Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/02/2016 23h59
O BEHEMOT E O ESPÍRITO

            Ao me dirigir para o local da hidroginástica, caminhando pela beira da praia, encontrei um conhecido que me cumprimentou e vi que ele estava acompanhado de uma pessoa embriagada, que ia com andar vacilante, risos imotivados e olhar azougado, vagando por entre os obstáculos do caminho.

            Vendo esse cenário com tal pessoa, e comparando com o meu comportamento dentro do mesmo cenário da praia, procurei dar logo uma interpretação espiritual.

            Sei que nosso corpo é comandado pelo espírito e que Deus colocou dentro do nosso corpo um monstro chamado Behemot que tem a função de nos proteger. É um monstro sem consciência moral, que se motiva pelo prazer que o corpo pode oferecer, não importa quão pernicioso seja esse comportamento, desde que ofereça o prazer.

            Por outro lado, o espírito que é o detentor da consciência, dos valores éticos e morais, deve ter a energia suficiente para controlar os desejos do corpo na expressão do Behemot.

            Então, minha caminhada nessa hora da manhã, obrigando o meu corpo a sair do prazer de estar na cama, de enfrentar uma hora de exercícios, tem as características de um comportamento dirigido pelo espirito. Mas, aquele comportamento do ébrio, que talvez tenha passado a noite nos prazeres da orgia do álcool, tem as características de estar sendo dirigido pelo Behemot.

            Visto assim, são dois corpos que se movimentam na praia, um dirigido pelo espírito, outro pelo Behemot; um tem a consciência do que está acontecendo, o outro não tem a menor compreensão do mundo espiritual.

            Posso estender esse raciocínio para toda a humanidade. A grande maioria vive sob o domínio do Behemot, muitos lutam apenas pela sobrevivência, sem qualquer noção de um mundo espiritual. Esse tipo de ignorância permite a existência dos diversos tipos de misérias, desde aquelas clássicas, da indigência, da fome, até aquela suntuosa, da riqueza construída com o suor e o sangue de terceiros e que delas não participam.

            O nosso papel enquanto educador e principalmente enquanto religioso, espiritualista, é informar sobre o mundo espiritual, da ilusão passageira do mundo material, da necessidade de evoluir no campo moral.

            A rotina de cada um está muito envolvida com as necessidades materiais, afinal vivemos num mundo material. Os sentidos estão voltados para o trabalho, a família, o lazer e até o prazer. O compromisso espiritual que possamos adquirir não tem uma objetividade em cumprir o exigido pela Lei do Amor, pela vontade de Deus na consciência. Parece que tudo termina no cumprimento de dogmas e rituais para atender um Deus que está cheio de crimes contra a humanidade, como observamos no Deus do Antigo Testamento, no Deus dos Exércitos.

            Procuro desenvolver um comportamento associado aos deveres espirituais, de fazer a vontade de Deus assim como Ele colocou em minha consciência, mas procuro fazer isso sem explicar a quem está próximo, pois sou muitas vezes levado ao ridículo e outras vezes repudiado quando o interesse de quem ouve não se adequa ao que ela espera de mim.

            Cada vez mais eu compreendo o que Deus deseja que eu faça, de controlar suficientemente o Behemot, e assim entendendo não tenho pruridos em desviar do meu caminho para atender as necessidades de cunho egoísta de qualquer pessoa, mesmo tendo a maior proximidade biológica de mim, pois a espiritual até agora ninguém chegou tão perto que não se sinta melindrada com minhas ações.

            Procuro controlar assim o meu Behemot e deixar cada vez mais o meu corpo capaz de realizar a vontade de Deus. Essa reflexão que faço a partir do momento vivido na praia mostra que estou sintonizado com a compreensão adquirida do mundo espiritual, mesmo sabendo que o Behemot dentro de mim ainda é muito forte e que está sempre levando o meu comportamento para onde não devo ir, como é o caso do jejum que pretendia fazer com rigor nesta quaresma e na segunda semana sofre grande derrota.

            Mas continuarei a lutar...  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/02/2016 às 23h59
 
23/02/2016 23h59
CONVIVÊNCIA

          No processo terapêutico sempre considero a questão técnica associada aos impulsos intuitivos. No campo espiritual o fator intuitivo passa a ter uma importância ainda maior. Com a compreensão de colaborar na terapêutica das pessoas que estão mais próximas de mim e que podem ser consideradas dentro da minha família espiritual, apesar de muitos possuírem laços biológicos, vejo que a técnica é meramente subsidiária das intuições. É como se eu tivesse ligado a rota do meu comportamento em busca da meta que eu determinei, que no meu caso é fazer a vontade de Deus conforme Ele colocou na minha consciência. Assim agindo, eu me desloco em direção à meta e não importa quem se incomoda por eu agir assim ou assado, desde que a minha consciência não acuse que eu estou fazendo algo errado. Devo satisfações principalmente a Deus, pois é a Ele que me dirijo e quero me aproximar cada vez mais.

            Li um texto há pouco escrito por Frei Anselmo Fracasso sobre “Convivência” que achei interessante dentro desse aspecto da Terapia Familiar que procuro desenvolver. Diz o seguinte:

            “Convivência não é apenas sentar-se à mesa para comer e deitar-se na mesma cama para dormir e fazer sexo. Convivência é perseguir o mesmo ideal, viver a mesma vocação, sentir as alegrias e as tristezas do outro como se fossem as próprias alegrias e tristezas. Convivência é amor em plenitude vivido no plano espiritual e afetivo que se completa no físico. Convivência é crescer juntos, santificar-se, aperfeiçoar-se, viver um para o outro num esforço generoso para dar tudo de si em favor da pessoa amada. Convivência é paz, é harmonia, é união, é caminhar para sempre junto na mesma direção.”

            Achei interessante porque ele falou da convivência de uma forma que eu não tinha ainda imaginado. Então, conviver com uma pessoa é perseguir o mesmo ideal, viver a mesma vocação, sentir as alegrias e tristezas do outro como se fossem as próprias. Com esses critérios, vejo que não convivi até hoje com ninguém. Talvez no começo dos meus relacionamentos, quando eu ainda dava a prioridade ao casamento. Mas desde que eu vi a falácia que era o casamento e vi a importância que Deus tinha em minha vida e que decidi fazer a vontade dEle na forma que Ele me indicou, de colocar o Amor Incondicional no centro da minha vida, de praticar o amor inclusivo, deixei de conviver com as pessoas, pois nenhuma das que chegou até hoje perto de mim perseguiu esse mesmo ideal, viveu essa mesma vocação.

            Sinto que caminho por essa vida sozinho, que se alguém está próximo de mim hoje, amanhã por não pensar como eu deixa de tolerar o que pra elas são intoleráveis... e para mim é o fundamental.

            Então a minha família ampliada segue com a minha atenção por todos, mas por outro lado não convivo com ninguém. Sei que distribuo alegria às pessoas que estão ao meu redor, sinto que todas se mostram felizes, mas se eu passo a dizer como é a forma de meu pensamento, logo passam a me olhar com desconfiança, a dizer que eu estou equivocado em pensar que tudo isso que eu penso vem de Deus.

            Como eles vão entender que tudo o que possuo pertence a Deus, que meu objetivo na vida é fazer a vontade dEle, que os meus relacionamentos neste mundo material devem sempre cumprir a meta espiritual?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/02/2016 às 23h59
 
22/02/2016 23h59
MONARQUIA

            Sempre imaginei que o regime político em que vivo no Brasil era superior ao regime monárquico que existia antes, e que existe em alguns países como o Reino Unido, a Espanha, e o Japão. Achava superior a independência dos Três Poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário, todos cobertos pela Democracia. Achava bem mais superior do que o regime onde uma família se perpetuava no poder, que passava através das gerações o poder da nação, como se fosse algo genético.

            Mas depois que recebi pela internet duas informações sobre o regime monárquica, fiquei a refletir de outra forma. Estas foram as mensagens que recebi pelo whatsapp:

            “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil.” Isabel do Brasil.

            “Há 128 anos, a Princesa Isabel sancionava a Lei que dava liberdade aos escravos. A Lei Áurea. Mesmo sabendo que tal ato provavelmente culminaria no fim da Monarquia no Brasil. O Jornal da Tarde de 15 de maio de 1888, noticiou que “o povo se aglomerava em frente do Paço, ao saber que já estava sancionada a grande Lei, chamou Sua Alteza, que aparecendo à janela, foi saudada por estrepitosos vivas.” As galerias do Paço estavam repletas, e sob vivas e aplausos de uma multidão estimada em 10.000 pessoas, Isabel sancionou a Lei aprovada pelo Parlamento do Império. O jornalista mulato José do Patrocínio, aliado da coroa, invadiu o recinto sem que ninguém conseguisse detê-lo e atirou-se aos pés da Princesa Regente em prantos de gratidão. Isabel dava provas de que seu reino era sim, deste mundo, contrariando a ironia do Conselheiro Saraiva que afirmara justamente o contrário, zombando do sentimento profundamente cristão de Isabel. A história há de fazer sempre justiça à Princesa Redentora.”

            “O primeiro ato de corrupção do regime republicano foi quando os golpistas ao obrigar a família imperial do Brasil ao exílio retiraram dos cofres públicos 5.000 contos de réis e deram a D. Pedro II como forma de indenização pelos danos sofridos. O Imperador não só recusou como também exigiu que caso o dinheiro já tivesse sido retirado dos cofres públicos que fosse feito um documento comprobatório no qual ele o estaria devolvendo. Ele citou então a frase: “com que autoridade esses senhores dispõem do dinheiro público?” (De olho na história)

            Com essas informações eu passei a refletir, comparando com o comportamento dos republicanos atuais... Vejo o pais sufocado pela corrupção, o partido que chegou ao poder conseguiu formar uma verdadeira quadrilha engajada nos diversos setores da administração pública, que contaminou além do executivo, o poder legislativo e o poder judiciário. As principais empresas estatais do pais foram saqueadas, o povo pobre e ignorante iludidos e manipulados através de bolsas de sobrevivência, e até a Universidade Pública cooptada em função dos recursos materiais para a ampliação de espaços. Despencou todos os índices financeiros, as notas do país rebaixadas.

            Observando esse desastre que iniciou e se mantém em nome da democracia, que manipula os votos com base no estômago e não com base na consciência, parece que todos políticos eleitos ou não, correm de forma desesperada para sugar as tetas da nação.

            Parece que os imperadores não tinham essa sede de sugar as energias da nação, pois a nação são eles próprios? Percebi essa identidade da coroa com a nação, nas ações da Princesa Isabel e de D. Pedro II. Ações de preservar a saúde da nação. Diferente do comportamento da Presidente do Brasil, do presidente do Senado e da Câmara dos Deputados.

            Por isso que acabo de ler, a minha simpatia fica toda desviada para a Monarquia. Lembro dos tempos que eu militava na política, onde eu observava todo esforço que era feito para se alcançar um posto de poder, gastando muitas vezes mais dinheiro do que iria receber durante todo o mandato. A estratégia era comprar os votos da comunidade carente de forma escancarada. Eu repudiava essa estratégia e defendia a “dignidade humana”, e mesmo tendo potencial de fazer como eles faziam, de trocar votos por benefícios, por consultas ou por medicamentos   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/02/2016 às 23h59
 
21/02/2016 23h59
TERAPIA FAMILAR AMPLIADA (13)

            Vejo a dinâmica familiar se fortalecendo em Ceará Mirim, com base nos relacionamentos fraternos, reflexões evangélicas e projetos comerciais. Vejo que o medo pelo novo ainda impera, a maioria das pessoas são muito honestas e tem medo de se envolverem em atividades financeiras que não consigam levar a cabo. O projeto de costura que é o mais promissor, é o que tem a pessoa mais temerosa de levar adiante um projeto que ela não possa arcar com os seus próprios recursos do trabalho assalariado que ela realiza. Tudo está encaminhado, depende apenas de sua decisão de colocar em prática o que já foi discutido e decidido pela viabilidade comercial. O projeto da mercearia que não tinha sido aventado no início, é quem já deu os primeiros passos, pelo menos no sentido de organizar os recursos para sua implementação. O setor de vendas também é promissor, mas a responsável também tem muito medo de cair em campo com as mercadorias, mesmo sendo dado os conselhos suficientes para não existir dificuldades, pelo menos em 10 meses de trabalho. O setor de oficina está funcionando nas bases anteriores, com a dificuldade de não possuir um ponto próprio e depender do aluguel em ambientes que não possibilitam uma maior expansão do negócio. O setor de transportes poderia ser ativado também com boa perspectiva, mas sofre os efeitos dos preconceitos e ressentimentos que leva ao afastamento dos principais interessados. As demais pessoas ainda estão em fase de preparação, estudando para conquistar uma profissão ou um emprego através de concursos.

            No campo psicológico que envolve a afetividade em primeiro plano, respaldado pela cultura, existe o foco crônico dos preconceitos que ainda mantém afastadas algumas pessoas, inclusive algumas com necessidade de orientação para doenças físicas e psicológicas. Mas o foco mais agudo é observado na relação conjugal de uma célula dessa grande família, composta do homem e da mulher com visões diferentes do relacionamento afetivo, onde a mentira impera no homem, a intolerância prevalece na mulher, resultando em conflitos que geram situações de irritabilidade e agressividade constante. Essa situação reflete-se no emocional das duas filhas do casal, que ficam temerosas pela violência que são testemunhas e da possibilidade de separação traumática dos dois, como já aconteceu uma vez.

            De todos os setores dessa grande família ampliada que está em construção, a que está mais equilibrada é a minha família biológica composta dos meus irmãos, que apesar dos problemas, conseguem administrar sem grandes conflitos existenciais.

            Fazendo uma reflexão sobre o conjunto desses diversos elementos conscienciais encarnados e que procuram cada um, consciente ou não, a sua própria evolução espiritual, percebo que o fator preconceito associado à cultura e o fator egoísmo associado ao biológico, são os principais empecilhos de uma construção da célula do Reino de Deus. Uma célula mais ampla onde todos se comportem dentro da solidariedade e da fraternidade próprias do Amor Incondicional.

            Quando superarmos esses dois empecilhos, tudo ficará mais claro, mais transparente. O fator egoísta ficará subordinado à compreensão de que é muito mais vantajoso para todos respeitar o fluxo dos instintos reprodutivos que obedeçam aos critérios do Amor Incondicional, pois todos saberão que os filhos que possam surgir das diversas possibilidades de relacionamentos íntimos, todos irão ser educados e aprenderão a respeitar cada pessoa como membro de uma grande família. Não é porque seja filho de uma mãe tal ou qual que ele irá excluir pessoa A ou B.

            Sei que ainda estou distante de alcançar esse nível de relacionamento, de confiança, mas tenho certeza de que ao ser atingido, o esforço terapêutico será bem menos exigido, mesmo porque, neste ambiente, a maioria das doenças físicas, psicológicas e espirituais serão prevenidas.

           

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/02/2016 às 23h59
 
20/02/2016 02h46
TOLERÂNCIA, LUBRIFICANTE DO AMOR

            Reconheço que a maioria das pessoas, quase exclusividade, consideram que o amor é a força mais poderosa do universo, expressão do próprio Deus, capaz de criar estrelas pelo cosmo a dentro. Então, por que ele não flui com facilidade pelo coração das pessoas para a construção do Reino de Deus, como Jesus anunciou?

            Depois de refletir, testemunhar e também passar por algumas pressões nos relacionamentos, descobri que a intolerância é o fator que mais atrapalha o fluir do amor. É quem primeiro chega nos relacionamentos disfuncionais e a partir daí se constrói diversas opções sentimentais negativas como raiva, ódio, vingança, etc.

            Para exemplificar essa força da intolerância e a expressão do amor, vou reproduzir aqui uma história que circula na internet, com o título “O pacote de bolacha”:

            Uma moça aguardava seu voo na sala de embarque de um grande aeroporto. Como deveria esperar algumas horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou também um pacote de bolachas e sentou-se numa poltrona na sala vip do aeroporto para que pudesse descansar e ter paz. Enquanto lia seu livro, sentou-se um homem ao seu lado. Após algumas páginas, ela pegou a primeira bolacha do pacote. O homem também pegou uma. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada. A cada bolacha que pegava o homem também pegava uma. Aquilo a deixava tão indignada que nem conseguia reagir. Ela só respirava fundo e fazia cara feia. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou: “o que será que esse abusado fará agora?” Então o homem dividiu a última bolacha ao meio deixando a outra metade para ela. Ah! Aquilo era demais! Ela estava explodindo de raiva! Seu voo é anunciado. Ela pega seu livro e suas coisas e se dirigiu ao embarque. Entra no avião e se acomoda na poltrona. Então, ela abre a bolsa para pegar uma bala. Para sua surpresa o pacote de bolacha estava lá, ainda intacto, fechadinho. Ela sentiu tanta vergonha! Só então percebeu que a errada era ela. Distraidamente, havia guardado seu pacote de bolachas dentro da bolsa e o homem havia dividido as bolachas dele sem sentir-se indignado, nervoso ou irritado. Infelizmente, já não havia mais tempo para se explicar ou pedir desculpas...

            Então, muitas vezes por erro de perspectivas nos tornamos intolerantes com a ação do próximo e começa a ser gerado dentro de nós o germe da intolerância que alimenta a raiva, cresce para o ódio e pode explodir na violência. A lição que fica é que devemos observar com cuidado todas as circunstâncias em que estamos metidos, pois podemos estar errados nas primeiras conjecturas que nossa mente projeta. Podemos estar errados e se tal for reconhecido, devemos ter a humildade de pedir desculpas, pois as coisas podem não ser exatamente como pensamos.

            A história mostra que os irmãos siameses, tolerância e intolerância, são gerados de forma diferente nos dois protagonistas. Enquanto a moça gera a intolerância, o homem gera a tolerância. Enquanto a moça desenvolve a raiva, indignação, que a deixava a beira de uma explosão, o homem, tolerante, partilhava com ela sem que ela pedisse e até mesmo colocando cara feia, até a última bolacha que a sua tolerância permitia ser dividida.

            Observamos o fluir do amor nas ações do homem; observamos o obstáculo na expressão do amor no comportamento da moça.

            Tiro dessa história uma boa lição para conflitos de relacionamentos. Devo manter o meu grau de tolerância sempre ativo, em qualquer confronto hostil, mesmo que eu entenda que esteja correto. Pode ser que mais tarde eu compreenda que esteja errado e assim a corrigenda seria oportuna. E, na possibilidade do correto ser eu, devo fazer como o homem fez com seu pacote de bolachas, que continuou dividindo com pessoa tão amarga, que usava o que era dele sem pedir e ainda de cara “amarrada” com jeito raivoso e de que a qualquer momento poderia explodir de raiva. E esse homem não tinha nenhuma dúvida de que o pacote de bolachas que estava sendo usado era o dele. O equívoco estava em quem demonstrava tanta intolerância.

            Portanto, prefiro sofrer as injustiças de uma compreensão errada que alguém faça sobre algo que faço e que imagino correto, pois posso estar errado, e, mesmo estando completamente correto, não deverei deixar de ser tolerante, pois só assim deixarei fluir pelo meu comportamento o amor que tanto defendo.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/02/2016 às 02h46
Página 647 de 949