Encontrei nas redes sociais um vídeo do @cortesdolacombe que merece a nossa atenção...
Está em discussão sorrateira no Senado, com apoio do Rodrigo Pacheco, uma proposta que praticamente cria um novo Código Civil no país. Isso pode promover uma revolução trágica que abriria as portas para o aborto, para a ideologia de gênero e mudaria na legislação o conceito de família e de pessoa.
Na semana passada uma comissão de juristas formada pelo Senado, apresentou um anteprojeto para mudar o Código Civil que está aberto para receber emendas apenas até sexta feira. Depois disso o documento começa a tramitar. Eu vou citar aqui algumas das mudanças mais graves que estão previstas.
O Código Civil atual protege os direitos do nascituro. O que é proposto agora, diz, com todas as letras que criança no ventre da mãe não é vida. Bebê em gestação passaria a ser definido como “...potencialidade de vida humana pré-uterina ou uterina”.
Isso introduz no Código Civil a noção de que o bebê antes de nascer não teria vida humana. Isso derruba qualquer limite para que outros códigos, como o Código Penal aceite o assassinato de bebês, de seres humanos indefesos, inocentes.
A proposta também reconhece uma “...autonomia progressiva de crianças e adolescentes, que devem ter considerada a sua vontade em todos os assuntos a eles relacionados, de acordo com sua idade e maturidade”.
Isso abriria caminho por exemplo, para facilitar procedimentos, cirurgias, mudança de sexo, sem a autorização dos pais.
Tem também a previsão de que o pai perderá na justiça sua autoridade parental se submeter o filho a qualquer tipo de violência psíquica. Só que não é definido o que pode ser classificado como violência psíquica.
A proposta reduz a humanidade das crianças em gestação a uma mera potência, mas confere grande dignidade aos animais de estimação. Eles passariam a compor o entorno sociofamiliar da pessoa. Seria o reconhecimento legal do que se tem chamado de “família multiespécie”.
Também falam do conceito de “sociedade convivencial” que abriria caminho na legislação brasileira, por exemplo, para uniões poliafetivas ou poligamia.
Dizem que é uma revisão, uma atualização do Código em vigor, mas são tantas mudanças que o site do Senado já chamou o projeto de “Novo Código Civil”.
O documento tem mais de mil páginas produzidas em poucos meses. A Gazeta do Povo tem matéria sobre o assunto e também excelente editorial. Quem for assinante vai entender melhor o perigo que está diante de nós, nas nossas costas. É no direito civil que são estruturadas todas as relações estabelecidas entre as pessoas, do nascimento até a morte, e definidos do ponto de vista legal os conceitos de pessoa, casamento, família, propriedade...
Mudar o Código Civil, fazer grandes alterações, isso é muito raro. No Brasil, até hoje só teve dois códigos civis. O de 1916 e o atual que é de 2002 e que começou a ser discutido na década de 1960.
As grandes democracias tratam com muito cuidado, muita cautela, qualquer tentativa de revisão. Fazem consultas públicas, debatem, debatem com muita calma, envolvendo parlamentares com visões das mais variadas.
França e Alemanha, por exemplo, fizeram pequenas modificações recentemente, depois de mais de 10 anos de discussão. Agora, aqui no Brasil, o Rodrigo Pacheco tem pressa, o Luiz Felipe Salomão, que é ministro do STJ, preside a comissão que rabiscou o novo Código, tem pressa. A abertura para sugestões sobre o anteprojeto foi feito na semana passada e termina agora, como eu disse, na sexta-feira. Duas semanas apenas para a sociedade discutir o documento. E por que? Para não chamar a atenção, para evitar a resistência da bancada conservadora que tem a obrigação de barrar esse projeto.
Leiam a matéria da Gazeta do Povo: aborto, ataque à família, identitarismo... Novo Código Civil é bomba ideológica prestes a tramitar sem alarde no Senado.
E leiam também o editorial do jornal, cujo título é: “Um novo Código Civil ao gosto de Lula”.
O que estão querendo é transformar integralmente o Código Civil para revolucionar a sociedade brasileira.
Eu vou ler um trecho do editorial da Gazeta: “Uma veloz locomotiva, governada por um Lula em terceiro mandato, segue orientada a revolucionar e destruir os alicerces mais importantes para a família brasileira. À frente da locomotiva, diferentes companheiros no Executivo, Legislativo e Judiciário priorizam a bandeira do aborto. A máquina mortífera tem pressa”.
Só mesmo a pressão de todos nós da sociedade pode barrar essa desgraça. Os congressistas comprometidos com valores morais, com a dignidade humana, com a vida... eles precisam reagir.
Fica uma grande interrogação com esse comportamento dos nossos congressistas. Qual a importância de elegermos pessoas que assumem compromissos que não tem nada a ver com seus eleitores? Que firmam estratégias para aprovar seus interesses, contrários aos interesses da coletividade, sem que esta possa se manifestar? Não estamos colocando adversários de nossos interesses em posição de poder? Como podemos evitar isso? Isto não parece um desafio importante e emergencial que devemos enfrentar com coragem e sabedoria, em defesa da vida com dignidade?
Ficamos reféns, enquanto nação, das instituições que se tornaram cooptadas pelas falsas narrativas esquerdistas. Agora, projetos e aplicações totalitárias são vista cada vez mais frequentes e mais contundentes. O país troca os princípios democráticos práticos pela narrativa democrática autoritária. Quem tem condições de fazer uma observação livre de preconceitos ideológicos sobre a nova realidade que surge percebe que os fatos não são coerentes com as narrativas e se já tiver se formado na consciência uma crença na narrativa falsa, surge a dissonância cognitiva. Para a maioria dos cidadãos que não tem compromisso com as iniquidades que geram as falsas narrativas, a crença falsa é destruída para a consciência se tornar coerente com os fatos. Isso justifica a dissonância nacional, onde um presidente eleito pelas instituições corrompidas é totalmente desprezado e xingado pela grande maioria da população que tem a consciência corrigida pela realidade dos fatos. Para mostrar a consequência de tudo isso que estamos relatando aqui, vamos colocar um vídeo que está circulando nas redes sociais...
Olá, meu nome é Gabriela Ritter, sou presidente da ASFAV, Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro e filha de um preso político que foi condenado sem provas pelo Supremo Tribunal Federal.
Na semana passada, uma pesquisa do Datafolha comprovou que a grande maioria da população brasileira sabe que não aconteceu nenhuma tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro. E mesmo assim, o Supremo Tribunal Federal vem condenando, sem provas, pessoas idosas, trabalhadoras, a penas injustas.
Além disso, os presidentes das duas casas do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco e o deputado Arthur Lira, estão postergando a tramitação do processo de lei de anistia que já foram protocolados.
Enquanto o parlamento segue inerte, pessoas inocentes estão sofrendo e morrendo. Por isso, atendendo a pedido, a ASFAV está lançando uma campanha para a aprovação de um Projeto de Lei de anistia para os presos políticos do 8 de janeiro.
Esse Projeto de Lei quando aprovado receberá o nome de lei CLERISTON DA CUNHA, em homenagem ao Clezão, preso político, esposo da Jane e pai da Luiza e da Késia, morto no presídio da Papuda por culpa do ministro Alexandre de Morais.
O Projeto de Lei, de iniciativa popular, é um instrumento pelo qual a população expressa o seu desejo. E além de ter uma tramitação em regime de urgência, consegue exercer uma pressão política imensa sobre os parlamentares para que se respeite a vontade do povo.
Por isso, precisamos do seu apoio. Temos que coletar pelo menos 1.600.000 assinaturas. Essas assinaturas deverão ser realizadas de forma física em um formulário que nós vamos fornecer e que sejam enviados para que nós possamos conferir, catalogar e levar ao parlamento.
Caso você deseje ser o responsável pela coleta das assinaturas na sua cidade, ou deseje tirar alguma dúvida sobre o Projeto, entre em contato para mais informações pelo número desse WhatsApp (61) 98126-2677.
Siga também as redes sociais da ASFAV, acompanhe o nosso trabalho e vamos juntos lutar pela liberdade e pela justiça do nosso país.
Este é mais um fato que comprova o que discutimos no início: uma grande maioria da nação dominada pelas instituições corrompidas. O Brasil profundo que sai da dissonância cognitiva e enche as ruas de todos os estados do país, tem os seus membros, pessoas pacíficas, crentes e patriotas, presas às centenas como animais selvagens, independente de sexo, idade, ou provas que justifiquem tal ato.
Chegamos a um ponto que não temos a quem apelar dentro das instituições que criamos para a defesa de nosso país, da nossa liberdade coletiva e individual. Apenas nos resta a última instancia que muitos pensam ser o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Esta é a última instância material, mas nós, filhos de Deus, crentes em Sua existência e que queremos fazer a Sua Vontade, possuímos o Supremo Tribunal de Justiça Divina (STJD). Estamos apelando ao Supremo Juiz, depois de nos sentirmos frustrados em apelar por tantas instituições “democráticas” criadas por nós. Sentimos a dor e o sofrimento na carne e no espírito por não renegar nossas convicções que estão sintonizadas com o Pai. Podemos ser cancelados socialmente, presos injustamente, assassinados covardemente, mas entendemos tudo isso como o moderno martírio que os filhos de Deus devem passar por esse momento. Seremos os novos mártires do cristianismo cujo sangue regará a terra brasileira que irá se tornar a “Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo”.
Ave Cristo! Os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam.
Reproduzo aqui a fala do Deputado Federal Gustavo Gayer no Parlamento Europeu sobre a ditadura aplicada no Brasil e publicado no Youtube no dia 10-04-2024, com 411 mil visualizações em 14-04-2024.
Primeiro, acho que está em ordem expressar nossa gratidão aos senhores Rob e Hermann por nos darem espaço para falar sobre a situação grave que está acontecendo no meu país. Temos tentado nos últimos 3 a 4 meses encontrar pessoas de bom coração, pessoas que amam a liberdade, a democracia, para nos ajudar a mostrar ao mundo a situação terrível que o maior país democrático na América Latina está em baixo neste momento.
Então, expresso aqui nossa gratidão e eu estou certo que falo em nome da vasta maioria do povo brasileiro que ama a liberdade e ama a democracia. Que nós estamos nisso por causa desta ação generosa.
Antes de começar, eu acho que devo perguntar a todos que estão aqui presentes, hoje, para um pequeno exercício de imaginação.
Eu vou descrever algumas características de um país da América Latina, e eu gostaria que você tentasse descobrir de que país estou falando.
Este país que temos agora. A justiça, tornando a oposição inelegível, retirando-lhes os direitos políticos. Este país possui membros titulares do Congresso Nacional sendo presos por suas opiniões. Há perseguição para quem busca transparência nas eleições. Há criminalização total de um lado do espectro político. A mídia se tornou completamente controlada pelo judiciário. Uma pessoa decide o que pode ser dito e o que não pode ser dito. E se você desafiar essa pessoa, você vai para a prisão. Uma pessoa decide que é vítima de perseguição, mas ele é também quem investiga. O investigador é o acusador e ele é o juiz. E é ele quem sentencia aqueles que desafiam suas palavras. E há centenas e centenas de presos políticos.
Muitos de vocês podem estar pensando que estou falando da Nicarágua, talvez de Cuba, ou talvez Venezuela. Bem, não é segredo para a reunião que nós estamos tendo aqui hoje. Estou falando do Brasil.
Sim, não estou falando sobre ditaduras conhecidas da América Latina. Estou falando do maior país “democrático” da América Latina.
Podemos ir direto ara a cadeia
Antes de virmos para esta viagem, para esta missão, nós tivemos uma conversa na qual dissemos que, talvez exista uma grande chance de que no momento em que pisarmos novamente no Brasil, podemos ir direto para a cadeia.
Mesmo no aeroporto vindo para cá, lembro de conversar com Bia (Kics). Estávamos com medo de sermos detidos antes de sair do país. E a razão para isso é porque no mesmo dia que estávamos no aeroporto vindo ara cá, tivemos o escândalo “Twitter files Brazil”.
Não sei se vocês tiveram a chance de investigar isso, mas Elon Musk publicou a troca de e-mails entre ex-funcionários do Twitter, antes de Elon Musk assumir o Twitter, onde Alexandre de Moraes encomendou que o Twitter censurasse todos os políticos de Direita e excluísse postagens, excluísse perfis e os forcou a excluí-los. Mas, sem dizer que era uma ordem judicial. Que deletasse dizendo que era em razão da política interna da empresa.
Agora, há uma pergunta que continuo fazendo, e ninguém é capaz de me explicar ou me dar uma resposta certa. Por que é que a Venezuela é considerada uma ditadura em todo o mundo, até mesmo pelos esquerdistas, mas o Brasil não é. Quando o que está acontecendo no Brasil é ainda pior do que está acontecendo na Venezuela?
Por que é que Alexandre de Moraes fazer o que faz é defesa clara da democracia e do Estado de Direito? Mas quando é Maduro que faz o que faz é ditadura?
Isso é algo que eu não consegui encontrar uma pessoa para me explicar. Uma pessoa.
Na Venezuela nós temos Instituições, certo? O que torna um país democrático? Ao longo da história da humanidade, nós estabelecemos dispositivos e instituições com um objetivo em mente. Para ter a certeza que a tirania não aconteceria novamente. Estou certo? Mas a tirania é como um vírus. Eles sempre encontram uma maneira de se adaptar e usar tudo o que foi implementado, para garantir que tudo funcione, para voltar ao poder novamente. E eles estão aprendendo a fazer isso. Até com as nossas instituições, com a Suprema Corte, o judiciário, o parlamento, o executivo tudo.
Eles conseguiram encontrar uma maneira de se adaptarem novamente. O Brasil, hoje, talvez, o campo de batalha para este novo tipo de ditadura. Uma ditadura que se identifica como uma democracia, porque, hoje em dia, nada é o que realmente é. Este é o mundo louco em que vivemos. Chamamos isso de democracia trans. Uma democracia que se identifica como uma democracia.
O Brasil é hoje, um experimento. É um laboratório de como implementar uma ditadura disfarçada de um país livre, de democracia. E se der certo no Brasil, se não cometerem erros, será bem-sucedida em todo o mundo.
E eles já estão experimentando o que está acontecendo no Brasil. E o Brasil é um dos maiores países do mundo. É o maior país da América Latina. É o maio país cristão na América Latina. Não posso deixar que o meu país, o país dos meus filhos, dos nossos filhos, se transforme numa ditadura sem lutar.
E não tenho mais medo de ser preso. Entreguei minha vida a Deus, honestamente. E a mesma coisa digo aos meus colegas que estão aqui hoje: Ricardo Salles, Pollon, Júlia Zanatta, Bia, Eduardo Bolsonaro... nós sabemos que há uma grande chance de estarmos aqui e voltar para o Brasil será um risco.
Sabemos que há uma grande chance de perdermos nossa liberdade, mas não nos importamos em perder a nossa liberdade enquanto lutarmos pela liberdade da nossa futura geração do povo do Brasil.
É por isso que eu realmente quero agradecer novamente, senhores, Rob e Hermann, por nos dar este espaço, por ouvirem o que temos a dizer.
Não sei se teremos que viajar pelo mundo com esta mensagem, mas não podemos deixar o Brasil virar uma ditadura. E quando eu digo tornar-se é ser reconhecido como um, porque já é.
Temos aqui, hoje, um jornalista, Sérgio Tavares, jornalista de Portugal que foi ao Brasil fazer cobertura, protestar contra o que está acontecendo no Brasil. E ele quase foi preso no aeroporto. As perguntas que a Polícia Federal fez a ele foram: “o que você acha do Alexandre de Morais? Você gosta da Suprema Corte? Em quem você votou?”
Agora pergunto novamente, esta é uma questão que um país livre, um país democrático, perguntaria a um jornalista? Acho que nem na Venezuela você seria detido no aeroporto e responderia perguntas tão idiotas. Mas isso aconteceu com ele. E ele voltará para o Brasil em breve para falar sobre isso. Espero que não seja preso no aeroporto.
Então, por favor, estamos clamando por ajuda ao mundo, pelo amor e pelas pessoas no mundo amantes da liberdade. Por favor, prestem atenção ao que está acontecendo no Brasil. E marquem os rostos desses parlamentares que estão aqui hoje. Há uma chance de os nossos rostos estarem no jornal, em breve, atrás das grades.
Nós podemos ser presos, mas nossos filhos não.
Obrigado!
Esta é uma realidade que poucos veem dentro de nosso país. Em qualquer setor institucional, quer seja escolas, clero, academia, tribunais... parece uma infecção viral ideológica cujo tratamento é a pessoa perceber a dissonância cognitiva entre o que crer e o que a realidade mostra. Mas a maioria institucionalizada está como hipnotizada, seguindo como um na manada em direção dos chavões enviesados da realidade que aceitaram e consolidaram como verdade indestrutível.
Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.
15 – Existe algum inconveniente no conceito moderno de “escuta”?
Na perspectiva moderna de “escuta”, a Igreja deixa de ser a Mãe e Mestra que transmite os ensinamentos de Cristo pela voz de seus pastores (Quem vos ouve a vós, a mim me ouve – Lc 10,16), e se torna uma Igreja que escuta, dialoga e se questiona, sem hesitar em discutir verdades consideradas indiscutíveis. Diz o Vademecum: “Escutar é o primeiro passo, mas precisa de uma mente e de um coração abertos, sem preconceitos”. E acrescenta: “O primeiro passo para escutar é libertar a nossa mente e o nosso coração dos preconceitos e estereótipos”. Mais adiante, comemora: “O Processo Sinodal dá-nos a oportunidade de nos abrirmos à escuta de forma autêntica, sem recorrer a respostas prontas ou a julgamentos pré-formulados”.
Deve-se notar que, no texto citado, o Cardeal Grech afirma que o discernimento de um bispo não consiste em verificar se o que o povo de Deus diz coincide com o que ensina a Revelação, mas o contrário: trata-se de entender o que o povo diz, e depois considera-lo como palavras do Espírito Santo.
A Igreja Católica sempre ensinou o contrário. Tomando como base as verdades da fé conhecidas por meio da Revelação e da Tradição. Ela as aplicou à vida concreta, de acordo com as circunstancias de tempo e lugar, a fim de iluminar e guiar as almas à sua eterna salvação. O Sínodo sobre a sinodalidade tende a fazer o oposto: partir de situações concretas para elaborar uma política pastoral e uma disciplina adequada. Tal método pressupõe uma concepção “historicista”, que não parte da Verdade revelada, mas de uma situação histórica concreta à qual a Igreja deve se adaptar.
A história mostra um repertório imenso de iniquidades praticadas pelo ser humano: guerras, fome, pestes, etc. Os ensinamentos do Cristo trouxeram uma nova forma de vida, de relacionamentos interpessoais, trazendo valor e dignidade à vida. Foram construídas cidades, hospitais, universidades e até estados com base nessa filosofia, mesmo que trouxesse em seu bojo as fragilidades humanas, de não conseguir promover um comportamento bem sintonizados, integralmente, com a proposta divina. Mas, enfim, foi uma injeção de harmonização para a humanidade em busca de um reino gerido pela verdade, fraternidade e justiça social, sem depender de guerras, conflitos ou revoluções.
É este ensinamento que hoje a própria Igreja, contaminada pelo pensamento moderno, iluminista, reformador, pretende mudar radicalmente para fazer o oposto do que fazia antes, pela Tradição.
Como aceitar tal mudança, nós que estamos sintonizados com o Cristo? Essa Igreja que hoje está nesse avançado processo de transformação, de deterioração moral, pode mudar todos os seus princípios, mas nós, cristãos convictos, não podemos seguir, tal mãe desfigurada.
Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo III do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.
14 – Existe um sentido tradicional de “escuta” por parte dos pastores?
Sim. Não há dúvida de que um bom pastor deve ouvir suas ovelhas para entender sua situação espiritual e suas aspirações. Entretanto, hoje a “escuta” significa a obrigação de estar em sintonia com as ovelhas. O critério de avaliação deixa de ser a Verdade revelada e a retidão de consciência, e passa a ser a aceitação das aspirações dos fiéis.
Escutar para ensinar ou escutar para aprender? Esta é a encruzilhada que devemos escolher. Eu aprendi do mestre Jesus, através de todos os irmãos que escreveram, traduziram e ofereceram a oportunidade desse conhecimento. A minha consciência, amparada pela lógica, coerência e bom senso, reconheceu que o Caminho da Verdade revelada é a melhor forma de conduzir a minha evolução em direção a Vida eterna na intimidade com o Pai. Para fazer isso, tive que desalojar do meu coração todo egoísmo que tem o potencial de prejudicar o próximo. E mais ainda, tenho que inverter o caminho de minhas motivações de base egoísta, para ajudar ao meu próximo que está confuso ou hipnotizado pelas benesses de caminhos de portas largas, cheios de prazeres materiais, carnais, mas alicerçado em prejuízos individuais e coletivos ao próximo.
Alcançando este nível de consciência, posso me considerar um tipo de pastor de pessoas que estão desgarradas deste Caminho estreito por não perceberem ainda o seu valor existencial. Para ajudar essas pessoas, devo entrar em contato, em comunicação, nos conhecermos mutuamente. Estou de posse de um conhecimento que considero importante para a vida de qualquer ser criado pelo Pai e que meu interlocutor ainda não teve a oportunidade de avaliar, vive num mundo materializado, sem a devida perspectiva espiritual, com valores de forte conteúdo egoísta chegando a margem da criminalidade. Como agora vou escutar essa pessoa com a intensão de aprender dela, de sintonizar com ela, de desprezar o que tanto venero aprendido pelo Cristo?
Percebo assim um forte divisor, de água e óleo: os ensinamentos do Cristo e os ensinamentos do mundo. Quem é professor de quem dentro desse relacionamento? Para mim, sou eu, que estou de posse da Verdade revelada pelo Cristo e que tenho como missão “pescar” pessoas de boa índole, que não estão consolidados dentro do egoísmo, da mentira, das falsas narrativas. Por outro lado, eu vou ser alvo da tentativa de cooptação aos interesses mundanos, à vaidade, ao orgulho, ao poder, aos prazeres da carne. É este embate que vai definir quem vai ser professor de quem.
Pelo que apresenta todo o processo de construção da sinodalidade com essa disposição de escutar o “povo de Deus”, isso aponta que a Igreja, através dos seus atuais líderes, capitulou aos desejos mundanos. Não é mais o Cristo que vai trazer as ovelhas ao redil do Pai, e sim as ovelhas, o “povo de Deus” que vai trazer os pastores ao mundo, à perdição.