Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/11/2023 00h01
O PATRÃO NOSSO DE CADA DIA

            Interessante colocar mais esta música do mesmo cantor com a mesma ideologia para completarmos uma trilogia como se fosse um estandarte de combate à Trindade da divindade. Vejamos...



 



O PATRÃO NOSSO DE CADA DIA



 



Eu quero o amor



Da flor de cactos



Ela não quis



 



Eu dei-lhe a flor



De minha vida



Vivo agitado



 



Eu já não sei se sei



De tudo ou quase tudo



Eu só sei de mim



De nós



De todo o mundo



 



Eu vivo preso



A sua senha



Sou enganado



 



Eu solto o ar



No fim do dia



Perdi a vida



 



Eu já não sei se sei



De nada ou quase nada



 



Eu só sei de mim



Só sei de mim



Só sei de mim



 



Patrão nosso



De cada dia



Dia após dia



 



            A partir do título verificamos o combate dentro da Guerra Espiritual sendo posto de forma velada para os ingênuos. O Pai Nosso ensinado por Jesus para nos sintonizarmos com Deus, agora Ele é colocado como o patrão que geralmente possuímos nas relações profissionais da dimensão material. O amor continua sendo a meta humana, mas agora cercada de espinhos, que é oferecido junto com uma vida agitada, mas o próximo não quer, mas isso não interessa. A pessoa confessa a confusão mental, não sabe o que acontece em nada ou em tudo, mas pensa que sabe de si, o que está fazendo, o que o outro ou todo mundo precisa fazer, receber ou doar. Mas a confusão permanece no fim do dia, no fim da vida. Sente que está preso à uma senha alienígena, que é enganado. Solta o ar que está preso dentro do peito como deseja soltar a alma presa pela senha escondida nas trevas. Sente que perdeu a vida, que na realidade não sabe de nada. É como se o cantor estivesse vendo um vislumbre da realidade na qual está preso e sendo instrumento para enganar aos outros e que mesmo não sabendo de nada ou quase nada, esse quase é o que sabe de si, só de si. Finalmente sopra o refrão que foi ensinado de misturar o patrão com o Pai, mas talvez nesse momento ele queira no seu íntimo voltar a conexão com o Pai a cada dia... a cada dia... dia após dia...


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/11/2023 às 00h01
 
17/11/2023 00h01
O VIRA

            Esta é outra música que faz parte de um trio que chegou no mesmo pacote, como aulas que são jogadas em nosso inconsciente e em não tem olhos e ouvidos para ver e ouvir não conseguem entender para onde elas querem nos levar inconscientemente. Vejamos esta nova letra...



 



O VIRA



 



O gato preto cruzou a estrada



Passou por debaixo da escada



E lá no fundo azul



Na noite da floresta



A lua iluminou



A dança, a roda, a festa



 



Vira, vira, vira



Vira, vira, vira homem, vira, vira



Vira, vira, lobisomem



Vira, vira, vira



Vira, vira, vira homem, vira, vira



 



Bailam corujas e pirilampos



Entre os sacis e as fadas.



E lá no fundo azul



Na noite da floresta



A lua iluminou



A dança, a roda a festa.



 



Vira, vira, vira



Vira, vira, vira homem, vira, vira



Vira, vira, lobisomem



Vira, vira, vira



Vira, vira, vira homem, vira, vira



 



            Esta música traz um mantra forte para a transfiguração do homem em bicho. Inicia com os rituais místicos de agouro e má sorte, do gato preto e de passar por baixo de escada. Mas existe um fundo azul na noite da selva, iluminada pela lua, o astro que reflete a luz que vem do sol e que agora vai afastar um pouco as sombras e permitir a dança que evoca o sensualismo na roda onde todos pertencem a todos na grande festa dos sentidos. Isto parece muito com o ecumenismo defendido pela atual direção da Santa Igreja Católica, no atual Sínodo da Sinodalidade. É nesse ponto que a música entra no mantra para o homem virar o seu caráter, a sua personalidade, deixar de ser ético e preocupado com o bem-estar do próximo para se tornar um animal dirigido pelos instintos, comandado pelo Behemoth, em busca dos prazeres, indiferente em quem esteja usando, pisando ou matando.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/11/2023 às 00h01
 
16/11/2023 00h01
SANGUE LATINO

            Durante o trabalho de pesquisa para a conclusão do texto do dia anterior, fui desviado para a canção “Sangue Latino”, composição de João Ricardo e Paulinho Mendonça e defendida por Ney Matogrosso do grupo “Secos e Molhados). Vejamos a letra e o que ela quer dizer...



 



SANGUE LATINO



 



Jurei mentiras e sigo sozinho



Assumo os pecados



Os ventos do Norte não movem moinhos



 



E o que me resta é só um gemido



Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos



Meu sangue latino



Minha alma cativa



 



Rompi tratados, traí os ritos



Quebrei a lança, lancei no espaço



Um grito, um desabafo



 



E o que me importa não é está vencido



Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos



Meu sangue latino



Minha alma cativa



 



            Não voltarei a dizer isto que vou dizer agora... os meus textos têm um direcionamento que vai além das minhas intenções. Como estou sintonizado com o Cristo e pretendo fazer a vontade do Pai como Ele ensinou, certamente a minha frágil sabedoria é ajudada por irmão que na dimensão espiritual procuram ajustar o meu pensamento, as minhas ações, num contexto mais apropriado para repassar o meu conteúdo mental, na forma de catequese que fui habilitado para fazer.  



            Essa canção e esse cantor fazem parte da minha história, gostava e ainda gosto muito da música e letra do que ele canta. Mas agora tenho uma nova compreensão, ajustada aos conteúdos informativos que adquiri sobre a Guerra Espiritual que estamos dentro dela há milênios. O trabalho desse cantor e seu grupo servia para sensibilizar mentes de jovens como eu para uma mudança de direção na forma de pensar. Eu, cristão, tradicionalista, achava legal a forma de cantar, os trejeitos, as máscaras faciais que tiravam a característica humana para um ser alienígena, de gênero transformista. Não fui à fundo no que eles sugeriam, não combinava tanto com minha personalidade.



            A letra da música passava uma forte mensagem. Diz que a pessoa jura mentiras e segue sozinho, que assume os pecados que está cometendo, que os ventos do Norte, aqueles que abrem a nossa visão, que falam do desconhecido e permitem a luz do sol, a verdade de Deus, pois faz com que os céus se abram ao afastar as nuvens, esses ventos não movem os moinhos do trabalho material. Sente o gemido na consciência, pela vida de pecados, pelos mortos que produz, pelos caminhos tortos longe do Cristo. Sente o sangue corrupto e a alma cativa, pois rompeu com acordos e ritos, que fez desde a pia batismal, o confessionário... quebrou a penitência que o livraria do pecado e lançou as consequências no espaço, num grito, num desabafo. O que importa é está vivo e que sente está vencendo na vida, mesmo por cima dos mortos que produz em seus caminhos tortos. Afinal de contas tem um sangue corrupto e tem a alma cativa... de quem? Não diz, mas fica subentendido por quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, como eu não tinha antes e nada disso percebia.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/11/2023 às 00h01
 
15/11/2023 00h01
HUMANISMO E PAGANISMO

            Vejamos o que diz o autor João Ameal (1902-1982) no volume 1 da sua coleção “História da Europa”, que se encaixa bem no que o Santo Papa Pio X quer relacionar com sua Carta Encíclica publicada em 08-09-1907.



            De fato, na Arte como na Filosofia, como no Drama, como em todas as expressões do seu poder criador e do seu gênio especulativo – os valores mais representativos da cultura helênica não podem deixar de ressentir-se daquele tenaz e limitado antropocentrismo (ou deveremos chamar-lhe antes antropoteísmo, já que os seus deuses são, afinal, embora sublimados ou cercados de fábulas e prodígios, excessivamente humanos?) – que o sofista (Aristóteles definia a sofistica como a sabedoria aparente, mas não real) Protágoras condensa numa legenda bem reveladora, ao declarar “o homem medida de todas as coisas”.



            A Grécia é, acima de tudo, cultura apaixonada do humano demasiado humano, para não dizermos do humano exclusivamente humano. Ao serviço do homem, graças a uma variedade e espontaneidade de dons que hoje ainda provocam legítimo assombro, constrói uma civilização luminosa, fecunda em sugestões e caminhos, aberta a todas as correntes do espírito e a todos os requintes da forma – uma civilização de que a nossa não pode deixar de se reconhecer herdeira em grande parte.



            No entanto, trata-se de uma civilização antropocêntrica – e o seu objetivo máximo é exaltar um humanismo integral.



            Humanismo enobrecido pelos apelos à virtude, ao autodomínio, ao primado da inteligência, de um Sócrates, de um Platão, de um Aristóteles e, na fase derradeira, pelo esforço dos estóicos (pessoa que é indiferente ao prazer e à alegria, assim como a tristeza e a dor) no sentido de um convite à vitória sobre os instintos, apetites e paixões.



            Em todo caso, humanismo pagão – e, como tal, sujeito a limites que não pode, nem poderia ultrapassar. Humanismo pagão, supersticioso, preso a mil preconceitos e a mil temores, caracterizado pelo amor absorvente da vida terrena, dos prazeres imediatos, das belezas perecíveis.



            Sobre a extrema liberdade do homem querem os gregos levantar todo o edifício. A falência dos seus modelos políticos tem aí origem evidente – através de instituições democráticas que sempre se traduzem em paradoxos, erros, agitações estéreis, inconsequências suicidas e por isso sofrem a condenação severa da maioria dos grandes pensadores. Não censura Sócrates com veemência que se tirem à sorte magistrados quando se não escolhe por tal processo um marceneiro ou um tocador de flauta? Não avisa Platão, na República, que o exagero da liberdade conduzirá à servidão geral? E é certo: a liberdade helênica mata-se por suas próprias mãos – acaba por atrair, e consolidar, o jugo estranho. Como sintetiza lucidamente o americano Will Durant: “A irresponsabilidade de uma assembleia que, desprovida de freios, vota um dia sob o acicate de paixões momentâneas e lamenta-o, também com paixão, no dia seguinte, mas em vez de se castigar a si mesma castiga aqueles a quem deu ouvidos; o poder legislativo acessível apenas aos membros da ekklesia; o estímulo concedido aos demagogos enquanto os homens qualificados sofrem ostracismo ruinoso para a cidade; a atribuição dos cargos pelo acaso do sorteio com mudança anual dos funcionários e o correspondente caos governativo; a desordem das facções a perturbar a cada passo a direção e a administração do Estado – eis os vícios capitais de que Atenas pagou o preço até o último óbolo, sucessivamente Esparta, a Felipe, a Alexandre, a Roma...”. E o que se diz de Atenas aplica-se a qualquer outra das pequenas cidades-Estados da Grécia. “Não há uma só” – frisa o professor francês Maurício Croiset – “que possa ser proposta como exemplo a um Estado moderno.



            Evidentemente, a Grécia antiga – a Grécia admirável dos filósofos, dos sábios, dos oradores, dos artistas – cai vítima do seu individualismo substancial, da sua orgia de liberdade, do culto abusivo e desmedido do homem isento de cadeias e disciplinas, do homem ilusoriamente considerado “medida de todas as coisas”...



            Nem por isso se negará o alto papel desempenhado pela civilização grega na marcha da História Universal. Nem por isso se contestará a legitimidade com que Gonzague de Reynold assinala que: “o sentimento pan-helênico (no período da resistência vitoriosa aos invasores persas, no período de Maratona, de Salamina, de Plateias, de Micale) foi a primeira forma do sentimento europeu – de uma Europa conscientemente oposta a uma Ásia”. E é por isso que, com o eminente professor de Friburgo, também apesar de tudo, nos parece legítimo ver, sobretudo na Grécia do século V aC, por muitas razões fundamentais – a Proto-Europa.



            Este Humanismo Pagão que observamos ter surgido na Grécia é o que o Modernismo tenta resgatar. Até mesmo na nomenclatura do movimento ideológico existe a incoerência com a verdade. Pois é isso que tenta colocar a Teologia da Libertação, o braço ideológico do Modernismo, do socialismo, do comunismo, inserido dentro da Santa Igreja Católica. Transfiguram as palavras do Evangelho para parecer que o Cristo era também um revolucionário e que fazia a opção pela humanidade. Eles dirigem a atenção em especial para os pobres que são mais suscetíveis a servirem como buchas de canhão para os interesses inconfessáveis dos revolucionários. Os mesmos erros que a Grécia cometeu e que a levou à destruição, à subserviência de outras forças com menor potencial artístico e de oratória, é cometido por nossa civilização, especialmente a brasileira. E aqui os nossos erros são mais grosseiros, pois lá eram escolhidos os magistrados através de sorteio e aqui quem escolhe é a pessoa que projeta ser beneficiado com tal escolha. Dai observamos como a nossa Suprema Corte escolhida por esse método, termina assumindo atitudes ditatoriais para beneficiar quem os indicou. Onde está a sabedoria dos gregos e a sua democracia tão elogiada? Certamente esse tipo de ideologia para conduzir uma civilização não deu certo no passado, não está dando certo no presente e não teremos futuro saudável se o modelo persistir como está acontecendo. O legislativo que democraticamente está mais perto do povo, não consegue fazer leis em benefício da nação, da cidade, do Estado... as leis são feitas para proteger os corruptos, soltar criminosos e manter o povo escravizado para pagar suas mordomias através de impostos abusivos, justamente como fazia os carrascos dos gregos, Esparta, Macedônia, Roma...


Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/11/2023 às 00h01
 
14/11/2023 00h01
CE 09 – IMANÊNCIA RELIGIOSA

            Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907. Esta é a segunda parte da primeira parte, onde o Papa faz a “Exposição do Sistema e sua Divisão” começando pelo “O Modernista Filósofo”.



            Eis aqui o modo como eles passam de uma parte a outra. A religião, quer a natural quer a sobrenatural, é mister ser explicada como qualquer outro fato. Ora, destruída a teologia natural, impedido o acesso à revelação ao rejeitar os motivos de credibilidade, é claro que não se pode procurar fora do homem essa explicação. Deve-se, pois, procurar no mesmo homem; e visto que a religião não é de fato senão uma forma da vida, a sua explicação se deve achar mesmo na vida do homem. Daqui procede o princípio da imanência religiosa. Demais, a primeira moção, por assim dizer, de todo fenômeno vital, deve sempre ser atribuída a uma necessidade; os primórdios, porém, falando mais especialmente da vida, devem ser atribuídos a um movimento do coração, que se chama sentimento. Por conseguinte, como o objeto da religião é Deus, devemos concluir que a fé, princípio e base de toda a religião, se deve fundar em um sentimento, nascido da necessidade da divindade.



            O discípulo do modernismo, dentro do ateísmo científico, sente a necessidade de explicar tudo com a lógica de não considerar Deus na história, pois Deus não pode ser explicado pela ciência. Consideram que a religião é um fato como outro qualquer que entra na história humana pelo próprio homem. Com essa visão, a teologia natural de considerar Deus como parte da história é destruída. O acesso à revelação contida na Bíblia e em outros livros sagrados é impedido por essa ideologia, racional e científica. Como a religião é uma forma da vida criada pelo homem, fica claro para os modernistas que não se deve procurar fora do homem essa explicação, mas que se deve procurar mesmo na vida do próprio homem. Aqui entra o conceito da imanência, da qualidade do que pertence à substância ou essência de algo, à sua interioridade, em contraste com a existência, real ou fictícia, de uma dimensão externa. É algo que tem em si próprio o seu princípio e seu fim, contrário a transcendência que faz referência a algo que possui um fim externo e superior a si mesmo. O filósofo Tales de Mileto deu um exemplo de imanência ao propor que tudo se originou na água, que tudo é agua, logo, a água seria o que uniria tudo, sendo ela o fundamento. Ela faria parte de maneira inseparável da essência do ser, inerente, de longa duração, que permanece, perdurável. A crítica da imanência consiste na identificação de padrões normativos pressupostos ou parcialmente realizados nas práticas sociais e da posterior avaliação crítica da sociedade à luz desses padrões. Estes permitem identificar as práticas sociais como a religião e os valores que as estruturam. O imanentismo é o termo usado para se referir à noção de que Deus ou uma mente ou espírito abstrato pervade, toma posse do mundo. Como é entendido pelo modernismo que todo fenômeno da vida deve sempre ser atribuída a uma necessidade da própria vida, que gera um sentimento do coração chamado de sentimento. Como Deus é o foco, princípio e base da religião, a fé que O representa estar fundada no sentimento humano da necessidade de uma divindade. Sem considerar a revelação divina, a racionalidade que nos leva a entender e compreender Deus na história, na transcendência que faz parte da natureza, iremos penetrar cada vez mais em outros construtos ideológicos que nos leva cada vez mais distante do caminho apontado pelo Cristo. É isto que o Santo Papa Pio X está querendo mostrar.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/11/2023 às 00h01
Página 74 de 941