Seguindo na análise minuciosa da mensagem recebida em fins de agosto, para a compreensão da minha missão dada pelo Pai, destaco agora o trecho seguinte:
Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.
Esta lição encaixa bem com as vibrações do dia de ontem que foi dedicado ao irmão. Como dizia Benjamim Franklin, um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo sempre será um irmão.
Mais uma vez Jesus explica com profundidade a essência da minha missão: amar aos outros como Ele ensinou. Jesus disse que me consideraria Seu amigo se eu fizesse o que Ele manda. E diz ainda a graduação do amor; o maior Amor é daquele que dar a vida aos seus amigos. Nesse ponto eu fiquei com uma dúvida. Acho que o Mestre generalizou para melhor terminar Sua lição. No final tudo se harmoniza, mas no caminho é preciso melhor entender essa lição do Mestre.
Ele classificou dois tipos de pessoas, os amigos e os servos. Caracterizou bem o servo, aquele que não sabe o que faz o seu senhor. Apenas cumpre ordens. Amigo é aquele que Ele ensinou tudo quanto ouviu do Pai. É muito interessante essa passagem da lição e até esse momento eu não tinha percebido a sua dimensão. Então quando eu passo a conhecer o que Jesus ensinou sobre o Pai, eu me torno o Seu amigo. Mas não é tão automático assim, pois eu tenho que fazer o que Ele manda. São duas condições para ser amigo de Jesus: ouvir (conhecer) e obedecer.
Dessa forma me considero amigo de Jesus, obedecendo aos seus critérios: conheço suas lições e procuro obedecer. Resta agora verificar a intensidade, o grau, a profundidade dessa amizade. Sabemos que existem amigos mais próximos e mais distantes e isso é o que Jesus quer ensinar também quando diz que ninguém tem maior amor do que aquele que dar a sua vida por seus amigos.
Vejo então o exemplo de Jesus que extrapolou as suas lições, ele deu sua vida, explicitamente do alto do madeiro por toda a humanidade, amigos e servos. Foi uma missão de alta responsabilidade à serviço do Pai.
Agora, reconheço que não tenho essa capacidade espiritual de Jesus, até a compreensão de suas lições ainda não tenho com toda a profundidade que Ele deseja que alcancemos. Mas já posso dar os primeiros passos. Da mesma forma que ele fez comigo dando o exemplo do Pai, eu posso fazer com as pessoas do meu convívio dando o exemplo dEle na aplicação da lei do Amor. Assim, se as pessoas me ouvirem e fizerem o que mando (de acordo com as lições dEle) eu posso considerar meus amigos. Quem assim não me fizer os considerarei apenas servos na seara do Pai, dentro da Natureza. Sei que é difícil aplicar o Amor quando o coração ainda está cheio de impurezas. Não vou procurar perfeição em ninguém, pois nem mesmo eu a possuo, mas devo verificar quem entende a importância da lição de Jesus e procura a cumprir, mesmo com toda a dificuldade, com toda a resistência que a dureza do coração impõe. Não importa que eu seja vítima dessa dureza, dessa ignorância, da intolerância que brota de um coração cheio de egoísmo e seus derivados; importa que a pessoa reconheça o Pai, o Mestre Jesus e que pratique o Amor pelo menos num mínimo aspecto de suas vidas. Assim, mesmo que a pessoa me considere o seu inimigo, eu a considerarei a minha amiga, principalmente quando existir no meio de nosso relacionamento pessoas que amamos de forma comum.
Com estas considerações, me considero em condições de dar a vida por meus amigos, no sentido de que o trabalho que realizo, que ocupa boa parte do meu tempo, o meu suor, o meu vigor, eu possa contribuir com os amigos. Este é o sentido! Quando distribuo os meus recursos materiais adquiridos com o esforço físico, quando distribuo os ensinamentos adquiridos com horas de estudo e reflexão, quando faço essa distribuição sem nenhuma intenção de receber qualquer tipo de compensação das pessoas beneficiadas, quando tenho o sentido simplesmente de favorecer os meus amigos sem prejudicar os servos ou amigos mais distantes, estou dando a eles a minha vida. E quanto mais eu tiver condições de fazer isso, mais amigo de Jesus eu serei, mais próximo do Pai eu estarei. E viverei alegre e feliz, aqui e alhures... esta é a minha compensação, vinda das mãos do Pai!
Seguindo na análise minuciosa da mensagem recebida em fins de agosto, para a compreensão da minha missão, destaco agora o trecho seguinte:
Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como eu também guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.
Jesus procura ser bem didático e fazer uma relação direta dEle, com o Pai e comigo, na corrente do Amor. Da mesma forma que Ele ama o Pai, Ele também me ama; se eu perseverar no meu Amor a Ele, guardar os Seus mandamentos, ser constante no Seu Amor, da mesma forma que Ele guarda os mandamentos do Pai e persiste no Seu Amor, a alegria dEle estará em mim e minha alegria será completa.
Então o meu modelo de comportamento será o modelo de Jesus frente ao Pai. Da mesma forma que Ele ama ao Pai com perseverança, eu também deverei amar ao Mestre com perseverança que automaticamente estarei amando ao Pai, como se fosse um papel carbono. Amando a Jesus estarei amando a Deus. Para pessoas mais materializadas poderia ser difícil amar diretamente a um Deus que não se ver, não se toca, não se ouve; é mais fácil amar uma pessoa que está ao nosso lado, que convivemos com ela. Então Jesus veio até nós, assumiu a carne animal com todos os seus instintos e motivações, para dar o exemplo mais claro que poderia ser, de como amar ao Pai que ninguém ver. Basta amar a Jesus da forma que Ele ama ao Pai, que estamos também amando a Deus.
Aprendi bem essa lição que Jesus deu. Hoje eu tenho plena convicção da existência do Pai como Jesus ensinou, que Ele está ao meu alcance a qualquer hora ou lugar, e que posso me relacionar diretamente com Ele, que posso inclusive absorver a Sua essência e ser “como um Deus”, pois foi isso que o Mestre disse: “vós sois deuses”.
Assim, eu me considero discípulo do Mestre, sigo Suas lições, seus exemplos, mas reconheço uma ordem direta do Pai para mim, que é coerente com as lições de Jesus, mas que me colocam num caminho diferente, quando aplico o Amor nas minhas relações afetivas, íntimas, o que não acontecia com Jesus. Mas o Pai me mostra que tudo na vida é evolução e o Seu filho mais capacitado, Jesus, não conseguiu ensinar tudo que sabia a nós porque ainda estávamos muito atrasados. Somente a reformulação da lei de Moisés para a aplicação da lei do Amor, já foi um esforço considerável para que entendêssemos e pudéssemos aplicar. Depois de mais de 2000 anos dessas preciosas lições ainda estamos patinando aqui na Terra. Defendemos com veemência a lei do Amor, sabemos que ela é fundamental para a formação do Reino de Deus, mas poucos conseguem a aplicar.
Aqui estou então nessa posição, o irmão caçula de Jesus, que ainda não consegue caminhar com firmeza nas próprias pernas, que não consegue ainda articular o pensamento e defender com sabedoria a vontade de Deus em qualquer circunstância. Sou intimidado diversas vezes, tenho medo de ser ridicularizado, tido como um radical, um xiita da religião... Mas aceito a vontade de Deus, como Ele quer que eu aja, e mesmo engatinhando e balbuciando pelo caminho, mas é o caminho que ele me quer dentro dele e assim o farei: perseverar no Amor!
Seguindo na análise minuciosa da mensagem recebida em fins de agosto, destaco agora o texto seguinte:
Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
Agora chega uma espécie de complementação do “amar aos outros” como condição de ser discípulo de Cristo: dar frutos!
Isso quer dizer que o ato de amar não pode ficar na ociosidade, na contemplação. Exige que haja frutos, haja trabalho, realizações. É uma condição que deve estar associada uma a outra, amar e dar frutos.
Faço agora uma reflexão sobre isso e procuro lembrar, desde quando eu assumi ser discípulo de Cristo, que decidi amar aos outros e colaborar na construção do Reino de Deus, quais foram os frutos que produzi? Fiz amigos, fiz filhos, fiz companheiras... Esses parecem que são os meus principais frutos. Pode ser contestado, mas isso todo mundo não faz? Acontece que nesses meus frutos eu procuro injetar o Amor Incondicional, uma forma de nutrir que leva ao desenvolvimento pessoal material e espiritual. Todas as pessoas que estão no meu círculo, amigos, parentes e companheiras, recebem de forma justa o quinhão de Amor que posso lhes dar, respeitando os devidos limites do tempo e do espaço... Não posso estar com todos ao mesmo tempo e a minha ausência da vida de alguns pode parecer muito dolorosa.
Devo fazer constantemente uma avaliação na seara que o Senhor destinou para mim, para ver a qualidade e quantidade de meus frutos. Devo ser habilidoso, pois o Pai quer muitos frutos, mas quanto mais fruto eu produzo menos tempo eu tenho para cada um deles. Assim eles entram no sofrimento devido a ausência, a saudade, que pode se transformar em desgosto, em ressentimento. Se isso acontece, é como uma verdadeira praga nos campos do coração. O Amor que eu procuro injetar em cada coração, se não estiver limpo do egoísmo, vai deteriorar a natureza desse amor e se transformar até no seu oposto, o ódio. Tal qual o leite, ao ser depositado numa vasilha suja, logo azeda e estraga.
Cada fruto que eu produza, devo logo procurar limpar o seu coração da sujeira do egoísmo, mostra a natureza do meu trabalho na seara do Senhor, de produzir o máximo de frutos com o uso do Amor Incondicional, e que a ausência de perto dele em determinados momentos vai ser uma necessidade e uma constante. Que essa ausência com o sofrimento que traz, sirva de motivo para júbilo junto a mim, mesmo distante, com a compreensão que esse é o meu trabalho no cumprimento da vontade de Deus e que se a pessoa existe como um fruto meu, é porque assim estou fazendo a vontade do Pai.
Prosseguindo na análise minuciosa da mensagem recebida em fins de agosto, destaco agora o texto seguinte:
Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo que quiserdes e vos será feito.
Essa promessa parece ser mirabolante, como um gênio da lâmpada mágica que está pronto a fazer todos os nosso desejos. Mas não é bem assim. Devo prestar atenção ao “Se” que antecede a frase: “Se permanecerdes em mim.” O que isso significa? Que devemos permanecer nas palavras de Jesus, cumprir o que Ele ensina. Parece simples, mas não é. Tenho experiência pessoal do quanto procuro cumprir a Lei do Amor ensinada por Jesus e não consigo, me considero ainda muito atrasado frente ao Mestre. Por outro lado, quando me comparo com a maioria das pessoa ao meu redor, vejo que estou bastante adiantado. Isso quer dizer que pouquíssimas pessoas permanecem em Jesus, cumprem com fidedignidade as suas palavras; então pouquíssimas pessoas estão nessa condição de tudo pedir e tudo será feito.
Ainda tem outra questão. Somos inclinados a pensar que essa pessoa na condição adquirida de pedir tudo, que ela vai pedir tudo que tenha necessidade para a sua vida material, que peça dinheiro e bens materiais os mais diversos para que logo seja rico e não tenha mais dificuldades com a vida. Muito engano, esse é um pensamento mundano. Quando permanecemos em Jesus e cumprimos a Sua palavra, nos afastamos dos interesses mundanos e nos engajamos na evolução espiritual, principalmente a evolução de toda a humanidade, seremos construtores do Reino de Deus. Então essa pessoa jamais irá pedir algo para seu benefício pessoal, e sim para dar condições de efetivar a vontade de Deus, e nesse sentido tudo lhe será atendido.
Eu, na condição de discípulo de Jesus, um discípulo precário, cheio de imperfeições, já sei que posso pedir ao Pai e ser atendido. Não em tudo que eu quero, que eu ache que é importante, pois o meu grau de sabedoria também é precário e pode muito bem não ser conveniente para ninguém aquilo que eu desejo ou que ache importante para a coletividade. A minha própria missão é um exemplo. Tenho muitas dúvidas de como a implementar, se estou realmente certo, se posso duvidar daquilo que Deus colocou na minha consciência... dentro dessa confusão toda, a minha maior necessidade é adquirir sabedoria para sair desse emaranhado racional de dúvidas e preconceitos sem perder de vista o que Deus quer de mim. Por isso, o meu pedido mais veemente ao Pai no estágio atual em que me encontro, é para receber sabedoria, para que eu possa caminhar sem entrar nos desvios da rota. Esse é o meu tudo que quero agora e que submeto a vontade do Pai.
Seguindo na análise minuciosa da mensagem recebida em fins de agosto, destaco agora o texto seguinte:
Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
Jesus não exigiu nenhuma outra condição para sermos considerados seus discípulos a não ser a condição de amarmos uns aos outros. Não é necessário estar filiado a qualquer templo religioso, a qualquer orientação filosófica. Simplesmente assim, amar uns aos outros! Porém a nossa herança egoística associada à condição animal é forte obstáculo a essa realização. Temos que obter a compreensão do nosso objetivo evolutivo quanto o aprimoramento do espírito, que é nossa principal meta, e deixar em segundo plano as exigências que a carne tem para se manter no mundo das aparências.
Na minha trajetória em busca de um sentido para a vida, cheguei a ter contato com as lições de Jesus. Reconheci nEle uma autoridade moral ímpar, impressão essa ratificada por todos avatares que tive conhecimento e que chegaram a saber de Jesus. Então procurei absorver suas lições de Amor, como fazia na academia, entendia como uma verdade inconteste pela crítica racional e parti para a sua aplicação como era a orientação, a partir da transformação do meu próprio coração. Ele disse que se eu agisse dessa forma, como seu discípulo, amando aos outros, ao próximo como a mim mesmo, eu estaria contribuindo para a construção do Reino de Deus.
Eu sei que não tenho nenhuma carteirinha de identificação como discípulo de Jesus, mas sei que isso não é preciso. Basta eu conseguir amar aos outros, quem quer que seja esse “outro”, para assim eu ser identificado como seu discípulo. Mesmo que a pessoa nunca tenha ouvido falar de Jesus, mesmo que tendo ouvido não queira seguir suas lições, não queira ser o seu discípulo, isso não importa. O que importa é o que eu devo fazer para ser reconhecido por mim mesmo, por Jesus e pelas pessoas de boa vontade, que eu sou um autentico discípulo.
Tudo isso está a nível de minha consciência, de minha intenções e motivações. Mas para levar isso para as ações é um outro aspecto. Reconheço que ainda possuo muitas imperfeições que impedem essa livre expressão de amor aos outros. Timidez, vergonha, medo, egoísmo, julgamentos... enfim, uma infinidade de obstáculos que fazem do meu ato de Amor, um ato fraco e nebuloso. Assim, ainda considero a minha identidade como discípulo do Cristo, fraca e nebulosa.
Mas sei que Ele é paciente e tolerante, sabe de minhas convicções e de que estou tentando melhorar a cada dia. Sei que Ele aceita essa identidade precária que ainda possuo à espera que ela fique cada dia mais visível.