Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/02/2012 00h43
CONTRASTE SOCIAL

             Tive a oportunidade neste carnaval de ter sido recebido junto com meus parentes por duas famílias de classes sociais diferentes. A primeira de classe sócio-financeira mais baixa, fez todo um esforço para cumprir a promessa de nos receber para o almoço. A segunda de classe social mais favorecida, também nos deu toda a assistência. Não é as condições sociais que fazem do homem um ser considerado amigável. Pode até ajudar, mas a essência sempre prevalecerá sobre as condições em que o homem esteja envolvido.   

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em 22/02/2012 às 00h43
 
21/02/2012 00h42
DENTRO DA FOLIA

            Existem dois mundos que são definidos de forma clara dentro da comunidade humana, qualquer que seja a posição geográfica em que seja estudado esse fenômeno. O primeiro de natureza material, mais próximo das condições imanentes, da objetividade. O segundo de natureza espiritual, mais próximo das condições transcendentais, abstratas. O carnaval é um momento que exagera essas duas características. O lado material, profano prevalece nas organizações carnavalescas, escolas de samba são formadas e equipadas com alegorias as mais diversas. O lado espiritual, divino prevalece nos diversos tipos de retiro, nas igrejas, no campo, nos auditórios. Sou naturalmente seduzido pelo mundo material, mas neste carnaval resolvi ficar dentro da folia. Mesmo não tendo procurado uma atividade espiritual, um retiro ou um seminário, a minha participação dentro da folia não foi tão profunda ou integral como acontecia quando eu estava nas atividades espirituais. Mesmo que eu não tivesse uma participação ativa na exposição de algum assunto, eu sentia que minha alma estava mais integrada com as atividades mais díspares que eu tinha oportunidade de participar. Agora, neste ano em que fiquei dentro das atividades profanas, eu sentia que minha alma não estava tão bem adaptada. A brincadeiras fluíam ao meu redor, existiam convites para participar de outras ações, mas nenhuma delas captavam o meu interesse. Procurava ser sociável, educado, mas nada disso me preenchia tanto quanto as atividades espirituais. Apesar de ter feito novas amizades, consolidado outras, a minha alma pede que no próximo ano eu volte a me integrar nas atividades espirituais.

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em 21/02/2012 às 00h42
 
19/02/2012 07h34
CARNAVAL

             Festa profana que envolve toda a comunidade, quer seja envolvido dentro das festividades com todo o apelo sexual que ela oferece, quer seja aproveitando o feriado e praticando atividades opostas como aquelas de natureza religiosa ou mesmo simples lazer, na praia ou no campo. Tem também o aspecto da idade, das características de personalidade de cada um. Tomando a mim como exemplo, vejo que no passado existia dentro de mim um apelo erótico muito mais forte nessas ocasiões, mas sempre tolhido pela rigidez da educação e pelo comportamento introvertido. Então o carnaval nunca foi aproveitado por mim em sua integridade, como vejo tantos jovens fazerem. Hoje, na maturidade da vida, percebo que isso não me fez falta, pelo contrário, o meu distanciamento dessas festas proporcionou que eu aprofundasse em outras questões da vida que hoje dou a maior importância, como a espiritualidade, por exemplo. A comunidade acaba de entrar novamente nos festejos monescos e eu estou envolvido com atividades de lazer, trabalho, filosóficos, espirituais, e apenas uma testemunha da farra que acontece ao meu redor. Tendemos a fazer a crítica daqueles que não agem como nós, que aproveitam os prazeres da vida com sofreguidão, mas evito entrar nesse clima. Acredito que a vida seja um caleidoscópio, sempre multivariado, sempre mudando de posição e que todos tem a sua importância. Sei que no processo evolutivo a força sexual, emocional, irá dar espaço cada vez maior para as forças espirituais, sentimentais.

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em 19/02/2012 às 07h34
 
18/02/2012 23h31
EXCLUSIVIDADE

            Dentro da proposta do amor romântico, a exclusividade é um pré-requisito necessário. Existe a formação de um par e logo uma série de circunstâncias, de objetos, de situações as mais diversas se tornam característicos dos dois e é cobrado a exclusividade. Ninguém mais pode participar daquela situação, daquele enlevo com qualquer um dos elementos do par. Dentro da diversidade de nossas relações é muito improvável que isso seja cumprido até o fim da vida desse par. Por mais que eles sejam honestos e se esforcem para manter a exclusividade naquilo que eles consideram como característicos deles, sempre haverá uma outra pessoa, uma outra circunstância, onde aquele fator de exclusividade pode ser permutado. A outra pessoa que compõe o par romântico vai se sentir traída no relacionamento. O que acontece então é que a vida dos dois se desenrola com uma série de mentiras e omissões para que essa “traição” não venha ao conhecimento do outro. Quando isso acontece uma crise logo se instala e muitas vezes o relacionamento é rompido. Sabendo dessa evolução que é um fato natural, é bastante inteligente o casal decidir pela não exclusividade em todos os fatos da vida e que o relacionamento íntimo dos dois seja mantido com base na honestidade de sentimentos, no interesse em manter a convivência por isso trazer uma melhor qualidade de vida para cada um. Então, uma relação que é baseada na não exclusividade tende a ser mais firme ao longo do tempo, a não ser quando o contrato de não exclusividade é rompido por qualquer um elemento do par por qualquer pretexto. Eu já decidi que na minha vida não existe mais exclusividade para ninguém. Isso mata o romantismo dentro de uma visão pragmática de vida. Eu que sou na essência romântico, termino por ser na prática uma pessoa pragmática. A única saída que tenho para garantir a boa qualidade de minha vida e de minhas parceiras é que, quando estivermos juntos, possamos praticar todo o romantismo que as circunstâncias nos permitam. Que possamos usar os carinhos e as palavras dentro do mais puro romantismo, mas que não comprometa a nossa vida fora dos limites da nossa intimidade. Amanhã quando eu estiver distante e talvez juntos com outras pessoas, não posso exigir que nada do que se passou conosco não seja compartilhado alhures. Eu não posso me considerar traído nem traindo ninguém caso isso aconteça. Faz parte do contrato de não exclusividade. Pode até parecer muito frio, materialista... mas tenho certeza por minha própria experiência que isso traz uma riqueza enorme para a vida. De cara elimina logo o ciúme; a pessoa que partilha com minha companheira, algo que comigo foi muito romântico, traz para mim a felicidade de minha companheira está fazendo alguém feliz naquele momento da mesma forma que fez comigo ou até com mais eficiência, já que adquiriu experiência comigo. Essa é uma prática que considero importantíssima, a prática da não exclusividade, para o salto qualitativo da família nuclear para a família ampliada e daí para a família Universal que estará capacitada a formatar o Reino de Deus dentro de nossa humanidade como está previsto em todos os livros religiosos.

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em 18/02/2012 às 23h31
 
17/02/2012 16h17
TRABALHO

            O trabalho é o motor que impulsiona a vida, a evolução. Tudo em volta executa um trabalho para que tudo funcione na interdependência dos seres. Nós como seres conscientes desse processo não podemos nos esquivar de fazer o nosso trabalho. Trabalho este que tem uma característica toda especial que é a racionalidade. Temos um domínio maior sobre a natureza do que os nossos colegas de vida neste planeta. Daí termos também maior responsabilidade. O trabalho realizado traz a recompensa do salário para a sobrevivência. O salário deve ser uma conseqüência do trabalho realizado, mas não o objetivo principal. Na cultura humana isso está pervertido. É a recompensa financeira o principal motor que faz funcionar a máquina operativa humana. Daí se sobrepõe uma série de artifícios que os fortes colocam sobre os fracos para ganharem mais dinheiro do que os outros, de forma imoral e anti-ética. Até mesmo juízes que deveriam preservar ao máximo essa condição dentro dos parâmetros da moral e ética, são muitos deles os que se deixam levar pelo encanto dos grandes salários e esquece a multidão de famintos e deserdados sociais a clamarem por uma esmola do estado. Como fazer para que o trabalho de cada um seja reconhecido em sua dignidade de integrar o esforço coletivo humano e dessa forma cada um receber com justiça aquilo que seu esforço o capacita, é o grande segredo para atingirmos uma sociedade mais justa, equilibrada e harmônica.

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em 17/02/2012 às 16h17
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