Instado pelas forças espirituais, através de uma amiga que demonstrou interesse em conhecer os trabalhos práticos da espiritualidade, compareci a Casa de Caridade onde antes participava de uma reunião de “Vibração e Sensibilização”.
Durante a reunião percebi um diálogo interno, na minha mente que procurava se distanciar dos estímulos ao meu redor, que dizia mais ou menos o seguinte:
“Você está andando em corda bamba. Quer seguir os caminhos de Deus, praticar as lições do Cordeiro, consegue ensaiar algumas atividades, mas o passo pragmático, consistente com o que você sabe que deve fazer, não se realiza. Está quase lá... mas não chega, não dá o passo significativo. Você sabe que é assim. Poderia hoje colocar o seu codinome nesta guerra espiritual que estamos envolvidos de “Quase”.
Você é o agente “Quase”. Todas as forças estão posicionadas em várias áreas de atuação e falta o primeiro passo para as falanges seguirem em frente. Você sabe que já porta uma bandeira com o lema “Deus, Cristo e Caridade” para avançar na transformação do planeta em orbe de Regeneração, onde o amor prevaleça sobre o mal, sobre a ignorância.”
Eu percebia toda informação e ouvia ao meu lado os companheiros dizendo o que estavam percebendo. Perguntei ao meu interlocutor mental se eu devia falar alguma coisa. Ele disse que não, que eu deveria ficar mudo. Mas, interessante, em determinado momento, sem que eu pedisse permissão, estava eu falando como um instrutor que tivesse dando coordenadas. Fiquei arrependido de não ter ligado o gravador para ficar registrado o que se passou naquela sala. Não consigo reproduzir o que eu disse, ou disseram através de mim, mas foi mais ou menos assim:
“Estamos trabalhando muito, tanto no mundo material como no mundo espiritual. Tentamos socorrer os irmãos atingidos pelo mal que ainda é majoritário em nosso planeta. Chegou o momento de agirmos com mais pragmatismo para inverter essa situação, deixar o bem em condição majoritária. Para isso temos que reconhecer que o mal é ousado enquanto o bem é tímido. Temos que deixar de lado a timidez, não ser intempestivo, mas também não ser passivo. Temos que ser como o Mestre ensinou, “simples como as pombas e prudentes como as serpentes”. Não podemos continuar ad eternun a aliviar prejuízos que o mal causou. Temos que investir em ações positivas onde o Bem seja o protagonista principal, que o mal seja reparado antes de causar prejuízos. Que a paz esteja conosco.”
Este foi um momento interessante. Nunca tive uma expressão de tal forma, uma informação que sai de mim, mas que sinto a motivação de outra fonte. Uma fonte que sintoniza com meus pensamentos, minhas convicções. Uma mensagem que foi colocada em público, mas que se aplica principalmente a mim. Devo refletir... e agir!
O Anjo Ismael foi designado pelas forças divinas para organizar no Brasil o quartel general do Evangelho, dos homens de boas intenções que se dispõem a construir a família universal, o Reino de Deus.
Encontrei na revista O Reformador, o editorial que relembra alguns trechos do Codificador Allan Kardec onde ele exorta os espíritas ao estudo, à caridade e à unificação, num contexto de desunião, de prevalência do personalismo e ausência da caridade, condição ainda majoritária até hoje em nosso mundo, apesar das lições do Cristo.
Vejamos o trecho que o editorial aponta, para nossas reflexões:
Ismael, o vosso guia, tomando a responsabilidade de vos conduzir ao grande templo do amor e da fraternidade humana, levantou a sua bandeira, sendo inscrito nela – Deus, Cristo e Caridade. (...) sua voz santa e evangélica ecoou em todos os corações, procurando atraí-los para um único agrupamento onde, unidos, seriam a força dos leões e a mansidão dos pombos; onde unidos, pudessem afrontar todo o peso das iniquidades humanas; onde, enlaçados num único sentimento – o do amor – pudessem adorar o Pai em Espírito e Verdade; onde se levantasse a grande muralha da fé, contra a qual viessem quebrar-se todas as armas dos inimigos da Luz; onde, finalmente, se pudesse formar um grande dique à onda tempestuosa das paixões, dos crimes e dos vícios que avassalam a humanidade inteira!
(...)
Mas infelizmente, meus amigos, não pudestes compreender ainda a grande significação da palavra – Fraternidade!
Não é um termo, é um fato; não é uma palavra vazia, é um sentimento, sem o qual vos achareis sempre fracos para essa luta que vós mesmos não podeis medir, tal a sua extraordinária grandeza!
Ismael tem o seu templo e sobre ele a sua bandeira – Deus, Cristo e Caridade! Ismael tem a sua pequenina tenda, onde procura reunir todos os seus irmãos – todos aqueles que ouviram a sua palavra e a aceitaram por verdadeira: chama-se Fraternidade!
Pergunto-vos: pertenceis à Fraternidade? Trabalhais para o levantamento desse Templo cujo lema é: Deus, Cristo e Caridade?
(...)
Meus amigos! Sem caridade não há salvação – sem fraternidade não pode haver união.
Referência: Kardec, Allan. A prece. Trad. Guillon Ribeiro. 54. Ed. 1. Imp. (Edição Histórica). Brasília FEB, 2018. Instruções de Allan Kardec aos espíritas do Brasil, it. I – Exortação ao estudo, à caridade e a unificação.
Nós, espíritas, que tomamos conhecimento dessas informações do mundo espiritual, que cremos na realidade do que Jesus ensinou, devemos estar automaticamente engajados no exército do Cristo nessa guerra da luz versus sombras. Observamos que o mal ainda é majoritário em nosso planeta, mas chega o tempo de mudarmos essa situação e passarmos para a categoria de planeta de regeneração. Tudo depende agora de nós, encarnados nesta época, assumiremos a tarefa que Deus, Cristo e Ismael esperam de nós, segurando, defendendo e passando à frente a bandeira: Deus, Cristo e Caridade.
Este discurso de Martin Luther King Jr., em 1963, nos Estados Unidos da América do Norte é um ícone na luta pelos Direitos Civis, e merece ser lembrado ou conhecido para que reflitamos no quanto ainda falta conquistarmos. Nesta época eu estava com 11 anos e nem de perto qualquer informação sobre o caso ficou registrado na minha mente. Com certeza, a estratégia do Cristo na construção do Reino de Deus, irá resolver esse problema. Vejamos quanto nos falta:
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.
De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranquilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre
Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.
E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.
Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Vocês são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.
Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
"Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
Este discurso marca um desejo sempre constante dentro da humanidade, desejo por justiça, liberdade e fraternidade. Desde que o Cristo veio e nos aplicou suas lições, possuímos a ferramenta para alcançar esse desiderato. Martin Luther King Jr. é um dos muitos que tentam aplicar essas lições, num mundo ainda tão dominado pelas forças do mal, que encontram seus instrumentos com facilidade no meio de gente tão animalizada, que se motivam pelos seus estômagos, que não possuem ainda a capacidade refletiva de perceber a verdade e sair das garras da ignorância.
A recuperação do alcoólico dentro da irmandade de Alcoólicos Anônimos (AA) tem como base seguir os doze passos, de preferência auxiliado por um padrinho. É como se a pessoa ao ingressar em AA tivesse nascido para uma nova vida. Como todo recém-nascido precisa de uma série de cuidados para sobreviver, inclusive uma dependência muito forte dos pais, assim o alcoólico recém-chegado precisa de uma assistência muito presente da sua mãe, a irmandade, auxiliado por um padrinho que ele escolheu.
Logo que o alcoólico começa a abrir os olhos para a realidade do novo mundo onde ele nasceu de novo, vai precisar ser educado no cumprimento dos doze passos para recompor sua vida, superando os erros do passado, até chegar no 12º passo: Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
Este 12º passo vai ser viabilizado com a prática do Serviço, desde a abertura regular de uma sala de AA até os seminários e conferências em todos os níveis, envolvendo os membros e os amigos, os profissionais que passam a conhecer, divulgar e aconselhar a participação em AA dos alcoólicos e seus familiares em sofrimento.
Enquanto médico e amigo de AA, estou engajado nos serviços, pois sei que aqueles meus pacientes alcoólicos, se forem conhecer o AA e permanecerem cumprindo a programação, estão bem mais protegidos contra as recaídas do que aqueles que não se envolvem com a Irmandade.
Sendo o alcoolismo uma das doenças mentais, e sabendo que as doenças mentais na sua essência não possuem cura e sim controle da sua manifestação, vejo a Irmandade de AA como uma grande parceira para que eu possa atingir meus objetivos médicos, de cuidar dos meus pacientes.
Sei que o alcoólico ao ingressar em AA e cumprir sua programação, passa a ser um cidadão de melhor qualidade ética, de melhor relacionamento interpessoal e espiritual do que era antes, e geralmente um cidadão acima da média humana. Até mesmo nós, profissionais das mais diversas áreas, podemos aplicar os conceitos em outros diagnósticos e situações e até em nós mesmos, com sucesso significativo. E tudo isso só é possível porque o Serviço em AA está funcionando, portanto, não poderemos deixar de dar a nossa parcela de contribuição, de “dar de graça o que de graça eu recebemos”.
Reconheço a Doutrina Espírita bastante coerente com nossos propósitos de vida, que nos dá compreensão sobre os diversos problemas que passamos ou vemos os outros passarem. A consequência dessa compreensão é procurar dar de graça o que de graça recebemos, o conhecimento que agora nos fortalece. Uma forma de fazer isso é se engajar nos trabalhos de uma casa espírita, se transformar num trabalhador espírita.
Tenho um trabalho regular dentro da Cruzada dos Militares Espíritas, um Centro Espírita bastante organizado em suas tarefas. Recentemente fui chamado de Trabalhador desta casa por ter sido adicionado no grupo do whatsapp desses trabalhadores. Argumentei que tinha sido colocado no grupo apenas como forma de divulgar o trabalho que faço semanalmente no Centro, um estudo sobre as lições do Cristo, e não me envolver nas diversas tarefas, pois não tenho tempo para tal.
Depois dessa resposta e da leitura do livro de Hermínio Corrêa de Miranda, Diálogo com as Sombras, fiquei a refletir na minha condição de Trabalhador Espírita. Realmente, sou um trabalhador espírita?
Hermínio diz que cada um de nós sabe de si e das suas motivações. Que é preciso, entretanto, examinar de perto essa posição e ver o que contém ela de legítima, não apenas no interesse da doutrina que professamos, mas também no interesse de cada um. De fato, há alguns problemas ligados à frequência de trabalhos mediúnicos. O primeiro deles – e dos mais sérios – é a própria mediunidade, essa estranha faculdade humana sobre a qual ainda há muito o que estudar. Outra dificuldade ponderável é a organização de um bom grupo que se incumba, com regularidade e seriedade, das tarefas a que se propõe.
Tenho minhas convicções e motivação. Acredito que esteja agindo dentro de minhas convicções, de ajudar na construção do Reino de Deus, e da minha motivação no pequeno trabalho que faço dentro do Centro Espírita. Agora, como é a particularidade do meu trabalho espiritual? Não está concentrado em um lugar. Tenho atividade regular na sexta feira na Cruzada dos Militares Espíritas, na terça feira um estudo espiritual na Associação Médica, sou coordenador da disciplina opcional de Medicina, Saúde e Espiritualidade, do Departamento de Medicina Clínica da UFRN. Também na Universidade Federal do Rio Grande do Norte coordeno o projeto de extensão universitária, Foco de Luz, cuja ação dentro da comunidade próxima ao Hospital Universitário Onofre Lopes, foi criar a Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM). Nos domingos participo das reuniões de Alcoólicos Anônimos na cidade de Ceará-Mirim/RN onde dou prioridade ao Poder Superior.
Essa ampla atividade espiritual não pode se encaixar dentro das ações tradicionais de um Centro Espírita. Meu trabalho na Cruzada dos Militares Espíritas explora a minha mediunidade diferente que é absorver o trabalho realizado pelos médiuns ostensivos, principalmente na produção de livros que repassam os conhecimentos de espíritos de maior envergadura moral, como o próprio Jesus Cristo, por exemplo.
A frequência nas minhas atividades está indo bem, agora preciso mais investir na organização. Nesse caso, tenho que preparar com brevidade a renovação do Projeto de Extensão Universitária Foco de Luz onde colocarei dentro dele a formação de um canal do Youtube voltado à construção do Reino de Deus, cuja meta será organizar tanto os meus trabalhos espirituais como o trabalho de todos os companheiros, de qualquer tipo de religião. Um trabalho que irá contribuir para a organização do Bem.
Eis a minha característica de trabalhador espírita, bastante diversificada que impede a concentração dos trabalhos em um só lugar. Espero que os companheiros entendam a minha forma de pensar e agir, respeitando o livre arbítrio de cada individualidade, como é uma das propostas da Doutrina Espírita.