Jesus ensinou uma parábola excelente, a melhor forma de nos tornar discípulos eficientes e assim contribuir com eficácia para o Reino de Deus.:
“Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça.”
Este é o verdadeiro modelo de discípulo, aquele que ouve a Palavra, entende-a e produz frutos. Jesus quer por de lado o cristianismo superficial que consiste meramente em ouvir e aceitar os seus ensinamentos de modo teórico. Nós devemos ser a boa terra semeada por Sua Palavra, produzir muitos frutos em função dela e difundi-la para a construção do Reino de Deus.
Lembro-me de uma reunião que R. falou, de uma reunião em família que ela participou e na qual foi abordada a parábola do joio e do trigo que Jesus ensinou. Ela disse que nessa família existe muito conflito, chega ao ponto de filho não falar com pai, de o ódio fazer morada no coração dos parentes. Fiquei pensando que essa foi uma oportunidade excelente para todos fazerem uma reflexão sobre o ensino de Jesus e verificar se o coração de cada um está pronto para receber a semente, sem pedras ou espinhos, com terra suficiente para a semente germinar e resistir ao calor do sol e ao bico dos pássaros.
Imagino que se eu estivesse presente poderia dar uma boa contribuição, pois as minhas falhas são muito parecidas com aquelas que são tão criticadas naquela família.
Na minha vez de falar, eu diria que recebi as sementes que Jesus plantou em meu coração, as Palavras que Ele ensinou no seu Evangelho. Diria que em determinado momento da minha vida, eu casado, envolvi-me por amor com uma pessoa e acidentalmente foi gerada uma filha. Escapei de cometer um erro maior ainda, de contribuir para o seu aborto. Mas o meu coração tinha a semente de Jesus. Aceitei a condição de ser o pai dela com coragem e Amor, reconheci-a como minha filha e a considerei igual a todos meus outros filhos. Contei a verdade e fui criticado, acusado, até expulso de casa. Mas como a semente de Jesus estava germinando dentro do meu coração, não tive raiva, ódio ou ressentimento de ninguém, por mais que eu soubesse que todos que me acusavam sabiam que isso poderia acontecer, que o meu amor não é exclusivo de uma só pessoa. Eu não gerei nenhuma raiva em função dessa incoerência. Continuei apegado a Palavra de Amor que Jesus ensinou e me esforcei para colocá-la em prática com quem eu estivesse, fosse amigo ou adversário.
O ponto mais forte onde a minha semente foi testada se estava plantada em boa terra, foi quando meu filho passou no vestibular. Todos os seus irmãos podiam telefonar para ele e parabenizá-lo. Somente esta minha filha, nascida nessas circunstâncias preconceituosas, não poderia telefonar para ele e parabenizá-lo. A semente de Jesus não permitia que eu tivesse ódio dessas pessoas que causavam isso, ou que brigasse com elas por se comportarem assim. Eu sentia que eram os espinhos que estavam ameaçando a plantinha que crescia em meu coração. Mas como ela estava em boa terra, resistia a essas espinhadas e não deixava crescer o ódio, mesmo que por dentro eu sangrasse. Participei da festa que eles fizeram de imediato, ao meio dia, com os olhos turvos de tristeza... mas não de ódio! Ninguém ao meu redor conseguiu perceber a minha dor, talvez até intuíssem, mas o que eu fazia por amor eles deturpavam que eu fazia por interesse sexual. Ninguém perguntava se essa minha filha rejeitada naquela casa já havia ligado para o irmão, pois sabiam que os outros irmãos já o fizeram. Eu estava só, sofrendo o calor daqueles preconceitos, maior que o calor esturricante do sol; sofria o riso e a alegria de todos, como facadas na minha tristeza. Mas a semente que Jesus plantou continuava a emitir o Amor apesar de tudo. Não deixei de amar ninguém daquela casa, por mais que me torturassem dessa forma.
A minha mente dizia que eu estava certo em seguir o Amor ensinado e plantado em meu coração por Jesus. Mas dizia que eu não podia ser injusto com minha filha, não podia aceitar de forma passiva tudo que queriam fazer para comemorar a vitória do meu filho, sabendo que ela, minha filha, estava no ostracismo injusto, pois ela não pedira para ficar nessa situação. Então decidi. Não iria participar da festa que eles estavam planejando para o meu filho em um restaurante durante a noite. Era a noite planejada para eu estar com ela e não iria cancelar o encontro em função dessa festa comemorativa. Iria ao encontro dela, diria do sucesso do seu irmão e pediria desculpas por ela não ter podido ligar na hora que todos souberam do resultado, como os demais irmãos fizeram. Era a minha forma de corrigir a injustiça que eu sabia que ela sofria. Todos me criticaram por eu ter feito isso, inclusive a minha filha, pois mostrou que saberia muito bem suportar tamanha agressão à sua inocência. Suportei essa crítica geral sobre isso que fiz, mas a minha consciência estava ao meu lado. Ela mostrava para mim que eu fiz o correto, fiz o que a plantinha de Jesus em meu coração sugeriu; que eu não odiasse ninguém, que não ficasse ressentido com ninguém, que continuasse a amar a todos. Mas, essa mesma plantinha dizia que eu devia ser justo, que a minha filha por mais inocente que fosse, que não exigisse a minha presença perto dela naquele dia, que tolerasse os preconceitos que sofria sem retaliar ninguém, eu deveria ficar perto dela. Mesmo que isso trouxesse consequências, como trouxe. Fui expulso literalmente de casa sem direito a nada, sem levar nada, a não ser aquilo que exclusivamente me pertencesse, como livros e roupas; sem direito de voltar para falar com ninguém, com filho, cachorro ou papagaio; os próprios parentes foram proibidos de se relacionarem comigo. Agora tenho ao meu favor apenas o tempo como advogado.
Hoje moro só em um apartamento. Sei que foi essa plantinha que Jesus plantou em meu coração e que encontrou terra boa, que causou toda essa revolução. Eu vivo só, mas vivo cercado de amor, tanto dou como recebo. A plantinha de Jesus serve de amuleto para espantar o mal, o egoísmo do meu coração. Continuo a amar a todos, inclusive os meus carrascos, com a pureza do Amor que o Pai me dá.
Terminaria a minha fala dizendo a todos que pela primeira vez eu tinha feito uma exposição pública com tanta profundidade dos efeitos da semente que Jesus plantou em meu coração. Esperaria que cada um fizesse a sua reflexão, o que está fazendo com a semente que Jesus também semeou em cada coração. Espero que cada um esteja cultivando tão bem como eu sinto que estou fazendo, sem ter raiva e ódio de ninguém, sabendo tolerar os erros dos outros para ser digno do Pai tolerar e perdoar os meus próprios erros.
O Alcorão é o livro sagrado que contém o código religioso, moral e político dos muçulmanos. Muçulmano é todo individuo que adere ao Islão, uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Maomé, e que se submete a Deus. O texto original do Alcorão em árabe clássico é considerado pelos muçulmanos a palavra textual de Deus revelada ao Profeta Maomé por intermédio do arcanjo Gabriel.
Maomé nasceu em Meca no ano de 570 dC e morreu em Medina no ano de 632, aos 62 anos. Para os muçulmanos ele é o mais recente e último profeta de Deus. Foi precedido por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac , Ismael e Abraão.
Foi no ano de 610, enquanto dormia ou em estado de transe, Maomé com 40 anos, viu o anjo Gabriel na sua frente. Foi citado o primeiro verso do Alcorão. É considerado uma blasfêmia atribuir esse livro a outro que não seja Deus.
Deus havia revelado Sua vontade aos judeus e aos cristãos pela voz dos seus mensageiros. Mas eles desobedeceram as ordens de Deus e dividiram-se em seitas. O Alcorão acusa os judeus de terem corrompido as Escrituras, e os cristãos, de adorarem Jesus como o filho de Deus, quando Deus nunca teve filho e quer ser adorado com absoluta exclusividade. Dessa forma desencaminhados, judeus e cristãos devem ser chamados de novo para a senda da retidão, da religião verídica fundada por Abraão e que Maomé, o último dos Profetas, veio pregar.
O que posso observar estudando todas as informações com relação ao divino, é que Deus vem se desenvolvendo no psiquismo humano de forma organizada desde a época de Abraão, por volta de 2.000 aC. Vejo que Cristo é o fiel dessa balança temporal Estamos agora há 2.000 dC, tempo suficiente para se fazer uma reflexão ampla de todas essas instruções intuitivas ou perceptivas do divino e suas diversas orientações e interpretações. A lógica aponta que Maomé não pode ser o último profeta, muita transformação ainda é necessária para a sociedade atingir o nível de justiça e harmonia que caracterizará o Reino de Deus, como Jesus ensinou.
A participação de Maomé nesse processo evolutivo foi importante para o povo de sua região, na união das diversas tribos e da disciplina que deveria ser mantida, até mesmo com o critério da guerra santa, onde o adversário pode ser destruído, como se entende até hoje com os movimentos de terrorismo pelo mundo afora. Apesar de isso ser positivo para os interesses da comunidade islâmica, vem na contramão do que Jesus ensinou e que não pode ser incorporado aos critérios do Reino de Deus.
Vejo que o movimento espiritual que prima pela evolução em direção à essência de Deus, que é o Amor Incondicional, teve um salto de qualidade em 1857 com a publicação do Livro dos Espíritos, uma codificação dos ensinamentos dos próprios espíritos, feita por Allan Kardec. Este foi o momento onde o mundo espiritual mais se aproximou do pensamento humano, colocando dentro dele os ensinamentos da verdade como o Cristo ensinou e que poderiam agora ser estudados e confirmados pela ciência, muitos desses fenômenos observados.
Agora o homem tem a clareza do Evangelho como um roteiro seguro para a caminhada espiritual, para a evolução a partir da reforma íntima, e não da reforma do outro através da censura e punição. Estamos no ponto de assumir essa verdade e de ter a coragem de aplicá-la na prática, nos afastando cada vez mais da condição animal e nos aproximando da condição angelical.
Para isso não é preciso um profeta indicado por Deus, cada um pode assumir a responsabilidade quando sentir o Paráclito dentro da sua consciência a apontar os caminhos corretos, ao sugerir condutas adequadas. Não é preciso uma religião precisa, única, exclusiva, para que isso aconteça. Em qualquer templo religioso ou mesmo no contato simples da Natureza, o homem pode fazer esse contato com Deus e nas suas ações diárias construir o Seu Reino, conforme Sua vontade.
Jesus veio ensinar sobre o Reino de Deus em uma sociedade materialista, violenta e preconceituosa. Como foram colocados conceitos de confronto a essa visão egoísta, terminou o justo sendo julgado e condenado como injusto.
Hoje sabemos da farsa daquele julgamento, sabemos da motivação de todos os seus acusadores e juízes. As lições de Jesus sobre o Reino de Deus feitas há 2000 anos permanecem vivas em nossas mentes e corações. Sabemos que somos os responsáveis pela correção de nossos vícios e defeitos, e pela construção desse Reino que Ele previu.
Sempre é bom lembrar essas lições de Jesus para poder aplicar em nossas vidas, nos nossos relacionamentos. Assim, vamos ver o que foi escrito pelos apóstolos:
“O Reino dos Céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo. Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu. O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio. Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: queres que vamos e o arranquemos? Não – disse ele -; arrancando o joio, arriscais tirar também o trigo. Deixai-os crescer juntos até a colheita.”
“O Reino dos Céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos.”
O Reino dos Céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa.”
Posso entender essas parábolas, auxiliado pela explicação do próprio Cristo, da seguinte forma: o que semeia a semente boa é o homem de bem; o que semeia a semente má é o homem ignorante. O campo é o planeta Terra, nosso país, nossa cidade, nossa casa. As boas sementes são as boas palavras, sentimentos e ações, que são originadas do Amor Incondicional que permeia o nosso coração em busca da evolução da alma; o joio são as más palavras, sentimentos e ações, que são originadas do egoísmo natural que permeia os instintos biológicos em busca da preservação individual.
Chegará o momento do crescimento e maturação dessas sementes e o julgamento divino quanto a sincronização desses frutos com a Lei do Amor. Todos os responsáveis por desvios, deslizes e erros de trajetória, serão retirados do meio da colheita dos frutos bons e serão lançados na fogueira dos sofrimentos, onde haverá choro e ranger de dentes, como oportunidade de correção dos erros cometidos. Essa colheita pode parecer o fim do mundo, mas é simplesmente o fim de uma jornada cumprida de uma vivência biológica, para logo em seguida ter reinício outra vivência de acordo com o julgamento ocorrido. Os ceifadores dessa colheita são os anjos, espíritos mais purificados, mais educados na Lei do Amor, e assim mais próximos de Deus. Eles atuam ao lado da consciência de cada um dos julgados que deverá reconhecer os erros cometidos e aceitar nova estratégia vivencial como prova ou expiação.
Nós, discípulos de Jesus, temos a obrigação de praticar a Lei do Amor e auxiliar os nossos irmãos na conversão do joio para o trigo. Lembro sempre que antes eu era, por natureza, uma espécie de joio. Foi algum cultivador que plantou a semente em meu coração e agora ela está germinando e me transformando em trigo. Sei que como parte dessa transformação eu devo ser um semeador do bem, devo ter o Evangelho como instrumento de trabalho e o meu próprio corpo como instrumento de Deus para cumprir a Sua vontade de construção do Seu Reino na Terra.
Apesar de toda essa consciência, meus erros e defeitos ainda são enormes. Posso citar o dia de ontem, domingo, como exemplo: fui almoçar na casa do meu irmão e ficamos para brincar, jogar, nos divertir em família, no ambiente doméstico. Em determinado momento eu tive o convite de fazer o Evangelho no Lar. Coloquei a justificativa de não ter levado o livro que sempre uso para esse momento, para não tocar mais no assunto. Foi uma falha enorme frente ao Pai! Ele sabe, como eu também, que não é preciso um livro específico, ou mesmo qualquer livro para falar do Evangelho, de semear as palavras boas e bons sentimentos. Das seis horas que ficamos na diversão de jogos, com baralhos e Perfil (jogo de perguntas e respostas), eu poderia ter tirado pelo menos uma hora para fazer essa semeadura. Ali estavam presentes corações necessitados, corações adolescentes cheios de ingenuidade, ou adultos cheios de ignorância. Eu sei que a boa palavra semeada pode germinar e crescer no coração de quem ouve como a semente de mostarda, e que ao se tornar árvore abriga tantos pássaros, tantas outras pessoas, como aconteceu e continua acontecendo comigo; eu sei que a boa palavra é como o fermento que agindo no coração faz crescer as boas intenções, as boas palavras e sentimentos. Seria essencial naquele momento, pois se percebe o predomínio das palavras más, mesmo que irônicas, tentando destruir a moral ou a sensibilidade do outro. A palavra do bem nesse momento de harmonia fraterna poderia mostrar com mais clareza os erros que podemos cometer pensando estar brincando com o nosso semelhante. A melhor ironia que se pode fazer é conosco mesmo, nunca com o semelhante para o deixar constrangido.
De todas as pessoas presentes nesse dia, naquela casa, eu era o mais capacitado teoricamente e comprometido espiritualmente para semear as boas palavras, as boas sementes. Certamente meu anjo da guarda ainda tentou me ajudar intuindo a minha companheira a fazer o que era minha responsabilidade. Mas algo maior me impediu. O que? Por que eu dei uma resposta negativa e tão simplória, de não estar com um livro para fazer uma tarefa que eu sei que posso fazer sem livro algum? Seria minha mente viciada não querendo interromper o jogo? Seria meu orgulho por a ideia não ter partido de mim e sim de outra pessoa? Seria a falta de coragem de interromper uma atividade em que todos mostravam prazer para outra que fosse considerada inconveniente ou enfadonha? Pode ter sido qualquer uma dessas hipóteses, pode ter sido outra que não penso no momento, e pode ter sido todas elas. O que importa é saber que eu fracassei na minha missão, tão simples e tão oportuna que seria. O Pai me ajudou, me intuiu para eu levar os livros básicos das religiões que o consideram como único Deus, eu já estava com minha agenda que tem diversas partes do Evangelho, inclusive essa que fala do Reino de Deus, e que usei para construir este texto. Ele usou os anjos da guarda, desencarnados e encarnados para eu executar minha missão, e eu não respondi!
Não vou pedir perdão agora a Ele, pois sei que Ele sonda meu coração e está vendo agora minha vergonha e arrependimento. Acima de tudo isso Ele ver uma montanha de falhas e defeitos, de joio ao redor de meu trigo que sufoca o meu crescimento. Mas, abaixo de tudo isso, Ele também ver um raio de luz no fundo do meu coração, que se esforça para sair das trevas da ignorância, da dominação da preguiça e da instintividade; que se esforça para levar o Amor que sinto para cobrir a multidão dos pecados que cometi e cometo.
O tema que circula nos nossos pensamentos mais íntimos fica a maioria restrita às intimidades da consciência, onde ninguém tem acesso. É o tipo do iceberg que representa nossa condição racional, apenas 10% desse processamento cognitivo vem a público na forma de palavras ou ações.
Este trabalho que desenvolvo com este diário tem o objetivo de aumentar um pouco essa porcentagem do que acontece em meus pensamentos. Faz parte do compromisso que firmei com o Pai de publicar tudo que eu consiga organizar de forma coerente para explicar meus comportamentos e tendências, as motivações biológicas, materiais e espirituais que justificam minhas ações como forma educativa para mim e meus irmãos que possam acompanhar a leitura.
Hoje irei falar sobre essa condição psicológica que domina a minha mente com base num compromisso que assumi com o Pai.
Vejamos só, no momento que eu escrevia acima “compromisso com o Pai” veio na minha mente que eu devia colocar assim: “pseudo-compromisso com o Pai”. Era uma forma de dizer que eu não tinha certeza que esse compromisso que direciona minhas ações tem alguma coisa a ver com Deus. Esse é o pensamento lógico, científico, materialista e que atende os princípios da Academia de ciência (senso amplo) da qual faço parte. Mas eu voltei no texto e apaguei o “pseudo”. Eu tenho a convicção de que estou movido pela compreensão de ser filho de Deus, de saber que a intenção dEle com a Natureza que Ele criou e na qual se apresenta para nós é que tudo flua com harmonia, incluindo esta nossa capacidade de pensar e fazer a co-criação junto com Ele. Se eu não apagasse o “pseudo” eu estaria anulando na consciência todo esse paradigma de vida que acredito e tento seguir, ou por outro lado sendo hipócrita: pensar uma coisa e falar e fazer outra.
Agora, nem tudo são flores nesse caminho que o Pai me ofereceu. Tenho o reconhecimento das faltas e defeitos que sou possuidor e também sinto na pele o defeito e falhas das pessoas ao meu redor, principalmente das minhas companheiras, presentes ou passadas, de qualquer natureza, fraterna ou sexual, espiritual ou material.
Uma dessas consequências é a exigência de viver sozinho, por mais amores ou companheiras de jornada que eu tenha ao lado. Pois sinto que quando estou ao lado exclusivo de uma as outras sofrem; quando estou só no meu apartamento, o efeito do meu distanciamento de cada uma delas fica mais atenuado.
Isso parece um paradoxo, pois onde eu estou e com quem eu estiver, o meu compromisso comigo mesmo e com o Pai é de distribuir o Amor com o qual Ele me abastece. Isso faz a pessoa ao meu lado feliz, mas as outras que estão distante, sabendo que isso acontece, ficam tristes. Aí é que está o aparente paradoxo, pois se o Amor real prevalecesse no coração, o sentimento era de alegria quando se soubesse que o nosso ser amado estava feliz, amando e sendo amado ao lado de outra pessoa. Eu sei que já atingi esse nível, de saber que a minha pessoa amada está feliz ao lado de outra pessoa e me sentir feliz com isso também, mesmo que ela não volte ao meu lado em outra ocasião, se isso for o desejo deles.
Também sei que a evolução que ocorre com o tempo atinge todas as pessoas, e que o Amor sendo a energia mais importante que rege o universo vai chegar o dia em que todos estão sintonizados com ela que circulará livremente sem preconceitos ou sentimentos egoístas de exclusividade por todos os corações.
Nesta última semana fiquei surpreendido com uma fala de E. Ela sempre mostrou muita dificuldade na forma de meu companheirismo, mas atualmente conseguiu uma boa adaptação ao meu lado, nas minhas caminhadas. Ela disse que não pensava encontrar um companheiro para “chafurdar” sexualmente, e sim em alguém que pudesse compartilhar a vida nos momentos que fossem apropriados, em cinemas, teatros, restaurantes, viagens, inclusive que pudesse ser incorporado aos seus atuais companheiros. Perfeito! Quando ela estiver ao lado dessa pessoa, sendo feliz com ela, mesmo distante de nós, todos nos sentiremos felizes por eles. Assim será construído mais um elo dessa família ampliada que tende a ficar cada vez maior em direção a família universal, ao Reino de Deus.
É isso que eu gostaria de sentir, que minhas atuais companheiras estão realmente felizes quando sabem que eu estou longe, ao lado de outra companheira permutando o Amor que seja possível na ocasião. Que fiquem muito mais felizes sabendo que eu estou trocando Amor com outra pessoa em algum lugar, do que preso sozinho dentro de um apartamento. Mas reconheço que todas fazem o seu devido esforço para chegar a essa perfeição e que devo ter paciência para esperar o momento de cada uma, como parece estar chegando para E. Tenho a certeza da vigilância do Pai que sonda diariamente o meu coração, sabe das minhas falhas e deficiências, mas confia nas minhas intenções e oferece a cada dia a beleza da Natureza ao meu redor e lições excepcionais que chegam à minha consciência das mais diversas fontes.
Foi realizada no dia 17-07-14 mais uma reunião do Projeto Foco de Luz / AMA-PM, as 19h, no Clube Pâmpano, na Praia do Meio, com a presença das seguintes pessoas: Edinólia, Cíntia, Adriana, Radha, Francisco, Nivaldo, Paulo, Bárbara, Ana Paula, Davi e Clóvis.
Oscar não pôde comparecer mais uma vez, por problemas pessoais, e o projeto do torneio de futebol para as crianças não foi discutido. Davi teve que sair antecipadamente e o projeto da escolinha de futebol também não foi apresentado.
Paulo e Clóvis trouxeram o modelo de um documento para a ocupação comunitária do quiosque em frente ao artesanato. Essa ação deverá ser realizada com cuidado especial em virtude do pessoal que está ocupando o espaço angariar dinheiro com as ações que realizam tendo como base aquela estrutura. A ideia é fazer a recuperação física do quiosque, inclusive aproveitando quem está ocupando ele no momento, e oferecer serviço comunitário aos turistas e nativos que frequentam a praia, como lazer ou esporte. Pode ser distribuído folhetos informativos sobre a praia, verificação de pressão arterial, com peso e altura, pré e pós-exercício, venda de lanche rápido. Ficou acertado que na próxima terça feira nos reuniremos no Departamento de Medicina Clínica para elaborar esse documento e recolher assinatura dos comerciantes da área.
Ana Paula apresentou uma listagem de 26 jovens interessados no curso de xadrez. Foi feito ligação telefônica com Letiene no momento e ficou combinado que todos os jovens seriam convidados para comparecer no Pâmpano na próxima quinta feira, as 19 horas, para ser organizados os grupos, horários e locais para ser iniciado o curso. Fiquei de entrar em contato com Tiago Felipe e o convidar para essa atividade, já que ele demonstrou interesse pelas atividades em tabuleiro.
Davi ficou de entrar em contato com a presidência do Pâmpano e convidar para uma reunião da AMA-PM com o objetivo de apresentarmos nossas respectivas agremiações e a possibilidade de fazermos uma parceria de ações.
Durante a discussão desses diversos encaminhamentos, foi colocada a preocupação com o trabalho que estamos fazendo na comunidade e que se aproxima cada vez mais da fonte do mal, da ignorância, da violência. Temos a consciência que fomos chamados por Deus para compor este trabalho, na condição de soldados das forças do bem, sob o comando de Jesus, para levar a luz da Verdade, do Amor Incondicional a todos. Sabemos do perigo que estamos correndo devido a essa proximidade com o mal, apesar do apoio que recebemos do Pai e de todos os recursos que Ele coloca ao nosso alcance. Mesmo assim, sentimos a dificuldade de realizar o trabalho, falta inteligência e sabedoria de como agir, como caminhar, por esses caminhos tortuosos; falta coragem, persistência e determinação na realização daquilo que discutimos e consideramos importante realizar; faltam recursos materiais para confrontar com os recursos materiais que o mal tem a oferecer, principalmente no tráfico de drogas e na prostituição. O que temos de positivo é a convicção de que fomos chamados por Deus para realizar este trabalho, e da mesma forma que Jesus trabalhou com os apóstolos, com tantas pessoas cheias de defeitos para fazer a vontade do Pai, nós também poderemos fazer isso apesar de nossos inúmeros defeitos. Basta que tenhamos consciência desses nossos defeitos e que procuremos corrigi-los com rigor a todo momento num processo de reforma íntima; que sejamos tolerantes com os defeitos e falhas dos nossos companheiros, pois cada um é peça importante, colocada com Deus em Sua seara, que hoje está transformada em campo de batalha entre o bem e o mal.