MEDIUNIDADE – CONCEITOS
“... a mediunidade é um dom inerente a todos os seres vivos, como a faculdade de respirar e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza” (Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz). Depende da organização física, onde o perispírito é o princípio de todas as manifestações.
OBSESSÃO – CONCEITOS
É o domínio de Espíritos sobre certas pessoas, que numa associação negativa caracteriza a mediunidade patológica. Vai desde a simples influência moral, sem sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais (A gênese, Cap. XIV, Alan Kardec).
CORRENTES DE PENSAMENTO
Toda partícula nasce das emoções e desejos mais recônditos do Espírito. A consciência emite ondas eletromagnéticas no transporte de informações, traduzindo a despolarização dos neurônios na passagem dos estímulos baseados no Sódio (Na) e Potássio (K). Esse trabalho cerebral assemelha uma estação transmissora e receptora.
INDUÇÃO MENTAL
Energias atraem energias da mesma natureza, o que chamamos Sintonia: reprodução de uma onda mental em outro cérebro. “Estamos ligados em espírito com todos os encarnados ou desencarnados que pensam como pensamos”.
FENÔMENO MEDIÚNICO
“O reflexo condicionado está na base da ocorrência mediúnica” (André Luiz – Mecanismos da Mediunidade). “Seja no caso de mera influenciação ou nas ocorrências da possessão profunda, a mente medianímica permanece jugulada por pensamentos estranhos a ela mesma, em processos de hipnose de que apenas gradativamente se livrará” (Emmanuel – Desobsessão ‘prefácio’).
REFLEXOS
O reflexo ou atividade reflexa está na base da adaptação do ser humano ao ambiente em que vive. A propriedade da célula viva, a excitabilidade, gera o ato reflexo. Existem dois tipos de reflexos: o Congênito ou Incondicionado, e o Adquirido ou Condicionado.
REFLEXOS INCONDICIONADOS
Os reflexos são detentores de vias nervosas própria, herdados da espécie, seguros e estáveis, sem necessidade do córtex. Os reflexos podem ser alimentares (secreção de saliva e suco gástrico com o alimento), posturais (tosse para impedir corpo estranho na laringe e retirada da mão com objeto quente) e sexuais (secreções orgânicas naturais no relacionamento sexual). Eles são detentores de vias nervosas próprias, herdadas da espécie, seguros e estáveis, sem necessidade do córtex. Estão relacionados com a preservação da espécie e com a sobrevivência do indivíduo. Possuem uma base medular, bulbar.
REFLEXOS CONDICIONADOS
Foram descobertos ao acaso. Ivan Petrovich Pavlov (1849 -1936) quando pesquisava a liberação de secreção salivar e digestiva em cães. Recebeu o Prêmio Nobel em 1904 de Fisiologia e Medicina por suas pesquisas. Ele verificou que esses reflexos necessitam de experiência prévia, repetitiva e associativa entre alimentação e olfação/visão. A associação sistemática entre a apresentação de alimento e o barulho de uma campainha, provocava, depois de um certo tempo, o Reflexo Condicionado, ou seja, apenas o som da campainha era capaz de desencadear a salivação no cão faminto. Os reflexos condicionados não surgem espontaneamente, são conquistados pelo indivíduo no curso da existência. Há necessidade da intervenção do córtex cerebral, desenvolve-se sobre os reflexos incondicionados e estabelece novas vias de condução nervosa, unindo pontos anteriormente desconectados. São importantes na adaptação ao meio. SINAL é todo aquele estímulo antes indiferente, e que se torna capaz, sob determinadas condições, de desencadear uma resposta biológica, por exemplo, uma campainha. São SISTEMAS DE SINALIZAÇÃO: PRIMEIRO, conjunto de estímulos exteriores e interiores (meio ambiente e interior do organismo); e SEGUNDO, elaboração mental a partir de imagens e dos conceitos contidos na PALAVRA. No homem, o reflexo condicionado pode se instalar, portanto, a partir de um som ou de uma palavra (som de sino > palavra de sino figura de um sino). A HIPNOSE é o emprego de estímulos imediatos, como a palavra e imediatos (outros estímulos) ou combinada, desde que preencham as condições básicas para a instalação de um reflexo condicionado. Os animais demonstram capacidade mnemônica, memorizam fatos por associações mentais espontâneas. “Isto quer dizer que mobilizavam matéria sutil, independente do corpo denso; que jogavam com forças mentais em seu aparelhamento de impulsos primitivos. Se os animais são capazes de usar essa energia para provocar a repetição de determinados fenômenos em seus organismos, não fica difícil imaginar os prodígios que a mente do homem realizará, .quando sintonizada com as emissões de outra mente superior” (Calderaro, no Mundo Maior).
AUTOMATISMO DO BEM
O princípio de toda aprendizagem é a repetição de atos com atenção e inteligência direcionada. Quando repetimos o mesmo ato recebemos a ressonância de suas vibrações e passa a se realizar de maneira subconsciente e automática. Aqueles que praticam a verdadeira caridade já trazem em si esse automatismo. Chamamos isso de Automatismo do Bem. Como começar? De pequeninos passos, dia-a-dia, dedicando-nos diariamente a vigiar nossos pensamentos para que possamos vibrar no Bem e no Amor. Progressivamente, essa vibração deixa seu registro em nosso corpo energético e em nossa consciência, levando a extraordinária movimentação de energias. A movimentação das energias no ato de caridade vai sendo assimilada como valiosa sensação de bem-estar e alegria, demonstrando o valor do Bem e sua força. A durabilidade, intensidade e a continuidade da vibração do Bem possibilitam à pessoa o ajuste do pensamento e da vontade na direção do Amor.
No livro “Ação e Reação”, André Luiz diz o seguinte: “... na radiofonia e na televisão os elétrons que carreiam as modulações da palavra e os elementos da imagem se deslocam pelo espaço com velocidade da luz, ou seja, 300.000 km por segundo. Ora, num só local podem funcionar um posto de emissão e outro de recepção, compreendendo-se que, num segundo, a palavras e as imagens podem ser irradiadas e captadas, simultaneamente depois de atravessarem imensos domínios do espaço, em fração infinitesimal de tempo. Imaginemos agora o pensamento, força viva e atuante, cuja velocidade supera a da luz. Emitido por nós, volta inevitavelmente a nós mesmos, compelindo-nos a viver, de maneira espontânea, em sua onda de formas criadoras, que naturalmente se nos fixam o espírito, quando alimentadas pelo combustível de nosso desejo ou de nossa atenção. Daí a necessidade imperiosa de nos situarmos nos ideais mais nobres e nos propósitos mais puros da vida, porque energias atraem energias da mesma natureza, e quando estacionários na viciação ou na sombra, a forças mentais que exteriorizamos retornam ao nosso espírito, reanimadas e intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam, engrossando, dessa forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente, convertendo-se-nos a alma num mundo fechado, em que as vozes e os quadros de nossos próprios pensamentos, acrescidos pelas sugestões daqueles que se ajustam ao nosso modo de ser, nos impõem reiteradas alucinações, anulando-nos, de modo temporário, os sentidos sutis”.
Quando seu pensamento sai de você, volta para você acrescido, aumentado, por todos os pensamentos daqueles que se afinizam com você. Aqui está a base da obsessão. Aqui está a base da nossa ligação como os espíritos, encarnados e desencarnados.
Quando estamos no mundo espiritual, o nosso perispírito é muito mais plástico, mais influenciável, e se estivermos em criações menos dignas, que não se coadunam com a lei do amor, entramos num tipo de cativeiro, de escravidão que será tanto mais longa quanto essas vibrações forem acumuladas. Nossas companhias serão com os mesmos pesadelos e enganos e no mundo espiritual é mais aparente, pois o nosso perispírito é muito mais fluido. Se nós não construirmos algo positivo, ficaremos mais tempo na prisão mental.
FORMAS-PENSAMENTOS OU IMAGENS-MOLDES
“Sempre que pensamos, expressando o campo íntimo na ideação e na palavra, na atitude e no exemplo, criamos formas-pensamentos ou imagens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela atmosfera psíquica que nos caracteriza a presença. Sobre todos os que nos aceitem o modo de sentir e de ser, consciente ou inconscientemente, atuamos à maneira do hipnotizador sobre o hipnotizado, verificando-se o inverso, toda vez que aderimos ao modo de sentir dos outros. (Ação e Reação).”
IDEOPLASTIAS
A materialização do pensamento não é vista, mas circula na nossa Aura, é produto nosso. Tem uma duração variável de acordo com a emissão. A força corresponde a Onda Mental que a produziu e tem graus diversos de permanência de acordo com a produção intermitente da onda emitida. A ideoplastia pode projetar a figura de uma pessoa que podemos interpretar como o perispírito daquele ente, desde que é apenas a forma-pensamento de quem está a produzindo. Podemos ver casos como este no livro de Rossandro, “Pensamento e Vontade”.
PENSAMENTO E MEDIUNIDADE
O pensamento é tão significativo na mediunidade, quanto o leito é importante para o rio. A ideia é um “ser” organizado por nosso espírito e ao qual a vontade imprime direção e movimento (Instrutor Albério, Nos Domínios da Mediunidade”.
A ideoplastia é um ser que nós criamos, modelado pelo pensamento e a vontade imprime movimento e direção. A obsessão é a mediunidade patológica.
PENSAMENTO DE VONTADE
O livro “Pensamento e Vontade” de Ernesto Bozzano, diz que o pensamento e a vontade são prioridades para a ciência e filosofia. Devemos averiguar a importância do pensamento e da vontade como elementos plásticos e organizadores. O corpo mental, graças ao impulso do pensamento, exterioriza uma fração de si mesmo, que toma forma correspondente à intensidade vibratória.
IDEOPLASTIAS
“A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se, automaticamente, de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as consequências felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino. (E2M)”
CORPO MENTAL – EPÍFISE – TÁLAMO
Esta é a via natural. O Corpo Mental produz, envia para o Centro Coronário onde está conectada a Epífise, o hipotálamo e Tálamo. As ideoplastia podem aparecer nas fotografias, como pode ser visto na Experiências de Albert de Rochas, Eusapia Paladino e nos Annales des Sciences Psychiques (1908). Outras pesquisas científicas foram desenvolvidas por Hernani Guimarães Andrade, com artigos na Federação Espírita (out. 87), por Ted Serios, com pesquisas do Dr. J. Eisenbud (EUA), Masuaki Kiyota, Walter e Mary Jo Uphoff; e A Mente Move a Matéria.
IDEOPLASTIAS
O fenômeno da fotografia mental dos vivos demonstra que pensamento de vontade são forças plásticas e organizadoras.
IMAGENS SUGERIDAS
Podemos ver no mecanismo do processo obsessivo. Hipnotizador é o obsessor; o hipnotizado, o obsidiado, contempla as imagens sugeridas que fica prisioneiro pela repetição exaustiva delas, a tal ponto que a mente não funciona mais em outro tipo de pensamento. Também há obsessão por auto hipnose, quando se fica prisioneiro das próprias produções mentais. Pode ocorrer também a imersão em personalidades do passado, uma hipnose por existência anterior, que deveria ficar no passado, mas persiste no presente. Uma forma de auto obsessão. O ódio também é um processo de auto obsessão, uma auto hipnose, desejar o mal 24 horas por dia. Um atraso completo de vida. Se vive em estado alucinatório.
HIPNOTISMO EM GRAUS DIVERSOS
O obsidiado deixa-se aprisionar por seres de posição primitiva ou por inteligências degradadas que cunham ideias escravizantes. Entidades superiores às tribos encarnadas do paleolítico, participando do processo evolutivo, com orientações para desenvolver o conhecimento, em circuito de forças, construindo as civilizações.
Ao pegar no livro, “Maiakovski – o Poeta da Revolução”, que traz a biografia de Vladimir Maiakovski feita por Aleksandr Mikhailov, achei interessante dividir aqui com meus leitores a percepção feita do biografado a partir do texto aplicado na orelha do livro, por Zoia Prestes. Vejamos.
Na imaginação de todos que conheciam Maiakovski pessoalmente ou daqueles que pelo menos o conheciam por suas apresentações públicas ou suas obras, Maiakovski é vida...
A frase foi proferida por Lunatcharski, o primeiro Comissário do Povo para instrução do País dos Sovietes, em 17 de abril de 1930, quando o poeta já estava morto. Lunatcharski tinha toda razão. O Poeta da Revolução não só amava a vida, a luta, as mulheres, e a Rússia, como se entregou com paixão a tudo em que acreditava. Assim foi com a militância política, que teve início aos 14 anos, com a revolução socialista, saudada e denominada por ele “a minha revolução”, e com as mulheres que amou, pois ao se apaixonar exigia exclusividade, sofria e era movido pelo amor. Assim foi com a poesia, pois usou seu verso original para louvar a revolução, defender um futuro mais justo para seu país, criticar os males da burocracia que se instalava e, é claro, para falar dos seus amores.
A Rússia sofreu muitas mudanças ao longo do século XX. De uma monarquia absolutista decadente, o país transformou-se no primeiro Estado socialista, que desafiou o mundo capitalista e pôs em pauta a justiça social e a igualdade. Mas não foi fácil o caminho: o “navio da vida” se chocou contra pessoas perversas e ambiciosas que chegaram ao poder. Até hoje são debatidos os motivos que levaram Maiakovski a se matar. Uns atribuem o suicídio às decepções amorosas, outros à frustração com os rumos que a URSS tomava. E há ainda quem aponte a soma dos dois sentimentos. Acredito que, após conhecer a biografia do poeta, tão detalhadamente descrita neste livro, o leitor brasileiro vai perceber que não adianta tentar adivinhar o que o levou a tomar a trágica decisão. Maiakovski viveu apaixonado pela vida, pela poesia, pela revolução, pelas mulheres, era “todo coração”, como disse em verso: “Mas em mim / A anatomia ficou louca / Sou todo coração - / Pulsa por toda parte”.
Assim é Maiakovski. A contradição de seu ato contra a vida que tanto amava nos deixa perplexos. Não adianta, não há lógica na vida. Temos de vive-la, nada mais. E quem dera vive-la tão intensamente como o fez Vladimir Maiakovski.
A situação social que existia na Rússia e que deflagrou a revolução, tinha todos os motivos éticos para que tal mudança acontecesse. Acredito que mesmo eu, e a maioria dos meus leitores, tivesse se engajado em tais propósitos. Acontece que a forma pela qual aconteceu deteriorou numa burocracia sufocante e genocida que faz ter náuseas os pensamentos mais sensíveis, e talvez tenha sido esse um grande motivo para o suicídio de alma tão sensível quanto a de Maiakovski.
Acredito ainda que, se ele tivesse tido conhecimento mais aprofundado das lições do Cristo, teria encontrado um meio mais pacífico de correção das injustiças, sem pegar nas armas, sem colocar um grupo social contra o outro, como até hoje continua a existir essa influência pelo mundo afora.
Nascemos com todos os instintos dentro de nós, montados pelo Criador. Certamente que não são errados, devem cumprir um propósito importante em nossas vidas, a manutenção de nossas vidas biológicas. Essas forças, identificadas como de preservação da própria vida (fome) e da manutenção da espécie (sexo), perpassam todos os períodos de nossas vidas, da infância à velhice.
Mas, ao lado da responsabilidade que temos com o corpo biológico e com nossos descendentes (progênie), existe a responsabilidade maior que devemos ter com nossa alma, o que devemos aprender para ela evoluir. Da mesma forma que o corpo deve aprender a se adaptar às circunstâncias da vida para também evoluir. Todos estamos sob a Lei da Evolução, corpos – matéria; alma – espírito.
Os princípios morais devem emergir à consciência tanto mais precoce melhor, para disciplinar as forças instintivas e não prejudicar ao próximo, que tem a mesma necessidade de evolução que a nossa.
Existem momentos claros de embates entre as forças instintivas e a moral, dentro dos relacionamentos, principalmente nas relações de gênero, onde o instinto sexual, de reprodução, alavanca todo seu potencial.
No embate instinto x moral encontramos encruzilhadas de decisão, de como agir. Por exemplo, devemos nos encontrar ou não com certa pessoa onde existe a possibilidade de interação sexual? Para decidir essa questão devemos avaliar os paradigmas de vida no qual estamos sintonizados e publicamente definidos, divulgados, principalmente com quem está ao nosso redor, com quem convivemos. Se o paradigma permite o encontro, então ele pode ser realizado. Mas, o ato final, da relação sexual, que é isso que deseja o instinto, depende também da outra pessoa. Ela não pode atender os desejos sexuais que ela também possui, indo de encontro aos seus paradigmas, ao que ela pensa como correto, pois isso iria gerar culpas em sua consciência depois que o ato sexual fosse realizado e o prazer tivesse sido alcançado.
Os valores morais neste momento devem ter prioridade e força suficiente para conter os impulsos inconscientes, contrários à moral do Cristo que nos ensinou a “não fazer aos outros o que não queremos para nós”. Se a pessoa que está comigo, cede aos instintos sexuais, por motivo de prazer ou de necessidades materiais, mas sei que isso é contra seus princípios e isso a levará à culpa, tenho que conter meus próprios impulsos sexuais, pois a pessoa não irá ter esse tipo de sexo sozinha.
Esta arena de luta que se passa na consciência dos dois parceiros pode levar tempo de semanas, meses ou anos, até se chegar a uma decisão, certa ou errada, positiva ou negativa, sutil ou escancarada. Quem tiver mais força moral irá conduzir o processo, pois é quem tem a capacidade de fazer as contenções. Os preconceitos devem ser esclarecidos e o Amor Incondicional deve ser o motor das ações.
Todas as forças do Ego estão mobilizadas em busca dos prazeres que indicam a realização dos desejos, dos instintos. As forças da alma, do Espírito, também devem estar atentas e lembrar as lições do Cristo, do Amor Incondicional, e não fazer concessões que impliquem na desobediência da ética, da moral cristã, quanto a prática da Lei do Amor.
São essas ações motivadas pelos instintos e realizadas nos limites da ética que são perigosas. A mente pode ser bombardeada pelos desejos dos instintos e procurar justificativa para o ato iníquo ser realizado. A consciência deve ser o juiz de cada decisão, a Lei de Deus deve ser observada e cumprida.
É o momento crucial de orar e vigiar. Pedir a Deus as forças necessárias à vigilância de nossa alma; vigiar todos os estímulos e tentações que são lançadas contra nós.
Aprendemos que as Correntes de Pensamentos vertem ao Tálamo, por secreção da mente e não do cérebro, espalhando-se em torno do corpo físico e organizando a psicosfera ou halo psíquico da pessoa. Esse tipo de túnica é o “cartão de visitas” de apresentação aos espíritos.
Então, o que vem a ser a aura? Nada mais é do que irradiações energéticas provenientes da conjunção de forças físico-químicas do corpo (bioenergéticas), do perispírito e, o mais importante, são radiações mentais do Espírito. Portanto, tem características individuais e expressam o estado evolutivo e moral e intelectual do Espírito.
Essas radiações interpenetram todo o ser e se expande além dele, formando o halo de características e cores próprias a cada ser, passíveis de serem observadas por indivíduos com faculdade para tal – a vidência.
A túnica luminescente, comum nos quadros e pinturas que apresentam santos ou místicos com auréolas em torno da cabeça ou do corpo todo, é a crença antiga da camada luminosa que circunda tanto objetos inanimados como seres vivos.
Pessoas com sensibilidade visual percebem a Aura com facilidade. Os teosofistas indicam que há cinco subdivisões nesta túnica luminescente chamada de Aura: a Aura da saúde; a Aura vital; a Aura cármica; a Aura do caráter; e a Aura espiritual.
Segundo alguns sensitivos, existe uma variação nas cores, as quais indicam os estados emocionais de cada ser. Foi o barão Karl von Reichenbach (1788-1869) que realizou os primeiros trabalhos para melhor conhecer esta luminescência. Ele a denominou de Eflúvios Ódicos.
“Od” é uma palavra que vem do sânscrito, o que penetra tudo. Dois trabalhos do Barão foram traduzidos do alemão para o francês em 1891 e 1907 por Albert de Rochas. Não houve repercussão no meio científico oficial, mas influenciaram os metapsiquistas da época: Des Rochas, Darget e Luys, nas pesquisas do Espírito.
Os cientistas oficiais seguem o paradigma reducionista, materialista, e desacreditam os experimentos metapsíquicos, impedindo o aprimoramento dos aparelhos construídos para comprovar fisicamente a existência da Aura. Mesmo assim, o médico inglês Walter Kilner, decidiu investiga-la. Utilizou o corante diacinina, extraído do carvão mineral, já usado na indústria fotográfica para sensibilizar radiações infravermelhas.
Kilner, no seu livro “A Aura Humana”, sugere aos pesquisadores, aprofundarem as buscas entre os corantes de coloração azul, para se ter menores comprimentos de onda no espectro. Como Kilner conduzia suas experiências?
Kilner colocava o paciente despido, contra um fundo negro e iluminado pela luz intensa do dia. O paciente de costas para a fonte luminosa, tal como uma janela, e era observado através de uma cuba estreita de material transparente, contendo solução alcoólica de diacinina. Isto era suficiente para ver a Aura das pessoas.
Segundo Kilner, o tempo de observação não deveria ser superior a uma hora diária, pois a diacinina age sobre as células fotossensíveis da retina e do nervo ótico, sendo prejudicial à visão. Esse mecanismo não trouxe comprovação na certeza da aura.
Kilner não especificou qual concentração ideal do corante para se ver a aura. Descreveu dezenas de Auras observadas com anteparo de diacinina, com concentrações variáveis. Reparou diferenças quanto a forma entre homem e mulher, porém, para ambos observou três formas distintas: 1 – Duplo Etérico, camada escura, transparente e uniforme, que rodeia todo o corpo físico e tem espessura entre 0,5 e 1,0 cm.; 2 – Aura Interna, camada mais densa, mostra-se uniforme em espessura, seguindo os contornos do corpo. Inicia-se a partir do Duplo Etérico, as vezes como que direto do corpo; e 3 – Aura Externa, inicia-se depois da Aura interna e tem espessura variável. Estas duas camadas podem aparecer fundidas em uma só auréola. Apesar de referir-se a uma quarta camada, a Aura Ultra-exterior, Kilner não dá detalhes dela. Seria necessário o aprimoramento desses métodos.
Em 1939 Semyon Kirlian e sua mulher, Valentina, trabalhando na União Soviética, descobriram um efeito especial a partir de eletrografias, que é um processo de impressão que utiliza um pó pigmentado (tonner), seco e eletricamente carregado (carga negativa) para imprimir cópias em papel a partir de um original.
Esse processo funciona a partir do original impresso que é iluminado por uma forte lâmpada e a luz refletida é direcionada através de espelhos e lentes para um cilindro foto-impressionável, que ioniza-se positivamente nas partes correspondentes às áreas a serem impressas. O tonner, que pe de carga negativa, adere ao cilindro nessas áreas e por transferência direta imprime o papel. O papel impresso passa então por um forte e rápido aquecimento que funde o tonner, fazendo-o aderir ao papel.
Semyon Kirlian e Valentina chegaram à convicção de que o reflexo fotografado refletia o estado de saúde bom ou mau do corpo físico. Somente em 1958 enviaram relatório ao mundo científico a respeito de suas descobertas. Só a partir de 1970, com o livro “Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro”, de Sheila Ostrander e Lynn Schroeder, que o então chamado “Efeito Kirlian” foi difundido no mundo. Várias fotos foram obtidas nos centros de estudo.
No Brasil, o IBPP - Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, obteve a 1ª kirliangrafia do ocidente numa folha de chuchu. O avanço das pesquisas revelou que muitos fatores ou muitas variáveis interferem no efeito Kirlian. Isto dificulta a repetição dos achados invalidando a proposta de pesquisa científica da Aura. Necessita-se aprimorar a aparelhagem para eliminar as interferências.
André Luiz, no livro “Evolução em dois mundos”, diz mais alguma coisa a respeito: “Considerando-se como unidade viva, toda célula em ação, tal qual um motor microscópico, em ligação com a usina mental, então é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitem radiações e que estas radiações se articulem através de sinergias funcionais. Estas sinergias funcionais, se constituem de recursos que podemos chamar de ‘tecidos de força’ em torno dos corpos que as exteriorizam. Esta é a razão pela qual todos os seres vivos, dos mais rudimentares aos mais complexos, revestem-se desse ‘halo energético’. Revestem-se dessa espécie de atmosfera eletromagnética, que tem características próprias, de acordo com a espécie”.
Continua André Luiz com relação a Aura no homem: “Esta projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo, o qual se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido Corpo Vital ou Duplo Etérico (duplicata mais ou menos radiante da criatura). O pensamento humano circula por essa túnica eletromagnética, tem colorido característico que decorre das vibrações e imagens que produz. Portanto, a alma exibe aí, em primeira mão, como um cartão de visitas, as solicitações, intenções e quadros que improvisa, cria e manipula, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas a serem alcançadas”.
Conclui André Luiz que, “Nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, temos a Aura Humana que é peculiar a cada indivíduo, o interpenetra e emerge dele. Apesar de irregular, assemelha-se a um campo ovóide. Todos os estados da alma nela se estampam, plasmando telas vivas das ideias como se fossem cinema. Esta fotosfera psíquica cujas apresentações são feitas em cores variadas, depende diretamente da Onda Mental que emitimos. Ela retrata todos os nossos pensamentos em cores e imagens as quais correspondem aos objetivos e escolhas tanto enobrecedoras como deprimentes”.
Conseguimos identificar no eletroencefalograma as ondas emitidas por nosso cérebro: ondas Beta, de 14 a 30 Hz, quando estamos despertos, conscientes em estado de alerta; ondas Alpha, de 9 a 13 Hz, quando estamos relaxados, calmos, lúcidos, sem pensamentos de vigília; ondas Teta, de 4 a 8 Hz, quando estamos profundamente relaxados, em meditação e imaginação mental; e ondas Delta, de 1 a 3 Hz, quando estamos em sono profundo, sem sonhos. Quando surgem os sonhos nessa fase do sono, as ondas se tornam Beta, como no estado de vigília, por isso se identifica como “sono paradoxal”.
Em outro livro de André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, ele observa que “este halo vital de cada um de nós, permanece edificado em correntes atômicas sutis, oriunda dos pensamentos que nos são próprios e habituais. Isto obedece à lei dos ‘quanta de energia’ e aos princípios da mecânica ondulatória que imprime à Aura, frequência e cor peculiares. A matéria mental conserva aí o seu mais amplo poder. É a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias. Á a antecâmara do Espírito em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia. Através dela somos vistos e examinados pelas inteligências superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos ou hostilizados, ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior ou principalmente superior à nossa. As simpatias e antipatias são automáticas, sem necessidade de palavras. É através desta couraça vibratória, carapaça fluídica, onde cada consciência constrói seu ninho ideal. Aqui se começa todos os serviços de mediunidade na Terra, entendendo-se mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com o homem sem o corpo físico. Desde tempos imemoriais, quando a permuta entre espíritos encarnados e desencarnados foi iniciada no mundo, a apresentação da própria Aura realizava a seleção. Os homens melhores atraiam para si os espíritos humanos melhorados; os homens rebeldes às leis de Deus, acumpliciavam-se com entidades da mesma espécie”.
A que conclusão podemos chegar? Que as Ondas de Pensamento, por suas características de frequência e trajeto, natureza e objetivo, enovelam-se umas às outras. Daí, se iniciam os núcleos de progresso dos homens nobres que assimilaram as correntes mentais dos espíritos superiores, para gerar trabalho edificante e educativo. E também foi daí que iniciaram a associação ou simbiose das almas estacionárias, que se rebelaram contra os imperativos da evolução (Lei do Progresso), estabelecendo obsessões lamentáveis.
A intuição foi o sistema inicial de intercâmbio entre encarnados e desencarnados. A intuição é o conjunto de conhecimentos próprios, adquiridos ao longo das múltiplas experiências do ser, que lhe afloram à mente de forma espontânea, sem a necessidade de que alguém lhe transmita nada. Não confundir com Inspiração que é a transmissão dos pensamentos e mensagens de uma mente desencarnada para outra encarnada, para que esta possa livremente dispor da figura, da ideia ou do quadro mental inspirado.
Edith Fiore no livro “Possessão Espiritual”, enfatiza para seus pacientes o valor dessa couraça vibratória dizendo: “A Aura está para a dimensão emocional, mental e espiritual de uma pessoa, assim como o sistema de imunização está para o corpo físico. No corpo físico, um sistema de imunização enfraquecido deixa o indivíduo suscetível a doenças e infecções. Uma Aura enfraquecida gera vulnerabilidade à invasão de espíritos.
Como fortalecer a Aura? Há um método infalível, que se for levado a sério vai deixar não só a Aura “tinindo” de tão fortalecida, como também a mente, o corpo físico e tudo quanto pudermos imaginar. É o método infalível AADEAPCATM (Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo. Jesus). Este é o método ensinado por Jesus há 2.000 anos e que nos trará paz, amor, harmonia e equilíbrio.