Hoje, sexta-feira da paixão, lembramos o esforço de Jesus Cristo para ensinar sobre o amor e nos preparar para confrontarmos o mal que tem origem dentro dos nossos corações e se espalha pela sociedade. Hoje, não resta dúvida que estamos em guerra franca do mal contra o bem. Nosso país e principalmente a minha cidade, antes tão pacata, agora se tornou uma campeã da violência. Logo nós brasileiros, que fomos indicados pelos mentores espirituais para ser o coração do mundo e pátria do Evangelho, vivemos situação tão dramática, consumidos pela corrupção, pela violência e o medo generalizado.
O apóstolo São Paulo já havia advertido nos seus escritos que compõem a Bíblia, nosso principal livro espiritual, sobre a natureza dos nossos adversários: “Pois não temos de lutar contra a carne e o sangue, e sim, contra os principados, as potestades, contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes.” (Efésios, 6:12).
O espírito Ângelo Inácio também fala sobre o mal e diz que muitas vezes ele se mostra abertamente, conforme acreditado pela multidão, sem disfarces, sem procurar mistificar sua presença com aparências de santidade. Sua fealdade mostra-se em toda sua grandeza. Foi o que vimos nas recentes rebeliões em presídios, na guerra entre facções, inclusive aqui em Natal, onde corpos eram trucidados, decapitados e até órgãos retirados do corpo, sangrando... Essas pessoas dominadas pelo mal, agem sem nenhum escrúpulo, sem medo e sem piedade, numa guerra declarada aos demais irmãos, quer sejam colegas no crime ou simples cidadãos dentro de ônibus coletivos, nas ruas ou em qualquer lugar, até mesmo dentro dos carros ou nas próprias casas.
Em outras ocasiões o mal se disfarça sob a máscara da mentira, pois precisa imiscuir-se em redutos contrários à seus propósitos. O mal se mascara ardilosamente e pouco a pouco penetra na mente, nos pensamentos e nas emoções dos representantes do progresso, da justiça e das instituições que patrocinam a evolução do pensamento humano. Silenciosamente faz a sua obra, como se fora um inseto imperceptível que vai corroendo certas ideias, basilares à política que lhe é oposta. Escondido sob um manto de aparente humildade, de honestidade e de preocupação com os menos favorecidos, o mal vai se alastrando tendo como armas as palavras falaciosas, os pensamentos dissimulados com o verniz da educação sindicalista ou universitária que manobra os conceitos distorcidos da verdade, da ética e da moral.
Alguns se encantam com tal artimanha, naturalmente encoberta a fim de produzir uma hipnose momentânea; outros se deixam contaminar pelos benefícios antiéticos e criminosos, passam a ser cumplices conscientes ou inconscientes... e não precisa ser ignorante para ver isso acontecer, dentro dos campus universitários, nos templos religiosos e até nos tribunais de justiça, temos exemplos.
A lição de amor que o Mestre Jesus nos legou está associado fortemente à verdade. Quando alguém usa da mentira para prejudicar o próximo, mesmo com ações aparentemente positivas, essa pessoa está associada ao mal, por mais dissimulada que ela seja.
Precisamos reverenciar ao Cristo que nos deixou tão importantes lições sobre o amor, e procurar aplica-las no nosso cotidiano, ser firmes contra os mercenários do mal e tolerante e compreensivo com os ignorantes ou hipnotizados pelas ações maléficas, certos de que seremos também perseguidos e constrangidos por esse posicionamento, mas com a certeza que nosso comandante, Jesus, está muito mais vivo do que há dois mil anos e com certeza estará no meio de nós em qualquer enfrentamento do bem contra o mal.
Irei dar continuidade ao estudo da gênese espiritual, focalizando aqui como acontece a união do princípio espiritual à matéria:
Tendo a matéria que ser objeto do trabalho do Espírito para desenvolvimento de suas faculdades, era necessário que ele pudesse atuar sobre ela, pelo que veio habitá-la, como o lenhador habita a floresta. Tendo a matéria que ser, no mesmo tempo, objeto e instrumento do trabalho, Deus, em vez de unir o Espírito à pedra rígida, criou, para seu uso, corpos organizados, flexíveis, capazes de receber todas as impulsões da sua vontade e de se prestarem a todos os seus movimentos.
O corpo é, pois, simultaneamente, o envoltório e o instrumento do Espírito e, à medida que este adquire novas aptidões, reveste outro invólucro apropriado ao novo gênero de trabalho que lhe compete executar, tal qual se faz com o operário, a quem é dado instrumento menos grosseiro, à proporção que ele vai se mostrando apto a executar obra mais bem cuidada.
Para ser mais exato, é preciso dizer que é o próprio Espírito que modela o seu envoltório e o apropria às suas novas necessidades; aperfeiçoa-o e lhe desenvolve e completa o organismo, à medida que experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, talha-o de acordo com a sua inteligência. Deus lhe fornece os materiais; cabe-lhe a ele emprega-los. É assim que as raças adiantadas têm um organismo ou, se quiserem, um aparelhamento cerebral mais aperfeiçoado do que as raças primitivas. Desse modo igualmente se explica o cunho especial que o caráter do Espírito imprime aos traços da fisionomia e às linhas do corpo.
Desde que um Espírito nasce para a vida espiritual, tem, por adiantar-se, que fazer uso de suas faculdades, rudimentares a princípio. Por isso é que reveste um envoltório adequado ao seu estado de infância intelectual, envoltório adequado ao seu estado de infância intelectual, envoltório que ele abandona para tomar outro, à proporção que se lhe aumentam as forças. Ora, como em todos os tempos houve mundos e esses mundos deram nascimento a corpos organizados próprios a receber Espíritos, em todos os tempos os Espíritos, qualquer que fosse o grau de adiantamento que houvessem alcançado, encontraram os elementos necessários à sua vida carnal.
Por ser exclusivamente material, o corpo sofre as vicissitudes de matéria. Depois de funcionar por algum tempo, ele se desorganiza e decompõe. O princípio vital, não mais encontrando elemento para sua atividade, se extingue e o corpo morre. O Espírito, para quem, este, carente de vida, se torna inútil, deixa-o, como se deixa uma casa em ruínas, ou em uma roupa imprestável.
O corpo, conseguintemente, não passa de um envoltório destinado a receber o Espírito. Desde então, pouco importam a sua origem e os materiais que entraram na sua construção. Seja ou não o corpo do homem uma criação especial, o que não padece dúvida é que tem a formá-lo os mesmos elementos que o dos animais, a animá-lo o mesmo princípio vital ou, por outra, a aquecê-lo o mesmo fogo, como tem a iluminá-lo a mesma luz e se acha sujeito às mesmas vicissitudes e às mesmas necessidades. É um ponto este que não sofre contestações.
A não se considerar, pois, senão a matéria, abstraindo do Espírito, o homem nada tem que o distinga do animal. Tudo, porém, muda de aspecto, logo que se estabelece distinção entre a habitação e o habitante.
Ou numa choupana, ou envergando as vestes de um campônio, um nobre senhor não deixa de o ser. O mesmo se dá com o homem: não é a sua vestidura de carne que o coloca acima do bruto e faz dele um ser à parte; é o seu ser espiritual, seu Espírito.
Assim termina os principais textos que falam da origem do Espírito e da matéria. Fiquei com uma dúvida sobre uma lacuna que percebi no primeiro parágrafo desse relato de Alan Kardec. Ele diz que a matéria tinha que ser objeto do trabalho do Espírito, e que ele teria que atuar sobre ela como um habitante dentro da sua casa. A matéria seria ao mesmo tempo moradia e instrumento de trabalho do Espírito. Entendi que seria assim desde a formação do átomo, nas energias que mantém as estruturas subatômicas estaria a centelha divina, o princípio espiritual. À medida que essa centelha divina/princípio espiritual adquiria domínio do ambiente à sua volta, elaboraria estruturas mais sofisticadas, como moléculas e os diversos tipos de substâncias químicas. Assim se desenvolveria, sob o comando do princípio espiritual, até a formação de corpos capazes de absorver o princípio vital e constituir os seres vivos. A epopeia do Espírito continuaria pelos diversos reinos da Natureza, pelas diversas espécies dos seres vivos, até que uma dessas estratégias evolutivas desenvolveria um corpo capaz de processar de forma sofisticada impulsos neuronais capazes de compreender os princípios morais das leis de Deus. Estaria formada a espécie humana.
Essa forma de entendimento da mecânica evolutiva do Espírito e da matéria, implica na viagem do princípio espiritual desde o átomo até atingir a condição de Espírito na administração do corpo humano. No entanto, Allan Kardec diz que “Deus, em vez de unir o Espírito à pedra rígida, criou, para seu uso, corpos organizados, flexíveis, capazes de receber todas as impulsões da sua vontade e de se prestarem a todos os seus movimentos.”
Talvez ele não esteja considerando a viagem do princípio espiritual por todos os passos evolutivos e considere o passo final de alcançar a humanidade.
Mas, como o próprio codificador advertiu no início de sua obra, são esses assuntos impossíveis de termos dados que nos aproxime com mais segurança da verdade. O que podemos fazer é lançar hipóteses, ensaios, sobre o que tenha acontecido com base no raciocínio lógico das informações que já possuímos. Isso não quer dizer que estejamos certos, tanto na forma quanto no conteúdo. É mais provável que nossos atuais raciocínios estejam cheios de erros e que possamos com humildade e muito estudo ir retirando aquilo que se torne em algum momento incoerente.
Irei fazer uma reprodução com o mínimo de adaptação, sobre a Gênese Espiritual, do capítulo do livro de Allan Kardec, “A Gênese”. Servirá para embasar palestra a ser realizada nos ambientes da Doutrina Espírita.
Todo efeito tem uma causa, e todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente. Por exemplo, o sino pode tocar pela ação do vento ou pelo toque de alguma pessoa com alguma mensagem que obedece a um pensamento, a uma intenção. Não se tem a ideia de dar pensamento a matéria do sino, e sim de uma inteligência à qual ele serve de instrumento para que ele se manifeste.
Pela mesma razão, ninguém terá a ideia de atribuir pensamento ao corpo de um homem morto. Mas quando ele está vivo, sabemos que tem pensamentos que o move. Sabemos que a energia que faz tocar o sino vem de fora, mas essa energia que faz o corpo humano funcionar, vem de dentro.
O princípio espiritual é corolário da existência de Deus, sem esse princípio, Deus não teria razão de ser, visto que n´~ao se poderia conceber a soberana inteligência a reinar, pela eternidade a fora, unicamente sobre a materna bruta, como não se poderia conceber que um monarca terreno, durante toda a sua vida, reinasse exclusivamente sobre pedras. Não se podendo admitir Deus sem os atributos essenciais da Divindade: a justiça e a bondade, inúteis seriam essas qualidades, se ele se houvesse de exercitar somente sobre a matéria.
Por outro lado, não se poderia conceber um Deus soberanamente justo e bom, a criar seres inteligentes e sensíveis, para lança-los ao nada, após alguns dias de sofrimento sem compensações, a recrear-se na contemplação dessa sucessão indefinida de seres que nascem, sem que o hajam pedido, pensam por um instante, apenas para conhecerem a dor, e se extinguem para sempre, ao cabo de efêmera existência.
Sem a sobrevivência do ser pensante, os sofrimentos da vida seriam, da parte de Deus, uma crueldade sem objetivo.
Eis por que o materialismo e o ateísmo são corolários um do outro; negando o efeito, não podem eles admitir a causa. O materialismo é, pois, consequente consigo mesmo , embora não o seja com a razão.
É inata no homem a ideia da perpetuidade do ser espiritual. Essa ideia se acha nele em estado de intuição e de aspiração. O homem compreende que somente aí está a compensação às misérias da vida. Essa a razão por que sempre houve e haverá cada vez mais espiritualistas do que materialistas e mais devotos do que ateus.
À ideia intuitiva e à força do raciocínio o Espiritismo junta a sanção dos fatos, a prova material da existência do ser espiritual, da sua sobrevivência, da sua imortalidade e da sua individualidade. Torna precisa e define o que aquela ideia tinha de vago e abstrato. Mostra o ser inteligente a atuar fora da matéria, quer depois, quer durante a vida do corpo.
São a mesma coisa o princípio espiritual e o princípio vital?
Partindo, como sempre, da observação dos fatos, diremos que, se o princípio vital fosse inseparável do princípio inteligente, haveria certa razão para que os confundíssemos. Mas, havendo, como há, seres que vivem e não pensam, quais as plantas, corpos humanos que ainda se revelam animados de vida orgânica quando já não há qualquer manifestação de pensamento, uma vez que no ser vivo se produzem movimentos vitais independentes de qualquer intervenção da vontade; que durante o sono a vida orgânica se conserva em plena atividade, enquanto que a vida intelectual por nenhum sinal se manifesta, é cabível se admita que a vida orgânica reside num princípio inerente à matéria, independente da vida material que é inerente ao Espírito. Ora, desde que a matéria tem uma vitalidade independente do Espírito e que o Espírito tem uma vitalidade independente da matéria, evidente se torna que essa dupla vitalidade repousa em dois princípios diferentes.
Terá o princípio espiritual sua fonte de origem no elemento cósmico universal? Será ele apenas uma transformação, um modo de existência desse elemento, como a luz, a eletricidade, o calor, etc.?
Se assim fosse, o princípio espiritual sofreria as vicissitudes da matéria; extinguir-se-ia pela desagregação, como o princípio vital; momentânea seria, como a do corpo, a existência do ser inteligente que, então, ao morrer, volveria ao nada, ou, o que daria na mesma, ao todo universal. Seria, numa palavra, a sanção das doutrinas materialistas.
As propriedades sui generis que se reconhecem ao princípio espiritual provam que ele tem existência própria, pois que, se sua origem estivesse na matéria, aquelas propriedades lhe faltariam. Desde que a inteligência e o pensamento não podem ser atributos da matéria, chega-se, remontando dos efeitos à causa, à conclusão de que o elemento material e o elemento espiritual são os dois princípios constitutivos do Universo. Individualizado, o elemento espiritual constitui os seres chamados Espíritos, como, individualizado, o elemento material constitui os diferentes corpos da Natureza, orgânicos e inorgânicos.
Admitido o ser espiritual e não podendo ele proceder da matéria, qual a sua origem, seu ponto de partida?
Aqui, falecem absolutamente os meios de investigação, como para tudo que diz respeito à origem das coisas. O homem apenas pode comprovar o que existe; acerca de tudo o mais, apenas lhe é dado formular hipóteses e, quer porque esse conhecimento esteja fora do alcance da sua inteligência atual, quer porque lhe seja inútil ou prejudicial presentemente, Deus não lho outorga, nem mesmo pela revelação.
O que Deus permite que seus mensageiros lhe digam e o que, aliás, o próprio homem pode deduzir do princípio da soberana justiça, atributo essencial da Divindade, é que todos procedem do mesmo ponto de partida; que todos são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir pelas suas atividades individuais; que todos atingirão o grau máximo da perfeição com seus esforços pessoais; que todos, sendo filhos do mesmo Pai, são objeto de igual solicitude; que nenhum há mais favorecido ou melhor dotado do que os outros, nem dispensado do trabalho imposto aos demais para atingirem a meta.
Ao mesmo tempo que criou, desde toda a eternidade, mundos materiais, Deus há criado, desde toda a eternidade, seres espirituais. Se assim não fora, os mundos materiais careceriam de finalidade. Mais fácil seria conceberem-se os seres espirituais sem os mundos materiais, do que estes últimos sem aqueles. Os mundos materiais é que teriam de fornecer aos seres espirituais elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências.
Progredir é condição normal dos seres espirituais e a perfeição relativa o fim que lhes cumpre alcançar. Ora, havendo Deus criado desde toda a eternidade, e criando incessantemente, também desde toda a eternidade tem havido seres que atingiram o ponto culminante da escala.
Antes que existisse a Terra, mundos sem conta haviam sucedido a mundos e, quando a Terra saiu do caos dos elementos, o espaço estava povoado de seres espirituais em todos os graus de adiantamento, desde os que surgiam para a vida até os que, desde toda a eternidade, haviam tomado lugar entre os puros Espíritos, vulgarmente chamados anjos.
Percebemos que este texto mostra um grande esforço cognitivo para colocar de forma lógica a gênese espiritual e material, sendo o primeiro hierarquicamente superior e necessita do segundo para evoluir nos aspectos morais e angelicais.
Necessito colocar no próximo texto o capítulo seguinte que irá tratar da união do princípio espiritual à matéria.
Mais uma vez me deparo com um caso no consultório que evoca toda a minha jornada com relação às mulheres, o antiquíssimo caso homem-mulher, o duelo de gêneros que se desenvolve desde o tempo das cavernas e que a Bíblia, entre outros códigos de conduta, tentaram disciplinar para evitar tantos disparates no prejuízo do mais fraco na relação, que sempre é a mulher e os filhos, desde a caricatural conquista da mulher das cavernas através de um tacape e o arrastar pelos cabelos.
Irei resgatar uma passagem bíblica (Ef 5: 22-24) para refletir sobre os conflitos que sempre chegam no consultório e sofro deles na pele:
“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos”.
Parece uma determinação muito forte contra as mulheres. Principalmente quando diz que “as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos”. Mas, vamos imaginar que no tempo que essa regra foi escrita os princípios civilizatórios ainda estavam muito atrasados nos aspectos éticos. Como não havia nenhuma disciplina para regular a relação homem-mulher, essa poderia ser útil, se aplicada com honestidade. Essa honestidade implica no uso da verdade em qualquer circunstância.
Vamos imaginar que essa foi a única regra escrita para disciplinar a relação conjugal entre homem e mulher. Para que a verdade fosse aplicada, todas as intenções e motivações do homem deveria ser bem explicado para a mulher, para que ela pudesse decidir se queria ou podia ser sujeita a tudo que este seu homem determinasse. Se tudo ocorresse da forma que foi explicado, então a mulher que decidira suportar tudo isso que foi dito, não teria motivos para reclamações. Caso esse homem fizesse alguma coisa que ferisse emocionalmente a sua companheira, e que não explicitado que isso poderia acontecer, então ela teria o direito de reclamar e de não se sujeitar aquilo que não estava em seu “contrato de convivência”.
Esta é a reclamação mais frequente que encontro no consultório. O homem tem um comportamento que não era o esperado, a mulher se ressente emocionalmente e não quer se sujeitar a isso. Tem razão!
Mesmo estando fortemente ligada emocionalmente ao seu companheiro, ela pensa em romper a relação. O homem se ressente dessa resposta emocional da companheira, não era isso que ele esperava dela. Esperava que ela fosse compreensiva, que aceitasse o comportamento inadequado para ela, contanto que ele considere adequado.
Portanto, caso a verdade fosse aplicada a cada momento, essa lei poderia ainda ser útil dentro da relação. Mesmo quando o homem percebesse que estava desenvolvendo um sentimento ou motivação que ele não deixou transparente e que é tão forte que pode prejudicar a sua qualidade de vida se não fosse praticada. Então, seria necessário chamar a esposa e deixa-la ciente dessa possibilidade. O homem evita colocar a verdade e praticar escondido que sente desejos, até o ponto máximo de desenvolver uma paixão por outra pessoa, alterando drasticamente o seu comportamento. Quando a mulher descobre essa nova relação em detrimento dos seus interesses e que fora enganada, pois isso não estava no contrato conjugal, então a separação dos dois por iniciativa da mulher torna-se uma realidade.
Sim, orientei a mulher, minha paciente, que não tomasse a decisão definitiva da separação tendo como base a situação de febre emocional na qual se debate o seu esposo e que tanto sofrimento leva à ela. Percebi que o sofrimento tem o sentimento de amor e companheirismo que ela nutre por ele, dei um pouco da minha história pessoal como aval de um comportamento que eu já vivenciei, e que o seu marido está passando por uma fase emocional muito parecida.
Prescrevi medicamentos para atenuar a ansiedade e depressão associadas aos sentimentos reativos e encaminhei também para a psicoterapia, com esperança que uma visão feminina do caso possa lhe trazer mais ajuda da que consegui dar.
Espero vê-la dentro de 30 dias com o emocional mais fortalecido e com mais clareza de decisão, se vai ou não se separar definitivamente, se vai assumir a tolerância de um comportamento que não fora explicado para ela da sua existência.
No “O Livro de Urântia” tem um parágrafo que diz o seguinte:
“Pelo fato de a Terceira Pessoa (Espírito Santo) ser a fonte da mente, não presumais considerar que todos os fenômenos da mente sejam divinos. O intelecto humano tem a sua raiz na origem material das raças animais. A inteligência do Universo não é uma verdadeira revelação de Deus, que é mente; não mais do que a natureza física é uma verdadeira da beleza e harmonia do paraíso. A percepção está na Natureza, mas a Natureza não é perfeita. O Criador Conjunto é a fonte da mente, mas a mente não é o Criador Conjunto.”
Fica difícil adaptar essa informação ao conhecimento que eu possuo. Entendo que a inteligência é um atributo da matéria organizada em forma de vida, mas desde que possua o princípio espiritual, pois ele está presente desde a formação da matéria, no simples átomo.
Como é dito que a fonte da mente (a fonte do Espírito) é o Espírito Santo, entendo que seja apenas um detalhamento, pois termina sendo como eu penso, “Deus cria os espíritos simples e ignorantes, a partir da centelha divina colocada em cada átomo material que se forma. Dessa maneira, o conjunto das centelhas divinas que forma o individualismo do Espírito, que ainda dorme na matéria, certamente irá promover muitos erros em suas ações, por causa da sua ignorância inicial. Não pode produzir todos os fenômenos divinos.
Entendendo que a reunião das diversas centelhas divinas irá formar o princípio Espiritual capaz de desenvolver a maquete do intelecto, e como está instalado no seio da matéria, se torna pertinente a informação de que “o intelecto humano tem a sua raiz na origem material das raças animais.”
A recente descoberta da mecânica quântica, mostrando que a nível atômico a realidade se mostra muito diferente do que preconizava Isaac Newton, abre espaço para a melhor compreensão dessa centelha divina dentro da estrutura atômica, que mostra o princípio da incerteza e da simultaneidade.
Esta centelha divina cabe muito bem na dimensão atômica, o espaço aparentemente vazio e enorme, da distância dos elétrons para o núcleo. Poderia esta centelha divina está preenchendo justamente esse espaço vazio e portanto ter o comando da maior parte do átomo. Os movimentos das demais partículas e suas relações energéticas poderia ter o direcionamento dessa centelha divina, que para o átomo seria o espaço energético onde se move as partículas para formar a matéria.
Portanto, a inteligência do Universo teria sua origem a partir da energia divina que formataria os primeiros átomos, e a cada interação mais complexas dos átomos entre si formando as moléculas, e os corpos animados e inanimados, teríamos também uma maior complexidade da inteligência até chegar a alcançar os valores morais proporcionados pela maior organização das redes neurais dos seres humanos.