Senhor, mais uma vez venho até vós prestar contas de minhas ações durante o mês que passou. Sei que devo fazer isso diariamente, avaliar o certo e errado que fiz cada vez que for para o leito, até como parte da minha conversa Contigo. Mas isso não consigo ainda ter disciplina para fazer. Resta este momento a cada mês, que procuro fazer de forma disciplinada, mesmo que não caia no mesmo dia. Seria interessante que fosse feita no primeiro dia de cada mês. Até que eu procuro fazer assim, mas quando vou me lembrar como agora, já tem passado uma semana.
Essa é apenas uma das minhas inúmeras falhas de comportamento, de cumprir uma determinação das que acredito ser a mais importante, que é fazer a Tua vontade. Sei que é Tua vontade que eu tenha disciplina, que me relacione contigo de forma mais frequente, já que estás sempre à minha disposição.
Como pode um filho tão carente e necessitado não procurar um Pai tão bondoso e compassivo, disposto a atender em todas as carências? Será porque não o vejo com os olhos físicos e ainda não aprendi a vê-lo suficientemente com os olhos do coração? Será que ainda resta dúvida na minha mente sobre a existência desse Pai tão magnânimo, que preenche as lacunas de minha ignorância, que aponta os caminhos que eu devo seguir e até mostra os livros que eu deva ler para melhor me instruir? ...
Fico confuso algumas vezes... Pai... até mesmo em lhe chamar de Pai. Praticamente não tive um pai biológico para o qual eu me acostumasse de chamar de pai. Ele faleceu precocemente, longe de mim e nem ao menos seu rosto no caixão eu pude perceber. Ficou apenas a lembrança dos retratos, mas a Ti, meu Pai espiritual, nem com retratos eu posso Te contemplar...
Aprendi que posso Te contemplar na Natureza, nos bosques, no nascer e pôr do sol, nas telas do infinito formado por nuvens e jogos de luzes, e, principalmente, com o meu próximo. Às vezes eu tento fazer isso, observo na profundidade daquele que se comunica comigo, procurando no fundo da janela dos olhos dele a Tua luz, brilhando lá dentro... não sei... será que está lá e eu não vejo?
Enfim, Pai, posso ter uma boa visão aqui no mundo material, mas sou cego no mundo astral, na dimensão espiritual e principalmente na Tua visão... quero Te ver nas árvores, nos rios, nas montanhas... mas só vejo árvores, rios e montanhas...
Sou cego Pai... faz um milagre em mim... dá-me a visão que me falta para que eu possa Te contemplar em todo o Teu esplendor!
Assisti um vídeo no whatsapp onde um rapaz empolgado por estar participando de um seminário de auto motivação, socializa informações que ele acredita muito importante para o crescimento pessoal.
Creditei essa oportunidade de ter essa informação, como mais uma ação do Pai no sentido de me instruir naquelas ações que coloco minhas intenções, mas que termino por falhar em implementá-las por diversos motivos.
Anotei os principais pontos que o rapaz citou e vou coloca-los neste texto com as devidas considerações:
Foram esses os pontos colocados. Sei que não existe nada de excepcional, tudo é muito simples, mas se colocados em prática da forma que é proposta, com certeza teremos alcançado bons resultados.
Segundo Charles Darwin (1809-1882), naturalista britânico, autor de “Sobre a origem das espécies por meio da Seleção Natural” (1859), as espécies teriam evoluído pelo processo de Seleção Natural, ou seja, os indivíduos mais aptos a sobreviver em um determinado ambiente, apresentam mais probabilidade de gerar uma prole que herde suas características genéticas, que por sua vez sofrem imperceptíveis mutações genéticas de geração em geração. Ao longo de séculos, o acúmulo de pequenas mutações genéticas acaba resultando em grandes modificações e aperfeiçoamentos se compararmos com a primeira geração daquela espécie, podendo até surgir novas espécies, bem diversas da primeira. A teoria mais aceita atualmente é, então, a de que todas as espécies do planeta estão de alguma forma interligadas, das mais simples às mais complexas.
Podemos a partir dessa proposta de evolução biológica, material, fazer uma aproximação com a evolução consciencial, espiritual. O mecanismo da evolução biológica seria através de pequenas mutação que melhor adaptaria o organismo ao ambiente, que sofreria um acúmulo ao longo das diversas gerações criando inclusive novas espécies.
Na evolução espiritual também estaríamos observando pequenas conquistas morais que se acumulam a cada reencarnação até atingirmos um novo patamar, uma nova estruturação espiritual, uma maior sutileza do nosso padrão vibracional, uma transformação do homem em anjo.
O tempo necessário para essa evolução ocorrer simultaneamente nas duas dimensões da vida seria da ordem de milênios. Os estudos acadêmicos mostram que para atingirmos o estágio biológico onde nos encontramos foi necessários milhões de anos.
Pode ser difícil a aceitação desses dados originados da consciência obedecendo a lógica e a coerência alicerçadas nos fatos trazidos pela arqueologia e antropologia. Isso favorece a tomada de decisão de fazermos esforço para a reforma íntima, corrigindo os erros cometidos pela ignorância das leis de Deus e a cada esforço bem sucedido estaremos juntando os elementos para a construção de um novo ser espiritual. Da mesma forma, a cada momento o meu corpo está aproveitando pequenas mutações para continuar o aperfeiçoamento biológico que ainda não chegou ao seu término.
É pena que nesse plano material eu não tenha acesso a esse histórico de minhas conquistas e tenha que esperar até chegar no plano astral para verificar o quanto ainda falta para dar esse salto de qualidade na minha evolução espiritual.
Avaliei no último diário o assédio sexual e moral a partir de pessoas com projeção social bem marcante. Avaliarei agora o comportamento de dirigentes das nações para ver se o conceito de assédio pode ser aplicado nas suas relações.
Colocarei o discurso do presidente norte-americano Donald Trump em pauta:
Na terça-feira, o presidente da Síria, Bashar Al-Assad, conduziu um ataque químico horrível usando um agente nervoso mortal. Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos. Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria sofrer horror tão terrível.
Nesta noite, eu ordenei um ataque militar direcionado a alvos da força aérea da Síria de onde os agentes químicos foram disparados. É vital para a segurança nacional norte-americana prevenir e deter a proliferação e o uso de armamentos químicos fatais.
Não pode haver dúvidas sobre se a Síria usou ou não armas químicas proibidas, se violou suas obrigações sob a Convenção de Armas Químicas e se ignorou os apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Inúmeras tentativas foram feitas para mudar o comportamento de Assad, e todas falharam. Como resultado, a crise dos refugiados continua a se agravar e a região continua a se desestabilizar, ameaçando os Estados Unidos e seus aliados.
Nesta noite, eu convoco todas as nações civilizadas a se juntarem a nós e perseguirem o fim da matança e do derramamento de sangue na Síria, e também a acabar com todas as formas de terrorismo.
Pedimos sabedoria a Deus para encarar o desafio de nosso próprio mundo problemático. Rezamos por todas as vidas dos feridos e daqueles que morreram. E esperamos que, enquanto a América defender a justiça, a paz e a harmonia, elas vão prevalecer no fim.
Boa noite e Deus abençoe a América e o mundo inteiro.
Observamos no texto do dia anterior, o assédio promovido por uma pessoa em situação de empoderamento contra outra que se mostrava com mais fragilidade. Sempre a direção segue esse sentido, do mais forte para o mais fraco.
No caso das duas nações, Síria e Estados Unidos, observamos que existe uma relação de poder de uma para a outra, percebemos que os Estados Unidos tem maior poder que a Síria. É informado que a Síria cometeu uma brutalidade contra seus habitantes usando arma que poderia prejudicar os Estados Unidos. Por esse motivo o presidente americano armou uma ofensiva de ataque à Síria dentro do seu próprio território, atacando os aviões que executaram a execução química do povo.
Numa primeira avaliação podíamos refletir que a Síria tem autonomia de fazer o que achar conveniente com o seu povo, inclusive exterminá-lo, usando a arma que achar mais propícia. Mas, desenvolve armamento que pode ofender a povos distantes, como a nação norte-americana. Neste caso a Síria se prepararia para assediar militarmente uma nação mais poderosa. Estaria na contramão do mecanismo de assédio, do mais forte assediar o mais fraco. Os Estados Unidos na condição de mais forte não permitiria esse assédio e como pudemos observar, logo demonstrou a sua força para evitar a possibilidade de alcançar a condição de assédio pelo país mais fraco.
Numa segunda avaliação é como o país mais forte prevendo ser assediado pelo país mais fraco, toma a iniciativa e ele mesmo provoca o assédio, colocando o pretenso agressor em seu devido lugar. Este assédio do país mais forte sobre o mais fraco, neste caso, tem a justificativa da autodefesa. Se o argumento colocado como justificativa para o ataque é verdadeiro, nenhuma outra nação iria se contrapor, a não ser que tenha os mesmos interesses que estariam motivando a Síria a se preparar para a agressão.
No caso do dia anterior, onde a figurinista, o elo mais fraco, foi assediada pelo ator, o elo mais forte, sem nenhuma justificativa coerente e ética, o elo mais fraco pode simplesmente apelar para a opinião pública, além dos órgãos institucionais que prestam essa defesa para se fortalecer, se colocar de pé de igualdade com o agressor, ou mesmo em posição superior. Era como se a Síria fosse atacada pelo Estados Unidos sem nenhuma justificativa ética. A comunidade internacional de pronto ficaria ao lado da vítima e isso diminuiria o poder dos Estados Unidos.
Dessa forma, a assédio pode acontecer a nível pessoal e a nível coletivo, envolvendo nações. Mas sempre estará obedecendo uma relação de poder que pode ser equilibrado e compensado de forma ética de acordo com os valores e motivações que geraram o ato agressivo.
Nós, humanos, vivemos sobre intensa e constante força instintiva para atingir o prazer corporal, quer seja com químicos, quer seja com ações como alimentação, jogo e sexo. Criamos instâncias éticas para colocar limites que viabilizem a existência de uma sociedade fraterna, justa, igualitária. Mas, qualquer pessoa imbuída de algum grau de poder, sempre tenta violar esses limites em detrimento do mais fraco. Quando existe uma compreensão espiritual mais forte, serve de mais uma barricada importante para frear os impulsos instintivos que levam prejuízo ao próximo.
Aconteceu um caso divulgado nas redes sociais que mostra a dimensão desse problema com pessoas bem conhecidas e até consideradas ídolos para uma parcela da população. Vejamos o relato da vítima que teve que recorrer ao apelo da opinião pública através das redes sociais.
SOBRE O ASSÉDIO PRATICADO POR JM.
POR ST, VIA #AGORAÉQUESÃOELAS
Eu, SMT, fui assediada por JMD. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista.
Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi orimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de JMD comigo começou há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se inicia com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda a sábado, lidar com JM era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.
Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentiremos medo de gritar e parecermos loucas? Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas?
Foram meses envergonhada, sem graça, de, não raros, sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?”
A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de Recursos Humanos ou a ouvidoria pedir respeito?
Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam ser eu, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade.
Mas segui na engrenagem, o mecanismo subserviente.
Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontra-lo. Tentando driblar sua presença pra poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E pra me segurar, eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.
Até que, em um set de filmagem com 30 pessoas, estávamos, entre elas, ele e eu. Ele no centro do set, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. Eu não silenciei.
“VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?
Chega. Acuso o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?
Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas às vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 a tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez?
Tenho de repetir o mantra: a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítima, e me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos mudar a engrenagem.
Não quero mais ser encurralada, não quero mais me sentir inferior, não quero me sentir mais bicho e muito menos uma “VACA”. Não quero ser invisível a menos que eu esteja atendendo aos desejos de um homem.
Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique bem claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que como ele , homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito tempo.
ST é figurinista.
O texto mostra um quadro claro do assédio sexual associado ao moral, quando o agressor não consegue êxito em suas primeiras investidas. Podemos ver que os limites éticos foram ultrapassados, a vítima indefesa não consegue uma solidariedade automática das testemunhas. O aspecto espiritual não está nem ao menos sendo cogitado.
Neste aspecto das relações interpessoais podemos perceber o quanto ainda estamos longe de observar o Reino de Deus ao nosso redor.