Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/02/2012 00h43
VERGONHA

             Na reunião de hoje no Centro o tema em destaque foi a vergonha. Foi colocado pelos dependentes a vergonha que tinham de estarem naquela reunião na condição de dependente químico, do quanto destruíram as suas vidas, da incapacidade que tinham até o momento de tomarem as rédeas de suas vidas. Coloquei que todos nós, dependentes ou não, temos vergonha de alguma situação ou ação que devíamos ter realizado ou evitado e não conseguimos. Na lição que foi lida, Jesus chama a atenção para essa questão, da falibilidade humana em qualquer situação que o homem esteja, escravo ou senhor, rico ou pobre, instruído ou analfabeto... coloquei o exemplo de que também tinha motivos para me sentir envergonhado, pois hoje sendo um técnico bem qualificado, e na minha área de especialização, a psicofarmacologia, talvez eu seja o único que possua o grau de doutor e por esse motivo devo ser o mais capacitado em dependência química. No entanto não consegui salvar a vida do meu primo das garras do alcoolismo, ele que foi o causador de eu ter me matriculado no curso de segundo grau que foi o início da minha caminhada para atingir o nível acadêmico em que me encontro. Dessa forma todos estamos irmanados ao redor dessa mesa em situações vergonhosas, que nos leva à situação de culpa e a sentir a dor desses sentimentos. Mas devemos seguir as lições do Mestre. Que todos nos esforcemos para nos apoiar mutuamente, sabendo que a união de nossas consciências conhecedoras de nossas fragilidades, podemos ir lentamente corrigindo os nossos erros.

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em 25/02/2012 às 00h43
 
23/02/2012 15h30
RETORNO

             As consequências do período do carnaval na biologia forçou a entrada nas atividades somente a partir de hoje, mesmo assim sofrendo ainda efeitos dos exageros da gula. Mas com todo o desconforto que a biologia ainda está provocando, assumo todas as minhas atividades programadas para o dia de hoje. Recebi mensagem de uma amiga pedindo para que eu reavalie as minhas convicções, principalmente na forma de encarar o amor incondicional e o de incluir o aspecto sexual. Confesso que a cada dia faço uma reavaliação dessas minhas convicções e daquilo que considero minha missão, divulgar o amor incondicional tal como penso, e alicerçado nos textos acadêmicos e livros sagrados. Aqui mesmo neste diário estou sempre a citar uma passagem religiosa, espiritual e fazendo o contraponto com essa visão que Deus permitiu que eu tivesse da aplicação do Amor Incondicional, sem qualquer tipo de barreira, dentro de nossas relações interpessoais, principalmente entre os gêneros e que viabiliza a permanência da vida na terra.

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em 23/02/2012 às 15h30
 
22/02/2012 10h32
CINZAS

             Acaba a folia. Alguns grupos ainda recalcitrantes procura estender a farra até à noite. A maioria procura se refazer da energia gasta. Eu procuro fazer uma reflexão, já que fiquei dentro da folia, mas não gastei tanta energia com ela. Os prazeres da carne que a folia facilita, principalmente no sexo, bebida e comida, não foi integralmente aproveitados por mim. Sexo foi nulo, bebidas insignificante, mas a comida não pude evitar. Tanto no meu flat junto com os amigos, tanto na casa de outros amigos, os prazeres da gula foram atendidos plenamente, até mesmo com o beneplácito da cortesia. Mas logo a cobrança virá, como acontece com qualquer exagero que fazemos. Pode ser a médio ou longo prazo com o acúmulos de gordura, predisposição à hipertensão, diabetes com todas as conseqüências. Pode ser a curto prazo com vômitos e diarréia. No meu caso o pagamento foi imediato. Uma diarréia liquida, felizmente sem cólicas, me perseguiu desde o início dos exageros na mesa. Poderia ter aceito como um aviso para bloquear os excessos, mais preferi alimentar a minha gula. Como não veio com o aguilhão da dor e somente com o inconveniente de ir mais freqüente ao sanitário, eu satisfazia a cada oportunidade comendo até sentir a dilatação do estômago. 

            Agora que já me afastei dos amigos e parentes que me acompanharam nesse período, a consciência faz essa análise e procura aprender as lições para que em outro momento possa influir no comportamento de forma mais eficaz no direcionamento mais útil aos projetos do meu espírito. Não vou tomar remédio para bloquear a diarréia, vou deixar que o processo purgatório desencadeado pelo organismo seja efetuado até o cumprimento de sua missão, de retirar o excesso de alimento e as toxinas absorvidas. Dessa forma também purgo o meu espírito por se deixar levar tão facilmente pela busca do prazer material nessa área da gula.

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em 22/02/2012 às 10h32
 
22/02/2012 00h43
CONTRASTE SOCIAL

             Tive a oportunidade neste carnaval de ter sido recebido junto com meus parentes por duas famílias de classes sociais diferentes. A primeira de classe sócio-financeira mais baixa, fez todo um esforço para cumprir a promessa de nos receber para o almoço. A segunda de classe social mais favorecida, também nos deu toda a assistência. Não é as condições sociais que fazem do homem um ser considerado amigável. Pode até ajudar, mas a essência sempre prevalecerá sobre as condições em que o homem esteja envolvido.   

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em 22/02/2012 às 00h43
 
21/02/2012 00h42
DENTRO DA FOLIA

            Existem dois mundos que são definidos de forma clara dentro da comunidade humana, qualquer que seja a posição geográfica em que seja estudado esse fenômeno. O primeiro de natureza material, mais próximo das condições imanentes, da objetividade. O segundo de natureza espiritual, mais próximo das condições transcendentais, abstratas. O carnaval é um momento que exagera essas duas características. O lado material, profano prevalece nas organizações carnavalescas, escolas de samba são formadas e equipadas com alegorias as mais diversas. O lado espiritual, divino prevalece nos diversos tipos de retiro, nas igrejas, no campo, nos auditórios. Sou naturalmente seduzido pelo mundo material, mas neste carnaval resolvi ficar dentro da folia. Mesmo não tendo procurado uma atividade espiritual, um retiro ou um seminário, a minha participação dentro da folia não foi tão profunda ou integral como acontecia quando eu estava nas atividades espirituais. Mesmo que eu não tivesse uma participação ativa na exposição de algum assunto, eu sentia que minha alma estava mais integrada com as atividades mais díspares que eu tinha oportunidade de participar. Agora, neste ano em que fiquei dentro das atividades profanas, eu sentia que minha alma não estava tão bem adaptada. A brincadeiras fluíam ao meu redor, existiam convites para participar de outras ações, mas nenhuma delas captavam o meu interesse. Procurava ser sociável, educado, mas nada disso me preenchia tanto quanto as atividades espirituais. Apesar de ter feito novas amizades, consolidado outras, a minha alma pede que no próximo ano eu volte a me integrar nas atividades espirituais.

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em 21/02/2012 às 00h42
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