Pai, o tempo passa e vejo que muita coisa que eu desejaria fazer não vai ser possível. O que me consola é que sei que terei as diversas chances ao longo do tempo para fazer o que é preciso, com o processo das reencarnações contínuas.
Procuro avaliar o que fez com que eu atrasasse o meu processo evolutivo, Pai, na presente encarnação. Um fator, Pai, é porque só vim descobrir a lógica de como tudo isso acontece já com bastante idade, não tive pais biológicos ou escolas que me dessem essa orientação. Quando tive o contato, passei ainda muito tempo na dúvida, se o mundo espiritual e até mesmo Tu, ó Pai, existia.
Somente hoje, adquirida a firme convicção da Tua existência, é que me considero cidadão com dupla cidadania, vivendo temporariamente no mundo material e que logo estarei de volta à minha pátria real, o mundo espiritual.
Sei também, Pai, um tanto de Tuas leis, da sementeira, que tudo que eu escolher plantar obrigatoriamente irei colher, por isso tenho que observar com cuidado a Lei do Amor, que é a Tua essência, seguindo a bússola do Cristo, de “fazer ao próximo o que desejaria que fosse feito comigo”. E fazer comigo, Pai, aquilo que gostarias que eu fizesse como instrumento da Tua vontade.
Agora sei que logo mais estarei de volta ao mundo espiritual, que irei prestar contas de minhas ações, que Tu estarás presente em tudo ao meu redor, dentro de mim e principalmente dentro da minha consciência, expresso na Tua lei.
É a Tua lei dentro da minha consciência que me inibe às vezes de falar contigo, Pai. Como falar com alguém que está dentro de mim, que sonda os meus mais íntimos pensamentos, que é testemunha do quanto faço de errado e do pouco que faço como certo?
Como posso Te pedir algo, se sei que é dever meu alcançar o que eu preciso com os meus próprios esforços, mesmo que seja algo tão difícil como controlar os sete pecados capitais, principalmente a preguiça, medo, gula...
Talvez o que eu precise mesmo pedir para Tu Pai, seja um pouco de Sabedoria, pois esta parece a mais difícil de ser conquistada, e talvez eu não esteja nem no caminho certo para a alcançar...
Portanto, Pai, este é o meu único pedido neste mês, colocado de forma tão atabalhoada, mas humilde, reconhecendo que se tal situação acontece comigo, é porque não tenho ainda a necessária Sabedoria para focar nos meus principais objetivos e despertar a sementeira de virtudes que plantastes dentro de mim na luz de Tua fagulha.
O mundo espiritual sinaliza que o Brasil terá um papel importante dentro do planeta, como aconteceu em algumas ocasiões com outros países, que tiveram protagonismo no mundo em alguma ocasião, como Grécia, Roma, Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Estados Unidos, etc.
Esses países desenvolveram um protagonismo baseado em valores materiais, com o poder político, econômico e militar. O Brasil terá o seu grande momento no relógio evolutivo da humanidade, agora dentro de princípios espirituais que justificam ser classificado como “Coração do mundo e Pátria do Evangelho”.
O Brasil expressará a condição de imortalidade do Espírito que anima temporariamente a mortalidade de um corpo biológico, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias separatistas e inundando todos os campos da atividade humana com a luz do Amor Incondicional.
Ainda estamos na condição de receber as influências dos nossos irmãos desencarnados de forma mais solitária, como se o nosso mundo fosse representado apenas pelo nosso escritório, pelo Centro Espírita, ou qualquer outro templo cristão. Ainda não aproveitamos as oportunidades que o momento nos oferece, do ponto de vista coletivo.
É preciso que neste momento em que observamos uma clara inversão dos valores dentro da sociedade, onde o bandido tem mais proteção que o trabalhador, onde os corruptos conseguem empestar as mais importantes instituições da nação, como aquelas que integram os poderes legislativo, executivo e judiciário, sem falar das empresas diversas tonalidades, tecnológicas, cientistas, acadêmicas ou empresarial, que peçamos s a Deus que nos inspire a encontrar o melhor caminho.
Que saibamos colocar em prioridade a magnitude dos nossos próprios deveres, enquanto cidadão do Reino de Deus, que nos proteja e fortaleça, nos esforços que podemos fazer.
Temos uma vaga compreensão do mundo, como foi criado e qual é o nosso papel dentro dele. Uma das explicações mais lógicas que tenho conhecimento é aquela dada pelos espíritos, aquelas entidades sem corpo que habitam na dimensão fora da matéria, na dimensão espiritual. Essas entidades explicam que o mundo é formado por incontáveis moradas para os espíritos, crescerem e se desenvolverem. Espíritos criados por Deus simples e ignorantes e voltando para Ele sábios e puros.
Dessa forma, essas moradas passam a abrigar diversas gradações de espíritos, dos mais primitivos aos mais evoluídos, como sala de aulas em escolas, de alfabetização à universidades. A nossa atual morada, o planeta Terra, é uma escola classificada ainda de forma muito rudimentar, como escola de provas e expiações, que corresponde à metodologia de ensino.
Como toda escola tem os seus mestres, nós também possuímos e o nossos, inclusive Reitor ou administrador que é o Mestre Jesus, pertencente a comunidade de seres angélicos.
A Comunidade Angelical se reuniu nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira vez aconteceu quando o planeta terrestre se desprendeu da nebulosa solar e deu condições do surgimento da vida biológica, e a segunda vez foi quando se decidiu a vinda de Jesus num corpo material para nos trazer as lições necessárias para encontrarmos o caminho em direção ao Criador, com o Evangelho de Amor e Redenção.
Hoje estamos capacitados com o estudo do Evangelho, para limpar o nosso coração das impurezas do egoísmo, onde o mais avançado no estudo auxilia aquele que está mais atrasado.
Agora, acontece que temos um ritmo de aprendizagem, e aqueles que são mais rápidos podem reencarnar em planetas mais evoluídos, e aqueles que são mais lentos, renitentes no mal, tem que sofrer um expurgo, passando a encarnar em planetas mais primitivos, condizentes com suas vibrações inferiores, pois o planeta Terra também tem que cumprir a sua fase evolutiva e se tornar um planeta de regeneração.
Assim, compreendamos essa narrativa de vida que parece bem completa e nos coloca dentro de uma perspectiva de entendimento muito boa e capaz de nos deixar satisfeitos e confiantes, pois possuímos um Pai compreensivo, bondoso e sábio, que nos criou com os Seus atributos nos tornando capazes de aprender e de ensinar em qualquer escola, e que em determinado momento poderemos ser chamados para missões tão especial como aconteceu com o Mestre Jesus, com sua vinda até nós.
Sejamos alunos atentos e aplicadores das lições recebidas, ao mesmo tempo que sejamos professores atenciosos, tolerantes e compreensivos com os alunos mais atrasados e que devemos pegar na mão para ensinar o bê-á-bá do Amor.
O jardim do Éden faz um belo contraste com as cavernas do Haden, símbolos do Céu e Inferno, respectivamente.
Dentro do mundo globalizado, de relações materialistas, vamos encontrar uma situação que aproxima essas duas condições diametralmente opostas: o uso de drogas psicoativas.
As drogas psicoativas, principalmente as ilícitas, tem uma grande procura e movimenta bilhões em todo o mundo por promover no usuário uma condição psíquica que o aproxima do Éden. Esse prazer experimentado a cada vez que se usa a droga, termina por fazer o desligamento do usuário com a realidade e promover o deslocamento lento e progressivo do Éden para o Haden.
Como as pessoas que entram nesse processo não tem o conhecimento e o reconhecimento de que o seu paraíso logo se transformará num inferno, logo estarão sofrendo os efeitos de uma dependência química capaz de provocar abstinência física e/ou psíquica. Nessa condição passam a perder o controle da sua vontade, passam a fazer qualquer coisa para sair do inferno e voltar ao paraíso. Mas, não conseguem perceber que isso é infrutífero, pois cada vez que volta ao paraíso o retorno ao inferno é mais rápido. E nesse constante vai-e-vem, os neurônios cerebrais vão se deteriorando, a dignidade humana se perde e só resta ao final uma figura de zumbi pronta para matar ou morrer em busca desse paraíso perdido.
Nesse processo de deterioração da condição humana, acontece o fortalecimento financeiro dos criminosos que traficam as drogas ilícitas, tendo como esteio a destruição física e moral do dependente e destruição financeira dos parentes. Isso acontece em todo o mundo, no Brasil principalmente.
Observamos o fortalecimento da marginalidade, com poderio econômico, armas e até poder político. Comunidades são colocadas como refém de suas ações, a polícia menor equipada, menos remunerada e mal amparada judicialmente, enfrenta uma verdadeira guerra civil, onde os cidadãos que poderiam lhe defender, estão desarmados.
Mas não quero entrar nessa logística de guerra, prefiro desenvolver um ensaio onde prevaleça a recuperação do doente químico e a prevenção para que outras pessoas não venham ser acometidas.
Como o motor financeiro dessa criminalidade é o comércio ilegal das drogas, devemos criar condições de conquistar os clientes dos traficantes. O Estado criaria uma instituição comercial, meio escola, meio hospital, para comercializar livremente a droga em ambiente protegido. O dependente, habitante do inferno, seria acolhido, receberia sua droga de eleição, patrocinado pelo Estado, e ao mesmo tempo seria tratado física e psicologicamente, associado a um desmame progressivo e pactuado com o paciente. O nome dessa instituição seria Éden-Hades para simbolizar na mente do dependente essas duas condições em que se encontra sua mente.
O dependente que ainda estava inserido na comunidade, compraria sua droga a preço de custo, imbatível por qualquer outra fonte de oferta. Ao mesmo tempo receberia instruções, folhetos, cursos sobre a consequência do uso das drogas.
Outra projeção do Projeto Éden-Hades, e este de fundamental importância, pois serviria de vacina social contra o abuso de drogas, seria a articulação da juventude, de forma hierarquizada e remunerada. Estes jovens seriam capacitados sobre o conhecimento precoce das drogas e seus efeitos e de forma democrática e participativa usariam os contra turnos escolares para desenvolverem ações culturais, esportivas, ecológicas e comunitárias.
Assim, evitaríamos uma guerra entre irmãos e teríamos oportunidade de engajar prováveis criminosos em operantes cidadãos.
Assisti um filme com esse título, baseado em fatos reais, muito bom, pois consegui fazer um paralelismo com a minha história.
O protagonista era pastor de uma Igreja Evangélica, muito conceituado, celebrado, respeitado. Sua igreja estava repleta de fiéis que adoravam a sua pregação. Sua esposa sempre lhe acompanhava, sentava junto com as demais senhoras em uma bancada especial por trás do púlpito.
Tudo começou quando ele viu pela televisão uma reportagem mostrando a morte de milhares de crianças na África, por fome, doenças e violência das guerras. Ele entrou em conflito: para onde iam tantas crianças mortas dessa forma e que não tiveram a chance de conhecer Jesus Cristo, de alcançarem a salvação? Será que Deus era tão perverso que permitia que elas sofressem por toda eternidade o fogo do inferno?
Foi nesse momento que ele percebeu a “voz de Deus” em sua consciência, dizendo que não se preocupasse, pois essas crianças estariam indo para perto dele por ocasião da morte. Foi essa experiência que ele relatou em um dos seus sermões. Quando disse que não era necessário conhecer Cristo e aceita-lo como Salvador, pois todos que morriam dessa forma iam para perto do Pai, causou uma grande polêmica entre os demais pastores, os mentores da Igreja. Eles diziam que se essa tese da não necessidade da aceitação de Cristo para a salvação fosse correta e seguida, então seria desnecessária a ida das pessoas à Igreja, de pagarem seus dízimos e toda a estrutura desabaria.
Os pastores amigos tentaram lhe dissuadir desse pensamento, que essa “voz” que ele ouviu, certamente não era a voz de Deus, e que ele devia no próximo sermão pedir desculpas pelo que havia falado. Sim, ele foi no próximo sermão, mas o que ele falou, dando como apoio passagens da própria Bíblia, reforçou ainda mais o seu pensamento, de que Deus não desampararia ninguém pelo fato de não ter conhecido Jesus.
Isso causou um cisma na sua igreja, muita gente abandonou o recinto mesmo na hora do culto e permaneceu apenas um pequeno número de pessoas que não foi o suficiente para manter funcionando aquele templo. O pastor foi incriminado por todos os seus colegas, chegaram a fazer um tribunal para o condenar, apesar dele colocar argumentos da bondade de Deus, do Novo Testamento trazido por Jesus, muito acima do Velho Testamento trazido por Moisés e que mostrava um Deus vingativo e perverso.
O pastor passou a viver com dificuldades financeiras, sua esposa teve que encontrar um emprego para ajudar nas despesas domésticas, mas aumentou muito o respeito que ela tinha por ele.
Termina o filme com o pastor aceitando um convite para fazer um sermão numa igreja cheia de pessoas consideradas párias sociais, como doentes aidéticos, prostitutas, drogados, traficantes, etc. Ele disse que entendia cada um dos que estavam ali, pois ele passou pelo mesmo processo de isolamento e preconceito, simplesmente por defender a bondade infinita de Deus e o seu Amor Incondicional, que amava cada um dos seus filhos, independente da condição que esse filho pudesse oferecer a Ele.
Nesse ponto senti a proximidade do pensamento do pastor com o meu pensamento. Também sofro um tipo de preconceito por defender o mesmo Amor Incondicional, um amor que inclui a todos e que não se omite dentro dos limites impostos pela cultura hipócrita, ao aprofundamento desse Amor até a intimidade sexual, desde que obedeça a ética trazida por Jesus, de fazer ao próximo o que desejamos para nós.