquidades. São esses os capazes de nossa crucificação, são eles que desvirtuarão as eleições públicas e exigirão a nossa execração. Mas jamais podemos usar as armas que eles usam. Nossas armas são o Amor, a Compaixão e a Coragem de obedecer a Lei de Deus que está escrita em nossa consciência. A ANP a partir de hoje coloca em sua pauta permanente a RESISTÊNCIA CRISTÃ, na qual pretendo me engajar com todas as forças da minha alma. É isso que sinto Deus querer de nós, depois de ver tão belo empenho nosso nessa campanha tão difícil. Espero abraçar pessoalmente, com toda a redundância que tiver direito, na próxima reunião, a cada um dos companheiros. Grande abraço a todos, e volto a dizer, com muito orgulho de ter vocês como colegas, amigos e agora como companheiros.”
Com essas reflexões dos dias anteriores, recebo hoje uma forte intuição para desenvolver um projeto político partidário como a Constituição permite, com base na Solidariedade Fraterna. No texto de ontem eu defendia a ideia de ser um médium intuitivo e de ter a responsabilidade de usar essa faculdade que Deus me deu para levar o conteúdo dos pensamentos que recebo aos que deles necessitam, para a minha melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a Verdade. Jamais para propósitos ambiciosos ou frívolos. Poderia muito bem descartar esse pensamento tendo em vista a sua amplitude, importância e a minha pequena capacidade de articulação e de poder, político ou financeiro, para cumprir esse desiderato. Mas lembrei que esses pensamentos que Deus permite que chegue até minha mente, servem de teste para a minha disponibilidade em sintonizar com eles e tentar colocá-los na prática. Caso não aconteça comigo eles continuarão a circular no globo em busca de uma pessoa mais capacitada que eu. Não é que eu me considere em comparação aos bilhões que vivem comigo na Terra, o mais capacitado. Sei que existem muitas pessoas, muito mais capacitados que eu, mas entendo que o Pai precisa de um número cada vez maior de pessoas sintonizadas com honestidade de princípios à Sua vontade, e nesse contexto eu vou procurar desenvolver a ideia que Ele me enviou, pois sei que receberei auxílios, não estarei sozinho, nem neste plano material, e muito menos do plano espiritual de onde essas ideias se originam.
Pensei na criação de um Partido da Solidariedade Fraterna (PSF) que tem um apelo universal que ultrapassa os dogmas religiosos e que pode ser associado a um forte programa da área da saúde: Programa da Saúde da Família (PSF).
Terei de ir agora a busca de informações de como colocar em prática essa nova missão que o Pai coloca em minhas mãos.
Talvez não seja por acaso que hoje é o dia dedicado ao Servidor Público!
Tenho a consciência hoje que meu compromisso primordial na vida é com Deus, com a vida que Ele me deu e que por isso pode cobrar uma conduta apropriada como qualquer pai biológico faz com seus filhos. Primeiro Ele me mostra a verdade e espera que a minha mente racional a reconheça e a agregue ao conjunto da consciência. Assim, hoje tenho a certeza da realidade dos dois principais mundos dimensionais que vivemos e interagimos: o material e o espiritual. Sei que esses mundos são povoados por seres inteligentes que estão cada vez mais se aprimorando moralmente num intercâmbio constante de idas e vidas; que existem canais de comunicação sutis ou explícitos entre um plano e outro e que devemos obediência a sabedoria superior que na forma de energia do Amor criou e continua criando todo o Universo, perceptível ou imaginável. Quem tem a capacidade de fazer esse intercâmbio entre os dois mundos é considerado médium, quando se encontra encarnado no plano material, como eu estou agora.
Sei que não posso ser considerado médium do ponto de vista estrito, de ver, ouvir ou reproduzir ideias alheias, de seres desencarnados, de forma explícita. Mas sei dessa existência do mundo espiritual pelo princípio da lógica, a mesma que me fez formar convicção sobre a eleição que terminou ontem, a mesma que me fez mudar os meus antigos paradigmas de relacionamentos interpessoais, íntimos, e passar a construir uma família ampliada com base no Amor Incondicional, em detrimento da família nuclear que tem como base o amor condicional. Esta mesma certeza que existe na minha consciência de tudo que eu pratico é também a que me leva a pensar que também recebo influência do mundo espiritual por um canal mais discreto, mas nem por isso menos importante: a intuição. Então poderia me considerar com base em toda essa argumentação, que sou um médium intuitivo.
Dessa forma, muitos pensamentos que chegam à minha mente são capturados de alguma forma pelo meu cérebro, através das Noúres, a técnica de recepção das correntes de pensamento, segundo o filósofo italiano Pietro Ubaldi. Esses pensamentos circulam e passam ao nosso redor à procura de sintonia com alguma mente encarnada. Dessa forma, como posso captar essas mensagens de nível solidário à evolução da humanidade, posso aceitar a resposta que foi dada pelos espíritos a seguinte questão, como se fosse dirigida para mim: “Que é que pode causar o abandono de um médium, por parte dos Espíritos?”
“O que mais influi para que assim procedam os bons Espíritos é o uso que o médium faz de sua faculdade. Podemos abandoná-lo, quando dela se serve para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir as nossas palavras, ou os fatos por nós produzidos, aos encarnados que para ele apelam, ou que tem necessidade de ver para se convencerem. Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas visitas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno.” (Livro dos médiuns, capítulo 17, item 220, 3ª pergunta).
Essa resposta me faz refletir e lutar contra minhas fraquezas e deficiências. O grande volume de ideias que recebo não podem ficar de usufruto só meu, não posso deixar de lutar para colocar ao lume dentro do meu contexto. Essa é a minha obrigação com a humanidade, o meu compromisso com Deus. Sou uma ferramenta da Sua vontade para colocar no contexto que Ele me colocou, a forma que devemos pensar, sentir e agir, sem contaminar com os meus interesses lúdicos, prazerosos, fugazes e ineficazes.
A preguiça e a covardia, dois elementos de interesse do meu corpo biológico, devem ser combatidos sem trégua, pois são eles que me impedem até o momento de ter uma ação mais eficaz no meio social.
Espero que o meu anjo da guarda interceda por mim junto aos mentores espirituais de alta estirpe evolutiva, Espíritos responsáveis pelos pensamentos de alta profundidade que recebo e reconheço não serem somente meus, para que não me abandonem de instruções, para que me perdoe as falhas e investiguem meu coração para se certificarem das minhas reais intenções no cumprimento da vontade do Pai.
Em nenhuma eleição, como esta, nesta data, do segundo turno para eleger o presidente do Brasil para os próximos quatro anos, eu fiquei tão convicto da necessidade de uma mudança da gestão nacional. Pelo que eu avaliei da corrupção quase generalizada aos cofres da nação, da compra de parlamentares, do aparelhamento político das instituições públicas, da truculência para com o pensamento crítico, do atrelamento com regimes ditatoriais ao redor do mundo, eu senti a necessidade urgente de uma mudança, fosse para quem fosse dos candidatos apresentados. Eu só não poderia dar o meu voto como aval a esse partido que estava cometendo todas essas atrocidades.
Este é um aspecto da questão. A formação da minha consciência e a decisão do meu voto. O outro ponto da questão é a formação da consciência do meu próximo, seja quem for, e principalmente dos meus amigos, que podem formar uma consciência contrária a minha de acordo com as informações obtidas ou interesses pessoais. Seria interessante que todos pensassem no interesse coletivo e deixassem os benefícios pessoais, familiares, grupais ou corporativos em segundo plano, mas o comum é justamente o contrário. A quase totalidade das pessoas se guia pelos interesses que obtiveram ou que foram prometidos no campo individual, não importa o prejuízo coletivo que for cometido para se obter e cumprir essas promessas. Mas não sou juiz para dizer quem está certo ou errado. O que devo cuidar é da minha consciência, pois acima desses interesses materiais eu estou subordinado a um interesse divino que ensina que eu não julgue o irmão, apenas ajude-o a sair da ignorância quando isso for conveniente e aceito, tendo sempre a humildade de reconhecer que a minha verdade pode ser mais incompleta do que a verdade daquele que eu quero ensinar alguma coisa.
Essa posição me deixa confortável em respeitar a opinião contrária do meu próximo quando ele formar sua convicção. Espero apenas que ele respeite a minha principalmente na relação entre amigos.
Esta eleição me trouxe lições doces e amargas com relação aos amigos. Sentia uma certa amargura no meu coração ao dizer aos meus amigos a razão do meu voto no candidato da oposição e ele mantinha a sua posição sustentada no voto da candidata da situação, sem apresentar argumentos suficientes para se contrapor aos meus, apenas uma defesa de que o novo poderia ser pior que o velho. Mas, o que mais me atingiu os sentimentos foram dois exemplos com duas amigas bem próximas: uma residente em Brasília e outra em Natal, ambas eleitoras da situação e com as quais me relacionei antes da eleição.
A primeira mora em Brasília e tive o prazer de ser ciceroneado por ela durante o Congresso que participei em sua cidade. Ela me levou gentilmente em seu carro adesivado para conhecer a noite brasiliense e apenas tocamos em nossos candidatos de leve, colocando cada um os motivos dos nossos votos. Não houve nenhuma tentativa nem dela nem minha, de mudança de nossas convicções frente ao voto contrário. Na quinta feira, eu já estava em Natal, e ela manda pelo whatsapp uma foto dela empunhando a bandeira do seu partido, numa caminhada política pela Esplanada dos Ministérios em Brasília, e dizia logo abaixo: “Oia eu!!! Na Esplanada!!! Abraço em tu, meu amigo.” Eu respondia em seguida: “Abração, minha amiga. Viva a alegria!” No dia da eleição, hoje, ela voltou a mandar outra mensagem: “Poeta, bom voto! No Amor!” Respondi: “Sim, querida, votarei no Amor. Por mais que eles pareçam diferentes nós sabemos que são exatamente iguais: são votos de Amor. Te amo!” Ela respondeu: “É isso aí. O governo precisará de atenção nossa. Seja ele 13 ou 45. Atenção idônea! Também.”
Para a outra minha amiga que mora em Natal eu enviei para ela um vídeo que fala da importância de ser feliz. Ela logo que vê liga para mim e eu atendo o telefone. Começa a colocar uma série de argumentos para provar que ela está certa e eu errado. Eu fico incomodado com a situação, pois já estou com minha convicção formada e para não ser deselegante com ela nem injusto comigo, para ficar ouvindo todos aqueles argumentos que já sei todos e que não abalam minha convicção, pedi licença e desliguei, informando antes que coloque o que deseja através de mensagens, pois eu lerei quando tiver oportunidade sem estar preso ao telefone deixando de fazer o que considero mais importante naquele momento. Mando em seguida uma mensagem que acabara de enviar ao meu grupo comunitário de orientação cristã com o seguinte conteúdo: “Viver, meus irmãos, e não ter vergonha de ser feliz. Hoje é um dia em que seremos provados. Por mais que pensemos que estamos corretos com relação a um candidato, o irmão que pensa o contrário pode estar mais perto da verdade. Vamos deixar que cada um exprima com liberdade e respeito a sua consciência nas urnas, pois é na consciência que está escrita a lei de Deus. Bom domingo para todos, irmãos... Que Deus esteja sempre conosco”! Em seguida fiz a mensagem a seguir dirigida mesmo para ela: “Mandei essa mensagem para meus grupos. Acima dos interesses mundanos está o interesse de Deus em nos querer como irmãos e que sigamos nossa consciência. Paz e bem!” Ela responde com a mensagem: “É... Mas seu tom grosseiro ao telefone é uma exclusividade que deve ser dirigida só para mim, não é?! Responda-me apenas uma coisa... A que se deve tanta grosseria? Grosseria gratuita?” Colocou em seguida um áudio defendendo seu candidato. Eu respondi da seguinte forma: “Desculpe se pareceu grosseria. É que eu me senti angustiado por me sentir forçado a ir contra minha consciência. Quero que você faça justamente isso, seguir sua consciência. Jamais deixarei de lhe amar por causa disso. Vou mandar as mensagens que troquei com uma amiga de Brasília que vota em sua candidata.” E mandei para ela todas as mensagens acima que troquei com minha amiga de Brasília para mostrar a ela que podíamos ser amigos sem querer nenhum de nós forçar a consciência do outro. Em seguida expliquei com a seguinte mensagem: “Veja só. Somos pessoas que nos amamos e uma opinião diferente não é motivo para nos afastarmos ou obrigar ao outro ter uma opinião semelhante. O que Deus quer de nós é que respeitemos nossas consciências e que continuemos a nos amar como irmãos.” E conclui enviando três beijinhos com bonequinhos. Ela respondeu: “Grosseria não remete a respeito...” Eu repliquei: “Voce queria me forçar a ouvir o que acho errado? Pedi licença e desliguei. Eu tentei fazer isso alguma vez com você? Fazei ao próximo o que queira que o próximo faça a ti.” Ela respondeu: “Estou na fila par votar consciente... na minha candidata.” E voltou a colocar o mesmo áudio que ataca o meu candidato. Eu respondo: “Ok. Respeito a sua consciência de votar no 13 como voce deve respeitar a minha de votar no 45. É o que manda as lições do Mestre Jesus.” E encaminho uma imagem com as mãos formando um coração e no centro a frase: “A eleição passa, os amigos ficam.” Ela responde da seguinte forma: “Amigos não existem. Isso é coisa de um passado muuuuito remoto... O que existem são conveniências. Eu pelo menos só tenho um amigo: DEUS.”
Acima de tudo que esta eleição me ensinou, estes dois casos com minhas amigas me trouxe grande ensinamento. De que são feitas as amizades? Tem como base o Amor ou algum tipo de conveniência? Sei que o meu básico é amar ao próximo como a mim mesmo, sigo as lições de Jesus. Sei que continuarei a amar minhas duas amigas, mas esse termo “amigo” pode ser aplicado às duas? A de Natal parece que explicitamente desistiu da amizade comigo... Tenho culpa? Minha consciência não acusa. Parece que uma lição está entrando forçada em minha consciência: eu posso amar, mas sem ser amigo, porque o outro não quer. Porque o outro só me tolera se eu pensar e agir como ele. A amizade depende da reciprocidade, já o Amor não. O meu Amor sendo incondicional eu continuo a Amar, quer a pessoa pense ou não como eu, que seja ou não minha amiga. Aprendi que o Amor é realmente forte, é capaz de resistir a qualquer tipo de intempérie causada por nossas imperfeições e que depende apenas de um coração disposto a Amar; já a amizade é uma situação mais frágil e que depende da correspondência dos dois entes que se relacionam. Sei que continuo a amar minha amiga de Brasília e permanecemos com a amizade recíproca; sei que continuo a amar minha amiga de Natal, mas não temos mais a amizade, pois ela depende da reciprocidade. Agora, outra questão se impõe: eu sei que a minha amiga de Brasília tem amor por mim, mas a minha amiga de Natal também tem? Ela pode ter amor por mim sem querer a minha amizade, é justo. Posso ser má influência para ela de alguma forma. Mas acredito que ela continue a me amar, pois se deixar de amar é porque o amor nunca existiu, pois o Amor é forte, indestrutível, eterno!
Estas foram as lições doce e amarga, respectivamente, que tirei desta campanha eleitoral: a confirmação de uma amizade que tem como base o Amor Incondicional e a destruição de uma amizade que se apoiava no amor condicional.