Irei apresentar pela primeira vez o Projeto Foco de Luz na CIENTEC promovida pela UFRN, nos dias 19, 20 e 21-10-16. Colocarei neste texto a essência do que será colocado no banner que será apresentado no dia 20-10-16, a tarde. Tem a coincidência de cair no dia do meu aniversário, mas como não existe coincidências, e tudo está articulado no Universo para ter um sentido, mesmo que nossa inteligência não alcance, procuro tirar algum significado dessa ocorrência. Dos 365 dias do ano foi escolhido a data do meu aniversário para ser divulgado oficialmente um Projeto que nasceu devido a minha iniciativa. Então nada mais justo dele também ser considerado nascido, de ter vindo à luz oficialmente no dia do meu aniversário.
Eu imaginava que iria me envolver no trabalho universitário, mas somente quando tivesse aposentado e com bastante tempo. Mas Deus tinha outro projeto, e fez com que eu tivesse acesso a reclamação de uma colega de trabalho no Hospital João Machado, fazendo um verdadeiro apelo sobre o que podíamos fazer para conter a violência que se espalha por toda a cidade. Combinamos em fazer uma reunião no auditório do Hospital João Machado. Compareceram poucas pessoas, mas decidimos que seria importante fazer um trabalho comunitário, numa comunidade carente de necessidades e que por causa disso fosse fonte de tanta obra prima da criminalidade.
Escolhemos a comunidade da Praia do Meio por sugestão minha, já que eu moro no bairro e trabalho no Hospital Universitário Onofre Lopes, que se encontra dentro da comunidade. Todos concordaram e logo eu estava preparando uma palestra onde apresentei um projeto universitário que elaborei para apoiar a comunidade e fazer frente à criminalidade.
Logo foi visto pelos presentes que seria importante a criação de uma Associação dentro da comunidade para que existisse mais funcionalidade no apoio mais direto à comunidade, ao mesmo tempo que seria mais fácil o recrutamento de voluntários.
Foi criada a Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio – AMA-PM, uma associação sem vínculos partidários ou religiosos, mas aberto a qualquer candidato de qualquer partido que venha oferecer serviços à comunidade, sem esperar que a paróquia de qualquer denominação religiosa se manifeste, pois tudo parece muito impossível de ser posto em prática, a partir do Papa, que fez tamanha incredulidade ao projeto de Francisco.
Depois de ser superado os primeiros obstáculos a AMA-PM passou a construir o seu corpo de voluntariado, todos que se sentiram tocados pela vontade de Deus para serem parte do Projeto ou contribuírem com ele.
Os valores de arrecadação junto aos sócios, e os valores das atividades financeiras adquiridos através de bazar, rifa e eventos, criou um nível de valores capaz de atender as necessidades financeiras dos associados, através de empréstimos a juros baixos, 2%. Além disso foi viabilizado aulas extracurriculares para as crianças como xadrez, karatê, violão, flauta, capoeira, futebol, balé e atividades pré-militares, com os Curumins.
Para cobrir as despesas com esses alunos nas salas de aula e com os professores, apesar deles cumprirem suas tarefas na base do voluntariado, foi criado um programa de apadrinhamento.
O Projeto Foco de Luz permanece atuando na base desse trabalho comunitário, gerando as atas de cada semana acompanhado de um preâmbulo espiritual, para que todos possam ficar sensibilizados logo no início de cada reunião, e encerrado com a oração do Pai Nosso, sempre conduzida por um participando que diga mais respeito com o tema ou local da reunião. As normas de conduta evangélica são lidas ocasionalmente para lembrar aos diversos sócios e àqueles que quiserem se associar como agir nas diversas frentes de trabalho.
As inscrições de sócios são feitas para qualquer pessoa, independente de religião, partido político ou local de moradia, basta se sentir “tocado” por Deus para colaborar com suas virtudes dentro do projeto.
As 19h do dia 19-10-16, na Paróquia Sagrada Família, foi iniciada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz com a presença das seguintes pessoas: 01. Jaciara; 02. Davi; 03. Mano; 04. Francisco; 05. João Maria; 06. Paulo Henrique; 07. Nivaldo; 08. Ana Paula; 09. Edinólia; e Francisco Rodrigues. Após os 30 minutos iniciais de conversa livre foi feita a leitura do preâmbulo espiritual com o título “Recapitulações” uma fala de Jesus registrada por João em 12:43. COMUNICAÇÕES: Paulo informa sobre a festa das crianças promovida por Francisco e Jaciara, que contou com a colaboração de várias pessoas e que esse deve ser o modelo de trabalho comunitário, sem a preocupação de aparecer para ninguém ou ganhar qualquer vantagem material. Apresentou uma relação com o nome dos contribuintes dos 139 brindes que foram distribuídos. Também apresentou as Regras do Projeto Capoeira relacionados com o Projeto de Apadrinhamento do Projeto Foco de Luz. Colocou em discussão a Festa do Natal, como deveria ser realizada, de forma pública na rua ou privada dentro de alguma instituição. A Festa sendo realizada na rua fica melhor sintonizada com o projeto evangélico da Associação, onde todos podem participar, sem privilégios, e onde os sócios podem servir sem esperar recompensas. A Festa sendo realizada dentro de um espaço privado vai privilegiar os sócios da AMA-PM e as pessoas que participam dos grupos. Não foi possível decidir pela maneira de fazer a Festa de Natal, mas ficou a impressão que a melhor forma seria em espaço aberto, mas depende do número de pessoas que possam se engajar no trabalho. João Maria convidou Wendell, o responsável pelo esporte na paróquia e se mostrou favorável a parceria com a AMA-PM no sentido de acolher um maior número de crianças com a prática do esporte. Ficou decidido que será contatado o padre para ver o melhor dia da realização de uma reunião e ver qual a melhor forma de ser construída essa parceria. Francisco Rodrigues informou que foi elaborado um banner para apresentação do Projeto Foco de Luz dentro da CIENTEC, que se realizará do dia 19 ao dia 21-10-16. Convida a quem possa participar que compareça ao Campus Universitário amanhã a tarde, quando será apresentado o trabalho. As 20h30m a reunião foi encerrada, Wendell foi convidado para fazer a oração de encerramento e todos posamos para a foto coletiva.
Texto do documento:
No mundo atual, não faltam tendência culturais que parecem impor uma afetividade sem limites, de que se querem explorar todos os meandros, mesmo os mais complexos. De facto, a questão da fragilidade afetiva é de grande atualidade: uma afetividade narcisista, instável e mutável, que nem sempre ajuda os sujeitos a alcançar uma maior maturidade. É preocupante uma certa difusão da pornografia e da comercialização do corpo, favorecida por um uso distorcido da internet, e há que denunciar a situação das pessoas que são obrigadas a praticar a prostituição. Neste contexto, os casais ficam, por vezes, incertos, hesitantes, e a custo encontram os modos para crescer. São muitos os que tendem a ficar nas fases primárias da vida emocional e sexual. A crise do casal desestabiliza a família e pode acarretar, através das separações e dos divórcios, sérias consequências para os adultos, os filhos e a sociedade, enfraquecendo o indivíduo e os laços sociais. Também a quebra demográfica, resultante de uma mentalidade antinatalista e promovida pelas políticas mundiais de saúde reprodutiva, não só determina uma situação, em que o revezar das gerações já não é assegurado, mas corre o risco de levar, com o tempo, a um empobrecimento econômico e a uma perda de esperança no futuro. O progresso das biotecnologias teve também ele um forte impacto sobre a natalidade.
As tendências culturais do mundo atual, como aconteceu em qualquer momento da nossa história, sempre teve como motivação o atavismo psicológico que armazenamos ao longo de nossas vivências na trajetória evolutiva que cada um teve oportunidade de se envolver. Isso justifica a falta de limites quando nos comportamos no sentido de obedecer a esse atavismo que é essencialmente egoísta. A afetividade assume características narcisísticas e mutáveis, sempre em busca do melhor para si, mesmo que isso cause prejuízos aos legítimos interesses do próximo. Isto fica bem claro na pornografia e na comercialização do corpo, mesmo que para alguns essa seja a alternativa mais prática para garantir a sobrevivência.
Os casais ficam expostos a tais pressões geradas pelo atavismo individual de cada um, focadas nas fases primárias da existência e com precárias condições de se voltar para as ações fraternas de ajuda ao próximo, sem quere com isso alcançar qualquer forma de benefícios individualistas e parasitários.
Este é o grande desafio que está colocado para nós, que consigamos alcançar o nível de relacionamentos caracterizados como a família universal que construirá o Reino de Deus.
Ao termos consciência da vida, da forma em que estamos engajados dentro dela, com todos os diversos relacionamentos que produzimos ou fomos incluídos, surge um senso de responsabilidade individual, daquilo que nos compete fazer.
Hoje estou consciente que tenho diversos focos de responsabilidades, dentro de uma hierarquia que devo cumprir. A primeira responsabilidade que tenho é com o Criador, aquele que proporcionou a minha existência desde o início dos tempos. Este Deus para o qual tenho responsabilidade máxima não exige tanta dificuldade física ou cognitiva para cumprir o que é determinado para mim. Sei que Ele é a energia que identifico como amor, que se manifesta na forma da Natureza, tanto macro, quanto micro, tanto aquém como além, tanto fora quanto dentro de mim. A sintonia que faço com Ele é a minha responsabilidade, ao fazer o bem ao meu redor, principalmente nas relações com o próximo, que é a figura mais próxima da imagem de Deus, assim como eu quando me reflito no espelho.
A segunda responsabilidade que tenho é com o meu corpo, o meu eu, essa imensa massa biológica formada por trilhões de células, pequeníssimos organismos vivos que sobrevivem sob os meus cuidados. Não posso deixá-los em perigo de forma global (todo o corpo) ou local (determinado órgão). Tenho que adquiri sabedoria para não destruí-lo de forma consciente (suicídio) ou de forma inconsciente (vícios que lesam as células de forma habitual). Tenho que aprender que nesse intuito de preservar a minha vida corporal, vou ter que me relacionar com outras pessoas que possuem os mesmos objetivos, e portanto, também estão à procura de suas sobrevivências como responsabilidades delas. Não posso agir em defesa de minha sobrevivência, fazendo coisas, se isso vai prejudicar o meu próximo. Aqui entra a formação do parentesco, das famílias, das responsabilidades com as gerações precedentes e posteriores. Tenho sempre que estar atento e usar a bússola comportamental que Jesus Cristo nos ensinou: fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que fizessem a nós.
O terceiro e último nível de responsabilidade é com o próximo. Entendendo Deus como presente em cada aspecto da Natureza, por mais minúsculo que seja, na cinética energética do amor, vejo o próximo como a Sua representação máxima e que equivale a minha própria representação corporal. Agora, ao considerarmos o coletivo, onde muitas pessoas são consideradas, fica claro que a prioridade se volta para o coletivo, isto é, se algo deve ser feito para beneficiar o coletivo, isso deve ser feito, mesmo com o prejuízo da minha existência corporal. A minha única vida deve servir ao coletivo, para os orientar na direção correta, se isso for necessário. Isso foi o que aconteceu com o Mestre Jesus, que veio a esta Terra encarnado num corpo físico, para nos informar lições importantíssimas para a nossa evolução, como foi o caso das lições sobre o Amor Incondicional. Também foi o caso, em gradação menor, de Gandhi, entrando em greve de fome, com o risco de morrer de inanição, com o propósito de salvar milhares de almas hindus e paquistanesas de uma guerra civil que já estava se desenvolvendo.
Com estas perspectivas em mente estaremos aptos a cumprir com nossas responsabilidades individuais e prosseguir no nosso caminho evolutivo, qualquer que seja ele.
Texto do documento:
Neste quadro social que foi delineado, encontra-se em muitas partes do mundo, nos indivíduos, uma maior necessidade de cuidar da própria pessoa, de se conhecer interiormente, de viver melhor em sintonia com as próprias emoções e os próprios sentimentos, de procurar relações afetivas de qualidade; essa justa aspiração pode abrir ao desejo de se empenhar na construção de relações de doação e reciprocidade criativas, responsabilizantes e solidárias como as familiares. O perigo individualista e o risco de viver em chave egoística são relevantes. O desafio que se põe a igreja é ajudar os casais na maturação da dimensão emocional e no desenvolvimento afetivo, através da promoção do diálogo, da virtude e da confiança no amor misericordioso de Deus. O empenho total, que o matrimônio cristão exige, pode ser um forte antídoto à tentação de um individualismo egoístico.
A base do comportamento biológico está montado no egoísmo, na motivação do ser em procurar executar todas as ações que sejam convenientes para ele. O grande chavão do “Sucesso Reprodutivo”. Portanto, essa busca de relações afetivas de “qualidade” tem dois sentidos: o primeiro de qualidade em relação ao indivíduo que procura obter os maiores ganhos materiais, quer seja a geração de um filho para outro cuidar, em se tratando, do homem, ou seja da geração de um filho para garantir recursos substanciosos de um provador para toda a vida. Isso se tratando da geração de um filho, quanto mais as diferentes opções que podem existir dentro das relações afetivas.
Mas o redator queria dizer com essas “relações afetivas de qualidade” aquela que se realiza dentro de um compromisso material, de construções criativas e relações de doações recíprocas familiares. Acontece que o termo “qualidade” dentro dessa realidade familiar abrange um círculo muito restrito, considera essa conduta solidária dentro da parentela, e esquece o resto da coletividade, e muitas vezes faz o contrário, prejudica os próximos dentro da coletividade para beneficiar os seus parentes e apaniguados.
O perigo individualista de viver em chave egoísta que o documento chama atenção, pode ser eliminado pela maturação emocional que se adquire dentro do compromisso matrimonial. Isso serve para ser dado um passo além do individualismo em busca do coletivo, mas ainda está muito longe do objetivo ideal, a construção da família universal.
Esse fato é observado frequentemente na nossa cultura humana atual. Qualquer que seja a sociedade, oriental ou ocidental, qualquer que seja o regime político ou econômico, a família nuclear se impõe como a célula básica da sociedade e luta entre essas células se torna muitas vezes fratricidas, levando o fantasma da fome e das guerras por todo o planeta, sem falar das falcatruas e corrupções que são feitas com os grupos dominantes para o benefício de seus parentes e amigos.
É necessário que tenhamos consciência dessa situação para evoluirmos em direção a família universal, sem necessariamente termos que destruir a família nuclear. Mas tudo deve ser feito na base da Verdade da Honestidade.