Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
05/06/2014 07h09
A MISSÃO DE CADA UM

            Acredito que cada pessoa que vive neste momento no planeta, tenha alguma missão a cumprir, por mais simples que seja. No Programa de vida e da própria Natureza arquitetada pelo Criador existe a lei do Progresso onde todos estão inseridos, todos os reinos, todas as consciências. Então qualquer partícula da natureza, viva ou inerte, minúscula ou enorme, consciente ou não, estão subordinadas ao Progresso. Mesmo que fiquem estagnadas por algum momento, por algum motivo, mas chegará o tempo que o Progresso as alcança e a evolução continua.

            Dentro desse contexto eu já tenho a percepção da minha missão e isso não quer dizer que eu seja melhor que ninguém, que eu seja o único missionário deste planeta ou mesmo de minha comunidade. Isso quer dizer apenas que eu atingi a consciência de minha missão e que devo usar minha inteligência e sentimentos para adaptá-la às missões dos meus irmãos formando uma rede de auxílio mútuo onde todos possam cumprir suas missões e coletivamente nos aproximemos de Deus, construindo o Reino que Jesus falou que já estava perto.

            A minha missão é fazer a construção de uma família ampliada com base no Amor Incondicional como um modelo de aproximação da família universal que irá compor as células do Reino de Deus. Essa missão implica em duas ações concomitantes: uma diz respeito aos relacionamentos dentro da minha família que por terem a base do Amor Incondicional passa a se tornar inclusiva e tirar a prioridade do amor romântico que implicava na exclusividade; a outra diz respeito aos relacionamentos dentro da comunidade onde a Lei do Amor ensinada pelo Cristo passa a ser uma prioridade, a justiça e a fraternidade passam a ser um imperativo do comportamento, do exercício profissional.

            Cada uma dessas ações tem as suas dificuldades, mas a que mais me atinge a alma e trás maiores sofrimentos é com a primeira. Essa ação dentro da minha família, no movimento de tornar o amor romântico subordinado ao Amor Incondicional, causa forte reação em minhas companheiras que se aproximaram de mim pelas vias do amor romântico. Mesmo com todo grau de boa espiritualidade que elas possuam, não conseguem internalizar os princípios do Amor Incondicional e deixar que o amor romântico fique subordinado, que ele se expresse em algum momento ou circunstância, mas quando seja apropriado.

            Isso constitui os principais espinhos do meu caminho, os principais obstáculos da minha missão. Eu dependo das minhas companheiras para formar a família ampliada com base no Amor Incondicional, mas para isso se fazer de forma harmônica é preciso que elas sintonizem com essa mesma forma de amar. Se elas não conseguem fazer assim, sentir dessa forma, o mais coerente seria que elas saíssem desse projeto, pois eu não posso sair dele que é a minha missão e ficar com qualquer uma delas, cumprindo a missão que elas consideram mais importante.

            Já fui expulso literalmente de dois relacionamentos por pensar e agir dessa forma, mesmo tentando esclarecer o máximo, como era a minha forma de pensar. Minhas parceiras do passado, mesmo aceitando a convivência, não aceitavam nos seus íntimos a minha missão. Isso fez com que ocorresse em algum ponto do relacionamento a explosão de raiva e a minha expulsão radical da convivência com elas.

            Não posso deixar que isso aconteça de novo. Até hoje uma dessas minhas companheiras, minha segunda esposa, me tem como um inimigo, um adversário, nós que nos amávamos. Hoje parece que, dentro de nosso relacionamento, só quem ama sou eu, uma prova de que o meu Amor realmente é incondicional.

            Rogo ao Pai sabedoria para que eu saiba resolver tão grave problema. Como vencer tão forte adversário, o amor romântico, já que ele não reina dentro de mim e sim dentro do outro?

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em 05/06/2014 às 07h09
 
04/06/2014 00h01
MASSACRE DOS INOCENTES

            Vendo a biografia do Papa João XXIII, conhecido como o Papa Bom, encontrei um trecho que me deixou a refletir. Foi quando ele tentava de todas as formas com pouco tempo e recursos, salvar 600 crianças judias que iam de navio para o holocausto na Alemanha Nazista. Ele dizia para o gestor do porto que ele tinha o direito e o poder de retardar a partida do navio enquanto ele resolveria os papeis que protegeria as crianças, pois ele, enquanto padre, só tinha compaixão... e pouquíssimo tempo!

            Isso me fez refletir... Naquele tempo da 2ª guerra mundial os judeus estavam sendo dizimados sem compaixão dentro de uma barbárie ideológica. Hoje não são apenas os judeus, muitos morrem dentro de uma barbárie civilizada, onde o materialismo impera e a compaixão pelos mais fracos se torna apenas figura de retórica. Muitos falam e defendem a dignidade humana do alto de suas cátedras, dos seus púlpitos, dos seus palanques, mas continua a crescer a violência, as favelas, os bolsões de miséria, a criminalidade.

            Era assim que acontecia na 2ª Guerra Mundial. A Alemanha Nazista crescia e com ela a morte de milhares de pessoas, inocentes ou não.

            Parece muito com o que ocorre hoje, fazendo as devidas correções. Enquanto o materialismo cresce sem compaixão, com ele cresce o número de mortes de milhares de pessoas, criminosas ou não.

            Naquela época o esforço das Nações Aliadas fizeram o contraponto enfrentando o império nazista que representava o mal. Milhares de pessoas também morreram tentando evitar que o mal se alastrasse pela face da Terra.

            Hoje também necessitamos que os aliados do Cristo na formação do Reino de Deus também sacrifiquem suas vidas, não de forma literal como aconteceu com os soldados aliados durante a 2ª Guerra. Desta vez será um sacrifício de tempo, talvez de bens materiais, para que possam chegar ao campo de batalha, em qualquer lugar que viceje a miséria humana, principalmente nas favelas ou nas ruas, debaixo de pontes ou viadutos; mas também em ricas mansões e fortunas arrebatadas criminosamente do suor humano, do suor do próximo.

            A ação desses novos soldados do bem dentro do mundo materialista com seu capitalismo selvagem é combater dentro dos corações com o exemplo e a abnegação. Devem mostrar aos desamparados que existe no mundo a compaixão de Deus e que eles são os seus veículos; devem mostrar aos poderosos, bilionários e famosos, que existe no mundo a justiça de Deus e que ninguém escapa de pagar pelos erros cometidos, conscientes ou não.

            Jesus foi crucificado no passado como um marginal para simbolizar no presente a fraternidade universal e podermos construir com o uso da caridade a partir deste momento para o futuro, o Reino de Deus. A luta prática dos soldados do bem nas vielas, cortiços, púlpitos e cátedras; nos jornais, universidades, empresas, associações e templos, é necessária e urgente.

            Devemos deter o massacre dos inocentes causados pela ignorância materialista, com o nosso suor, assim como no passado os aliados detiveram com o sangue o massacre dos inocentes causados pela ideologia nazista.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/06/2014 às 00h01
 
03/06/2014 06h27
NÃO SOU DO MUNDO

            Jesus dizia assim aos seus discípulos: “se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai das palavras que vos disse: o servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa. Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.”

            Esse ensinamento de Jesus é de uma profundidade ímpar. Como alguém como Ele que veio para ensinar o Amor com toda a competência dentro do mundo, vai despertar o ódio? Como isso é possível, se a antítese do Amor é o ódio, e se Ele veio ensinar o Amor como pode gerar ódio em redor de si? Ele não veio como a expressão máxima do Amor do Pai, para plantar o Amor em nossos corações e constituir a comunidade daqueles que se amam, constituir a formação do Reino de Deus através da transformação do nosso coração?

            Acontece que o mundo é constituído de seres vivos biológicos, cujas engrenagens fisiológicas foram montadas pelo próprio Deus para que se reproduzam sem a intervenção necessária do Pai a cada momento. Nesse contexto, todas as motivações animais seguem na direção da preservação e reprodução do próprio organismo, através dos instintos. Devido a essa engrenagem não possuir uma inteligência que vá além da integridade e funcionamento do próprio organismo, são gerados no meio social, dos relacionamentos, os comportamentos de base egoísta. A medida que a evolução do animal permite que ele desenvolva um cérebro cada vez mais sofisticado, capaz de intervir na Natureza tanto externa quanto interna, que tenha uma compreensão da sua origem e destino, ele vai cada vez mais reconhecendo a necessidade de levar harmonia ao meio social, de cuidar dos outros como cuida de si mesmo. Esse é um processo doloroso, pois ao fazer isso os meus interesses biológicos ficam subordinados ao interesse social em função da harmonia geral. É nesse ponto que se encontra a aplicação do Amor Incondicional, a sua justificativa. Foi para isso que Jesus veio, para  nos ensinar a forma de amar correta, de construir um mundo diferente do mundo animal, um mundo que corresponda ao Reino de Deus que Ele falava que devia iniciar através das mudanças ocorridas em nossos corações em direção a esse mundo novo, através da formação do homem novo.  

            Agora, as pessoas que são apegadas aos seus valores materiais, aos instintos animais, aos recursos que acumulou em detrimento do semelhante, irão reagir a esses ensinamentos e considerar que quem os aplica é uma ameaça. Assim, todos aqueles que passam a ensinar ou a praticar os princípios do Reino de Deus, torna-se uma ameaça a quem permanece no reino animal e de lá não quer sair.

            Com essa compreensão eu me sinto separado do mundo e a minha conduta deve ser uma denúncia desse mundo, de suas estruturas injustas e, como consequência dessa atitude de denúncia, o mundo me odiará. Foi isso o que ocorreu com Jesus.

            O fato de eu ser odiado e até ser perseguido decorre de minha própria fé ao tentar encarnar a palavra de Cristo, ao enfrentar a luta aberta e contínua contra o inimigo, ao agir sempre procurando me inspirar na vontade de Deus que sinto chegar por diversas formas ao meu coração.

            Eu me considero um discípulo de Jesus e dessa forma, um olhar de Deus sobre a Terra, como Ele foi. Eu sou um cristão que tento prolongar na história os ensinamentos do Cristo, para a formação do Reino de Deus, para a criação da família universal, e estou fazendo a minha obrigação a partir da ampliação da minha família com base no Amor Incondicional.

            Sei que com isso eu provoco divisões e atraio ódios, não somente sobre mim, mas também sobre aquele que se tornou solidário as minhas palavras e comportamento,  aquele que se tornou testemunha prática do Amor que Jesus ensinou.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/06/2014 às 06h27
 
02/06/2014 08h33
ADEUS, MARINHO CHAGAS

            Marinho Chagas, o atleta que foi considerado o melhor lateral esquerdo da Copa do Mundo ocorrida em 1974, partiu para o mundo espiritual ontem, dia 01-06-14.

            Marinho morava na Praia do Meio, no mesmo condomínio que moro. Antes nós tínhamos um relacionamento à distância, ele algumas vezes como paciente a me procurar e eu a atendê-lo como médico. Logo nos distanciávamos e o relacionamento passava a ser apenas de um simplesmente “oi” quando nos encontrávamos, na beira da praia, pelos quiosques, ou nas áreas comuns do condomínio.

            Foi com a criação do Projeto “Foco de Luz”, uma inspiração de Deus para formar um modelo de Associação para a comunidade e que foi iniciado pela Praia do Meio, que tive oportunidade de me aproximar de Marinho e por força da influência divina nos tornar realmente amigos, como amigos todos se consideram, quem participa desse Projeto e agora, da nova Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA Praia do Meio).

            Na última quinta feira organizamos uma palestra na Escola Estadual Olda Marinho com pais e alunos daquela escola para falar sobre “Futebol, Drogas e Prevenção”. Eu participei da palestra como médico e organizador, mas Marinho era a figura central. Ele chegou de calção e com a camisa que usara nos jogos da Seleção Brasileira de 1974. Justificou os trajes, pois acabara de chegar de uma promoção de figurinhas da Copa do Mundo, mas que a camisa que ele vestia iria ser doada para algum membro da reunião. Falou sobre a sua vida, sua trajetória profissional, desde criança até o estrelato mundial. Falou também como foi o início do mal que o atacou na forma do álcool, e que corrompeu a sua mente causando a dependência.

            Eu estava ao seu lado enquanto ele falava tudo isso. Sentia que a emoção subia a sua mente e era preciso que eu desse um “toque” em alguns momentos para que ele deixasse falar alguém da plateia que levantava a mão e queria se manifestar.

            Eu era o palestrante junto com ele, mas eu sentia que aquela palestra era mais dele do que minha. Eu estava ali ao seu lado apenas como um colaborador, um amigo, para ajudar na melhor expressão do seu pensamento.

            Foi um belo momento, todos riam com suas piadas feitas sobre si mesmo, de sua ingenuidade na vida e sabedoria, força e destreza nos campos de futebol. Aquele rosto que ria pra todos, mas com uma expressão de tristeza no fundo, marcou a minha alma. Fez foto com todos os pais e filhos que foram a reunião, abraçou os amigos fez gestos positivos de amizade, respeito e consideração. Era uma estrela de primeira grandeza da Copa do Mundo deste ano, em nosso país, em nossa cidade, em nossa comunidade.

            Ao final da reunião fizemos uma grande roda com todos os presentes e com as mãos dadas para fazer a oração do Pai Nosso que sempre fazemos ao término de nossas reuniões. Foi a última vez que toquei na mão de Marinho.

            Ao final da oração do Pai Nosso, ele fez questão de puxar também a oração da Ave Maria, com a sua preocupação  de trocar o “Santa Maria, mãe de Deus” pelo “Santa Maria, mãe de Jesus”. Foi a última vez que ouvi a voz de Marinho.

            Hoje, talvez ninguém que passe por cá perceba, mas a Praia do Meio amanheceu com a sua maré mais alta, a brisa mais fria, o sol menos brilhante... As lágrimas de seus moradores, a distância do amigo que se foi com o seu calor, e a tristeza que ficou como nuvem cinzenta, fazem essa diferença.

            Adeus, Marinho Chagas...

            Agora, para nós, resta a saudade, e a saudade é o Amor que fica!

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em 02/06/2014 às 08h33
 
01/06/2014 07h28
GLADIADORES DE DEUS

            No tempo do apogeu romano foi incentivado a figura do Gladiador, aquele que era preparado para entrar na arena, no circo romano e enfrentar uma fera ou outro gladiador até a morte. Era um espetáculo grosseiro de sangue e fúria, onde não havia espaço para o Amor, a compaixão.

            Com a vinda do Cristo, justamente naquele espaço político dos romanos, suas lições sobre o Amor e sobre o Reino de Deus, que pairava muito acima dessas paixões bestiais, conseguiam tocar o coração dos mais sensíveis e juntos tentar a transformação dos mais endurecidos.

            As lições do Cristo eram tão fortes e se mostraram tão verdadeiras, que superaram a sua morte física, dobrou o comportamento dos romanos que passaram a aceitar o pensamento cristão como sua nova religião. Dessa forma o espaço para os gladiadores bestiais ia cada vez mais se reduzindo, apesar do Amor não penetrar com limpidez no coração humano.

            Hoje não observamos mais esse tipo de gladiador em nenhuma das arenas humanas pelo mundo civilizado, que promovam uma luta sem regras até a morte de um dos componentes.

            Porém surge um novo tipo de duelo que não necessita de uma arena física. Esse duelo se dá no palco dos corações entre os pensamentos de solidariedade cristã x predadorismo animal. Esses dois tipos de pensamentos justificam e motivam os comportamentos subordinados. O primeiro tem por base o Amor Incondicional ensinado pelo Cristo e explicado por Paulo; o segundo tem por base o Egoísmo Antiético, que é gerado por nossos instintos animais que não foram domesticados ou limitados.

            Existem assim um verdadeiro combate quando duas pessoas que pensam dessa forma diferente se encontram em algum tipo de espaço físico e passam a trocar as ideias que vêm de seus corações com uma plateia a lhes observar.

            Foi isso que aconteceu no dia 30-04-14, no estudo que faço toda sexta feira no Centro Espírita Cruzada dos Militares. A minha companheira E. como ação introdutória as atividades da noite, leu um trecho do Evangelho segundo o Espiritismo com o título “O Homem de Bem”. Não foi possível nem entrar nos momentos seguintes do estudo, nem foi feito a prece inicial que sempre fazemos. Logo O., um dos integrantes da reunião, tomou a palavra e passou a discorrer com toda a clareza o seu comportamento que se contrapunha aquele do Homem de Bem. Falou que foi convidado por algumas pessoas, entre elas um policial reformando, para fazer um assalto. Roubaram o carro de uma empresa e dirigiram para outro Estado, para vender o produto do roubo e no caminho fizeram outros roubos, queimaram carro, assaltaram pessoas na estrada, ameaçaram de morte. Todo esse relato era feito de forma eletrizante onde eu observava que todos olhavam para ele como se estivessem hipnotizados, inclusive um policial que participava da reunião. Eram feitas perguntas para se entender melhor como foi a realização daqueles atos, se solidarizavam com o expositor quando ele falava de algumas falhas dos seus companheiros de aventura.

            Perguntei ao final se ele achava aquilo correto, se ele faria tudo outra vez se tivesse oportunidade. Sim, ele achava correto e faria tudo outra vez da mesma maneira e corrigiria os erros que havia cometido, para a ação ser mais eficaz.

            Percebi que frente aquela plateia ele era o gladiador mais admirado, mesmo com o componente antiético de suas ações. Eu fazia as pontuações tentando ressaltar o comportamento ético, a moral cristã em nossas ações. Que deveríamos fazer ao próximo o que desejássemos para nós, como uma regra de ouro. Ele ouvia esses argumentos sem o mínimo interesse em aproveitá-los na sua forma de pensar. Cheguei a perguntar então a ele qual o motivo que ele tinha de vir para a reunião sabendo que o tema que iríamos abordar ele não tinha o mínimo interesse em praticar, em reconhecer os seus erros. Ele simplesmente respondeu que vinha porque gostava, saia sozinho do hospital e aproveitava os momentos de liberdade que tinha nesse momento, inclusive de ser tratado com carinho, respeito e amor, como é assim que deve ser o tratamento dado pelos cristãos, a quem quer que seja.

            Ao final da reunião eu senti que nesse embate de gladiadores eu perdi a atenção dos expectadores. Mesmo que eu tivesse ao meu lado a ética e a moral cristã, meu adversário colocou a sua experiência de vida com todos os perigos decorrentes, em busca de um objetivo glamoroso que em nome da força bruta tripudia o mais fraco.

            Fiquei com o Evangelho na mão, com o ensinamento do Cristo e a palavra de Deus, mas a minha plateia estava atenta ao treisoitão na cintura, ao carro roubado, aos montes de dinheiro, ao próximo amarrado, amordaçado e ameaçado, as farras dos colegas do crime...

            Fui para casa com o gosto da derrota na alma. Não consegui usar as armas do bem com tanta destreza como foi usado as armas do mal. É assim que eu irei para as comunidades enfrentar esses novos gladiadores. Eu sou apenas uma ovelha levando na mente as lições do nosso Pastor. Irei para o meio das ovelhas acuadas, que são frequentemente transformadas em lobos. Necessito urgentemente do auxílio do Pai. Não tenho o carisma que o meu Mestre possuía, apesar da vontade que tenho semelhante a dEle de fazer a vontade do Pai.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/06/2014 às 07h28
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