“E, despedida a multidão, subiu ao monte a fim de orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.”
(MATEUS, capítulo 14, versículo 23.)
De vez em quando, surgem grupos religiosos que preconizam o absoluto retiro das lutas humanas para os serviços da oração.
Nesse particular, entretanto, o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. O trabalho e a prece são duas características de sua atividade divina.
Jesus nunca se encerrou a distância das criaturas, com o fim de permanecer em contemplação absoluta dos quadros divinos que lhe iluminavam o coração, mas também cultivou a prece em sua altura celestial.
Despedida a multidão, terminado o esforço diário, estabelecia a pausa necessária para meditar, à parte, comungando com o Pai, na oração solitária e sublime.
Em nosso esforço coletivo de prestar à coletividade um jantar fraterno, com espírito natalino conforme o Mestre ensinou, os membros da AMA-PM e colaboradores devem seguir esse exemplo de Jesus: cada um, estabelecendo uma pausa necessária para meditar, à parte, no que fez de certo ou errado e comungar com o Pai em oração solitária e sublime.
Se alguém permanece na Terra, é com o objetivo de alcançar um ponto mais alto, nas expressões evolutivas, pelo trabalho que foi convocado a fazer. E, pela oração, o homem recebe de Deus o auxílio indispensável à santificação da tarefa.
Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual.
A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa, estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade.
A oração ilumina o trabalho, e a ação é como um livro de luz na vida espiritualizada.
Cuida de teus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças desse lugar solitário, localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares “à parte”, recordando o Senhor.
UFRN/HUOL/CCS/DMC/Foco de Luz/AMA-PM/Conselho Consultivo em 20-01-25
Esta é a continuação do texto do dia anterior, sobre o diálogo encontrado na série “The Chosen”, quando Mateus aborda Jesus sobre o perdão que precisa pedir a Pedro, e agora Pedro procura Jesus para lhe orientar no que deve fazer após ter ouvido o pedido de perdão de Mateus.
- Pedro – Bom dia.
- Mateus – Desculpa.
- Eu disse, bom dia.
- Eu te ouvi. Eu pedi desculpa pelo que eu fiz com você. Faz mais de um ano e eu percebi que nunca me desculpei pelo meu papel na sua situação com a dívida e por ter me unido a Quintos para relatar suas atividades. É estranho, depois do sermão do Mestre, fui imediatamente falar com meus pais para pedir desculpas pelos meus atos... eu devia ter ido até você, depois. E agora, meus sentimentos estão piores e não vou melhorar se não pedir seu perdão. Então é isso que estou fazendo agora. Na verdade, eu só estou dizendo que sinto muito, o perdão é um presente que você pode dar... ou não dar.
Pedro sai sem falar nada.
- Jesus – Pedro, já é tarde.
- Pedro – Eu poderia dizer o mesmo ao Senhor
- Acredito que sim.
- Algo lhe perturba o sono?
- Eu poderia perguntar o mesmo para você.
- O que eu faço, quando tem alguém que pecou contra mim de forma ofensiva, repetida e sem arrependimento?
- Nem imagino quem seria.
- A traição ao nosso povo, trabalhando para Roma é uma coisa. Isso foi um pecado contra todos nós e contra nossa herança. Depois ele não mostrou piedade quando André implorou por mais tempo para pagar a dívida dos tributos e cobrou 60% a mais sobre o que estava atrasado. Sabia que ele ia deixar Roma tomar o nosso barco como garantia? Teria nos impedidos de trabalhar e mandado nós dois para a prisão, e aí a Éden poderia ter morrido de fome. Ele não hesitou nem um segundo quando Quintos pediu que me espionasse. Já falei sete coisas. E nem cheguei ao fato que ele estava pronto para me entregar na manha em que...
- Na manhã que o que?
- O Senhor sabe.
- Eu sei (obs. foi o dia do milagre dos peixes). Ele podia estar pronto para entregar você, mas ano chegou a fazer isso. Então, por enquanto, vamos manter em sete, um número completo.
- Ele peca contra mim sete vezes e eu deveria apenas perdoa-lo?
- Não, não sete. Mas setenta vezes sete.
- Eu poderia fazer uma pilha enorme se juntasse cada ofensa e consequências.
- Sabe, eu não quero dizer literalmente, setenta vezes sete, o completo vezes o completo... perdão sem fim, sem limites.
- Olha, alguns dias o Senhor me deu um novo nome, me fez grandes proclamações, mas não me importa se meu nome é Simão ou Pedro, ainda sou o mesmo do dia anterior, ainda sou humano, e não consigo. Não consigo! E ninguém me culparia.
- Você mencionou as consequências das ações do Mateus. Lembra das circunstâncias que elas colocaram em você?
- Não consigo parar de pensar nisso. É por isso que estou aqui e não dormindo ao lado da Éden.
- Mas depois disso, quando o sol nasceu... (lembranças do milagre dos peixes). Eu sei que é difícil.
- Por que tudo tem que ser assim?
- O homem torna tudo muito mais difícil. Quando se apoia em seu próprio entendimento.
Termina em outra cena com Pedro se aproximando de Mateus, o abraçando e perdoando, e dizendo: “Até os confins da Terra!”.
Aqui termina a conclusão desse ensinamento de Jesus sobre a necessidade do perdão sempre ser dado como presente aquele que se arrepende do mau que praticou. Mesmo que isso seja uma das tarefas mais difíceis que iremos encontrar no confronto das necessidades do espírito para evoluir e dos interesses do ego em manter o seu compromisso de proteger o corpo contra os prejuízos que terceiros queiram e possam lhe causar.
Este é mais um texto tirado do diálogo da série “The Chosen”, quando Mateus procura Jesus para falar da grosseria de Pedro para consigo e que ele nem se dignou a pedir perdão.
- Mateus - Não sei se pronto é a palavra certa.
- Jesus - Sabe, eu amo isso em você. Sempre procurando a palavra certa. Mas, e você? Você está inquieto.
- Se agora não é um bom momento, eu posso...
- Não, por favor, senta aí. Eu estou ouvindo.
- Mestre, para que hoje o Senhor levou o Simão, quero dizer Pedro... acho que não tenho certeza sobre a nova posição dele, o que significa.
- Eu não tenho certeza se ele entende totalmente o que significa.
- Ele ficou quieto o resto do dia. Para mim, devo admitir que essa mudança foi muito bem-vinda. Não sei se o senhor ficou sabendo, mas naquele dia na Síria, o Simão, quer dizer, o Pedro, gritou comigo do outro lado da fogueira. Disse que eu cuspi na fé judaica, que ele nunca esqueceria o que eu fiz com ele, que ele nunca perdoaria.
- Você já pediu perdão?
- Por que, se ele disse que não perdoaria? Não faz sentido.
- Mateus, você não pede desculpas para ser perdoado. Você pede desculpas para se arrepender. O perdão é um presente dado pela outra pessoa.
O Senhor não tem ideia de como ele foi cruel comigo. Talvez saiba e tenha optado por eleva-lo de qualquer forma o que torna ainda mais doloroso.
Tem razão. Houve momentos em que o Pedro foi excessivamente duro com você e isso não agradou ao meu Pai no céu nem agradou a mim.
- Então por que?
- Nem sempre essa é a primeira coisa a ser considerada. Mas eu só te pergunto, quem prejudicou o outro primeiro?
- Eu acho, para resumir, e aceitando o trabalho de Roma...
- Não, sem resumir. De verdade.
- Certo. Dando as costas ao nosso povo e depois espionando Pedro para Quintos e... até ficar a poucas horas de entrega-lo à Roma, possivelmente arruinando a vida da família dele...
- E você nunca se desculpou por isso?
- Não!... eu só... eu quero esquecer dessa época. Da mesma forma que Maria queria esquecer a época dela. E eu quero manter a paz. Pedir desculpa só causaria uma discussão e o grupo já está cansado disso. Já estão discutindo agora mesmo.
- Não tem paz quando dois dos meus seguidores guardam ressentimento no coração, um pelo outro. Você sabe o que deve fazer. Foi um longo dia. Eu vou dormir agora. Boa noite Mateus.
- Boa noite Mestre. Obrigado por me ouvir.
Esta é uma boa lição. Pedir perdão significa que o pedinte está arrependido do mal que fez. Dá o perdão significa um presente que o outro dá ao pedinte, não que seja obrigado a isso.
Só o fato de pedir perdão mostra o arrependimento do mal que foi feito. Isso alivia o sofrimento que o arrependimento do mal praticado traz, mesmo que a vítima negue esse perdão. Neste caso a vítima continuará sofrendo o mal que lhe foi aflingido, com o ressentimento que vem sempre a consciência.
O praticante do mal agora tem a consciência mais aliviada, pois mostrou o seu arrependimento direta e publicamente, se for o caso, à sua vítima.
Mas um texto tirado da série “The Chosen” onde Jesus fala com Nicodemos sobre a necessidade de nascer em espírito para ser capaz da cidadania do Rino de Deus.
- Nicodemos - Como pode ser isso?
- Jesus - O senhor é professor em Israel e não entende essas coisas?
- Estou tentando.
- Eu sei... eu sei... Ouviu isso?
- O que?
- Escute... o que o senhor escuta?
- O vento.
- Como sabe que é o vento?
- Porque eu posso sentir, eu ouço o seu som.
- O senhor sabe de onde ele vem?
- Não.
- Sabe para onde ele vai?
- Não.
- É isso que eu chamo de nascer de novo, do espírito. O espírito pode trabalhar, mas é um mistério para o senhor e embora não possa vê-lo, o senhor pode reconhecer o efeito dele.
- A minha mente não para de pensar em como essas palavras causariam agitação entre os doutores da lei.
- Sim, e sinceramente eu não espero o contrário. Eu falo do que eu sei, do que eu vi. Isso não foi recebido pelos líderes religiosos.
- É difícil de receber.
- Então eu falei pra vocês de coisas terrenas e vocês não acreditaram. Como vou falar de coisas celestiais?
- Eu acredito nas suas palavras. Eu só temo que você não tenha chance de falar muito mais antes de ser silenciado.
- Eu vim para fazer mais do que falar, senhor Nicodemos.
- Milagres?
- Sim, mas ainda mais do que isso. O senhor se lembra de quando os filhos de Israel protestaram contra Deus e contra Moisés no deserto?
- Sim, eles queriam voltar para o Egito e amaldiçoaram o maná que Deus lhes enviou. Eles foram mordidos por serpentes e estavam morrendo. Mas, Deus enviou uma forma deles serem curados.
- Moisés levantou uma serpente de bronze no deserto e as pessoas só precisavam olhar para ela. Assim o filho do homem será levantado para que quem crê tenha a vida eterna.
- O nosso povo não está morrendo de picadas de serpentes, está morrendo com os impostos e a opressão...
- Eu lamento desapontar o senhor. Mas eu não vim para libertar o povo de Roma.
- Então do que?
- Do pecado, da morte espiritual. Deus ama tanto este mundo que deu o seu único filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
- Então isso não tem nada a ver com Roma... isso é tudo sobre pecado?
- Deus não enviou o próprio filho ao mundo para condena-lo, senhor Nicodemos. Ele o enviou para salva-lo. Através dele. É tão simples quanto a serpente de Moisés no poste. Quem acredita nele não será condenado.
Eis uma informação que está sintonizada com as escrituras do Velho Testamento, dos livros escritos por Moisés, de como estava agindo Deus entre o povo com a interpretação dele, que ouvia, entendia, obedecia e escrevia.
Bastante apropriada a lembrança do que Deus mandou construir uma serpente de bronze no deserto para salvar aqueles que procuravam a cura com Deus através de Moisés, que fossem contemplar a serpente elevada, armados com a própria fé na cura que estavam procurando.
Esta é a condição que Jesus está antecipando para Nicodemos. Ele, Jesus, será elevado da mesma forma que a serpente, só que Ele será provado com sua mente fortalecida na fé do Pai, do qual Ele é consubstancial. Essa provação será feita com as tentações que o demônio lhes dirigiu. Foi elevado no madeiro pela maldade e maledicência humana, sem ser portador de nenhum pecado, e estava pronto a servir de iconoclastia para que todos aqueles que se arrependem e procuram salvar suas almas, o procurem no alto da cruz, acreditem nas suas mensagens e passe a se comportar como Ele indicou.
Na série The Chosen tem um diálogo entre Jesus e Nicodemos que merece nossa reflexão.
- Jesus - Obrigado por tentar ajudar Maria.
- Nicodemos - Eu não ajudei em nada.
- O senhor tinha que está lá.
- Eu??? Para que fracassasse miseravelmente naquele exorcismo?
- Se o senhor não estivesse lá nesse dia, estaria aqui hoje a noite?
- Eu não sei por onde começar. Tenho tantas perguntas...
- Vamos nos sentar primeiro.
- Sim, é claro... muitos pregadores errantes conseguiram atrair multidões com a retórica e o tom enérgico.
- Eu mesmo já ouvi alguns ao longo da vida.
- Então conhece o tipo. Mas eu nunca ouvi algum dizer a um paralítico se levantasse e andasse, muito menos que isso acontecesse.
- E qual é a sua conclusão?
- Eu acredito que você não está agindo sozinho. Ninguém pode fazer os sinais que você faz se Deus não estiver com ele.
- E como essa crença está sendo aceita na sinagoga?
- Ah... (risos)
- É por isso que estamos aqui a essa hora. O que mais?
- O que veio nos mostrar?
- Um Reino.
- É com isso que nossos governantes estão preocupados.
- Não. Não desse tipo.
- Então o que?
- Um tipo de Reino que a pessoa não pode ver. Na verdade, eu te digo, que aquele que não nascer da água e do espírito não pode entrar no Reino de Deus. Aquele que nasce da carne é carne, mas aquele que nasce do espírito é espírito. É isso que é sua parte, que deve nascer de novo, uma nova vida.
Depois de ensinar sobre a existência do Pai universal e da vontade que Ele tem de cada um dos seus filhos amar ao próximo como a si mesmo, vem a terceira parte completando uma trindade de estudos: o Reino de Deus.
Esta proposta do Reino de Deus que Jesus veio anunciar que já estava próximo a sua existência real a partir de incorporar os seus princípios dentro dos nossos corações, desde que cada um de nós façamos a devida limpeza do egoísmo selvagem que ainda habita dentro de nós.