Este é mais um texto que trago da net, fazendo uma reflexão no mesmo sentido daquele publicado no dia anterior, sobre o poder das narrativas na indução de um comportamento, por quem não tem uma crítica devidamente aparelhada por conhecimento da realidade. Este texto foi publicado em 07-10-2020 por Leandro G.M. Govinda, promotor de justiça em Santa Catarina, conforme encontrei na net nesta data. Vejamos.
Desde o início da pandemia causada pelo vírus originário da China, governantes impuseram uma série de medidas restritivas a pretexto de garantir o distanciamento social entre as pessoas e, assim, supostamente evitar a propagação do vírus. Quando observo as pessoas seguindo à risca certas medidas, lembro-me daquela experiência com macacos.
Conta-se que certa vez cientistas reuniram meia dúzia de macacos em uma jaula. No centro, deixaram uma escada e, acima da escada, um cacho de bananas. Cada vez que um macaco subia a escada, os cientistas lançavam um jato de água fria nos demais que ficavam no chão. Em dado momento, os macacos perceberam a relação entre subir a escada e o banho de água fria, quando, então, começaram a bater no símio que insistisse em tentar alcançar as bananas pela escada. A partir disso, os cientistas substituíram um macaco veterano na experiência por um macaco novato. O novato correu para a escada sem titubear, e os demais logo lhe aplicaram uma boa surra. Mais um primata novato foi colocado no lugar de outro veterano e o mesmo aconteceu: o novato tentou subir as escadas e apanhou dos demais. Chegou ao ponto em que todos os macacos veteranos foram substituídos por novatos, os quais, mesmo sem nunca terem tomado uma ducha de água fria, continuavam batendo no macaco que tentasse subir a escada. Conclusão: se fosse possível perguntar aos macacos novos por que eles batiam em quem tentava subir a escada, provavelmente eles responderiam: “não sei, mas aqui sempre foi assim”.
Essa experiência nos ensina que, como seres humanos dotados de racionalidade, devemos sempre refletir sobre o que fazemos, a fim de entender o sentido das nossas ações. O medo de ser contaminado pela praga chinesa do novo coronavírus, em parte provocado pelo terror midiático, parece ter tolhido nossa capacidade de pensar, de modo que aceitamos irrefletidamente as medidas que foram empurradas goela abaixo pelas autoridades públicas. Os nossos governantes dizem que todas as medidas adotadas estão baseadas em evidências científicas. Será mesmo?
Um dia desses fui em uma loja comprar um casaco. Escolhi uma peça e dirigi-me ao provador para experimentar, quando a atendente me impediu dizendo que estava proibido o uso do provador (na hora, senti-me na pele dos macacos novatos da experiência científica, mas por sorte a atendente era gentil e não me bateu). Eu teria que comprar o casaco e provar em casa e, se não servisse, poderia devolvê-lo. Eu perguntei para a moça: se o casaco fosse meu, poderia tirar e vestir novamente no interior da loja? Ela respondeu sim, claro. Então, fui até o caixa e comprei o casaco. O atendente do caixa me entregou a sacola com o casaco, e eu perguntei para ter certeza: agora, o casaco é meu? Sim! Aí tirei o casaco da sacola e vesti na frente do caixa. Como o casaco não serviu direito, tirei o casaco, coloquei-o sobre o balcão e pedi para experimentar outro tamanho.
Faz algum sentido proibir as pessoas de usarem o provador da loja? Se o sujeito pode circular na loja, por que raios não pode usar especificamente o provador? Ele já está no interior da loja! Vai dizer que o vírus fica concentrado só no provador?
Exemplos assim não faltam. Outro dia hospedei-me em um hotel. No check-in, o atendente me alertou que precisava reservar um horário para tomar o café da manhã. Decerto faziam isso para evitar “aglomero” no salão, pensei comigo mesmo. Não! Era porque o café tinha que ser servido nas mesas, pois o município havia proibido o uso das mesas de buffet. Como servir o café nas mesas exigia certa quantidade de funcionários, era preciso limitar o número de hóspedes por horário. Para minha surpresa, nessa mesma cidade, os restaurantes não estavam proibidos de servir almoço na modalidade buffet.
Que tipo de ciência é essa que não vê risco no buffet dos restaurantes, mas enxerga o fim do mundo no buffet dos hotéis? Por acaso, o vírus chinês circula apenas em hotéis e não em restaurantes?
Em algumas cidades, os cidadãos foram obrigados a usar máscaras dentro dos carros, mesmo estando sozinhos e com os vidros fechados! Teve prefeito que impôs distanciamento social até para veículos, que não podiam ser estacionados lado a lado! Dizem os “cientistas” que é para evitar que as pessoas fiquem próximas quando entram e saem dos carros. Então, o sujeito sai de casa, vai até o shopping ou ao supermercado, cruza com dezenas de pessoas, senta na praça de alimentação e tira a máscara para comer, fica cara-a-cara com o caixa dos estabelecimentos e nada disso é considerado arriscado demais. Mas Deus o livre estacionar os veículos lado a lado!
Ora, não é preciso ser um cientista nem um prêmio Nobel para perceber que essas e outras tantas medidas não fazem o menor sentido. Mesmo assim as pessoas continuam cumprindo e algumas acham mesmo que todas essas restrições são absolutamente necessárias para salvar a humanidade do juízo final.
Se a pandemia não passa de um grande experimento social, como afirmam algumas teorias da conspiração, será interessante descobrir quando foi que abdicamos da nossa faculdade de pensar e refletir sobre as nossas ações. Talvez seja o caso de começar a perguntar para as pessoas por que estão usando máscaras. Quando elas começarem a responder “não sei, mas aqui sempre foi assim”, aí teremos uma boa pista do momento em que nos tornamos menos humanos e mais macacos.
Leandro G.M. Govinda é Promotor de Justiça em Santa Catarina.
Muito boa essa comparação do comportamento humano com a experiência feita com os macacos. No caso, foi usado uma ducha de água fria para os macacos aprenderem um comportamento e daí agirem com outros de acordo com o observado, já sem ter conhecido o que motivou.
Em nosso caso, não foi uma ducha fria que nos condicionou. Foi uma narrativa vinda dos países de primeiro mundo, defendendo que a miséria dos povos poderia ser resolvida por uma revolução armada, socialista, comunista, com base na força. O apelo é muito comovente, correto e necessário. Diminuir o sofrimento do povo, trazendo igualdade, liberdade e fraternidade, como está bem exposto no ideal da revolução francesa. Acontece que a narrativa permanece encantando os jovens, como encantou a mim, e não é informado o modus operandi daqueles que assumem o poder por força da revolução com esses ideais esquerdistas. Muitos envelhecem sem nunca perceberem que estão encantados com essas narrativas, como foram encantadas as crianças que seguiram o Flautista de Hamelin em direção a suas destruições. O raciocínio crítico ainda é muito difícil de exercermos, já que não temos uma escola que busque a verdade e sim manter uma narrativa ao longo do tempo, como acontece com o método Paulo Freire, nosso patrono da educação, que nunca tocou na realidade que as sociedades comunistas trazem para os seus povos.
Neste dia pós eleições municipais vale lembrar u pouco da história que não é contada como devia. Vou usar um pequeno texto de Salim Matar e que circula na net para a nossa reflexão.
1. Há 131 anos o Marechal Deodoro da Fonseca liderou o movimento que destituiu o imperador D. Pedro II e assumiu o poder proclamando a República. *De acordo com historiadores o que ocorreu de fato foi um golpe realizado por uma minoria republicana que removeu a monarquia do país.
2. O golpe que levou ao regime republicano foi feito por militares insatisfeitos com a forma como o Império os tratava após a guerra do Paraguai e por setores da sociedade que não se viam representados pelos monarcas e não houve participação popular que estava alheia.
3. Apesar da tomada do Império ter sido realizada de forma pacífica, os anos seguintes foram de conflitos com guerras civis, como a Revolução Federalista no Sul e a Guerra de Canudos na Bahia. Os dois episódios levaram a morte de 35 mil pessoas.
4. Em 3 de dezembro de 1889 o governo provisório nomeou uma comissão para elaborar uma nova Constituição. Alguns dos itens propostos naquela época seguem em vigor até os dias de hoje, como a imunidade parlamentar, mais conhecida como o “foro privilegiado”.
Interessante ver como o povo é conduzido por diversas narrativas que não se aproximam nem um pouco da verdade, que possam desmascarar os interesses subalternos de grupos e indivíduos em detrimento da população. E não podemos dizer que isso se aplica somente apenas às pessoas ignorantes, que são analfabetos reais ou funcionais. Pessoas bem instruídas, com nível superior e até doutorado em suas áreas, também são conduzidos por essas narrativas como fazia o Flautista de Hamelin conduzindo crianças que não sabiam que estavam indo encantadas pela música ao encontro de suas destruições.
Escrevo assim com um exemplo bem próximo, eu mesmo. Terminei o meu curso médico e procurando ajudar melhor os pacientes que me procuravam, ingressei na política, em partido de esquerda, o PDT, pois imaginava que estavam lutando pelo bem da população. Fui dirigente partidário, candidato em diversas eleições para diversos cargos, mas nunca cheguei nem perto da eleição. A minha forma de fazer política não sintonizava com o estilo de conquistar votos do vitoriosos. Eu entendia, como entendo até hoje, que o voto deve ser a expressão livre do eleitor para eleger aquele que lhe parece ser o melhor, o mais competente para lhe representar a nível de poder. Entendo o valor do voto secreto justamente por isso, não associar o voto a um benefício que deverá receber caso o seu candidato venha a ser eleito.
Cheguei a eleger um candidato de esquerda, o Lula, pelo PT, em sua primeira eleição. Logo percebi o erro que havia cometido, quando o cara, descaradamente dizia que era mentira todos os crimes de corrupção que acontecia ao seu lado. Recebendo esse choque de realidade, fui as ruas com milhões de pessoas no país afora para tirar do poder central a verdadeira quadrilha que estava destruindo a nação. Pesquisei melhor e vi o quanto eu estava errado em defender e militar nos partidos de esquerda. Fui na história russa, em Karl Marx, nos escritos de Churchill sobre a segunda guerra mundial e percebi o quanto somos alienados da história mundial e nacional. A partir do golpe que pessoas perto do poder aplicaram na Monarquia sem nenhum conhecimento da população.
Resolvi ser um militante do Cristo, pois percebi que há 2000 anos as suas lições permanecem inatacáveis, mesmo que alguns cristãos cometam suas iniquidades, mas são condenados de imediato pelo próprio Evangelho.
Agora sei que estou no trabalho de construir o Reino de Deus que não faz parte deste mundo material, que necessita da reforma íntima para que façamos a limpeza que provoca tanto egoísmo em todos nós. Fico satisfeito em não estar à procura de nenhum tipo de cargo, que posso falar com meu líder a qualquer momento, independente de marcar audiência.
Após, de certa forma reclamar com o Pai pelo motivo de me sentir sozinho até agora devido a missão que Ele colocou em minha mente, tenho acesso a um dos livros que tenho há mais de um ano e que havia parado a leitura desde o início. É “O Evangelho Secreto da Virgem Maria”, escrito pelo sacerdote católico Santiago Martin, fundador de uma associação católica “Os Franciscanos de Maria”, dedicada ao trabalho voluntário e gratuito com todo tipo de excluído. Entendi que o Pai deu um jeito de me colocar nas mãos esse livro para que eu lesse uma mensagem para mim, quanto as minha queixas de procurar cumprir Sua missão e até agora sozinho, sem ninguém conseguir sintonizar com a prática do amor inclusivo, característica do amor incondicional. Vejamos o que Ele me diz, numa transposição que fiz da fala de Maria e José, quando eles se encontram pela primeira vez depois que ele descobre que ela está grávida. Coloco na condição de Deus falando para mim, aproveitando a fala de Maria para José, quanto o evento da gravidez, motivo de desconfiança para todos.
“Ela nunca pode duvidar de ti. Se te ofende, embora sem querer, pode ter como desculpa o fato de que não o conheces ainda profundamente. Ela deve passar a reconhecer que deve acreditar no impossível, no comportamento que todos acham impraticável. Ela deve reconhecer que tu mereces que se aceite que os burros voem antes de duvidar de tua honra, da verdade que tu mostra. Quando a dúvida sobre ti acontecer, que ela reconheça que no fundo se comportou como uma mulher despeitada, e como alguém sem fé, por não imaginar que Deus estaria por trás de tudo que lhe desperta desconfiança, ciúme, ira. Reconhecer que quando resolve repudiar os atos que são praticados, mesmo em segredo, não fez mais do que se mostrar tonta. Algo dentro dela deve gritar que é uma imbecil por não te aceitar do jeito que és, pois é assim que se tornas o que de mais precioso deveria apresentar para o mundo, e compreender que me rejeitando estaria se condenando a uma pena de sofrimentos mais negros. Reconhecer que o mundo ensinou uma coisa diferente da vontade de Deus, para atender os interesses egoístas com o nome de família nuclear, do amor exclusivo para determinadas pessoas. Ela deve ser uma pessoa de fé, para reconhecer, quando cometer um erro, quando mostra sua debilidade no choro e na revolta, que saiba pedir perdão, e também perdoar. Que reconheça a minha honestidade sem a intervenção de outras pessoas ou mesmo dos anjos, corrigindo a forma maldosa de pensar, antes que algo mais forte eu tenha que usar, por ela ter pensado em algum momento em te rejeitar, como aconteceu com outras.”
Também recebi uma fala que entendi que deverei usar para todas que se candidatarem para ser a minha companheira. Existe aquela com a qual tenho a convivência, mas que o amor inclusivo permite que possa existir uma rede de afetos, baseados na moral e na ética do amor incondicional.
“Te quero muito, serei teu companheiro por vontade própria. Mas entre nós algumas coisas serão diferentes do que ocorre em outros relacionamentos. O nosso amor deve ter a característica da inclusividade, tanto eu quanto você podemos integrar outra pessoa afetivamente, que pode evoluir até a intimidade sexual, desde que não haja nenhum impedimento ético frente ao amor incondicional. Quero que saibas enquanto está em tempo de dissolver tudo. Esta é uma decisão que tenho tomado antes de te conhecer e que venho aplicando a todas que se candidatam a ser minhas companheiras. É importante que eu te explique isso, pois não é justo eu te exigir algo sem saber do que se trata. Eu sou inteiro de Deus, sou um instrumento da Sua vontade, e nenhum tipo de sentimento na Terra, de pai, mãe, filho, esposa, etc. pode desviar da missão que Ele colocou em minha consciência. A ideia de conviver contigo, de ser minha companheira, é boa para mim. Mas já estou consagrado ao Senhor e isso pode não lhe convier. Sei que é difícil de aceitar isso, pois vivemos numa sociedade egoísta, porém tu e eu somos crentes de Deus como Pai e Senhor, e sabemos muito bem qual é o primeiro mandamento que devemos observar e cumprir. Quando a duvidares de mim, a verdade é que gostaria muito que não houvesse a intervenção de ninguém, nem mesmo dos anjos, para corrigir teus pensamentos. Em definitivo, o que conta é que tu e eu precisamos entender que temos uma grande missão a cumprir.”
Assim compreendi, e assim fiquei satisfeito com o Pai.
Cada um de nós tem uma missão na vida, mesmo que não tenha consciência disso. É importante despertar a consciência para o Criador e nossa ligação a Ele enquanto criatura, podendo chama-lo de Pai, e, portanto, devendo respeito filial, de seguir Suas orientações, reconhecendo a Sua sabedoria muito superior à nossa. Diferente do nosso pai biológico, que nós, enquanto filhos, podemos suplantá-lo em inteligência e sabedoria.
Despertei para a existência do Pai, da Sua presença sempre perto ou dentro de mim, de acordo com a minha sintonia de pensamento, e daí reconhecer algumas intuições que Ele coloca na minha consciência e que interpreto como uma missão a cumprir. Foi assim que me distanciei tanto do ponto de vista cultural da minha sociedade, entendendo a prática do amor incondicional para formar a família universal e consequentemente o Reino de Deus. Interpretei que essa prática do amor incondicional é incompatível com a família nuclear, com o amor exclusivo. Partindo para o amor inclusivo, mais coerente com o amor incondicional, capaz de superar todo tipo de preconceitos e tabus, quebrei a proibição de se envolver afetivamente com qualquer pessoa que sintonize com essas diversas energias do amor incondicional, chegando inclusive ao máximo aprofundamento que é o ato sexual, capaz de gerar novos seres. Isso gera um conflito enorme com minhas prováveis companheiras que sempre esperam um amor exclusivo, mesmo sabendo de toda a verdade ao meu respeito, que eu jamais serei capaz de amar ninguém de forma exclusiva, pois isso me tornaria incapaz de realizar minha missão.
Uso a verdade como forma de não deixar ninguém se sentindo vítima de uma traição, quando souber por qualquer fonte, ou por mim mesmo, que estou envolvido afetivamente com alguém e que houve relações sexuais ou similares. Mesmo de posse de todo esse conhecimento, as diversas mulheres que passaram a conviver comigo, todas desenvolvem ciúme desse meu comportamento, gerando conflitos e tornando inviável o companheirismo. Elas demonstram seguir por outro caminho diferente do meu, criticam o meu comportamento e mostram forte sofrimento emocional. Isso quebra a harmonia do relacionamento indicando a incompatibilidade do relacionamento a nível íntimo. Uma possibilidade seria a convivência como companheiros sem manter relações sexuais para quebrar uma possível obrigatoriedade num ato que é tão sublime.
Até agora não consegui nenhuma companheira para seguir junto comigo em minha missão, sem sofrimento, e sim, orgulhosa por estar participando de uma missão tão importante, tão próxima de Deus que é para quem nos dirigimos.
Será que esta é a vontade de Deus? Que eu realize a minha missão sem uma companheira à altura? Que eu não seja visto como um mentiroso, um traidor, investigado nas minhas ações como um reles criminoso? Não existe uma mulher que consiga vencer seus instintos, o poderoso Behemoth?
A revista on-line Folha Espírita traz um interessante editorial em que coloca a missão espiritual de Allan Kardec na visão de dois espíritos de escol, Emmanuel e Humberto de Campos, que será interessante para consolidar nosso conhecimento nessa trajetória histórica onde todos estamos participando.
Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo
Em 3 de outubro, celebramos 216 anos do nascimento do professor lionês Hippolyte Léon Denizard Rivail, imortalizado como Allan Kardec. Debruçarmo-nos sobre a obra do codificador em um ano como 2020 é realmente consolador. Ao lermos páginas escritas há 163 anos (data de lançamento de O livro dos Espíritos), percebemos o quanto são atuais e que por trás de cada linha grafada existe uma mensagem eterna e um convite para as transformações pelas quais estamos passando enquanto humanidade.
A construção do pensamento racional com objetivos filosóficos que encontram no progresso moral sua destinação é algo fascinante. Temos em nossas mãos uma obra que rompe e continuará a romper séculos e mais séculos, pois traduz uma verdadeira mensagem de amor.
A importância da tarefa de Kardec ficou muito bem explícita nas obras de Emmanuel, em A Caminho da Luz, cap. XXII – “Revolução Francesa”, e de Humberto de Campos, em Cartas e Crônicas, cap. XXVIII – “Kardec e Napoleão”.
O mentor espiritual de nosso Chico Xavier nos relata assim sobre a volta de Kardec: “Aproximavam-se os tempos em que Jesus deveria enviar ao mundo o Consolador, de acordo com as suas auspiciosas promessas. Apelos ardentes são dirigidos ao Divino Mestre, pelos gênios tutelares dos povos terrestres. Assembleias numerosas se reúnem e confraternizam nos espaços, nas esferas mais próximas da Terra. Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora, e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus Cristo”.
Já o renomado escritor nos informa sobre uma reunião que acontecera no final do século XVIII, precisamente em 31 de dezembro de 1799, contando com a presença de grandes sábios como Sócrates, Platão, Aristóteles, São Vicente de Paulo, Santo Agostinho, Galileu, Pascal, entre outros, acompanhada também por Espíritos encarnados que, desligados do corpo, assistidos por outros Espíritos, também compareceram. Chamou a atenção a presença de Napoleão, que, em determinado momento, ajoelha-se diante de um Espírito que contava com muito respeito de todos, e Humberto de Campos relata o momento em que Kardec erguera o Napoleão, e todos ouvem o anúncio do retorno do emissário às lides terrenas: “O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo: – Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu Espírito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento [...]”.
Temos, assim, dois momentos de singela beleza, nas quais podemos observar nas descrições de Emmanuel e Humberto de Campos toda a preparação na Espiritualidade para o retorno de Kardec, que regressara para cumprir o papel de apresentar à humanidade o Consolador Prometido, que tanto nos fala ao coração, principalmente nos dias de hoje.