Depois que Jesus conversou com Bartolomeu, dissipando suas dúvidas como um perfeito terapeuta, redirecionando a forma de pensar para um agir melhor, o cliente se dirigiu para casa, meditando gravemente nas lições recebidas. A noite pareceu-lhe formosa como nunca. No alto, as estrelas pareciam luzes gloriosas do palácio de Deus à espera de suas criaturas, com hinos de alegria. As águas de Genesaré, aos seus olhos, estavam mais plácidas e felizes. Os ventos brandos lhe sussurravam ao entendimento cariciosas inspirações, como um correio delicado que chegasse ao Céu.
Bartolomeu comecou a recordar as razões de suas tristezas intraduzíveis, mas, com surpresa, não mais as encontrou no coração. Lembrava-se de haver perdido a afetuosa genitora; refletiu, porém, com mais amplitude, quanto aos desígnios da Providência Divina. Deus não lhe era pai e mãe nos céus? Recordou os contratempos da vida e ponderou que seus irmãos pelo sangue o aborreciam e caluniavam. Entretanto, Jesus não lhe era um irmão generoso e sincero? Passou em revista os insucessos materiais. Contudo, que eram as suas pescarias ou a avareza dos negociantes de Betsaida e de Cafarnaum, comparados à luz do reino de Deus, que ele trabalhava por edificar no coração?
Chegou a casa pela madrugada. Ao longe, os primeiros clarões do Sol lhe pareciam mensageiros do conforto celestial. O canto das aves ecoava em seu espírito como notas harmoniosas de profunda alegria. O próprio mugido dos bois apresentava nova tonalidade aos seus ouvidos. Sua alma estava agora clara, o coração aliviado e feliz.
Ao ranger os gonzos da porta, seus irmãos dirigiram-lhe impropérios, acusando-o de mau filho, de vagabundo e traidor da lei. Bartolomeu, porém, recordou o Evangelho e sentiu que só ele tinha bastante alegria para dar a seus irmãos. Em vez de reagir asperamente, como de outras vezes, sorriu-lhes com a bondade das explicações amigas.
Seu velho pai o acusou, igualmente, escorraçando-o. O apóstolo, no entanto, achou natural. Seu pai não conhecia a Jesus e ele o conhecia. Não conseguindo esclarecê-los, guardou os bens do silêncio e achou-se na posse de uma alegria nova. Depois de repousar alguns momentos, tomou as suas redes velhas e demandou sua barca. Teve para todos os companheiros de serviço uma frase consoladora e amiga. O lago como que estava mais acolhedor e mais belo; seus camaradas de trabalho, mais delicados e acessíveis. De tarde, não questionou com os comerciantes, enchendo-lhes, aliás, o espírito de boas palavras e de atitudes cativantes e educativas.
Bartolomeu havia convertido todos os desalentos num cântico de alegria, ao sopro regenerador dos ensinamentos do Cristo; todos o observaram com admiração, exceto Jesus, que conhecia, com júbilo, a nova atitude mental de seu discípulo.
No sábado seguinte, o Mestre demandou as margens do lago, cercado de seus numerosos seguidores. Ali, aglomeravam-se homens e mulheres do povo, judeus e funcionários de Antipas, a par de brande número de soldados romanos.
Jesus começou a pregar a Boa-Nova e, a certa altura, contou, conforme a narrativa de Mateus, que – “o reino dos céus é semelhante a um tesouro que, oculto num campo, foi achado e escondido por um homem que, movido de gozo, vendeu tudo o que possuía e comprou aquele campo”.
Nesse instante, o olhar do Mestre pousou sobre Bartolomeu que o contemplava, embevecido; a luz branda de seus olhos generosos penetrou fundo no íntimo do apóstolo, pela ternura que evidenciava, e o pescador humilde compreendeu a delicada alusão do ensinamento, experimentando a alma leve e satisfeita, depois de haver despojado todas as vaidades de que ainda se não desfizera, para adquirir o tesouro divino, no campo infinito da vida.
Enviando a Jesus um olhar de amor e reconhecimento, Bartolomeu limpou uma lágrima. Era a primeira vez que chorava de alegria. O pescador de Dalmanuta aderira, para sempre, aos eternos júbilos do Evangelho do Reino.
Nesta data que comemoramos a Independência do Brasil, irei colocar um texto adaptado do livro Boa Nova, do espírito Humberto de Campos, pela psicografia de Chico Xavier, que implica na independência de nossa alma das correntes do egoísmo.
Bartolomeu, apóstolo de Jesus, andava meio abatido. Procurou o Mestre para falar do que sentia.
- Mestre, não sei explicar o porquê de minhas tristezas amarguradas. Só sei dizer que o vosso Evangelho me enche de esperanças para o Reino de Luz que nos espera os corações. Quando esclarecestes que o vosso Reino não é deste mundo, experimentei nova coragem para atravessar as misérias do caminho da Terra, pois, aqui, o selo do mal parece obscurecer as coisas mais puras!... Por toda parte, é a vitória do crime, o jogo das ambições, a colheita dos desenganos!...
- A nossa doutrina é a do Evangelho, a Boa Nova, e já viste, Bartolomeu, uma boa notícia não produzir alegria? Não quero senão acender o bom ânimo no espírito dos meus discípulos. Se já tive ocasião de ensinar que o meu Reino ainda não é deste mundo, isso não quer dizer que eu desdenhe o trabalho de estendê-lo, um dia, aos corações que mourejam na Terra. Achas, então, que eu teria vindo a este mundo, sem essa certeza consoladora? O Evangelho terá de florescer, primeiramente, na alma das criaturas, antes de frutificar para o espírito dos povos. Mas, venho de meu Pai, cheio de fortaleza e confiança, e a minha mensagem há de proporcionar grande júbilo a quantos receberem de coração. A vida terrestre é uma estrada pedregosa, que conduz aos braços amorosos de Deus. O trabalho é a marcha. A luta comum é a caminhada de cada dia. Os instantes deliciosos da manhã e as horas noturnas de serenidade são os pontos de repouso. Mas ouve-me bem: na atividade ou no descanso físico, a oportunidade de uma hora, de uma leve ação, de uma palavra humilde, é o convite de nosso Pai para que semeemos as suas bênçãos sacrossantas. Em geral, os homens abusam desse ensejo precioso para anteporem a sua vontade imperfeita aos desígnios superiores, perturbando a própria marcha. Daí resultam as mais ásperas jornadas obrigatórias para retificação das faltas cometidas e muitas vezes infrutíferos labores. Em vista destas razões, observamos que os viajores da Terra estão sempre desalentados. Na obcecação de sua vontade própria, ferem a fronte nas pedras da estrada, cerram os ouvidos à realidade espiritual, vendam os olhos com a sombra da rebeldia e passam em lágrimas, em desesperadas imprecações e amargurados gemidos, sem enxergarem a fonte cristalina, a estrela cariciosa do céu, o perfume da flor, a palavra de um amigo, a claridade das experiências que Deus espalhou, para a sua jornada, em todos os aspectos do caminho.
- Mestre, os vossos esclarecimentos dissipam os meus pesares, mas o Evangelho exige de nós a fortaleza permanente?
- A Verdade não exige: transforma. O Evangelho não poderia reclamar estados especiais de seus discípulos; porém, é preciso considerar que a alegria, a coragem e a esperança devem ser traços constantes de suas atividades em cada dia. Por que nos firmamos no pesadelo de uma hora, se conhecemos a realidade gloriosa da eternidade com o nosso Pai?
- E quando os negócios do mundo nos sãos adversos? E quando tudo parece em luta contra nós?
- Qual o melhor negócio do mundo, Bartolomeu? Será a aventura que se efetua a peso de ouro, muitas vezes amordaçando-se o coração e a consciência, para aumentar as preocupações da vida material, ou a iluminação definitiva da alma para Deus, que se realiza tão-só pela vontade do homem, que deseje marchar para o seu amor, por entre as urzes do caminho? Não será a adversidade nos negócios do mundo um convite amigo para a criatura semear com mais amor, um apelo indireto que a arranque às ilusões da Terra para as verdades do Reino de Deus?
- Mestre, não será justificável a tristeza quando perdemos um ente amado?
- Mas quem estará perdido, se Deus é o Pai de todos nós?... Se os que estão sepultados no lodo dos crimes hão de vislumbrar, um dia, a alvorada da redenção, por que lamentarmos, em desespero, o amigo que partiu ao chamado do Todo-Poderoso? A morte do corpo abre as portas de um mundo novo para a alma. Ninguém fica verdadeiramente órfão sobre a Terra, como nenhum ser está abandonado, porque tudo é de Deus e todos somos seus filhos. Eis porque todo discípulo do Evangelho tem de ser um semeador de paz e alegria!...
A Brasil Paralelo levou para a entrevista no programa Conversa Paralela, conduzida por Arthur Morrison (AM) e Lara Brenner (LB), os professores Lucas Lancaster (LL) e Marcelo Andrade (MA). Como é um tema de grande importância para compreendermos o mundo em que estamos, onde estávamos e para onde estamos indo, resolvi colocar aqui de forma resumida. Sexta parte.
AM – Então existe de fato um mundo antes e depois do Iluminismo, que mudou completamente. Como é que isso influencia na cultura hoje? Por exemplo, no Brasil. Ah! Esse negócio aconteceu lá na França. Em que isso influencia no Brasil de hoje, na cultura, na educação, se é que de fato influencia professores.
MA – O Iluminismo foi o pai do Cientificismo. Então, o que o Iluminismo e a Revolução Francesa fizeram com o mundo? Trocaram o catolicismo pelo cientificismo, colocaram o Estado no lugar da Igreja e tiraram os padres e colocaram cientistas no lugar. Esse foi um trabalho tipicamente iluminista. Trocaram de religião, o catolicismo pelo cientificismo, que é a nova religião. Os cientistas são os novos sacerdotes, e o Estado é a nova Igreja, substituindo a igreja católica. O Iluminismo é muito associado aos filósofos franceses, pois os iluministas se autodenominavam de filósofos. Tem um traço do iluminista que é justamente cientificista, que às vezes é esquecido quando se fala da França. Um ponto importante é o Montesquieu que também era maçom e ele ficou muito impressionado com o Mecanicismo da Inglaterra. Quando o Newton publicou os trabalhos dele, gerou um impacto não só no mundo científico, mas nas ciências humanas também. Muitos quiseram aplicar o Mecanicismo de Newton para todas as esferas da sociedade. Dentro desse foco, vemos o trabalho de Montesquieu, que analisa que as leis do ponto de vista geográfico do lugar, da realidade sociológica do ponto de vista mecanicista, eram negadas a tradição do direito, o jus naturalismo. Dizia expressamente que as leis tinham que ser feitas numa conjuntura geográfica e numa realidade política determinada. Ele influenciou o Constitucionalismo. Os Estados Unidos é fruto do Iluminismo. Benjamim Franklin, Adams, Madison... o Benjamim foi amigo do Voltaire e frequentavam a mesma loja maçônica. Rousseau falava contra o obscurantismo, mas todo mundo queria tocar nas roupas do Voltaire, porque Voltaire era o grandioso e tal. O Montesquieu tão elogiado com a teoria dos Três Poderes, que muitos dizem ser baseado em Newton, na Teoria dos Três Corpos, o Mecanicismo de novo, que é um absurdo, pois na realidade o poder é uno com três funções, e não existem três poderes. É um poder com três funções: função legislativa, função administrativa e função judicial. É assim que deveria funcionar, caso contrário vai gerar problemas em toda a sociedade como observamos no Brasil.
Esta observação da troca de religião é importante, pois os críticos querem destruir a religião católica em nome do Iluminismo, do Cientificismo, e deslocar o Cristianismo do centro das atividades administrativas como estava sendo construído pelos reis católicos. No entanto, esses críticos passam a adotar os mesmos rituais religiosos para difundir sua fé, colocando o raciocínio como ferramenta exclusiva desses novos sacerdotes da deusa Razão. Querem levar à falsa conclusão que os cristãos, por terem a fé centrada no Pai universal, no mundo transcendental, não estão usando a razão. Eles não percebem, com a razão privilegiada que dizem possuir, que a nossa cosmologia cristã é muito mais coerente que a deles, que acreditam na força do acaso criando tudo do nada, ao invés da força de uma sabedoria superior que a tudo criou e que a tudo permeia até hoje com Suas leis naturais incorruptíveis.
A Brasil Paralelo levou para a entrevista no programa Conversa Paralela, conduzida por Arthur Morrison (AM) e Lara Brenner (LB), os professores Lucas Lancaster (LL) e Marcelo Andrade (MA). Como é um tema de grande importância para compreendermos o mundo em que estamos, onde estávamos e para onde estamos indo, resolvi colocar aqui de forma resumida. Quinta parte.
AM – Falando de Voltaire e de Rousseau, podemos dizer que eles são os principais ideólogos do Iluminismo?
MA – Na Inglaterra teve Hume que foi em quem o Kant se baseou muito. Quando Kant leu Hume falou que despertou do sonho dogmático. O pensamento de Hume era muito radical. Primeiro teve uma corrente forte que ajudou destruir a Escolástica, foi o Nominalismo cujo principal nome é o Guilherme de Ockham. O Empirismo na realidade é um desdobramento do Nominalismo e o Hume vai dizer que a relação de causa e efeito é meramente empírica, que a natureza poderia mudar, ou seja, se a gente está vendo que para aquecer o café a gente tem uma ralação de causa efeito: fogo e água fervendo. Isso seria do momento da nossa experiência empírica. Isso não significa que daqui alguns anos pode ser diferente, eu coloco o fogo e o café vai esfriar. Olha que absurdo, ele defendeu isso e o Kant falou que estava certo, e tem muito filósofo hoje defendendo que Hume está certo, tem que ser abandonada essas visões metafísicas em relação causa e efeito.
LB – Maravilhosa essa negação...
MA – Destrói o princípio da indução por completo, destrói o princípio de você conseguir analisar a essência, a natureza das coisas. Esse é o autor que o Kant elogiou.
LB – Por falar em Rousseau, quem fe alguma faculdade relacionada com educação sabe que ele é muito citado como um grande expoente da educação e tudo mais. Só que na prática, na hora do testemunho de vida, não foi bem assim?
LL – Isso não importa. A realidade não importa. A cosmovisão que eles construíram era desenraizada da realidade.
LB – Colocou cinco filhos no orfanato...
LL – Essa constatação sua é absolutamente irrelevante para a forma de pensar como foi construída por eles. Não se trata de como as coisas são, mas como queremos que as coisas sejam. Essa mentalidade ideológica que nós criticamos tanto na Esquerda, identitária e até marxista mais recente, ela já está presente expressamente no Iluminismo. Pode parecer que estamos falando mal do Iluminismo e que ele pode ter trazido coisas benéficas. O Iluminismo alicerçou o mundo de forma diferente, baseado em quimeras, um mundo que já estava alicerçado. Colocaram coisas desprovidas de substâncias, coisas irreais, em mentiras, em falsidades. O mundo que nós conhecemos que é o mundo nascido da Revolução Francesa, é um mundo absolutamente iluminista. A forma como nós pensamos, como enxergamos a vida, e como os Estados, nações, as sociedades se estruturam são todas a partir de ideias iluministas. Todos os nossos padrões, políticos, jurídicos, constitucionais, todos são padrões iluministas. Tudo surgiu da mente daqueles ideólogos do século XVIII. A ideia de tripartição de poderes, de uma constituição escrita totalmente iluminista. As constituições anteriores eram no sentido tradicional, como a sociedade se organiza, se rege, em vista do bem comum. A partir do Iluminismo, não. Agora a constituição será algo que nós, iluminados, iremos codificar a partir do que nós achamos que será bom para a sociedade, como o Estado deve ser. Na Faculdade se ensina um monte de falsidades, coisas que não se sustentam na realidade. Vemos pessoas com uma visão mais alicerçada na realidade, mais tradicional, defendendo esses padrões que na verdade são quimeras que foram forjadas por homens que não sabiam regular as suas próprias vidas, mas tinham a solução para o problema do mundo.
Este é o efeito que a fama trás a determinada pessoa, a influência que ela passa a ter na sociedade. Pessoas más intencionadas ou equivocadas podem trazer sérios prejuízos, uma vez que na sociedade não existem pessoas em número considerável que possam fazer um discernimento correto das ideias que estão sendo propostas. Como poderíamos imaginar que pessoas católicas, convertidas ao Cristianismo, uma ideologia que procura levar a sociedade a um nível de excelência em padrões de fraternidade universal, se deixam levar por outras ideologias, usando como arma a própria racionalidade, que, se deveras tivesse sendo usada, essas novas ideias não se sustentariam para deslocar a cosmovisão cristã do lugar que ela alcançou.
A Brasil Paralelo levou para a entrevista no programa Conversa Paralela, conduzida por Arthur Morrison (AM) e Lara Brenner (LB), os professores Lucas Lancaster (LL) e Marcelo Andrade (MA). Como é um tema de grande importância para compreendermos o mundo em que estamos, onde estávamos e para onde estamos indo, resolvi colocar aqui de forma resumida. Terceira parte
MA – O que era chamado de Idade das Trevas mostra um desprezo completo pela tradição e muitas coisas que são relacionadas com o Iluminismo, que quem é favorável não gosta de divulgar, por exemplo, o trabalho do Rousseau quando ele analisa da “Vontade Geral”, onde autores como Talmon e Johnson, e outros, relacionam como um princípio do Totalitarismo moderno. Rousseau coloca claramente, quando ele estuda a Grécia antiga, ele dá razão para Esparta que era a versão totalitária da Grécia antiga, em detrimento de Atenas. O Rousseau desprezava expressamente quando ele deu as cartas em resposta a Sociedade, ele falava que as artes e a ciência estavam prejudicando a civilização. Ele chegou a criticar a razão, na realidade ele entrou em contradição, uma hora elogia, outra critica. Muitos colocam ele como anti-iluminista por ter exaltado o irracionalismo. Essa questão da “Vontade Geral” é muito pouco explorada em Rousseau. Quando falam de Rousseau só querem falar do “Bom Selvagem”, que aliás é ridículo, mas esquecem da “Vontade Geral”, que foi um princípio que teve desdobramentos e foi um dos fundamentos do Totalitarismo moderno. Para ele, depois das pessoas terem compreendido o que seria essa misteriosa “Vontade Geral”, deveria ser imposta para a sociedade com um Estado forte e que todos deveriam obedecer. Dizia também que o individualismo deveria ser dissolvido no Estado. Isso foi o Totalitarismo no século XX. Tem um pouco de Hegel que veio depois. É o mesmo traço na mesma visão do que Hegel vai desenvolver depois. Sim, Rousseau foi um dos pais do Totalitarismo moderno. Robespierre leu Rousseau, Napoleão leu Rousseau, Marx se baseou muito em Rousseau... então vemos aí que autor terrível que foi o Rousseau, inspirador do Totalitarismo, de um racionalismo e do individualismo de uma sociedade atomizada.
Esse aspecto mostra uma grande falha da nossa educação, de mostrar exclusivamente um lado dos fatos, geralmente da linha ideológica que o professor segue. Seria sempre interessante colocar o contraditório nas narrativas que são construídas como verdades. Entramos na vida adulta e vamos trabalhar e reproduzir o que aprendemos como verdade unânime. Quando lá na frente temos conhecimento de outra forma de pensar aqueles fatos, observamos que os nossos heróis se transformam em vilões. Mas acontece que o estrago já está feito, já passamos as falsas narrativas à frente como verdades penhoradas pelo nosso valor de cidadão honesto. Ficamos mais atentos ao que recebemos como verdade, podemos deixar de sintonizar veículos que repassam essas falsas narrativas e que noticiam os fatos enviesados. Tive como exemplo, para mim de forma clara, o que aconteceu com o mandato presidencial de Bolsonaro, onde uma pessoa idônea foi atacada por seus críticos, cheios de iniquidades, mas como tinham o poder de veicular essas falsas narrativas a sociedade ficou contaminada, não só as pessoas analfabetas que é um grande contingente, mas até pessoa de alto nível acadêmico, as próprias universidades. Agora com a internet facilitando a comunicação, nos libertando das algemas informacionais, podemos acessar conteúdos como este, que observamos o esforço para colocar a verdade no seu devido lugar e meus antigos heróis como Che Guevara e agora Rousseau, posso colocar no lixo da história. Infelizmente não consigo ajustar o pensamento de pessoas de grande afeto, pelo nível avançado de contaminação ideológica, se perdeu o poder de racionalização, pois a deusa razão está virada para outro lado.