Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/01/2014 01h01
OS DOZE

            Vejo na leitura litúrgica do dia 24-02-14 da Igreja Católica, que Jesus passou as escolher doze pessoas para acompanhá-lO, para ser Seus discípulos. Era intenção dEle organizar uma nova comunidade com os que Ele quis. Com isso Ele rompeu com o sistema rabínico, pois não foi atrás dos doutores da lei, pelo contrário, eram pessoas simples, pescadores, pecadores declarados. Escolheu quem achou conveniente para ficarem em sua companhia, para prepará-los, imbuí-los do Seu Espírito, como primeira finalidade. A segunda finalidade da escolha era para enviá-los a pregar. A partir da escolha e da aceitação, os doze passaram a fazer parte da vida de Jesus.

            Com a escolha dos Doze, Jesus iniciou a pregação sobre o novo povo de Deus, o Reino de Deus, que não estaria mais restrito apenas a Israel. Com esse objetivo a escolha tinha que cumprir as seguintes características: formação e missão, escuta e proclamação, contemplação e atividade, todas se condicionando reciprocamente.

            Hoje, quase 2000 anos passados dessas lições do Mestre Jesus, parece que Ele continua fazendo o convite para quem queira entrar no Reino que Ele anunciou, desde que a pessoa siga a devidas instruções e dê o primeiro passo de limpar o coração de todo egoísmo. Confesso que essas lições calaram fundo na minha consciência e logo procurei aplicá-las com honestidade no meu comportamento, pois se assim não fizesse estaria enquadrado como hipócrita, o ser mais desprezível no entendimento do Cristo.

            Não tenho a força moral que o Cristo tinha, não sou tão perfeito e esperado como filho de Deus como ele era, portanto não tenho como defender esse pensamento e comportamento com a amplitude com que Ele fez. Eu me contento a ser um simples discípulo, reconhecedor de minhas inúmeras fragilidades, mas com a intenção pura de seguir as lições e de corrigir os erros quando identificá-los e tiver forças para isso. Não posso fazer a convocação de ninguém para seguir o caminho, pois a convocação não é minha, e sim dEle. Posso apenas lembrar das lições que Ele ensinou e que existe um novo mundo esperando por aqueles dispostos a seguir esse caminho. O que posso fazer é dar o exemplo do meu comportamento para as pessoas que estão mais próximas, conceitualmente, desses princípios, e que de certa forma dividiram ou dividem de forma mais profunda esses afetos comigo. As pessoas que foram influenciadas e/ou que sofrem ou sofreram os efeitos desse comportamento e que ainda comungam pensamentos e sentimentos comigo. Posso citar Radha, Clara, Carlinhos, Navegante, Cristina, Monica, Edinólia, Adriana, Paulo, Luciana, Cássia e Neta. Posso ter cometido algum erro, pois talvez existam pessoas com essas características que não me veio à memória no momento. Também não podem ser consideradas como os Doze escolhidos pelo Cristo, pois naquele caso eles foram convidados para aprender o que o Mestre tinha para ensinar. No meu caso eu sou mais um discípulo que pretende ser honesto na aplicação das lições, e essas pessoas indicadas por mim servem mais como testemunhas da integridade de minhas ações. Mesmo que elas possam se envolver na maior profundidade que o Amor pode levar, jamais deixarão de ser testemunhas da correta aplicação dos ensinamentos do Cristo sobre a Lei do Amor e sobre o Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/01/2014 às 01h01
 
26/01/2014 01h01
CUIDA-TE

            Foi com esse título que C. Torres Pastorino escreveu no dia 23-01-14, no livreto “Encontro diário com Deus”, o seguinte texto:

            A tarefa que te incumbe é pesada, mas tens de dar conta dela a fim de não perder a oportunidade. Vê se te mantém equilibrado, baseado no amor de Jesus. Tem fé: a ajuda jamais te faltará. Não desanimes: há quem te sustente. Caminha: a estrada espera teus passos. Trata-se: para conservar sadio o vaso que te foi emprestado e ter força de levar adiante a cruz que é teu dote. Não temas: Deus está em ti, como em todas as coisas. Tem força, para dar força. Tem coragem, para dar coragem. Tem ânimo, para dar ânimo. Dá a mão para sustentar teus irmãos e jamais te hão de faltar mãos que te socorram.

            Ainda encontro nessa mesma pagela uma frase de São João da Cruz:

            Nunca se é o mesmo quando se fez um caminho. 

            Agora, para que eu tivesse a chance de ler esses textos acima, foi preciso duas ocorrências que provam o meu engajamento nas hostes do Cristo e que recebo dEle através de seus intérpretes, encarnados ou desencarnados, as advertências necessárias.

            Primeiro foi com o livro que eu estava lendo (Autoterapia do Evangelho) dentro de uma espécie de modorra onde o corpo não respondia as exigências que o espírito precisava fazer. Ao acordar de um dos inúmeros cochilos me deparei com o seguinte trecho nas páginas 28 e 29:

            Eis onde Jesus se reporta não apenas ao sono físico, mas, principalmente ao adormecimento psíquico, que embota os sentidos do espírito, levando-o a cair frente às tentações, por invigilância, acomodação, passividade ou ócio.

            Jesus impõe o “levantar-se e orar”, ou seja, ações ativas que o indivíduo deve realizar, através de esforço próprio, “para que não entre em tentação” e, por decorrência, o despertar do espírito em sua caminhada, que deverá ser empreendida em ostensiva vigília, frente às próprias fraquezas e imperfeições que a criatura carrega, que são os verdadeiros responsáveis pelo adormecimento dos sentidos.

            Essas palavras de Jesus anotadas pelo evangelista Lucas, trazem implícita em revolucionária proposta para os homens dos dias atuais, que vive cercado de conquistas e conforto materiais, com inúmeras concessões e facilidades no campo moral, onde as ligações afetivas são descompromissadas e, as relações de intimidade são descartáveis e frustrantes, incapazes de proporcionar alegrias duradouras e tampouco plenitude e felicidade.

            Certamente, quem desperta desse torpor dos sentidos levanta-se e toma as rédeas da própria existência, procurando reunir as energias desgastadas por meio da vigília na oração, para que as tentações percam a ascendência que até então mantinham o indivíduo no cárcere dos gozos transitórios, impedindo-o de caminhar e evoluir espiritualmente.

            Segundo, uma das minhas companheiras chamou a atenção sobre o texto de C. Torres Pastorino, que estava num dos livros que compõe as minhas leituras diárias e que inadvertidamente tinha ficado de fora exatamente neste dia, em que essa mensagem tinha a maior força. Dá pra sentir as forças do bem e do mal se digladiando acima do meu espírito no sentido de influenciá-lo e dirigir suas ações. A força negativa conseguiu que eu não tivesse acesso num primeiro momento a mensagem significativa e fez com que eu entrasse num processo de ócio improdutivo, de acomodação e passividade, contraditório com a missão que tenho de realizar. Mas as forças positivas estavam também ao meu redor, e dentro de toda a sonolência e torpor que tomou conta de mim, o livro que estava em minha mão tinha a mensagem de advertência que chegou ao meu espírito e fez com que ele assumisse o controle do corpo. Saí do leito improvisado da poltrona e me dirigi a mesinha onde sempre converso com o Mestre e os Seus discípulos ao redor dEle, como se eu fosse mais um dentre eles, deslocados no tempo e no espaço, e engatinhando no caminho. Em seguida fui verificar o celular e achei a advertência quanto a mensagem.

            Quando verifiquei a mensagem vi o forte conteúdo e logo me enquadrei dentro da tarefa que me propus, dentro do caminho que Deus me fez. Toda essa ocorrência confirma o conteúdo da mensagem:

            TEM FÉ: A AJUDA JAMAIS TE FALTARÁ.

            NÃO DESANIMES: HÁ QUEM TE SUSTENTE

            CAMINHA: A ESTRADA ESPERA TEUS PASSOS

            NÃO TEMAS: DEUS ESTÁ EM TI.

            TEM FORÇA, PARA DAR FORÇA

            TEM CORAGEM, PARA DAR CORAGEM

            TEM ÂNIMO PARA DAR ÂNIMO

            DÁ A MÃO PARA SUSTENTAR TEUS IRMÃOS E JAMAIS TE HÃO DE FALTAR MÃOS QUE TE SOCORRAM.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/01/2014 às 01h01
 
25/01/2014 01h01
EXÍLIO E BANIMENTO

            Ao ler o texto referente ao dia 23 de janeiro, de Pérolas de Sabedoria, da Fé Bahá’í, não pude deixar de fazer uma comparação com a minha vida. Assim está escrito o texto na íntegra:

            Ó errante sem lar na senda de Deus! A prosperidade, o prazer e a liberdade – por mais que o coração humano os deseje e com eles se alegre – de modo algum se comparam às provações do estar sem lar e do infortúnio no caminho de Deus; pois tal exílio e banimento é abençoado pelo favor divino e, seguramente, se lhe segue a mercê da Providência. A satisfação da Providência. A satisfação da tranqüilidade do lar e o deleite de achar-se livre de todas as preocupações hão de passar, enquanto a bênção do estar sem lar há de perdurar por toda a eternidade, e seus frutos, de largo alcance, hão de manifestar-se.

            Considero como lar o espaço que construímos e que o preenchemos com a presença da companheira e dos filhos, e a quem mais queira ou necessite se agregar. Um local onde há harmonia, onde as pessoas vivem e sentem-se bem.

            Construí esse espaço quando construí a minha família, com companheira e filhos; sogra, avó e cunhados como agregados. Quando passei a considerar e praticar o Amor Incondicional assim como Deus colocou na minha consciência, fui banido desse lar, literalmente expulso com agressões físicas e morais. Tentei construir outro lar, mas novamente fui expulso, apesar de explicar minuciosamente a missão que eu tinha que cumprir junto ao Pai. Outra vez fui banido e a expulsão desse outro lar foi acompanhada de agressões morais e de ameaças de agressão física. Tentei mais uma vez morar com alguém e formar mais uma vez um lar compartilhado, mas o controle sobre o meu comportamento e que entrava em conflito com minha missão, terminava por trazer desarmonia nesse espaço de convivência. Então constatei que o banimento que sofri duas vezes e que as tentativas frustras de viver num espaço compartilhado como um lar, não era possível para mim.

Assim me considero exilado num espaço onde moro só e que não posso considerar como um lar tradicional, pois não há convivência com outras pessoas. É o meu refúgio permitido por Deus. Por mais que o meu coração humano deseje que eu conviva com companheira e filhos, não posso a isso me permitir se não terei condições de fazer a vontade do Pai. Essa condição poderia me deixar harmonizado com os companheiros de convivência, mas eu não estaria harmonizado comigo mesmo. E tenho que seguir as instruções de Jesus, amar ao próximo como a si mesmo. Tenho que ter o referencial do amor a partir de mim. Se eu não me amar com prioridade, não poderei amar a mais ninguém, nem mesmo ao Pai, pois foi Ele que me confiou este corpo e alma que devo amar.

            A fé Bahá’í me traz essa consolação, de que esta condição em que vivo está abençoado pelo favor divino, pois em nome dEle é que foi construído.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/01/2014 às 01h01
 
24/01/2014 01h01
O REINO DO BEM

            Desde que aceitei a lição e advertência de Jesus quanto à prática do Amor Incondicional e a preparação para o Reino de Deus que já se encontra próximo, passei a agir com coerência nesta lei do Amor tão bem explicada por Ele. Essa coerência da minha prática, do meu comportamento, pensamentos e sentimentos com o Amor Incondicional, fez com que eu construísse novos paradigmas de vida e que me distanciou do comportamento prático da maioria das pessoas, mesmo que essas estejam dentro de religiões que procuram seguir justamente as lições do Cristo.

            Dessa forma eu enveredei por um caminho estranho, mas cheio de ética; marginal com referência às leis humanas, mas coerente com a lei divina. Como não tenho respaldo dentro das leis que regulam o padrão cultural de minha comunidade, o meu avançar por esses novos caminhos me deixam muitas vezes confuso quanto a vontade de Deus que eu imagino estar cumprindo. Para alimentar minha motivação e certeza no caminho que estou percorrendo, Deus sempre está disponibilizando formas de acesso a mensagens que fortalecem os meus paradigmas e a certeza de que estou seguindo de acordo com Sua vontade. Foi assim que encontrei em “O Livro dos Espíritos” estas duas questões que descrevo abaixo:

            Questão 1017 – Em que sentido é preciso entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo?

            Resposta – Assim respondendo, o Cristo falava num sentido figurado. Ele queria dizer que não reina senão sobre os corações puros e desinteressados. Ele está por toda a parte, onde domina o amor ao bem; mas os homens, ávidos de coisas deste mundo e ligados aos bens da Terra, não estão com Ele.

            Questão 1018 – Jamais o Reino do Bem poderá ter lugar sobre a Terra?

            Resposta – O bem reinará sobre a Terra quando, entre os Espíritos que vêm habitá-la, os bons vencerem sobre os maus. Então, farão nela reinar o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática das leis de Deus que o homem atrairá sobre a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Mas os maus não a deixarão senão quando dela forem banidos o orgulho e o egoísmo.

            São Luis – A transformação da humanidade foi predita e atingis esse momento, que apressa todos os homens que ajudam o progresso. Ela se cumprirá pela encarnação de Espíritos melhores, que constituirão sobre a Terra uma nova geração. Então, os Espíritos dos maus, que a morte ceifa cada dia, e todos aqueles que tentem atrasar a marcha das coisas, dela serão excluídos, porque serão deslocados do convívio com os homens de bem, dos quais perturbariam a felicidade. Eles irão para mundos novos, menos avançados, cumprir missões penosas, onde poderão trabalhar para seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo em que trabalharão para o adiantamento de seus irmãos ainda mais atrasados. Não vedes nessa exclusão da Terra transformada a sublime figura do Paraíso perdido, e no homem chegado sobre a Terra em semelhantes condições, e trazendo em si o germe de suas paixões e os traços de sua inferioridade primitiva, a figura não menos sublime do pecado original? O pecado original, considerado sob esse ponto de vista, prende-se à natureza ainda imperfeita do homem, que não é responsável senão por si mesmo e suas faltas, e não das de seus pais. Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com zelo e coragem na grande obra de regeneração, porque colhereis centuplicado o grão que houverdes semeado. Infelizes aqueles que fecham os olhos à luz, porque se preparam para longos séculos de trevas e de decepções. Infelizes dos que colocam todas as suas alegrias nos bens deste mundo, porque sofrerão mais privações do que tiveram de prazeres. Infelizes, sobretudo, os egoístas, porque não encontrarão ninguém para ajudá-los a carregar o fardo de suas misérias.   

            Esse texto acima reforça a minha compreensão ao ler mais uma vez a lição do Cristo quanto a natureza do Reino de Deus que Ele tinha a missão de ensinar como o alcançar. Não devo focar o meu interesse no mundo material e sim no meu interior, no coração. Ele só poderá reinar sobre mim se eu fizer essa faxina do egoísmo de dentro do meu coração e preenchê-lo com o Amor Incondicional que Ele também nos ensinou.  

            O Reino de Deus será instalado na Terra quando os bons vencerem os maus, quando reinar o Amor e a justiça. Consigo perceber também nessas lições a hierarquia do poder divino, que se observa na evolução que todos estamos submetidos. Aqueles Espíritos recalcitrantes no mau serão banidos do planeta pela força da Natureza onde está escrita a Lei de Deus. Os Espíritos mais evoluídos, como Jesus, possuem cargos “políticos” mais abrangentes, como o de governador do nosso sistema solar, principalmente do nosso planeta Terra. É uma política pura onde não se observa corrupção, pois cada pessoa que passa a integrar essa cadeia hierárquica, está capacitado para aplicar a Lei do Amor em todas as circunstâncias, em todos os relacionamentos, com justiça e fraternidade. A medalha de distinção de cada pessoa dessas é a capacidade de servir com humildade e abnegação. Quanto mais humilde e capaz de servir a todos, mais alto é o galardão.

            Assim, o Reino de Deus já é uma realidade dentro do coração de muitas pessoas e cada uma delas, na condição de “soldado do bem”, tem a missão de difundir a forma de adquirir essa cidadania especial. Tem a presença de Jesus como comandante supremo e que está presente constantemente, acessível através da oração e dos bons pensamentos. A nossa luta é contra o orgulho e o egoísmo, e a minha em particular é demonstrar a corrosão que o egoísmo provoca no seio familiar e a melhor forma de evitá-lo.

            Tenho assim esta convicção, de que estou engajado nas fileiras do Cristo, lutando contra o egoísmo e o orgulho na seara familiar, respeitando as leis da Natureza e obedecendo aos princípios éticos do evangelho.  

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/01/2014 às 01h01
 
23/01/2014 01h01
CRIADOR, CRIATURA E SERVIÇO

            Também encontro no Baghavad Gita (capítulo 18, verso 73) lições sobre a constituição da entidade viva, representada pelo homem, por Arjuna

Em sua posição constitucional a entidade viva representada por Arjuna, tem que agir conforme a ordem do Senhor Supremo. Ela precisa desenvolver autodisciplina. A verdadeira posição do ser vivo é prestar serviço ao Senhor Supremo eternamente. Esquecendo-se deste princípio, ele se condiciona a natureza material, mas servindo ao Senhor Supremo ele se torna o servo puro de Deus. Em sua posição constitucional, a entidade viva é um servo; ela tem que servir ou à mãyã ilusória ou ao Senhor Supremo. Se presta serviço ao Senhor Supremo, ela está em sua condição normal, mas se preferir servir à energia ilusória e externa, então com certeza estará no cativeiro. Em ilusão, a entidade viva está servindo nesse mundo material. Embora atada à sua luxúria e desejos, ela se julga o senhor do mundo. Isso se chama ilusão. Quando a pessoa se libera, sua ilusão acaba, e ela se rende voluntariamente ao Supremo para agir conforme os desejos dEle. A maior ilusão, a maior armadilha de mãyã para apanhar a entidade viva, é propor que ela seja Deus. A entidade viva pensa que deixou de ser uma alma condicionada, que agora ela é Deus. Ela é tão sem inteligência que não pensa que, se fosse mesmo Deus, como poderia então estar com dúvidas? Ela não pondera isto. Portanto, ela é a última armadilha da ilusão. Na verdade, ficar livre da energia ilusória é entender Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, e concordar em agir segundo Sua ordem.

Neste verso, a palavra moha é muito importante. Moha refere-se aquilo que se opõe ao conhecimento. De fato, o verdadeiro conhecimento é a compreensão de que cada ser vivo é um servo eterno do Senhor, mas em vez de aceitar esta posição, a entidade viva pensa que não é servo, mas que é o dono deste mundo material. Esta é a sua ilusão. Esta ilusão pode ser eliminada pela misericórdia do Senhor ou pela misericórdia do devoto puro. Quando esta ilusão acaba, ela passa a agir em consciência de Krsna.

Neste texto verifico que o homem, citado como entidade viva e representado por Arjuna, deve apresentar as características de servo, inevitavelmente, seja para a natureza material, seja para o Senhor Supremo, Deus. A minha condição natural é de servir a Deus, para isso eu fui criado. Porem os meus sentidos materiais podem ficar ofuscados pelos prazeres oferecidos pela Natureza e proporcionar o desvio de minhas obrigações frente ao Criador, em vez de O servir, vou servir à Sua criação, a Natureza material.

É importante que tenhamos conhecimento desse fato, pois só assim podemos refletir na sua importância para a vida. Posso evitar cair no extremo engano de imaginar que sou uma espécie de Deus que devo matar a idéia de outro Deus criador de tudo, que devo prestar serviço a essa Natureza que sei que não fui eu que a criei, mas que dela adquiro os prazeres para manter a satisfação dos meus sentidos enquanto a biologia assim permitir.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/01/2014 às 01h01
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