Quando nos voltamos para Deus e decidimos colocar os nossos corpos, nossas vidas à serviço de Sua vontade, precisamos de um contato constante com Ele. Muitas vezes as atribulações da vida material cria uma espécie de barulho mental que obnubila essa comunicação com o Criador.
Embora estejamos envolvidos em tantos conflitos ao redor do planeta, que favorecem a perda da sintonia com o Pai, Ele tem colocado à nossa disposição meios mais fáceis de perceber a Sua vontade. Também podemos favorecer essa comunicação, assumindo algumas atitudes como o jejum, que é uma prática que nos coloca em mais intimidade com Deus.
A mais fascinante experiência que podemos ter nessa nossa fase atual de humanidade na Terra, é ser considerado um instrumento nas mãos de Deus, pois dessa forma Ele executa muitas das suas obras maravilhosas.
Quando buscamos Deus com jejum e oração, não mudamos a mente de Deus, mas a nossa. O jejum nos faz mais aptos para receber, do que faz Deus mais pronto a conceder.
Temos exemplos vívidos do poder que advém do jejum na vida de homens como Moisés que jejuou 40 dias (Êxodos 34:28), Esdras – 3 dias (Esdras 10:6), Elias – 40 dias (1 Reis 19:8), Daniel - 21 dias (Daniel 10:3), Paulo – 3 dias (Atos 9:9), e o próprio Cristo – 40 dias (Lucas 4:2). Quando essas pessoas passavam dias sem se alimentarem, ou noites gastas em oração, voltavam desses períodos mais fortalecidos do que antes, mais dispostos do que se tivessem gasto essas horas dormindo. Podemos dizer que eram verdadeiramente sustentados pelo poder divino. Ainda não atingi essa condição, apesar da prática do jejum que estou sempre fazendo. Certamente ainda me falta a fé suficiente para entrar na sintonia com o Pai, mas não desistirei. Procurarei compreender cada vez mais os objetivos do jejum na intenção de aproximação com Deus, e dessa forma encontrei as seguintes orientações.
1º) Ter a mente desimpedida da sobrecarga que o processo digestivo exige, facilita a comunhão, a meditação e a reflexão com Deus. Não posso simplesmente parar de comer e esperar que tudo aconteça. A minha mente deve estar voltada para essa aproximação e a oração é um forte atrativo para isso.
2º) Mostrar a Deus e provar a mim mesmo que aquilo que peço, ou a vitória que almejo, é realmente de suma importância para mim. Muitas vezes não sei exatamente o que pedir, às vezes não sei nem como iniciar a conversação com o Pai. Esse período de jejum a mente fica mais aberta, vigil, ouço com mais clareza o coração e certamente a voz de Deus.
3º) Devo separar um momento do dia que me desligue do trivial, do rotineiro, do material e me coloque numa atmosfera espiritual mais intensa.
4º) Serve para que eu adquira uma disciplina espiritual, um maior controle sobre meus desejos e vontade. Quando eu domino meu apetite, assumo um domínio saudável sobre a minha vontade e a coloco em submissão à vontade Divina.
5º) concedo ao sistema digestivo uma pausa para descanso. Muitas enfermidades podem ser evitadas e até curadas, com um período saudável de abstenção de alimentos.
6º) Acima de tudo, não posso esquecer, devo me colocar num íntimo e intensivo contato com Deus. Quando perturbado pela tentação, quando com necessidade de vencer um pecado habitual, quando diante de uma grande provação, uma grande dúvida, confusão mental, nada se torna mais efetivo do que a aproximação com o Pai.
7º) Devo obedecer ao tempo que o meu organismo já se adaptou para essa prática, pois tem pessoas que não conseguem fazer um dia de jejum, e eu já consigo fazer três dias seguidos sem maiores repercussões fisiológicas. Não serei tão radical como imaginava no início que deveria ser. Posso comer frutas, sucos ou pequenas porções de alimentos leves que não sobrecarreguem o organismo, contanto que eu esteja exercendo o pleno exercício do controle dos desejos através da vontade direcionada para a sintonia com o Criador.
É importante lembrar que a forma e a duração do jejum só podem ser estabelecidos pela própria pessoa, sem jamais ser legislado e imposto pelos outros. Também não é preciso que seja anunciado publicamente por palavras, nem por um rosto abatido e triste, pois esta é uma experiência particular entre o Pai e o filho. Sendo assim, o jejum deve trazer alegria, confiança e entusiasmo na vida daquele que participa desta experiência maravilhosa com o seu Criador (Mateus 6: 16-18).
Procurando me inspirar nas palavras do Cristo e na festa junina que foi realizada ontem na comunidade da Praia do Meio, dia próximo a data que festejamos São Pedro (29-06), fui em busca do que o espírito Shaolin passou através do médium João Nunes Maia. No livro “Ave Luz”, sobre o que o Mestre falou a Pedro quando este perguntou o que queria dizer o tratamento de “Companheiro”.
Pedro! Ser Companheiro não é apenas ser amigo dos que comungam nossos ideais. É acompanha-los em alguns dos seus também. Não podemos dizer que é a fusão completa de todos os sentimentos de pessoas ou grupos de almas. Deixemos esse fenômeno difícil para o Amor. Acompanhar os outros é o que fazes, em alguns casos, no labor da tua pesca. É ajudar sempre dentro das possibilidades, aos que se envolvem em dificuldades sem se empenhar no ganho. O prazer de ajudar por ajudar é que nos torna verdadeiros companheiros do beneficiado.
Sim, a pessoa pode pensar diferente de mim, mas posso ajuda-la nas suas pretensões sem que isso desvirtue o meu próprio pensamento, e ninguém deve exigir isso também de mim. Por isso é que não é possível fazer a fusão completa dos sentimentos, pois de alguma forma, em algum pontos, todos divergem uns dos outros. Isto é tão difícil que somente o Amor pode harmonizar tantas formas de divergência e caminharmos com harmonia, tolerando e compreendendo, sem exigir nada do outro. Estar com um grupo de pessoas dentro de uma reunião, num passeio, num lazer, é fazer companhia uns aos outros, é ajudar dentro das possibilidades, sem esperar com isso qualquer recompensa. Quando adquirirmos esse prazer de ajudar por ajudar, é que nos tornamos Companheiros uns dos outros, compreendi a lição.
Quando somos o alvo da assistência é que nos certificamos do quanto é bom ter Companheiros fiéis ao lema: um por todos e todos por um. O Amor, Pedro, se divide em modalidades infinitas, e uma delas representa o assunto levantado por ti. Essa virtude divina se ramifica em repartes sem conta, procurando despertar nos corações todos os tipos de sentimentos do bem, que uns veem como companheirismo; outros, como tolerância; procurando analisar mais, encontramos a bondade; indo mais além, o trabalho, a coragem, o otimismo, a fé, a confiança, a fidelidade e muitas outras virtudes. Pelas mencionadas, ficas sabendo as sequencias das qualidades provindas do Amor.
A resposta do Mestre nos deixa pensativos, e podíamos perguntar rapidamente ao Mestre: “Então a gente pode deixar de ser Companheiro de alguém, sem que isso se tome da nossa parte, um desprezo? E aí, onde está a amizade?
Tu és meu discípulo, em quem deposito a minha confiança pela fé com que despertas para a aliança com o Evangelho. Verdadeiramente te digo que podes deixar por algum tempo de ser Companheiro de alguém, ou de algum grupo de irmãos, quando estes se esfriarem em seus ideais mais nobres. O Companheiro do bem é aquele que alimenta nos outros o entusiasmo pelas coisas que o bom senso sempre aprovou. A amizade, pois, pode perdurar até que venha a se coadunar de novo com as qualidades de intenções. Mesmo vivendo distante um do outro, o elo da fraternidade pode vibrar, e por esse caminho, algum dia, o Amor é convidado a transitar. É bom não esquecermos que há casos em que dois amigos, dedicados ao bem comum, não são Companheiros na extensão profunda da palavra, porque do dever a que um foi chamado, o outro foi dispensado, e vice-versa. Porém, reconhecem que todo bem se converte para a felicidade. O Evangelho pede dedicação de todos vós e, em casos apropriados, sacrifícios. Sois os primeiros a se iluminarem. Portanto, é justo que deveis dar o testemunho de fidelidade a Deus. Nesta comunidade que ora se inicia e para a qual fostes escolhidos antes de nascerem, eu desejo que todos sejam meus Companheiros, e o regozijo é todo meu, se fizerdes o que eu faço. Continua, Pedro, a aderir as boas ações dos que desejarem praticar e aprende com eles o que ainda não sabes. E é bom que o faças com humildade, porque a pretensão escorraça o entendimento.
Compreendi que eu posso ter vários amigos, mas nenhum Companheiro. Mas as lições do Mestre não me deixa triste, pois Ele esclarece que isso pode acontecer com todos, pois “do dever que um foi chamado o outro foi dispensado, e vice-versa”. Por outro lado, se estamos todos dispostos a fazer o bem, seja qual for o caminho que tenhamos escolhido de acordo com nossas consciências, então somos senso lato, Companheiros.
Compreendo então que todos que procuramos seguir o Evangelho, somos Companheiros do Cristo e Companheiros mutuamente, além de sermos amigos. Precisamos estar dispostos a cumprir nossa cota de sacrifício, de acordo com a iluminação que nós já alcançamos. O Mestre finaliza da seguinte forma:
Pedro, o que quero acrescentar, para que tenhas maior confiança, é que não deves esmorecer nas lutas que abraças pela Boa Nova do Reino do Deus. Se porventura perderes alguns Companheiros ou deixares de acompanha-los, por motivo de força maior, não perturbes o teu coração. Se a tua consciência estiver tranquila pelo ideal do bem que alimentas no coração, segue avante, que algum dia, em nome de Deus, haverá um só rebanho e um só pastor, onde todos, mas todos, se unificarão na Verdade, e a Verdade vos levará ao Amor. É muito justo que a tua preocupação cresça diante de tanto desajuste que presenciais no teu convívio com os outros. Não obstante, é bem mais justo que não deixes que esta preocupação prejudique as tuas sensibilidades, que foram feitas para trabalhos mais nobres. O que presencias é fração dos acontecimentos do mundo, e se pudesses vê-lo de uma só vez, esmorecerias, achando sem solução o problema da humanidade. Contudo, se queres dar a tua cooperação, podes fazê-lo logo, principiando por um sorriso aos enfermos, dividindo o teu alimento com o faminto e ofertando tua túnica ao nu, conversando com os desesperados e dando exemplo de trabalho aos preguiçosos. Nunca deves alimentar ideias negativas, porque se Deus, na nossa compreensão, pensou para fazer o mundo, a razão nos diz que os nossos pensamentos podem fazer alguma coisa de bom ou de ruim, dependendo do nosso estado de alma. A faculdade de pensar, que temos, é a maior que, por enquanto, desfrutamos, por misericórdia do Criador.
O Mestre nos exorta para não esmorecer na luta, que o problema é imenso, mas que podemos fazer a nossa parte por mínima que seja em qualquer lugar que estejamos, e que o pensamento é nossa obra prima de ações, que devemos mantê-los sempre no bom estado de alma.
Minhas dúvidas cada vez mais se dissipam de que o Pai fala comigo nas horas que mais preciso, principalmente quando chego perto dEle e peço orientações.
Ontem falei com Ele, mostrei o quanto estava confuso quanto a missão que Ele colocou na minha consciência, de transmitir o Amor que recebo dEle, talvez sendo uma das formas dEle, transmiti-Lo de forma ampla, irrestrita, incondicional. Isso porque, não entendo se eu me sinto tão feliz ao receber esse Amor, por que, quem mais recebe Ele de mim se torna com o tempo tão machucado?... Eu não tenho nenhum ciúme do Pai por Ele dar a outras pessoas o mesmo Amor que oferece a mim; sei que jamais Ele me abandonará ou deixará de me amar. No entanto quando vou fazer a Sua vontade, agindo com o meu próximo como Ele agiria se pessoalmente estivesse, as pessoas querem uma exclusividade que não pode ser oferecida. Foi então que encontrei hoje, nas palavras do Mestre Jesus, escritas por Adilson Ferreira no livro “Caminhando com Jesus na Galiléia”:
“Quando o convidei a seguir os meus passos, sei das dificuldades pelas quais passarás durante a implantação do Reino de nosso Pai na Terra. A luta será árdua e exigirá de todos nós muito esforço, dedicação e perseverança.”
Aceitei o convite, mas não pensava que a luta seria tão árdua assim. Parecia mais que estava cheia de alegrias, de prazeres, mas, apesar de me sentir assim quando distribuo o Amor ao meu redor, termino presenciando e sendo vítima de tanto sofrimento. Mesmo assim não me culpo nem estou arrependido.
“Meu irmão, sei do cuidado que tens com as nossas leis, e que segues o melhor caminho na direção de Deus. Contudo uma nova luz se aproxima da Terra, e exigirá muito esforço da parte de todos para compreendê-la. Mas até que a criatura humana chegue à compreensão maior, muita luta ocorrerá. Para preparar a implantação dessa luz, o Criador divino enviou os profetas, e nenhum deles foi bem recebido. Ao contrário, foram aniquilados pela humanidade. Implantar o Seu Reino é espalhar essa verdade nova, e certamente não seremos entendidos de imediato. Por isso, sofreremos perseguições, seremos maltratados e mortos em razão dessa verdade que precisa ser espalhada para todos. Esse é o cálice que haveremos de beber.”
Sim, apesar de estar convicto que a lei que Deus colocou na minha consciência, a Lei do Amor Incondicional, ser bem mais superior a qualquer outra lei existente no universo, principalmente as leis formadas por nossa humanidade terrestre, tão cheia de defeitos, mesmo assim tenho cuidado com elas, não as confronto de forma gratuita. Apenas não posso ficar impassível quando elas tentam obstruir a aplicação da Lei do Amor. Se não posso falar sobre essa incoerência, devo me retirar do local, pois sei que não posso servir a dois senhores, aos interesses do mundo e à vontade do Pai.
Talvez eu poderia ser classificado na condição de profeta imperfeito, pois tenho tanta convicção da comunicação de Deus comigo, tenho tanta clareza e compreensão da missão que Deus colocou na minha consciência, como aconteceu com os profetas anteriores... só não tenho a disposição de sair às ruas como eles saíram e afrontar em nome dEle o que de errado existe na sociedade. Isso é o que me falta, e certamente é um pré-requisito muito necessário do qual nem o próprio Jesus foi dispensado. Porém, essa minha indisposição de ir às ruas, não dispensa a obrigação que eu tenho de espalhar essa verdade que já não é nova, da importância e prevalência do Amor Universal, Incondicional, frente a qualquer lei, pois Jesus já nos ensinou sobre isso. Se tenho que sofrer perseguições, maltratos, desprezos, humilhações e até ser morto por causa disso, não posso me esquivar, pois entraria no conceito de traidor. Pior do que Judas que traiu o Mestre, eu estaria traindo ao próprio Deus.
Pai, obrigado por me dar o dom da vida, da inteligência, do Amor... dá-me, Pai, também o dom da Sabedoria. Quero compreender melhor porque Tu me deu o dom de amar e a missão de doar esse Amor da forma que me entregastes... sem qualquer espera de recompensa, sem qualquer tipo de condicionamento.
Mas, Pai, acho que estou fazendo algo muito errado... o Amor que eu procuro doar, da forma que eu recebi do Senhor, era para trazer alegria e felicidade a todos que se beneficiassem dele... mas, justamente àquelas pessoas que mais intensamente O recebem, são àquelas que mais intensamente passam a sofrer, querem este Amor somente para elas, sofrem quando percebem que estou a distribui-Lo com outras pessoas, sofrem com a simples ideia de que isso possa acontecer...
Algo muito errado estou a fazer, meu Pai! Termino sendo instrumento de sofrimento, quando o que desejo é ser instrumento de felicidade, pois o Amor que tu me dás não traz tanta felicidade para mim? Por que então, quando eu dou às pessoas que se aproximam intimamente de mim, elas passam a sofrer tanto? Será que este é o erro? Ter que doar o Amor que recebo de Vós, mas não chegar na intimidade do coração ou do corpo de ninguém?
É isto, Pai, que não entendo! Quanto mais proximidade eu tenha com alguma pessoa na retransmissão deste Amor, não era para deixar a pessoa muito mais feliz, por ter sido escolhida entre tantas por sentir esse benefício? Não era para essa pessoa sentir-se regozijada também quando outra pessoa passa a sentir esse mesmo Amor na mesma intensidade que ela sentiu? Não é assim que funciona comigo?! E por que até agora não funcionou assim com ninguém que recebeu esse Amor de mim?
Será que esta é a cruz que o Senhor construiu para mim? A tantos ter capacidade de amar, de aglutinar, de juntar... e por todos ser repudiado, excluído, expulso até com ares de crueldade? Viver como o judeu errante, sem ter a quem abraçar, a quem contar a intimidade da minha alma...
A minha cabeça está confusa, Pai, chega a imaginar coisas absurdas... penso que talvez tudo isso seja reflexos do ciúme que Tu sentes de mim... provocas nas pessoas que mais se aproximam de mim, impulsos de raiva e de exclusão, para que eu seja jogado fora de suas proximidades e me acolhas em Teus braços... Queres me ver jogando minhas lágrimas no mar que explode suas ondas abaixo do meu apartamento; Queres me abraçar com Teu vento frio e chorar junto comigo com Teus pingos de chuva; na solidão do meu quarto, eu sinto a melancolia de Tua alma divina, nas nuvens cinzentas que cobrem todas as estrelas e o brilho do luar.
Sim, Pai, dá-me Sabedoria para que eu saia dessas trevas de ignorância, para que eu saiba nadar nesse mar de Amor que me inunda a minha alma, mas que afoga o meu coração!
Quando chegamos ao corpo físico, na escola/hospital da Terra, temos que cumprir algumas tarefas ou sofrer algumas consequências do que fizemos em existências anteriores. Portanto, deve ter registrado nos caminhos da Natureza e dentro de nossa consciência, o trabalho que deve ser feito por nós, exclusivamente, que não podemos transferir para ninguém.
Já temos oportunidade de ler e aprender sobre as lições do Mestre Jesus, para que desenvolvamos a fé nos desígnios de Deus e que possa ser afastada as trevas da ignorância do nosso psiquismo. Passamos a ter consolações para o sofrimento que nos é destinado e lentamente esculpir no coração as diretivas que Deus deseja para nós.
Temos que ser resistentes às provocações que irão surgir ao nosso redor, de pessoas que não aceitam os ensinos do Mestre e passa a considerar que o Reino que Ele ensinava não passa de loucura, que agindo assim iremos desenvolver uma conduta “fora de época”, e todos nossos passos serão fiscalizados para atestar a incoerência daquilo que nós professamos.
Manter a perseverança dentro de um ambiente hostil e irônico para com as lições evangélicas é muito importante, inclusive com um certo anonimato. Não precisamos estar a cada momento levantando a bandeira cristã para com ela atingir os adversários. Basta nos comportarmos conforme foi dito pelo Mestre e que está sintonizado com a nossa consciência, com a vontade de Deus. Basta observarmos as inquietudes íntimas de quem facilmente conquista o sucesso no mundo material, geralmente com atitudes ilícitas, ilegais ou imorais. Não podemos sucumbir nas trevas da noite, dos prazeres e desencantos; devemos nos manter firmes na conduta reta, aguardar a face da madrugada e prosseguir com mais segurança pela luz do dia.
Não podemos esquecer nem um momento, que a vida espiritual é a essência do existir, e não os apelos instintivos da materialidade. Devemos reforçar cada vez mais as novas concepções de vida, do homem novo, e isso já está facilitado pelo acesso do Evangelho. É como se Deus nos tivesse feito com o objetivo de conquistarmos conhecimento e sabedoria através de uma evolução dentro do mundo material, do homem natural, animal, para o homem espiritual, conquistando o pleno conhecimento, crescendo em graça e sabedoria, formatando a mente tendo como modelo a do Cristo, se tornando perfeitamente preparado para toda boa obra.
Também o Mestre nos deixou boas advertência, para que não prendamos a palavra que liberta, para que não convertamos as convicções que nos surgem, em moedas para as vãs necessidades. Precisamos usar a lição da imortalidade para dignificar a própria imortalidade, e caminhar depois da morte com os recursos adquiridos antes dela. Compreender que o sofrimento direcionado para o que é necessário, é fundamental para gerar força espiritual.
Podemos contar com a ajuda dos amigos espirituais em mútuo benefício, cada um ajudando a quem precisa e assim se fortalecendo na proximidade com o Pai. São considerados benfeitores espirituais e fazem sempre o lícito, sempre com uma função pedagógica, dentro de uma didática espiritual. Todos têm uma direção para o alto, com uma meta a alcançar e obedecendo a lei de Deus.
Este é o significado do trabalho intransferível que todos devemos passar. Usar a experiência carnal dentro de uma conduta reta, com a consciência tranquila, e o coração afável. Viver cada momento que traz consigo alguma correção no transcurso da eternidade, sentindo o infinito se confundir com o minuto e com o elétron que escapa de sua origem. É o momento de harmonizar a fé com a ação, de remover os obstáculos do caminho, evitar as atrações que nos deixa paralisados no caminho, usar o buril constantemente para esculpir na energia do espírito o dever que nossa consciência aponta como a vontade de Deus.
Temos vários exemplos de pessoas que assumiram o trabalho que somente elas poderiam fazer naquela situação, como Maria Madalena que usou o Amor e a fé para possibilitar a reentrada da energia do Mestre no campo material, mesmo que não pudesse ser tocado de imediato; como João Evangelista que usou o Amor e a Perseverança para trazer nos seus últimos dias a beleza simbólica do Apocalipse; e o apóstolo Tiago, que aplicou o Amor e a organização para administrar os primeiros anos da igreja cristã que nascia no seio do judaísmo.