O Dr. Ovídio Rebaudi, tradutor do livro “Vida de Jesus ditada por ele mesmo” fez algumas notas interessantes sobre um trecho do livro que achei por bem reproduzir, por sintonizar muito bem com o que penso. O trecho do livro foi:
Homens dominados pela vertigem e pela cegueira pedem a continuação das honras e riquezas de que desfrutam e o direito de cuja posse se originam faltas e delitos. Homens devorados pelas paixões brutais e egoístas afirmam que nada existe além da matéria e que as crenças religiosas não constituem mais do que aparências ou ridículas aberrações do espírito.
A respeito desse trecho que fala do materialismo, o Dr. Ribaudi fez as seguintes notas:
No Congresso Universal do Livre Pensamento afirmei que estes homens são de cérebro deficiente, pelo menos sob o ponto de vista da falta de uma consciência clara a respeito de sua personalidade e sua própria espiritualidade, comparando-os aos daltônicos, que confundem as cores, e com os que carecem de ouvido musical, que não podem portanto apreciar as associações harmônicas dos sons. Do mesmo modo estes pobres seres nada alcançam conceber fora da absurda materialidade das coisas que os rodeiam e, ainda que possam ser grandes monopolizadores de conhecimentos e até cheguem a brilhar como mestres nas ciências naturais dão provas de sua escassa evolução espiritual pelo simples fato de sua incapacidade para as grandes concepções do espírito e até para o simples conhecimento de sua própria natureza íntima. Ao afirmar isto, recordei as numerosas provas que sobre este particular venho apresentando em minhas conferências públicas na sociedade Constância e na Sociedade Científica de Estudos Psíquicos e acrescentei que o fato de que os mais notáveis “livres-pensadores materialistas” tinham morrido, abjurando suas ideias, entre os braços da igreja católica, ao passo que nem um só “livre-pensador espiritualista”, dos que se tenham dado a conhecer, haja caído em semelhante aberração do caráter, era prova da melhor consciência de que de si mesmos tinham os segundos e de sua melhor constituição cerebral, filha de sua maior evolução.
São essas considerações firmes, baseadas inclusive em observações científicas que levam a espiritualidade a um grau de aceitação popular enquanto o materialismo tende a definhar, mesmo que esteja ainda concentrada em redutos acadêmicos.
A minha participação acadêmica como coordenador do curso de Medicina, Saúde e Espiritualidade, deve também dar o seu grau de contribuição para encostar o materialismo nas “cordas”. Essa também é a expectativa que o mestre Jesus espera que nós, homens que desenvolvemos a fé racionalizada dentro de nossos relacionamentos, cumpramos na esteira da evolução de tudo que deve acontecer, não importa quanto estejam contrários.
No livro “Vida de Jesus ditada por ele mesmo” encontrei um trecho que fez sintonia com o meu pensamento, na questão da construção de uma sociedade diferente da atual, baseada nos princípios do Amor Incondicional e na formação da Família Universal. Eis o que diz o texto:
Aprendamos hoje, irmãos meus, a justiça destes ensinamentos e honrai-me com a mesma atenção que prestavam meus discípulos. Avancemos pelo caminho do engrandecimento e deixemos divagar os pobres de espírito, convertendo entretanto a palavra de Deus em nosso alimento espiritual. Deus manda a todos os mundos instrutores, mas a cada mundo lhe estão destinados como instrutores espíritos do mesmo mundo. Os Messias são instrutores avançados, cujos ensinamentos parecem utopias. Minha missão não podia impor uma regra de conduta em um século de ignorância, tendo que limitar-se a fazer nascer ideias de revolução nos espíritos e prepara-los para a renovação do estado social futuro. Meus apóstolos não deviam ser homens de gênio, nem homens do mundo. Era necessário que eu escolhesse entre a gente simples e trabalhadora, para instruí-los e imprimir-lhes uma direção justa, sem ter que obriga-los à renúncia dos gozos do espírito e das comodidades da fortuna. Meus laços de família não me embaraçavam a execução de minhas resoluções, porque desde a infância sentia-me dominado pela ideia de sacrificar tudo em aras desses ideais e porque me impelia o desejo de uma família mais preciosa para o apóstolo do que possa ser a família carnal para o homem.
Minha decisão inabalável de sacrificar a minha vida com o martírio, parecia-me uma ordem à qual devia obedecer sob pena de me ver retirado o título de apóstolo, o patrocínio de Messias e esse prestígio de Salvador e Filho de Deus, com que o Pai havia me agraciado e do qual a humanidade esperava especiais benefícios.
Meus conhecimentos de apóstolo concentravam-se para o porvir, e a miúdo, enquanto falava aos homens do presente, dirigia-me indiretamente aos homens do porvir.
Minha voz tornava-se então profética e meus discursos sofriam a influência da difusão de meus pensamentos quando atingiam as alturas da verdade e que esta verdade tinha que ser levada com a rigidez dos dogmas estabelecidos.
As perguntas que tinham o objetivo de fazer-me cair em contradição, eu respondia de maneira tal como que para desconcertar ao que perguntava, procurando ao mesmo tempo infundir respeito nas multidões com a autoridade do olhar, do gesto e da palavra, sempre resoluta e incisiva.
Existe muita dúvida nesses escritos que dizem ser produzidos por Jesus. Muitos não acreditam que Ele esteja ao nosso lado e dando informações como essa que acabei de transcrever. Mas eu procuro não seguir o caminho da “manada” quando percebo pela coerência que alguma verdade deve existir naquilo que a maioria rejeita. É este meu comportamento com relação a esses escritos. Sigo a fé raciocinada, como os próprios espíritos ensinaram. Então, se um texto é dito ser da autoria de Jesus, e o seu conteúdo está conforme o pensamento de Jesus, conforme eu compreendo, então não tenho porque rejeitar, mesmo que alguém querendo ajudar na nossa evolução tenha assumido o papel de Jesus para dar mais força aquilo que Ele pretendia, as lições do próprio Jesus. Por esse motivo não fico constrangido quando assumo que estou interagindo com o próprio Jesus ao fazer essas considerações.
Sinto-me acolhido pelo Mestre quando Ele me chama de irmão e pede para eu honrá-lo com a atenção, da mesma forma que seus apóstolos fizeram no passado. Fala da sua missão naquele momento, que era de jogar sementes conscienciais para no futuro gerar ideias na mente de quem procurasse entender. Isso foi o que aconteceu comigo, colhi essas sementes e gerei na minha consciência a ideia de um missão própria para mim, de acordo com a vontade de Deus, de promover uma renovação do estado social no futuro, promover a família universal com base no amor incondicional.
Também sinto a inabalável decisão de fazer cumprir essa missão, mesmo com o sacrifício de minha vida, de morar solitário, de não poder ficar perto de quem amo de forma consistente, pela força do exclusivismo que existe do outro lado. Também sinto que se eu não fizer isso, também não mereço o título de Filho de Deus.
Também sei que os conhecimentos que utilizo para defender minhas ideias, somente vão se realizar no porvir, quando a verdade inconteste se materializar na frente de todos, e o comportamento hipócrita for desmascarado no seio da sociedade. De certa forma também estou semeando ideias que a sociedade atual ainda não está pronta para realizar, mas, assim como Jesus, esta é a minha tarefa... também ser um semeador!
Percebo que vai ser necessário ensinar o Amor verdadeiro, o Amor sem nenhum tipo de condicionamento, romântico, materno, filial, fraterno, etc., de forma muito parecida como aprendemos o alfabeto, na base do bê-á-bá, na junção de sílabas.
Teremos que construir uma cartilha com essa sistemática. Uma cartilha onde cada forma de relacionamento, pessoal, interpessoal ou com qualquer aspecto da Natureza esteja presente esse tipo de Amor, o incondicional.
O primeiro ensinamento é fazer a diferenciação do amor romântico do Amor Incondicional. Enquanto aquele desenvolve o egoísmo, a exclusividade, este desenvolve o altruísmo, a inclusividade. A estrutura social sofrerá então um grande impacto, uma grande transformação. As famílias que se desenvolveram com o amor romântico e formaram estruturas nucleares, fechadas, permissivas pra si e restritiva para os outros, agora, com o Amor Incondicional se transformam em famílias ampliadas, universais, abertas, restritivas com o egoísmo do Behemot e fraternas com as outras.
Cada filho de cada pessoa pode ser considerado meu filho também. Se os pais de uma crianças falecem num acidente de carro e qualquer pessoa que passe no local, irá adotar como sua, até o momento que chegue algum parente biologicamente mais próximo. Não será mais visto pessoas desamparadas pelos campos ou pelas cidades; não existem mais crianças nos semáforos, na prostituição, no trabalho forçado... a Justiça e a liberdade imperam em todos os relacionamentos.
O bê-á-bá do Amor será ensinado a todas as crianças logo cedo, dentro de casa ou nos bancos escolares. Logo será ensinado a todas as crianças o que todos os adultos já sabem. Que o Pai Universal nos criou com um monstro dentro de cada um, com a finalidade de lutar pela preservação do corpo biológico no qual ele está abrigado. Mas, sua energia deve logo ser entendida, e aprendida a melhor forma de conter os seus impulsos, para que não prejudique a ninguém ou a nenhum aspecto da Natureza.
Cada criança será educada sabendo utilizar constantemente a importante bússola que o Mestre Jesus nos ensinou: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
O grande teste para cada pessoa é quando chegar o momento da adolescência, quando os hormônios inundarem o sangue de cada um e desperte a voracidade do Behemot, em busca de segurança, alimento, sexo, ociosidade, orgulho, vaidade... enfim, os sentimentos relacionados ao egoísmo tendem a emergir no pensamento e no comportamento. É aqui que as lições feitas na fase infantil, na meninice, mostram a sua importância. O bê-á-bá do Amor que cada um aprendeu agora servirá para conter as emoções fortíssimas ligadas ao desejo sexual, da posse do parceiro, da exclusividade de afetos, da transformação do Amor Incondicional em amor romântico ou qualquer tipo de condicionamento.
Imagino uma sala de aula com essa estrutura curricular. Os pequenos alunos aprendendo que Deus está presente em todos os povos, principalmente no próximo, tanto que em algumas culturas as pessoas cumprimentam não a si próprios, mas ao Deus que cada um carrega de dentro de si: Namastê (o Deus que habita o meu coração, saúda o Deus que habita em seu coração).
Será que eu sei soletrar o Amor em meus relacionamentos, todos que ocorrem em minha vida? Ou será que eu não passo de um analfabeto funcional do Amor, que só sei falar e escrever sobre tal, mas que não sei ainda colocá-lo nas minhas práticas?
Se isso acontece eu tenho uma boa desculpa, pois ninguém me ensinou tal em momento algum, a não ser o Mestre de Nazaré, há mais de 2.000 anos. Mesmo assim ainda dizem que ninguém pode realizar tais lições, somente Ele... mas eu continuo a teimar, que um dia saberei amar tão puro quanto Ele.
Hoje é o dia consagrado pela igreja católica à memória de Maria, a mãe de Deus. Começa assim uma polêmica que até hoje divide os cristãos, aqueles que acreditam nessa informação, de que Maria é a mãe de Deus, e aqueles que não acreditam que Deus tenha tido necessidade de ser gerido por uma mulher, por mais perfeita que ela tenha sido. Mesmo dentro de suas argumentações, a igreja não consegue escapar das incoerências que gerou.
A igreja diz que Maria recebeu a missão de Deus e acatou para si, conceber através do Espírito Santo. A Anunciação aconteceu em 25 de março, que Maria iria carregar em seu seio o Filho Unigênito de Deus.
Depois a igreja ensina que Deus se fez carne por meio de Maria, que Ele é o ponto de união entre o céu e a Terra.
Formou-se assim a confusão entre o Pai (que mandou), o Filho (que nasceu) e o Espírito Santo (que engendrou). A melhor forma encontrada para sair desse labirinto de incoerências foi dar uma personalidade única aos três: Pai-Filho-Espírito Santo.
Quando falamos assim, “Mãe de Deus”, quem possui uma compreensão de Deus acima dos preconceitos e dogmas religiosos, percebe logo a incoerência. Como uma mulher, por mais perfeita que seja, é capaz de gerar Deus?
Procuro evitar todo esse malabarismo religioso, dogmático, e compreender todo esse relato dentro de uma perspectiva natural, mesmo que tenha pitadas de misticismo, justificada pela minha fé no mundo espiritual e na ignorância do muito que ainda não sei.
Maria nasceu de pais muito religiosos, que pediram a Deus, já em idade avançada, para terem um filho, uma vez que um casal estéril era muito criticado e discriminado na sociedade em que viviam. Deus atendeu os seus pedidos e como uma compensação para a divindade, foi oferecida ao Senhor e foi morar no templo. Mas logo que chegou a menarca os sacerdotes a tiraram do templo, pois entendiam que uma mulher menstruada era impura e Maria poderia contaminar a casa de Deus.
Observo mais uma vez a força dos preconceitos e dogmas direcionando comportamentos, mesmo dentro de uma casa de Deus. Como uma mulher que obedece a natureza criada por Deus com a menstruação, pode ser considerada impura? São esses pensamentos e comportamentos que ainda hoje existem dentro de igrejas que me afastam delas e me aproximo da Natureza.
Então, Maria sai do templo e é oferecida a José, bem mais velho, viúvo, com filhos. Maria aceita e logo em seguida aceita também a proposta do anjo de ser a mãe do filho de Deus. Ficou confusa com a suspeita de traição que José certamente iria ter a respeito dela. Mas o anjo ajudou, entrando no sonho de José e explicando a situação. A fé dos dois conseguiram suportar a situação anômala.
O que importa é que hoje sabemos que ela foi a mãe de Jesus, o Mestre do Amor, que nos deixou o Evangelho como bússola e medicamento, e por esse motivo merece ser reconhecida no primeiro dia do ano, dia também consagrado à paz, a confraternização universal.
É bastante aceitável que ela permaneça com esse destaque da paz e da solidariedade e que represente as mães de todo o planeta, uma vez que o seu filho é considerado o Governador espiritual do planeta.
Enquanto isso, Deus, inteligência suprema do universo, energia sublime do Amor, continua integrando cada minúscula ou maiúscula parte de sua criação, expressa na Natureza visível ou invisível aos nossos olhos ou artefatos tecnológicos.
Tenho um pastor que adotou o meu nome, que por outro lado o recebi devido a favores recebido do seu verdadeiro dono: Francisco, da cidade de Assis. O novo papa, de nacionalidade argentina, adotou esse nome com o objetivo de deixar bem claro suas intenções de seguir a Cristo e administrar a igreja católica com base na humildade e no encontro com os pobres, com as comunidades.
Com essa identificação com o novo papa, de seguir os mesmos caminhos que o Cristo nos indicou, sinto-me mais fortalecido, pois sinto o eco de meus pensamentos, sentimentos e ações, no discurso e no comportamento do Papa Francisco.
Com essa base espiritual tenho três campos de atuação em perspectivas para ser realizado ou incrementado neste ano que irá começar: campo comunitário, acadêmico e familiar.
No campo comunitário devo incrementar as ações na comunidade da Praia do Meio, através da Associação de Moradores e do Projeto Foco de Luz. Até agora as ações se realizam principalmente na Escola Olda Marinho, com a realização de algumas atividades para as crianças e organização de eventos sociais em datas significativas. É necessário que seja explicitado a missão evangélica da Associação com o foco na geração de trabalho associado ao compromisso social com a Associação, na capacidade de reproduzir a ajuda recebida para outros moradores do bairro. Também vai ser preciso a criação de um grupo na internet onde possamos nos comunicar com textos administrativos mas de prática evangélica. Existem as páginas no facebook onde já são colocadas as atividades, mas com um cunho mais informativo. Precisamos atingir um nível formativo.
No campo acadêmico tenho a perspectiva de realizar um seminário dirigido aos profissionais da saúde, com base no material que recebi do Mednesp 2015. Esse seminário servirá de atividade amplificador do congresso, levando à compreensão do Evangelho do Cristo como importante ferramenta na atividade terapêutica, qualquer que seja o tipo de profissional que o realize.
E, finalmente, no campo familiar, reforçar os relacionamentos com base no modelo da Família Universal, como o Cristo ensinou que deveria formar os cidadãos para o Reino de Deus. O maior adversário a ser enfrentado nesse campo é o egoísmo na forma de ciúme que impede a solidariedade como construtora de harmonia. Sei que terei o problema de não poder estar em todos os locais a todo momento, como seria o ideal. Deverei ser guiado pelos impulsos do coração e rogar a Deus para ajudar a todos a compreenderem as ausências.
O pastor Francisco adverte que o nosso lema deve ser o servir a todos, cada vez com maior intensidade, dentro das famílias e da comunidade. Ele mesmo dá o exemplo de como isso pode ser realizado, não se deixando corromper pela tendência vaidosa do importância do cargo.
Finalmente, considero que as perspectivas para o próximo ano sejam alvissareiras em todas as áreas. O Trabalho deve ser a virtude mais requisitada a fim de implementar todas as outras.