Chegamos no Templo de Jerusalém no momento que se processava o ritual dos sacrifícios, com uma multidão presente à leitura de Levíticos. Os animais de maior porte já chegavam abatidos diante do altar, e as oferendas menores, como as aves, eram mortas ali mesmo e ficavam expostas junto com a farinha para os pães da oferenda.
Procurei falar com um homem que parecia ser um levita e perguntei se por acaso ele conhecia ou ouvi falar de um jovem chamado Jesus, filho de José e Maria, vindos de Nazaré. Ele disse que não conhecia, e procurei ir em alguma banca trocar o ouro que levava por moeda corrente. Senti que a troca não foi justa, e lembrei do que estava escrito nos Evangelhos sobre a honestidade desses cambistas que negociavam no Templo.
Já sentindo cansaço, sentei num degrau da escadaria do Templo, perto de um jovem que estava sentado no mesmo degrau. Passou por nós uma jovem que depois vim a saber que se chamava Sara, mercadora de essências e conhecida como alguém que levava uma vida desregrada. Ela percebendo a formosura do jovem que estava sentado ao meu lado, se dirigiu a ele com gestos insinuantes e pude ouvir que ela se oferecia declaradamente em busca do amor que ele pudesse lhe oferecer. Mas o jovem se mostrou por inúmeras vezes não se sentir seduzido por suas propostas, dizendo “Hoje, não. Mas algum dia... Talvez sim”. Finalmente, irritada ante a negativa daquele moço, retirou-se, gesticulando de forma descontrolada.
Observei que mesmo os serviços do Templo tivessem sido iniciados, muitos sacerdotes e levitas continuavam chegando e se detinham um pouco, curiosos, frente ao jovem que continuava sentado ao meu lado. Um desses sacerdotes, mais curioso, reconhecendo nele alguém da Galiléia, por seus cabelos longos, cacheados e repartidos no meio, perguntou de onde ele era e o que fazia ali na Judéia. O jovem respondeu de forma que deixou tanto o sacerdote quanto a mim imantados em suas palavras: “Sou de Nazaré, e passo aqui para cumprir uma missão dada pelo Pai que está nos Céus”.
O sacerdote visivelmente irritado, disse que não tinha entendido, como ele podia dizer que tinha uma missão de implantar uma obra divina? Não sabia que isso era uma blasfêmia? Disse o seu nome, Hanã, que era o Sumo Sacerdote, e, se Deus tivesse de dar alguma atribuição a alguém, certamente daria a ele, e não a uma pessoa que se mostra despreparado. Poderia fazer isso sozinho? Quem o auxiliaria nessa missão?
O jovem compreendeu a irritação de Hanã e respondeu sem alteração: - Sacerdote, meus colaboradores serão enviados pelo Pai e virão de todos os lugares, e serão aqueles que trarão a boa vontade e o amor. Concluiu dizendo que conhecia o amor e a paz e trazia consigo o desejo ardente de fazer a vontade dEle que está nos Céus.
Hanã, impressionado e ao mesmo tempo irritado, dirigiu ao jovem um olhar de profundo desprezo e começou a subir as escadas do Templo. De repente voltou-se para trás, e em tom bastante áspero, perguntou: - Qual é o teu nome, Galileu?
- Meu nome é Jesus, respondeu o jovem.
Acompanhando Jesus na sua época para trazer seus ensinamentos com mais clareza e pureza para a nossa época atual, vou me deparar com dificuldades que já sinto em minhas atividades. As pessoas têm dificuldades de fazer o trabalho necessário para a busca do conhecimento, do entendimento mais amplo, da modificação interior para a evolução do Espírito. Preferem ficar em busca dos prazeres da carne e da cura de suas mazelas corporais, de forma passiva, atrás de um milagre que traga benefícios principalmente materiais. Leem as Escrituras preocupadas com o formato das letras sem se atentar para o conteúdo espiritual. Ficam entrincheiradas em seus castelos religiosos, defendidos por dogmas e preconceitos que permitem o conflito com outros castelos belicosos, cada um pensando que o seu caminho é o certo e o outro é que está errado.
Estou numa condição privilegiada para fazer essa viagem no tempo. Já estudei bastante sobre o Mestre Jesus, procuro seguir suas lições de forma mais honesta possível, acima de qualquer preconceito ou cultura contraditória, por isso transformei a hierarquia de maior importância da família nuclear para a família universal, do amor condicional, exclusivo, para o amor incondicional inclusivo. Estou trabalhando dentro de uma universidade que tem como missão a procura pela verdade, pelo ensino e pela extensão de levar aprendizado acadêmico para dentro da comunidade. Nasci dentro do Brasil, o pais que foi evangelizado pelos portugueses e que hoje está designado para ser a “Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo”.
Já reconheci a importância dos Templários para a proteção dos cristãos na época medieval, a sua continuidade em Portugal com outra denominação: “Ordem de Cristo”. Dessa linhagem de cavaleiros dispostos a defender a fé cristã e evangelizar o mundo, se alia o meu pensamento para dar continuidade a partir do Brasil, neste projeto.
Por esse motivo fiquei muito entusiasmado com a oportunidade de fazer essa viagem no tempo para Jerusalém e trazer de lá subsídios obtidos com o próprio Mestre, para que eu possa orientar a minha narrativa e acoes sem distorções materialistas dos meus confrades.
Procurei ajustar minha aparência aos judeus da época, conforme meu amigo orientou, e levar algum ouro para trocar pelos itens necessários à minha permanência na região.
Roguei a Deus pela proteção que iria necessitar, entrando em terra tão diferente da minha e com tantos conflitos envolvendo os judeus com o Império Romano que administrava a região.
Entrei com meu amigo judeu em Jerusalém no ano 3.790 do calendário judaico que corresponde ao ano 29 da era cristã. Nessa época o rei da Judeia era Herodes Ântipas, filho de Herodes, o Grande. O prefeito da província romana era Pôncio Pilatos, o sumo sacerdote, Caifás, e o chefe dos fariseus era Nicodemos.
A mentira é a principal arma do demônio, pois tenta nos prejudicar disfarçando com a promessa de um benefício um malefício que vai ser implantado. Lembro o que aconteceu na Revolução Francesa, onde os revolucionários empunhando uma bandeira com o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade promoveram um verdadeiro banho de sangue naquele país e que influenciou negativamente até hoje, diversos outros países, com o mesmo lema ou similares, a provocar as mesmas revoluções à base de mentiras pelo mundo afora.
Mas existem situações onde queremos fazer realmente o Bem, mas os meios disso ser alcançado podem trazer desconforto emocional às crenças de determinadas pessoas do nosso mais alto afeto. Para evitar esse desconforto, esses meios podem ser disfarçados de outra forma, contanto que o benefício seja alcançado sem a nossa pessoa querida passar pelo constrangimento com suas crenças.
Portanto, peço licença aos meus leitores para usar “mentiras benéficas” para trazer com mais pureza, profundidade e significado as lições que Jesus trouxe há 2 mil anos e que hoje sofre fortes dissensões, muitas vezes com violência, entre as pessoas que acreditam em suas palavras e querem aplica-las na realidade de acordo com suas próprias interpretações.
Sei que ao fazer isso irei apresentar mais uma narrativa do que aconteceu com o Mestre no passado e como podemos aplicar seus ensinamentos com a maior eficácia em nosso mundo atual. A diferença é que não irei fazer narrativa alternativa com base no que outros escreveram, mas sim com o que vivenciei pessoalmente nos momentos dos fatos, com os próprios personagens, com Cristo e seus apóstolos, as pessoas que se relacionavam e com o entorno ambiental, político e cultural.
Isso tudo é porque vejo uma discrepância entre o que Jesus disse e o que está acontecendo. Ele disse que toda a humanidade iria se converter à Verdade que anunciava, que o Reino de Deus havia chegado, que poderíamos abriga-lo em nosso próprio coração, construir a família universal e difundir o Reino do nosso coração para a comunidade, fazendo a vontade do Pai. Neste ponto, a humanidade seria um só rebanho conduzido por um só pastor.
Acontece que entre nós, cristãos, não reina a compreensão e entendimento. Alguma coisa está errada e por isso é necessária uma narrativa mais próxima a mensagem real que o Mestre deixou para despertar a necessidade de união. É importante não se importar com a embalagem com a qual levemos a mensagem do Mestre, mas sim com o seu conteúdo.
Lembro que já vou levar comigo a lição mais importante para promover essa união: considerar Deus como o Pai, o Criador de tudo que existe, e que é de Sua vontade que amemos os nossos irmãos da mesma forma que nos amamos. Esta á a pedra angular para a construção deste Reino de Deus, dentro e fora de nós.
O Frei Tiago de São José postou um vídeo no Youtube há 3 semanas desta data com o título “A Batalha espiritual e a falsa religião RCC: Carismáticos contra São Miguel”. Respeito muito as colocações do Frei Tiago, pois vejo nelas muita coerência. Neste vídeo vejo a oportunidade de confrontar a minha narrativa com a narrativa do Frei, como forma de aproximação da Verdade e reflexão para todos que visitam esse espaço literário. Vejamos esta 1a. parte: Discernimento.
A grande maioria das pessoas está de acordo que existe uma luta entre o Bem e o Mal. São poucas as pessoas, relativistas, que dizem que o Mal não existe, ou que não existe uma luta, mas simplesmente alguma dificuldade que não chega a ser uma batalha a ponto de ser dito que o Bem está lutando contra o Mal, e o Mal está tentando destruir o Bem. A maioria das pessoas percebe isso.
O que as pessoas não percebem é onde exatamente está o Bem e onde vamos identificar a presença do Mal. Isso é algo que a Igreja sempre nos ensinou, mas que a pessoas perderam essa noção. A gente precisa novamente entender o que é isso, qual é esse discernimento espiritual. Saber que isto está do lado de Deus, isso está do lado do Mal.
Há certo tempo, eu tinha dificuldade de entender como que os homens maus estão muito bem coordenados com os demônios para destruir o projeto de Deus. Eu pensava sobre isso e li em alguns lugares, Santo Tomás de Aquino, Santo Agostinho, outros padres da Igreja, que mostram bem o seguinte: os homens às vezes não sabem, ou não se dão conta, mas os demônios sempre trabalham com o objetivo de utilizar das pessoas.
Vamos partir deste princípio: os demônios conhecem as pessoas, sabem o que elas estão fazendo, percebem quais são as intenções e eles então se organizam e falam assim – vamos trabalhar com isso, vamos trabalhar com aquilo.
Na própria Escritura percebemos algumas passagens que falam dessa Batalha Espiritual. Santo Eliseu estava ali diante de um exército inteiro de cavaleiros que vinham cercar a cidade e combater. E aquela pessoa que estava com Santo Eliseu olhou para aquilo e falou: - olha, estamos perdidos, pois são muitos, não vamos conseguir vencer.
Então Santo Eliseu falou para essa pessoa: - Senhor, abre os olhos dela para que ela veja.
Imediatamente o Senhor abriu os olhos do servo, e este viu o monte cheio de cavalos e carros de fogo ao redor, por trás daqueles cavaleiros, um exército que estava ali com a luz de Deus para combater em nosso favor.
Santo Eliseu então explicou que estava dessa forma em maior número do que eles possuíam.
Neste sentido devemos perceber que assim como os demônios aproveitam de tudo para poder causar o mal, enfermidades, problemas, dificuldades e mesmo a perda das almas, tem também Deus, o exército dos anjos a trabalhar no sentido da informação, do conhecimento, da Luz, da cura, da redenção e tudo que colabora para a salvação das almas. Tem os dois lados, não é apenas um, mas tudo coordenado, e isso às vezes não é percebido. Se pensa que o Mal só está nas pessoas, infelizmente é como pensa a maioria das pessoas. Pensam que o Mal é somente aquele que mata, que rouba, que faz uma ação injusta. Se diz que aquele homem é do Mal, o resto é do Bem, e não é verdade.
Este discernimento entre o Bem e o Mal é fundamental para a formatação dos exércitos que vão entrar no campo de batalha. Tenho observado que existem muitas pessoas boas, de boa índole, mas estão militando no exército do Mal sem conseguirem perceber as acoes do Mal ao redor. Tenho uma pessoa amiga que mora em Brasília, que sei de sua honestidade e boas intenções, mas não consegue ver as ações perversas do Mal, em prender centenas de pessoas de uma só vez, enchendo homens, mulheres, idosos, crianças, todos armados de Bíblia na mão e vestidos com as cores da nação. Essa pessoa não consegue discernir entre o Bem e o Mal. O que está faltando?
A Egrégora é uma estrutura arquetípica, desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Jung (fundador da psicologia analítica), que habita no inconsciente coletivo da humanidade. É um termo originado do grego, egrêgorein, que significa velar, vigiar. Designa o antigo costume de concentrar o povo em uma assembleia com a mente voltada a determinado objetivo, muito utilizado em situações de guerra ou de importância vital.
É um costume que pode ser resgatado no atual momento político do nosso país, para sairmos das ameaças das sombras, uma verdadeira guerra espiritual contra a nossa liberdade.
A teoria da Egrégora fundamenta-se nas entidades chamadas egrégoros, que são centelhas de energia espiritual, que são manifestações das mentes das pessoas congregadas em estreita união, e na crença que elas podem influenciar o mundo físico.
Essas entidades estão presentes em todas as coletividades, nas simples associações e principalmente nas assembleias religiosas.
Jesus incentivou a formação de uma Egrégora quando disse que estaria presente quando duas ou mais pessoas estivessem reunidas em seu nome.
Todos os agrupamentos humanos geram seus egrégoros particulares, nas associações de pessoas em que as energias físicas e espirituais dos indivíduos são eliciadas para trabalhar por um resultado.
A ideia que está no centro dessa crença é a de que quando um grupo se reúne e promove sinergia, a energia que é gerada por essa comunhão de pensamentos forma uma espécie de corrente que influencia o meio em que ela atua e dá efetividade ao trabalho.
Dessa forma, egrégoros podem ser vistos como esferas de energia, emanadas dos indivíduos agrupados e ligados mentalmente por um objetivo comum. São como átomos que se agrupam e formam uma corrente de energia, que favorece os objetivos do grupo e também a cada um dos indivíduos pessoalmente. As orações comunitárias, os momentos de reflexão e concentração, tudo são estratégias usadas para eliciar a energia do grupo.
No Espiritismo esse conceito é conhecido pelo nome de formas-pensamento, ou seja, ideias projetadas pela mente humana e materializadas no mundo espiritual como entidades que sobrevivem na esfera astral e podem influenciar os objetivos para os quais são dirigidos. É assim que funciona o chamado mau-olhado e as projeções positivas ou negativas de pensamento que influem no comportamento das pessoas.
O projeto universitário Foco de Luz, através da Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio – AMA-PM, tem o objetivo de fazer a cooptação de pessoas com seus respectivos talentos, procurando aglutiná-las na forma mais nivelada possível, fundamentadas nos ensinamentos do Cristo sobre a formação do Reino de Deus a partir dos nossos próprios corações e ampliar esses valores para dentro da comunidade.