Criamos no Departamento de Medicina Clínica (DMC) o projeto de Extensão Universitária “Foco de Luz” com o objetivo de colaborar diretamente com a comunidade da Praia do Meio e adjacências, onde está localizado o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), sede de nossas atividades profissionais. Observamos as dificuldades da comunidade como saúde, educação, desemprego, abuso de drogas, prostituição, violência, e criminalidades em geral. O nosso foco é levar a ideologia do Cristo, o Cristianismo, como ferramenta filosófica já comprovada como eficaz nos projetos de harmonização individual e coletiva. Para ser mais eficaz nessas ações dentro da comunidade, criamos a Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM) com sócios dentro e fora da comunidade que se sentem atraídos por este chamado de Cristo. Podem colaborar com qualquer valor dentro de suas possibilidades para fazermos cumprir as necessidades financeiras que sempre surgem para um ente jurídico que foi formalizado. Mas o nosso foco principal será sempre o de cuidar do corpo para uma vida digna neste mundo material e direcionar a alma para a vida eterna na espiritualidade e sintonia com o Criador. Com o objetivo de contribuir com mais eficácia (nível gerencial) e eficiência (nível operacional) para dirimir as dificuldades financeiras das pessoas dentro da comunidade, formamos uma Cooperativa para coleta de resíduos sólidos, e já tivemos contato com setores do HUOL para uma parceria.
Hoje, nesta reunião com a atual direção do HUOL (Dra. Eliane) e com a que a antecedeu (Dr. Stênio), viemos colocar essa exposição de motivos a partir do Projeto Foco de Luz com a participação da AMA-PM e da Cooperativa.
Como podemos imaginar, o trabalho de filosofia cristã traz uma série de dificuldades , pois devemos trabalhar com a verdade, com o objetivo de servir as necessidades da comunidade, sem esperar deste trabalho recompensas materiais, financeiras ou honrarias. Nossa recompensa está sendo dada no dia-a-dia quando o Pai sonda os nossos corações e percebe, com um sorriso, que estamos fazendo a Sua vontade.
Colocamos nossas dificuldades à direção do HUOL por percebermos aqui dentro do Hospital centenas de talentos dados pelo Pai, a cada servidor, técnico, professor ou aluno. Esperamos ter criado um espaço onde cada um possa se sentir como um “Irmão” reconhecendo a vontade do Pai e que possamos agir fraternalmente dentro de nossos talentos de acordo com nossas intenções. O primeiro passo é a questão financeira, pois mesmo não sendo a nossa meta, termina sendo os meios para alcança-la. Mas, nenhum meio de conseguir recursos deve nos desviar da meta de fazermos a vontade do Criador. Como irmãos, capazes de opinar, sugerir ou determinar, vejamos o que precisamos:
Lendo Huberto Rohden no seu livro “Filosofia Cósmica do Evangelho” encontrei trechos interessantes que irei colocar aqui 3 deles para nossa reflexão, sendo este é o terceiro:
A magnífica frase de Albert Schweitzer “O Cristianismo é uma afirmação do mundo que passou pela negação do mundo” resume lapidarmente o que entendemos por Cristianismo Cósmico.
Quem afirma o mundo sem o ter negado é materialista e idólatra.
Quem nega o mundo sem ter a coragem de o afirmar é asceta espiritualista.
Quem afirma o mundo depois de o ter negado e continuando a negá-lo, internamente, pelo desapego, esse é cristão genuíno e integral, homem cósmico.
O Verbo se fez carne para que a carne pudesse fazer-se Verbo...
O espírito se materializou para que a matéria pudesse espiritualizar-se...
O Cristianismo é a vida de todo cristão, é uma permanente encarnação do Verbo e uma constante verbificação da carne, uma contínua descensão do espírito de Deus ao mundo e uma incessante ascensão do mundo a Deus.
O Cristianismo e a vida cristã, é Natal e Páscoa, encarnação e ressurreição, descida do espírito divino para dentro do homem, e subida do homem para o espírito de Deus. A manjedoura de Belém e o túmulo vazio do Gólgota, a noite do nascimento de Jesus e a noite do ressurgimento do Cristo – eis a mais breve síntese do homem cósmico!
No meio entre esses dois extremos, porém, está a cruz, não apenas como símbolo de sofrimento, mas também, e sobretudo, como emblema da vida universal., abrangendo com suas quatro pontas o norte e o sul, o leste e o oeste, a totalidade de todas as coisas que há em todas as alturas e profundezas, em todas as latitudes dos horizontes. A cruz é o símbolo cósmico por excelência.
Quem adora o mundo é idólatra.
Quem odeia o mundo é desertor.
Quem ama a Deus no mundo e o mundo em Deus é homem cósmico, crístico.
Este é um quadro performático bem descrito de como podemos estar enquadrado na caminhada da vida. Parece que a meta mais coerente e sábia é a que nos deixa sintonizados com o Pai e considerado um cidadão do Reino de Deus, um homem cósmico, cristão.
Lendo Huberto Rohden no seu livro “Filosofia Cósmica do Evangelho” encontrei trechos interessantes que irei colocar aqui 3 deles para nossa reflexão, sendo este é o segundo:
É fora de dúvida que a moral pré-mística, anterior à experiência direta de Deus, é um teste e uma prova de fogo pela qual o homem tem de passar, é o vasto e doloroso deserto que medeia entre o Egito da velha escravidão e o Canaã da futura liberdade; esse Canaã é para o simples crente um país longínquo, no tempo e no espaço, ao passo que o horroroso deserto da sua renúncia diária é fato cruciantemente propinquo.
Entretanto, segundo as eternas leis cósmicas do espírito, tempo virá em que essa moral pré-mística, difícil, se converterá numa ética pós-mística, fácil. Chegará para o crente sincero o dia em que a amarga medicina do duro dever moral passará a ser um laudo festim de suave querer espiritual, dia em que ele saberá por experiência que o “jugo é suave e seu peso é leve”. E em que poderá dizer com o Mestre: “O meu manjar é cumprir a vontade do meu Pai”.
Quando o homem tiver atingido, através de sucessivos estágios evolutivos, as últimas alturas dessa “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”, em que o ser-bom é o mesmo que ser-feliz, e o ser-feliz interior transborda irresistivelmente num ser-bom exterior – então saberá ele o que quer dizer “Filosofia Cósmica do Evangelho”.
O Cristo veio redimir uma humanidade profundamente materialista, era natural que Ele insistisse muito mais na necessidade de recusar do que de usar coisas do mundo material. Quem está habituado a abusar, do mundo, como todo pecador, tem de recusá-lo radicalmente antes de o poder usar corretamente; portanto, “o Cristianismo é uma afirmação do mundo que passou que passou pela negação do mundo”.
E até o presente dia é muito mais importante proclamar o Evangelho do recusar do que o Evangelho do usar, porque o abusar é ainda o grande pecado original desta humanidade profana. É até perigoso recomendar a um abusador do mundo que use esse mundo, porque ele confundirá fatalmente o uso correto com o abuso incorreto a que está habituado; e o seu complacente egoísmo facilmente lhe fará crer que é um homem cósmico, quando não saiu ainda das baixadas do homem telúrico.
Isto, todavia, não invalida a nossa tese de que o Cristianismo é, em sua íntima essência, a religião do uso, ou seja, da afirmação do mundo – naturalmente para os que já se libertaram da velha escravidão do abuso das coisas materiais.
É mais fácil recusar radicalmente o mundo do que usá-lo corretamente. Só quem é perito no recusar é que pode ser mestre no usar. O homem cósmico tem de passar pela escola ascética da disciplina espiritual, a fim de atingir a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. Esta é a Filosofia Cósmica do Evangelho.
Ser competente no recusar para se tornar mestre no uso das coisas materiais, parece ser uma boa tarefa para alcançar um nível mais alto de evolução espiritual.
Para alguém que tenha experiência de Deus, tem de crear em si mesmo um ambiente propício, tem de realizar no seu interior uma espécie de atmosfera ou clima em que a a delicada plantinha desse encontro com o Infinito possa brotar e medrar.
Esse ambiente favorável consiste essencialmente em dois fatores básicos: fé e vida.
Fé – Deve o homem, antes de tudo, sintonizar com a realidade de um mundo invisível, embora ainda não tenha dele experiência direta. Essa fé é uma espécie de permanente atitude de humildade, sinceridade, receptividade, um senso de vacuidade ou nulidade do próprio ego físico-mental, unido a ansiosa expectativa e certeza de uma plenitude que lhe possa e deva advir de fora. Esse “de fora” é uma locução provisória, porque, de fato, a plenitude divina não vem de fora do homem; vem do mais profundo abismo dentro dele, vem do íntimo centro próprio do homem, não desse homem periférico, físico-mental, que ele conhece habitualmente, mas vem das incógnitas profundas do seu Eu espiritual, divino, que lhe é tão desconhecido e tão “longínquo” como a presença da energia nuclear dentro dum átomo não desintegrado. Para o principiante não há mal em que ele pense que a revelação de Deus e o Reino de Deus lhe venham de fora, das alturas do céu, embora esse “céu” esteja dentro dele e essas “alturas” sejam as mais profundas profundezas do seu próprio ser. Mais dia menos dia, na sua jornada ascencional, esse homem saberá – não já com surpresa, mas com espontânea naturalidade – que esse “fora” é o seu “grande Além-de-dentro”, a quintessência da sua própria alma, o seu Cristo interno, “reino de Deus dentro dele”, reino esse que ele tem de realizar conscientemente em sua vida, clamando sem cessar “venha o teu reino”. Como poderia vir o que não estivesse nele?
Vida – Fé vivida! A fé nunca passará a ser experiência direta de Deus se ficar no terreno meramente intelectual ou teórico; é indispensável que ela se encarne na vida total do homem, ou, no dizer de Santo Agostinho, que se torne “fé que atue pelo amor”. Quando o homem sintoniza toda a sua vida individual e social pelo conteúdo da sua fé, quando vive o que crê, como se já possuísse experiência direta de Deus, então essa fé concretizada em amor universal desabrochará em experiência imediata do mundo divino, porque encontrou ambiente e clima propício ao seu desenvolvimento.
O crente torna-se, então, um ciente, um sapiente, um vidente.
Já não crê simplesmente – sabe!
Enquanto o homem não tem essa experiência direta da Realidade divina, a sua moral é difícil e sacrificial, é um permanente “carregar a cruz”. Sintonizar a sua vida moral com uma norma apenas crida, mas não vivida como real – isto é imensamente difícil e doloroso, pelo menos em muitos casos, como no preceito de amar os inimigos e fazer bem aos que nos fazem mal.
Importante este ensinamento, pois nossa tendência é esperar que esse Reino de Deus venha das alturas celestinas. O máximo que consegui integrar à minha narrativa é que tudo inicia da transformação do meu coração, do egoísmo exagerado para o altruísmo incondicional. Mas vejo muita coerência em procurar no meu interior, na mais profunda profundeza, o Reino de Deus pelo qual eu aspiro e sintonizar toda minha vida individual e social pelo conteúdo desta fé.
Na guerra espiritual que se estende por milênios estamos dentro de uma batalha que parece ser decisiva, entre as forças das Trevas demoníaca e a Luz divina.
Estou engajado no exército da Luz, comandado pelo Cristo, que nos orienta a clarear as Trevas com a força do amor, do perdão substituindo a vingança, da pureza e da humildade no lugar da luxúria e da prepotência.
Sentimos que o Mestre, nosso comandante, está sempre presente quando nos reunimos em Seu nome. A mansidão e a misericórdia serão sempre os nossos instrumentos fraternos nesta batalha espiritual.
Iremos à casa de um irmão dentro da comunidade com estratégias de amor e energia numa perfeita identificação com os princípios do Evangelho. Solicitaremos o apoio de todos os membros da comunidade para que sejam organizados grupos de vibração, oração e ação em favor dos irmãos mais necessitados.
Procuraremos direcionar as instituições públicas e privadas, com seus trabalhadores e seus talentos, especialmente os que já se sintam vocacionados para servir ao próximo conforme a vontade do Criador.
Esperamos ser fortalecidos com as bênçãos do alto, em forma de inteligência, sabedoria e coragem, criando um padrão de ondas mentais como um canal por onde fluam as energias do amor e da abnegação, dentro de um contexto tão parecido com os gloriosos dias do martírio, onde os cristãos perseguidos pelas Trevas, mas iluminados pela Luz divina, entravam cantando hosanas nas arenas romanas perversas, para o sacrifício, trucidados sob as presas das feras ou incendiados nos postes como tochas humanas.
Hoje temos a facilidade da internet, das redes sociais, quando a Verdade pode ser vista com mais facilidade pela maioria das pessoas de bom coração, de todas as procedências, de todas as etnias, de todos os gêneros, que se associam ao Cristo, e mais uma vez, os testemunhos se tornam necessários.
Os instrumentos das Treva são eles agora de outra ordem, com características mais sutis e mais perigosas, pois usam das palavras e narrativas do bem para falseá-las na prática do mal. Eles hipnotizam as mentes mais fragilizadas para se manterem no poder e continuar a garantir a pobreza do povo embrutecido. Entretecem habilmente a prepotência com a justiça, a caridade com a truculência, a verdade com a mentira, e criam correntes e algemas para manterem centenas aprisionados e milhares apavorados dentro de suas casas com indecentes tornozeleiras eletrônicas, que tentam intimidar e aprisionar de todas as formas os combatentes do lado da luz, os bons servidores do Cristo.
Esta é a nossa provação dentro desta Batalha onde estamos cercados pelas Trevas. Não nos esquivaremos das provações que o amor exige, de fidelidade à Luz que o Cristo nos trouxe. Não temeremos aos conchavos dos maus e suas façanhas, porque acima deles brilha a Luz da Verdade.
Sabemos que o Mestre não deixa aqueles que O amam e obedecem ao abandono ou ao esquecimento. Estamos na batalha confiantes. Teremos conosco os anjos que nos ajudarão na recuperação moral dos afetados, despertamento dos adormecidos na indiferença, e fortalecimento dos laboriosos e lutadores devotados.
Teremos um cuidado especial para atrair para as falanges do Bem, os extraviados que se envolveram no engodo de transformar-se em inimigos de Jesus.
Unidos mental e emocionalmente seremos um exército diferente, uma nova Ordem de Cristo, combatendo com as armas da compaixão e do esclarecimento, da misericórdia e do amor.
Ave Cristo!