Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/01/2014 01h01
AMOR QUE LIBERTA

            “O amor deve ser um diálogo que liberta o outro para os outros. Liberta para amar mais. Quando o outro fica preso, não é amor. Ele deve permanecer fiel porque quer, não porque o impedem ou não tem outro jeito.” (Frei José Carlos, OFMCap)

            Interessante como as lições do Mestre Jesus podem ser ampliadas e espalhadas pelo mundo todo por seus discípulos, das mais diversas feições que possam ter.

            Esse texto do Frei José Carlos exemplifica bem isso, o confronto do Amor Incondicional com o amor romântico.

            O Amor Incondicional é sempre um diálogo aberto cheio de liberdade de uns para com os outros. Quanto mais liberdade, mais capacidade de amar. Quanto mais alguém ama outro alguém, mais esse alguém se sente livre para amar outros... Essência da família universal que um dia construiremos. As famílias que acolhem, amam e incluem o próximo de acordo com suas tendências e afetividades, sem preconceitos ou intolerâncias.

            Quando o outro fica preso ao outro, como é a tendência do amor romântico, e que exige reciprocidade, isso não é Amor Incondicional. O amor romântico tende a ser exclusivista, ciumento, intolerante com o partilhar do afeto. É cheio de carga afetiva associado ao prazer dos sentidos, dos impulsos corporais, dos instintos. Capaz de provocar uma paixão cega que só ver os seus interesses, que a mínima discordância do outro já gera ciúme e intolerância que facilmente entra no caminho da raiva, do ódio, da violência, até mesmo do crime.

            O Amor Incondicional é fiel aos compromissos que assume, porque quer, não porque exista um controle externo sobre ele. A fidelidade do Amor Incondicional parece infidelidade ao amor romântico, e vice-versa. Quando eu digo que sou fiel à liberdade do Amor Incondicional, e que posso amar também a terceiros, quando isso acontece parece infidelidade a quem ama de forma romântica.

            Portanto as duas formas de amar podem coexistir, pois estão dentro do livro da Natureza, mas devem ser devidamente conhecidas e deve ser obedecida a hierarquia superior do Amor Incondicional. O amor romântico pode mesmo existir, é belo, gratificante e prazerosa a sua existência, mas que saibamos controlar os seus arroubos, até mesmo se for desenvolvida uma paixão. Todos os sentimentos e desejos que aflorarem na consciência, não podem obnubilar os princípios do Amor Incondicional.

            Dessa forma poderá ser construída uma família ampliada que se aproximará cada vez mais da família universal que será a base do Reino de Deus, como o Mestre Jesus já nos ensinou. Está chegada a hora do Reino de Deus, anunciava Jesus, a partir das transformações do nosso coração. Agora podemos dizer que é chegada a hora de construirmos a família universal, a partir da transformação das nossas família nucleares, entendendo que nossos corações já estejam transformados e cheios do Amor Incondicional. É hora de avançarmos nas lições do Mestre; que os mais atrasados purifiquem seus corações, façam a faxina do egoísmo. Nós que já entendemos o que seja Amor Incondicional não podemos continuar a construir famílias egoístas e exclusivistas, então façamos as famílias ampliadas com a liberdade, fraternidade e inclusividade, necessárias na formação do Reino de Deus.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/01/2014 às 01h01
 
16/01/2014 01h01
CONVÊNIO ENTRE MIM E DEUS

            As pérolas de sabedoria da Fé Bahá’í traz uma lição interessante com relação a fé:

            ... Digo-vos que qualquer um que se levante na causa de Deus, nesta época, será pleno será pleno com o espírito de Deus, e que Ele enviará Suas hostes do céu para ajudá-los, e que nada será impossível para vós se tiverdes fé. E agora lhes darei um mandamento que será um convênio entre vós e Mim – que tenhais fé; que vossa fé seja firme como uma rocha que nenhuma tempestade pode mover, que nada pode perturbar, e que perdure através de todas as coisas até o fim; mesmo se ouvirdes que vosso Senhor foi crucificado, não sede abalados em vossa fé; pois estarei convosco até o fim. Assim como a vossa fé, assim serão vossos poderes e bênçãos. Isto é o equilíbrio – isto é o equilíbrio – isto é o equilíbrio.

            Então, a fé é a forma de ligação mais eficiente entre a criatura e o Criador. Como estamos na experiência de um mundo material, sem a lembrança de nossa origem espiritual, a mente fica muito ligada a esses aspectos materiais e termina por desconsiderar qualquer coisa que não impressione os sentidos.

            Lembro quando eu vivia a duvidar da existência do Criador e formulava diversas hipóteses para justificar minha existência, origem e porvir. Confesso que em nenhuma delas eu me sentia tão confortável como quando decidi num esforço racional acreditar no mundo transcendental. A partir daí o meu raciocínio lógico fluiu com mais profundidade em campos nos quais os meus sentidos materiais não alcançam. Porém só consigo navegar por esses horizontes tão amplos se eu estiver revestido de fé. Caso entre a menor dúvida tudo desaba nas incerteza e todo o meu construto racional racha no meio. Não posso deixar entrar em mim a descrença em algo que já considerei e que avaliei ser o mais importante na vida, o mundo material.

            Assim, a conceituação da fé como um convênio entre a criatura e o Criador é muito pertinente. Mesmo eu sendo tão displicente no ato de orar com regularidade e freqüência, tendo a consciência desse convenio entre mim e Deus, passa a ser mais uma motivação para a nossa comunicação, pois isso implica na formação de um ele entre nós. Fico agora mais confiante, pois sei que o Pai estar sempre ao meu redor, que organizou a Natureza para que tudo pudesse fluir com harmonia; a única criação que não obedece automaticamente as Suas ordens, somos nós, humanos, pois Ele nos dotou com o livre arbítrio. Assim eu posso decidir contra a Sua vontade, contra a harmonia da Natureza, devido a minha ignorância, mas aprenderei que pararei por esses erros.

            Hoje tenho uma boa compreensão do que Ele quer que eu faça, recebo instruções sobre isso e orientações sobre o caminho a seguir. Sei das dificuldades que irei encontrar e peço forças para resistir as intempéries.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/01/2014 às 01h01
 
15/01/2014 01h01
PESCADOR DE FAMÍLIAS

            Lembro que ontem fiz uma indagação a Deus: QUE FAÇO, DEUS, AGORA? Logo em seguida, quase de imediato, por um instante que fiquei à espera e peguei num livro, e encontro a Liturgia do dia:

            Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”. Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: “Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens”. Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no. Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.

            Nessa lição Jesus reforça a preparação para a vinda do Reino de Deus que está próxima. Explica às pessoas que ele convida que serão a partir daquele momento pescadores de homens.

            Logo a minha mente faz as devidas conexões com o que eu acabara de pedir ao Pai: um caminho a seguir. Jesus fez há dois mil anos um convite para que seus discípulos se tornassem “pescadores de homens”. Hoje temos espalhados pelo planeta milhares de “pescadores de homens” instruídos por Jesus e Seus discípulos. Mesmo assim o mundo se debate nas fogueiras do egoísmo, com todo tipo de crime e miséria florescendo em toda comunidade humana, seja bruta ou civilizada. Os atuais cristãos não conseguem construir esse Reino de Deus como o propósito ideal. Os relacionamentos que levam a formação da família estão cheios de egoísmo na sua base e que impede a expressão do Amor Incondicional; o que observamos é a simples execução do amor condicional... eu amo fulano porque ele está na condição de ser meu filho, meu marido, minha esposa, meu tio, e assim por diante. As vezes até esse modelo está contaminado e o egoísmo fomenta o ódio até mesmo dentro das famílias. 

            Enfim, esse chamado de Jesus para ser pescador de homens não se aplica mais a mim, pois Deus já viu que isso não irá modificar o modelo que já está instalado, da família nuclear fundamentado no egoísmo. Deus sutilmente colocou na minha consciência ao longo do tempo e alicerçado pelas leis da Natureza e pela ética evangélica, a formatação de uma nova família, a família ampliada como protótipo da família universal. Nesta família prevalece o Amor Incondicional e não o amor romântico; prevalece a fraternidade, a justiça, a tolerância, o amor inclusivo. Então entendi onde Deus queria que eu chegasse na minha compreensão: ele não quer que eu seja pescador de homens, e sim pescador de famílias.

            Está aí o grande passo que Ele quer que eu realize. Que assuma essa nova compreensão, de corrigir a pureza da família, tirando do seu interior o egoísmo e colocando a fraternidade; respeitar o amor romântico, mas obedecer ao Amor Incondicional. Não quer dizer com isso que seja um objetivo a destruição da família tradicional, mas que seja destruída a hipocrisia em que muitas se sustentam. Se os membros decidem viver num regime fechado de amor exclusivo, que façam isso respeitando todas as conseqüências, e não o forte humilhar o fraco em função dos desejos instintivos, tanto dentro como fora dos limites familiares.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/01/2014 às 01h01
 
14/01/2014 01h01
QUE FAÇO, DEUS, AGORA?

            Experimento agora como é bom, salutar, revigorante e maravilhoso conversar com Deus, saber que Ele me ouve, sonda meu coração e dá suas instruções por intuição ou qualquer meio de comunicação.

            Sinto-me mergulhado nos Seus mistérios que mesmo sem compreender todos, isso agora não me trás angústia, pois sei que jamais alcançarei a plenitude de Sua sabedoria ou a dimensão de Sua consciência.

            Sei que sou uma de Suas infinitas criaturas, que Ele me criou com o germe de Sua inteligência e que gerou o meu livre arbítrio. Sei que agora estou na plenitude de minha consciência, no controle racional do meu livre arbítrio. Reconheço a minha filiação divina e procuro ser obediente as ordens do Pai. Sei que o meu irmão maior, o Mestre Jesus, já explicou que Ele, o Pai, deseja que formemos na Terra o Seu Reino. Deu as primeiras instruções de como alcançar isso e agora eu me considero voluntário dentro dessa missão.

            Fiz uma boa faxina no meu coração e agora procuro construir os relacionamentos adequados a esse Reino de justiça e fraternidade, de Amor Incondicional.

            Deus enviou duas companheiras para mim que se propõem a construir esse modelo e mostrar, em comparação, a benignidade de uma família ampliada, dentro da confiança, do amor inclusivo, da falência do egoísmo, da morte do ciúme.

            Sei que estamos dando os primeiros passos nesse sentido, mas eu, como motivador da idéia, não tenho referências teóricas, de experiências de outras pessoas para me instruir nesse caminho. O único referencial que possuo é a lição do Amor Incondicional ensinado por Jesus, das duas principais leis que ele destacou e do livro da Natureza que é a lei de Deus exposta ao meu redor.

            Sinto-me as vezes assustado, apesar de maravilhado, com a dimensão do que tenho à frente. Vejo tantos caminhos abertos, sei pela intuição quais são os aprovados pelo Senhor, e sei que tenho influência de minhas tendências instintivas, geralmente inconscientes. Isso pode provocar erros. E se eu prejudicar o próximo ao invés de auxiliá-lo? Esta é uma dúvida que não sai de minha cabeça, e serve para orientar os passos que devo dar. A consciência me acusa, pois em determinada ocasião, por excesso de zelo nesse campo, eu deixei de ajudar a quem devia e que estava sob meus cuidados. A própria consciência diz que os passos devem ser bem pensados para não trazer prejuízos a terceiros, e consequentemente, atrasos ou inviabilidade da missão.

            Poderia ficar sozinho sem nenhum relacionamento afetivo, sinto que tenho condições de viver assim, mas a missão que o Pai me determinou implica em relacionamentos os mais amplos possíveis, os mais profundos possíveis.  

            Tem momentos como este no qual vejo toda a dimensão da vida a se descortinar à minha frente e não posso deixar de fazer a pergunta: que faço, Deus, agora?

            Sei que tenho meu livre arbítrio, mas que posso errar até mesmo sem ter a consciência desse erro; errar por ação ou por omissão. Tenho que ter ajuda de Deus, minha sabedoria ainda não é suficiente para resolver essas questões.

            Tenho diversas opções de caminhos pela frente. Seguirei àqueles que pelas circunstâncias tem a “assinatura” do Pai. Mas esperarei sinais mais claros da vontade dEle para dar passos mais largos.

            QUE FAÇO, DEUS, AGORA?

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em 14/01/2014 às 01h01
 
13/01/2014 01h01
PROPÓSITO E DIREÇÃO

            Desde que desenvolvi meus estudos procurei encontrar um foco para a vida. Inicialmente foram as diversas opções de profissão, da qual eu deveria escolher uma; depois escolher a companheira, a quantidade de filhos, o trabalho, e assim por diante. Depois verifiquei que a vida como eu a sentia e imaginava era uma coisa passageira, logo mais eu estaria morto e tudo perderia o sentido. Então, valia a pena tanto esforço para depois tudo se perder? Bem que os filhos seriam a minha continuidade na vida através da expressão da consciência, mas minha essência seria perdida.

            Depois que passei a estudar a doutrina dos Espíritos adquiri uma nova compreensão da vida, que não se resumia apenas a esta fase material de existência, muito pelo contrário, existia outra fase, espiritual, mais dinâmica e mais importante, de onde toda a vida se origina. A minha vida no mundo matéria seria apenas um ligeiro estágio que poderia se repetir quantas vezes fosse necessário para a aprendizagem do Espírito. Dessa forma eu tive que fazer uma reprogramação radical nos meus paradigmas de vida e estabelecer novos propósitos a alcançar e direção a seguir. Passei a ter um conceito de Deus mais adequado ao meu racional e que evitava tantas dúvidas quantas eu tinha antes.    

            Hoje estou com 61 anos e tenho propósito bem claro na consciência e sei a direção que tenho de seguir. Consegui alcançar as lições do Mestre Jesus que falava do Reino de Deus, como o podíamos alcançar e do respeito e obediência que eu deveria ter para com o Pai.

            O propósito da minha caminhada estando claro na consciência, faz com que eu deva escolher a melhor direção para a alcançar. Recebo constantemente mensagens que Deus manda das mais variadas fontes. O que antes para mim era algo muito distante ou fantasia de alguns beatos, ganhou um grande destaque na minha consciência e até um lugar de destaque que reformula todo o meu repertório comportamental.

            A direção do comportamento é com o que devo maior preocupação, cuidado para não entrar em desvio errado que me distancie dos meus propósitos. Isso implica em ter cuidados com a minha rotina, observar o que faço de errado e corrigir, e por outro lado observar o que faço de correto e procurar repeti-los até formar um hábito e posteriormente ser incluso no caráter.

            Esse é um aprendizado que devo fazer constantemente, com todos que estejam ao meu lado, em qualquer circunstância. Sei de inúmero defeito que possuo e que alguns são tão fortes, como a gula e a preguiça, que talvez eu não tenha tempo de os corrigir nesta atual existência.

            Mas continuo mantendo a esperança que atingirei os meus propósitos que não cometerei tantos erros na direção dos caminhos.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/01/2014 às 01h01
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