A caixa de Pandora foi aberta para mim naquela reunião da última terça-feira, dia 6. Foi colocada a minha mudança de paradigmas e de comportamento, de trocar o amor exclusivo pelo amor inclusivo, como uma maldade, como um ato de sofrimento para uma pessoa dedicada e que nunca esperava que isso fosse acontecer. No entanto, em meu íntimo não identifico nenhuma maldade, pelo contrário, sinto que segui direitinho a lei do amor, as diretrizes da Natureza feita pelo Criador. Será que estou tão enganado assim? Devo colocar todos os meandros do meu pensamento nessa época que me levaram a essa mudança comportamental, para ver se a avaliação dos meus leitores consegue identificar tão enorme erro identificado e sentido por E. Vou procurar fazer isso usando este espaço de reflexão diária em busca desse provável erro que cometi.
Não vou considerar o passado onde tudo corria de acordo com o script social, casei, constitui minha família nuclear, tive filhos, vivia na harmonia do amor, inclusive com os parentes, meus e de minha esposa, aos quais nós ajudávamos financeiramente.
Tudo começou a partir do desejo sexual que surgiu entre eu e uma técnica de enfermagem de nome G. que trabalhava comigo nos plantões do hospital. Ela era muito sensual, de belos seios e corpo bem torneado e desenvolveu um interesse muito grande por mim. Claro que eu também tinha interesse nela, meus desejos de homem em direção a uma mulher atraente não podiam ser anulados por um contrato de casamento. Porem eu tinha o controle sobre eles, nem ao menos eu denunciava esse desejo com gestos, palavras ou mesmo olhar. Era o certinho, um rapaz casado que não importunava nenhuma mulher, casada ou solteira. Vivia com harmonia o meu casamento, a minha família nuclear.
Acontece que G. parece que ficou mais interessada em mim ao ver que recebia “cantada” de todos os homens ao seu redor, menos de mim. Procurava ficar sozinha comigo e expor os seus dotes femininos associado a um comportamento sedutor, com palavras doces e elogios. Mesmo assim, isso não tendo efeito sobre meu comportamento, ela passo a ser mais direta. Começou a indagar sobre a minha vida e não fiz questão de dizer que era casado, que tinha filhos, que amava minha esposa. Isso não fez ela desistir de mim. Disse que gostava do jeito que eu era, não tirava cabimento nem com ela nem com ninguém. Falou também da sua vida, que morava com a mãe, que tinha alguns namorados, um deles mais frequente, mas nada de sério com ninguém. Disse que gostaria de ter alguém assim como eu. Insinuou que podíamos nos encontrar para conversar e nos conhecer melhor, que gostava muito de conversar comigo, mas o tempo era pouco e as pessoas que viam tinham outra interpretação do que conversávamos. Como eu também tinha o desejo que ela demonstrava ter por mim, sabia que esse encontro não ficaria somente na conversa, que poderia ter um desdobramento que eu não queria que tivesse, apesar de desejar. Evitava o seu convite dizendo que não era certo, que eu tinha compromisso, era casado, tinha filhos e não queria trair a minha esposa. Ela, muitas vezes debruçada na minha mesa de trabalho, com os seus seios bem na frente dos meus olhos, dizia que não havia problema nenhum, que ela sabia de tudo isso e que não queria atrapalhar ou acabar com o meu casamento. Era um encontro de duas pessoas amigas, sem qualquer outro desdobramento ou compromisso. Eu resistia ao convite, mas ao chegar em casa eu ficava alimentando na imaginação como seria esse encontro e terminava num quarto de motel, na imaginação, e na realidade com a minha masturbação. Entendia que fazendo sexo dessa forma eu não estaria traindo ninguém, era uma ação da qual só eu tinha conhecimento.
Ainda em decorrência da reunião de estudos do dia 06-05-14, comentado ontem, ficou forte na minha mente a acusação de E., minha primeira ex-esposa. Ela colocou com veemência as suas memórias e senti no meu coração ainda toda a dor do seu sofrimento ocorrido pela primeira vez há tantos anos. Mesmo ela dizendo que eu era uma pessoa boa, que quer sempre o meu bem, e que me ama como amigo, deixa transparecer na sua fala uma maldade existente em mim e que jaz mergulhada na minha aparência de anjo. Será que isso é verdade? Será que na aparência do bem que eu demonstro, termino por levar o mal a quem se envolve comigo? Será que no prazer que eu proporciono vem a reboque muito mais mal do que a pessoa pode suportar? Será que sou um anjo ou sou um demônio?
Foi com essas reflexões que minha mente passou longo tempo a meditar. Sei que não quero ser um demônio, que me esforço para melhorar meu comportamento a cada dia, me aproximar do anjo e me afastar do demônio. Mas será que o demônio prevalece em minhas ações?
Tudo bem, ela pode até sentir e falar assim, afinal nós nos conhecemos, nos apaixonamos e desenvolvemos um amor que deveria ser eterno e exclusivo. De repente eu me transformo e digo que o meu amor continua sendo eterno, que ele nunca irá morrer, mas não pode mais ser exclusivo. Foi uma decisão unilateral, bem sei, eu amadureci essa nova forma de pensar de maneira solitária, não dividi com ela minhas preocupações e interpretações filosóficas que me levaram a mudar a rota da minha vida. Talvez se tivesse feito isso, se tivesse conversado com ela desde o início, ela me acompanharia com mais solidariedade nessa transformação tão radical. Por isso eu peço perdão a ela, por não ter tido essa iniciativa desde o início. Mas eu ainda era tão imaturo e vivia cercado de tentações fortes da carne, que estavam também fora dos meus conceitos éticos... Como eu poderia ir amadurecendo com ela um pensamento que eu pensava na sua origem ser antiético? Bem, isso justifica e atenua os meus erros devido a minha imaturidade. Mas o erro continuava, eu pensava sozinho, amadurecia meu pensamento sem participar disso a ela. Esse foi o erro que eu identifico. Mas quanto eu ter mudado a forma de pensar, de sair do amor exclusivo para o amor inclusivo... Eu não tinha outra saída! Ou fazia isso acabava com o casamento, que já estava se deteriorando por eu me sentir prisioneiro dentro dos seus limites. Eu terminei querendo me envolver com a jovem que também queria se envolver comigo, G., era o seu nome, jamais eu esquecerei. Ela foi o pivô de ter havido toda essa transformação na minha vida. Ela sabia que eu era casado, que amava minha mulher, que eu não queria separar dela. Mesmo assim, sabendo de tudo isso, ela disse que o que importava era sentir o meu carinho, a minha intimidade, que isso seria muito bom para ela. Não havia nenhuma cobrança da parte dela em função dessa intimidade que pudesse ocorrer entre nós. Que sabia que eu também iria gostar, e eu sabia que isso era verdade. Mas os pressupostos do casamento me impediam, a fidelidade à minha esposa. Mas o que isso iria a prejudicar? Era uma ação entre mim e outra pessoa, que iria trazer um bem estar para nós. Se minha esposa me amasse realmente, de forma incondicional, iria até agradecer a alguém que me fizesse mais feliz do que eu já era. Foi todo esse emaranhado de pensamentos que depois de muito martelar em minha mente me fez tomar a decisão de sair com a minha amiga e trocarmos afeto na intimidade.
Foi aí que eu me tornei um demônio? Por ter saído com uma pessoa sem a enganar e trocarmos afetos com toda a intimidade que nossos desejos permitissem sem visar o mal de ninguém? Não seria essa uma ação de amor entre nós? O demônio executa ações de amor? O anjo executa ações sexuais?
Esse é um ponto central da minha mudança de comportamento. Avaliar se isso é comportamento de um anjo ou de um demônio é fundamental para diagnosticar quem eu sou hoje na atualidade: um anjo ou um demônio?
Ontem foi mais um dia de estudo na Associação Médica. Como havia sido combinado, fizemos uma espécie de terapia de grupo onde cada um colocava o que sentia com relação ao estudo, ao sentido da própria vida naquela hora semanal que todos cumpriam com tanta regularidade.
Como sempre, desde o início, mesmo antes de começar a reunião, eu me apresento com certo ar melancólico, mergulhado em minhas leituras, enquanto os colegas conversam animadamente sobre diversos assuntos, riem e jogam piadas num clima de muita amizade. Sei que eu pareço um peixe fora d’água, até alguns colegas mais afoitos tentam me puxar para o clima de descontração, mas eu teimo em ficar enrustido dentro de minha capsula. Sei que minha atitude é anti-social e meus colegas tem muita paciência comigo e compaixão por minhas dificuldades. Estou mergulhado num mundo que construí ao longo de minha vida, acreditando está sendo coerente com os princípios éticos e espirituais que devemos ter na nossa evolução moral. Procuro aprender e colocar em prática todos os princípios da lei do Amor ensinados por Jesus e explicados por Paulo em Coríntios. Essa aplicação acurada dessa lei, seguindo com determinação no caminho que Deus coloca à minha frente usando a bússola comportamental do “fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a mim”, terminou por me levar a uma vereda tão diferente daquela preconizada pela cultura ocidental, pelos costumes de todos que me rodeiam, pelo menos em teoria.
Quando começou a reunião eu procurava ficar calado, sabendo que a minha fala terminaria por provocar uma reação emocional na minha ex-esposa que até hoje não entende o que se passou comigo para eu me transformar tanto. Mas como fui provocado pelo coordenador, tive que dizer os motivos de eu ser tão assíduo à reunião.
Expliquei que a minha principal motivação era a sede de conhecimento, de procurar aplicar no meu comportamento a verdade que era demonstrada pelos livros, principalmente os livros espirituais. Disse do meu empenho em aplicar o Amor Incondicional na minha vida, nos meus relacionamentos, e por causa disso inviabilizei a convivência com todas as mulheres que tiveram a coragem, talvez o amor, suficientes para morar comigo. Todas terminaram por esgotar suas forças e me expulsarem do lar, de forma até violenta, muito desarmônica.
Expliquei que essa busca da verdade tinha também o sentido de descobrir algum erro de racionalidade, pois estou disposto, ao descobrir, tentar corrigir todos os erros que derivaram dele. Cada leitura que se faz, cada exemplo que estudamos, eu procuro aplicar aos meus conceitos, aos meus paradigmas e tento ver se estou divergindo do Amor Incondicional, se estou fazendo ao próximo algo que eu não gostaria que fizessem comigo. Eu não consigo ver em nenhum momento, em nenhum comportamento que eu faça, um desvio dessa lei que eu tanto respeito e procuro cumprir.
Mas, ao final, os colegas colocaram o que pensavam a respeito, chegaram a elogiar a verdade que eu uso em assunto tão complicado e comprometedor, e firmaram críticas quanto a aplicação do Amor Incondicional que eu tenho como bandeira, do sofrimento que eu causo no outro e colocam minha ex-esposa como exemplo vivo dessa argumentação. Todos que ouviram essas argumentações com certeza consideram que eu estou num caminho errado e não vejo o erro porque estou fascinado com um comportamento que me traz vantagem, prazer, em detrimento do outro. Porém eu tenho argumentações que dizem que estou correto, apesar de todas essas críticas. Seria de fundamental importância que eu coloque os meus argumentos, pois se os colegas mostrarem que eles são falsos, que estão errados, que não atendem a Lei de Deus, ao Amor Incondicional, ao amar ao próximo como a mim mesmo, aí sim, deverei recuar e corrigir tudo que fiz de errado até hoje.
Essa reunião foi importante, muito importante para mim, pois levanta a oportunidade de eu colocar os meus argumentos e dos colegas me ajudarem a encontrar os erros do meu comportamento que eu tanto procuro e não acho!
O apóstolo Paulo escreve numa carta aos efésios, sobre a armadura dos cristãos. Ele descreve sete itens, e alguns comentaristas da Bíblia defendem que ele fez esse texto enquanto estava preso e tinha sempre ao seu lado um soldado romano paramentado pra guerra com o seu traje de luta. Então, ele considerando uma batalha existente entre o bem e o mal, e que o nosso comandante é Jesus Cristo, fez uma descrição do que seria a armadura desse cristão que entra nessa guerra nas fileiras do bem sob o comando de Jesus.
O primeiro desses itens que compõe a armadura e que corresponderia ao cinto, seria a verdade. Como o cinto ajusta a roupa ao corpo do soldado, a verdade ajusta a vida e suas complexidades ao evoluir do espírito. Mesmo que seja difícil em algumas ocasiões, por saber que a verdade pode ferir aos ouvidos de quem ouve ou trazer prejuízos materiais a quem diz, mesmo assim é melhor a usar para não ficar desarrumado em pleno combate.
O segundo item que corresponde a couraça, seria a justiça. A couraça protege o peito do soldado e a justiça protege o soldado do bem contra os ataques das sombras, que sob diversos subterfúgios pretende distorcer a consciência reta e levar prejuízos ao próximo.
O terceiro que corresponde as sandálias é a conversão. A pessoa passa a aceitar a existência real do mundo espiritual, a paternidade divina, e o comando espiritual do planeta pelo Mestre Jesus, e procura agora seguir suas lições e as estratégias do combate.
O quarto item é a fé e corresponde ao escudo. Todos os ataques que o soldado do bem sofrer, sempre ele terá a forte defesa da fé, que cobre toda sua alma e o corpo físico e não deixa nada atingir com fatalidade seus órgãos vitais. Mesmo que seja subjugado por uma força maior que a sua em determinado momento, mas a existência da fé faz com que ele resista ao longo do tempo até chegar o momento da superação.
O quinto item que corresponde ao capacete seria o próprio conceito do Cristo, introjetado dentro da consciência. É o item mais importante, pois irá proteger a parte mais valiosa desse soldado que é a sua mente. Seus pensamentos devem ficar sintonizados com a mensagem do Cristo, pois dessa forma a coragem poderá aplicar no ambiente o comportamento cristão.
O sexto item é o único que tem uma aparência de ataque, a espada, e corresponde a palavra de inspiração divina, o verbo de Deus. Essa arma deve ser usada sempre que conveniente, pois pode transformar o adversário em companheiro, o inimigo em amigo. Nesse ponto o próprio Paulo é um exemplo, pois foi a palavra que ele ouvia constantemente dos apóstolos sobre quem era o Cristo, que fez ele refletir e admitir, ao cair do cavalo às portas de Damasco, que seu comportamento estava contrários aos propósitos de Deus.
Finalmente, o último item corresponde ao complemento dessa armadura que é a oração. Aparentemente é um item de menor valor numa batalha, mas no decorrer do combate é verificado que em momentos críticos se torna um elemento poderoso tanto para a proteção como para a conversão do mal no bem, das sombras em luz.
Assim, essas colocações de Paulo servem para que eu me sinta confortável dentro dessa luta do bem contra o mal na qual eu me encontro engajado sob o comando de Jesus. Sei que eu estou devidamente preparado com a armadura suficiente para que eu alcance a vitória, e o meu comandante sempre está disposto e em condições de me ajudar nas diversas estratégias das batalhas que deverão ser travadas neste caminhar da vida em direção ao Pai.
Encontrei na internet o site do Universalismo Crístico e fiquei muito satisfeito em saber que existe um grupo em Natal. Irei mandar e-mail procurando saber local e data de reunião para comparecer.
Vi também no site, num primeiro momento, que o principal mentor que está sempre ao lado do médium Roger Paranhos, é o Hermes Trimegisto. Ele apresenta os sete princípios básicos em “A tábua de Esmeralda. São os seguintes:
1º - O princípio do Mentalismo: a mente é tudo. O universo é mental. Por sobre tudo aquilo que conhecemos há o plano de um Espírito Maior que não podemos conhecer. Ele é a Lei. O Todo-Poderoso está em tudo!
2º - O princípio da Correspondência: como é em cima, é embaixo; como é em baixo, é em cima. Tudo se corresponde. As mesmas leis que atuam sobre o homem atuam sobre uma lagarta ou uma estrela. Assim como os astros se deslocam no céu, seguindo um princípio inteligente, assim é nossas vidas. Devemos interagir em relação ao universo que nos cerca com sabedoria, então, cumpriremos o plano divino.
3º - O princípio da Vibração: nada descansa, tudo se move. Nada desaparece, tudo se transforma. Há vida em tudo, pois tudo possui energia!
4º - O princípio da Polaridade: tudo é dual. Tudo tem dois polos. Os opostos são idênticos, da mesma natureza, porém em diferentes graus. Os extremos se tocam.
5º - O princípio do Ritmo: tudo flui, fora e dentro. Tudo tem suas subidas e descidas, assim é a vida. O ritmo compensa e mantém o equilíbrio. O sábio deve saber comandar os ciclos vitais seguindo o seu fluxo, nunca violentando-os. Ele sabe que tudo possui sua época e que a balança oscila de acordo com o peso específico de cada ação. O sábio deve ser puro equilíbrio!
6º - O princípio da Causa e Efeito: qualquer coisa tem seu efeito. Qualquer efeito tem sua causa. Tudo acontece com a Lei. Nada escapa dela. A cada ação devemos antever a sua reação. Assim seremos sábios em nossas decisões e promoveremos a paz e a felicidade entre os homens!
7º - O principio do Gênero: tudo tem seu princípio masculino e seu princípio feminino. O gênero se manifesta em todos os níveis da existência. Todo o espírito é co-criador. Algumas vezes somos pai, outras mãe, logo o potencial criador está dentro de cada um!
Estes princípios que resume as leis de Deus, são chamados de “A tábua Esmeraldina”, pois eles valem para o autor, mais do que todas as esmeraldas do mundo.
Sabedoria é estudar e refletir sobre esses ensinamentos, ensaiar e praticá-los, pois eles resumem a Lei do Criador do Universo. Devemos lembrar que tudo tem seu princípio masculino e seu princípio feminino. A soma de ambos é a criação. Tudo é dual! O universo é mental...
Todos esses princípios fazem parte dos critérios que pretendo seguir, na caminhada que o Deus me deu como missão. Por isso é importante que eu procure e me associe aos trabalhos desse grupo, cuja núcleo já existe em Natal.