Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
21/03/2017 23h59
A VIDA É UMA DANÇA...

            Vou colocar aqui como li na internet um texto atribuído ao espírito André Luiz que fala sobre nossa condição humana e o papel que devemos ter neste cosmo... vale a pena, para refletir.

            Quando uma porta se fecha, outra se abre; quando um caminho termina, outro começa... nada é estático no Universo, tudo se move sem parar e tudo se transforma sempre para melhor.

            Habitue-se a pensar desta forma: tudo que chega é bom, tudo que parte também.

            É a dança da vida... dance-a da forma como ela se apresentar, sem apego ou resistência.

            Não se apavore com as doenças... elas são despertadores, tem a missão de nos acordar. De outra forma permaneceríamos distraídos com as seduções do mundo material, esquecidos do que viemos fazer neste planeta.

            O Universo nos mandou aqui para coisas mais importantes do que comer, dormir, pagar contas...

            Viemos para realizar o Divino em nós. Toda inércia é um desserviço à obra divina.

            Há um mundo a ser transformado, seu papel é contribuir para deixa-lo melhor do que você o encontrou. Recursos para isso você tem, só falta a vontade de servir a Deus servindo aos homens.

            Não diga que as pessoas são difíceis e que convivência entre seres humanos é impossível.

            Todos estão se esforçando para cumprir bem a missão que lhes foi confiada.

            Se você já anda mais firme, tenha paciência com seus companheiros de jornada.

            Embora os caminhos sejam diferentes, estamos todos seguindo na mesma direção, em busca da mesma luz.

            E sempre que a impaciência ameaçar a sua boa vontade com o caminhar de um semelhante, faça o exercício da compaixão.

            Ele vai ajudá-lo a perceber que na verdade ninguém está atrapalhando o seu caminho nem querendo lhe fazer nenhum mal, está apenas tentando ser feliz, assim como você.

            Quando nos colocamos no lugar do outro, algo muito mágico acontece dentro de nós: o coração se abre, a generosidade se instala dentro dele e nasce a partir daí uma enorme compreensão acerca do propósito maior da existência, que é a prática do AMOR. Quando olhamos uma pessoa com os olhos do coração, percebemos o parentesco de nossas almas.

            Somos uma só energia, juntos formamos um imenso tecido de luz...

            Não existem as distâncias físicas.

            A física quântica já provou que é tudo uma ilusão. Estamos interligados por fios invisíveis que nos conectam ao Criador da vida.

            A minha tristeza contamina o bem-estar do meu vizinho, assim como a minha alegria entusiasma alguém do outro lado do mundo.

            É impossível ferir alguém sem ser ferido também, lembre-se disso.

            O exercício diário da compaixão faz de nós seres humanos de primeira classe.

            Interessante reforço para a nossa compreensão de que nosso futuro é a integração cósmica, cumprir o velho adágio: “somos todos um”. Também está coerente com as lições de Jesus quanto a formação da família universal, onde o parentesco biológico seria apenas um detalhe, e o mais importante seria a fraternidade universal, cujo entendimento seria a conexão de todos com todos, independentemente do setor do universo onde se encontra cada pessoa.  

            É importante sabermos disso, cristalizar essas informações em nossa cabeça e procurar praticá-las a cada momento. Sei que isso é difícil, pois nossa atenção sempre é desviada para algo de natureza material e podemos passar até um dia sem voltar a ter essa compreensão no domínio da mente.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/03/2017 às 23h59
 
20/03/2017 23h28
PEREGRINO DO INFINITO

            Encontrei uma passagem da vida de Jesus, quando Ele tinha 12 anos, no livro de Huberto Rohden, “Jesus Nazareno”, que muito me chamou a atenção. Ele tinha ido com José e Maria à Jerusalém, pela primeira vez, as festas da Páscoa. Na volta José e Maria sentiram a falta de Jesus e retornaram a Jerusalém para procura-lo. Foram encontra-lo no Templo discutindo com os doutores da lei. O texto diz o seguinte:

            Jesus vê seus pais, mas não se perturba nem se lança aos braços de sua aflita mãe. Levanta-se tranquilamente e, muito calmo e sério, os espera.

            - Filho!, exclama a mãe com dolorosa ternura, - por que nos fizeste isto? Eis que teu pai e eu te vínhamos procurando cheios de aflição!

            Jesus percebe essa censura; mas dos lábios não lhe passa uma palavrinha de desculpa nem um pedido de perdão; nenhuma nuvem de tristeza lhe tolda a fronte, nem uma lágrima de comoção lhe cai dos olhos, nem um sorriso de alegre satisfação lhe contrai os lábios...

            E dos lábios lhe brotam:

            - Por que me procuráveis? Não sabíeis que tenho que ocupar-me das coisas do meu Pai?...

            - Teu pai, diz Maria, referindo-se a José; mas Jesus responde “com meu Pai”, referindo-se a Deus.

            Aliás, através de todos os Evangelhos, Jesus nunca usou as palavras pai ou mãe referentes a seres humanos; para Ele, pai é só Deus; Maria é “mulher” ou “senhora”, mas nunca a chama mãe. Jesus se considera um ser estranho e alheio na Terra e na humanidade, um peregrino do infinito, mais solitário que solidário.

            Foi essa percepção do autor quanto a condição de Jesus que me chamou atenção.  Como um ser tão bondoso quanto Jesus, que tanto bem fez a tantos, rodeado de tantas pessoas, pode ser considerar mais solitário que solidário?

            Mas, refletindo com mais profundidade vejo que isso á possível sim. Afinal eu também me sinto assim, apesar de rodeado por tantas pessoas me sinto solitário na minha forma de pensar, todos agem diferente daquilo que imagino ser o correto, na aplicação do Amor Incondicional.

            Jesus valoriza ao extremo a Sua condição de filho de Deus e mesmo antes de entrar no exercício de sua missão já dar demonstração do seu grau de conhecimento das leis de Deus, muitas vezes equivocadas pelo raciocínio humano. Por isso quando a mãe o procura e o acha no Templo, Ele não tem a consciência de ter feito uma coisa errada. Por isso tratou a mãe com naturalidade e com muita seriedade e paciência, e disse da sua missão.

            Não tenho a importância que teve Jesus ao vir a este mundo para nos ensinar. Considero-me um dos alunos de suas lições e aprendi com Ele que o Pai tem uma missão para cada um de nós, e, por mais simples que pareça, tem a sua importância. A minha missão é praticar e ensinar sobre o Amor Incondicional, da forma que a sabedoria de Deus permitiu que eu alcançasse pela inteligência. Posso até estar errado, mas não posso ficar paralisado por nenhuma dúvida. Caso eu esteja errado em algum aspecto, tenho o atenuante que tudo que faço tem o amor como baliza e a bussola comportamental que Jesus nos deixou como orientação nos caminhos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/03/2017 às 23h28
 
19/03/2017 23h59
TOLERÂNCIA

            Um comportamento incluído dentro das opções do bem é a tolerância. Em contraponto, a intolerância estaria colocada dentro das opções do mal. Parece uma coisa bem maniqueísta, dentro do conflito cósmico entre o reino da luz (o Bem) e o das sombras (o Mal).

            Hoje foi um dia de festa para os aniversariantes do mês, e conseguimos reunir cinco dos aniversariantes, dentro do nosso círculo familiar e de amizades, no Flat da Redinha. Tudo corria com alegria e harmonia, mas ao final surgiu um conflito quanto a participação de alguns no jogo de baralho enquanto outra pessoa, uma das aniversariantes, ficou incomodada, pois queria continuar cantando com companhia que ela desejasse no videokê. Disse que se sentia desprestigiada e que iria voltar de imediato à sua casa. Surgiu assim a intolerância. Mesmo que ela tivesse razões para esse desabafo feito com tanta raiva, quais seriam esses motivos? Irei fazer uma avaliação do meu ponto de vista, claro, que pode estar enviesado com os meus interesses.

            Esta festa de aniversário teve como motivo principal, nesta data, aniversário da minha filha. Combinei com ela a possibilidade e como a “incomodada” também aniversariava neste mês e num dia muito próximo, fizemos o convite a ela. Logo ela sugeriu que fizéssemos o aniversário de todas as pessoas que completavam ano neste mês, o que foi aceito sem resistências. As compras que ela deveria ter feito para esta festa, foi feita por outras pessoas. A confecção do bolo e dos doces foram feitos por minha irmã, em colaboração com outras pessoas, inclusive a arrumação do local e a assistência dos convidados. Preocupei-me em levar dois presentes para ambas as aniversariantes e também duas plantas, “Flor do Deserto”, para embelezar o Flat. Preocupei-me com a organização do pequeno espaço para receber tanta gente e também participei da animação. A “incomodada” foi uma das últimas pessoas a chegar e encontrou já tudo funcionando devidamente. Até alguns itens que telefonamos para ela trazer, terminamos por cancelar, por encontrar voluntários dentro da festa que se dispôs a ir até a mercearia próxima. Brincamos, comemos, bebemos, cantamos parabéns, fizemos fotos coletivas e servimos o bolo com doces e refrigerantes para todos.

            Feito tudo isso algumas pessoas partiram, alguns ficaram cantando no videokê, outras conversando em grupinhos, e me vi sentado ao lado da minha irmã que estava tomando conta da neta enquanto seu filho cantava no videokê. Como eu não estava mais disposto a cantar convidei minha irmã para jogarmos baralho, pois sei que ela gosta, junto com outras pessoas presentes que também gostam. Imaginei que cada grupo ficaria fazendo aquilo que lhe interessasse, sem nenhuma pretensão de obrigar ninguém a fazer nada que fosse contra sua vontade. Afinal todos tinham o livre arbítrio para decidir o melhor para si. A fase máxima do aniversário já havia passado, portanto imaginava que todos ficassem liberados para fazer o que desejassem a partir daquele momento, como até se retirarem, como aconteceu. Porém a “incomodada” imaginava que devia ficar com pessoas ao lado cantando no videokê, que era o seu interesse. Acontece que a pessoa que mais lhe interessava preferia jogar. Foi o suficiente para ela descarregar toda a raiva sobre minha irmã imaginando que ela teria iniciado o fatídico jogo de baralho, mesmo ela tendo dito que a sugestão havia partido de mim e que eu confirmava. Todos os presentes constataram a forte onda de raiva que tomou conta dela e que descarregava em todos os “Viciados em jogo de baralho” que se encontravam jogando na mesa. Acusou, e com muita razão, que ninguém se preocupou em fazer um momento evangélico nesta festa com tanta gente.

            Peço perdão a Deus por essa falha, e sei que Ele em sua infinita bondade me perdoará, tolerará as minhas fraquezas, meus esquecimentos de fazer a Sua vontade em tantas ocasiões, como estou determinado. Por isso fiz o bastante para tolerar a onda de raiva que se abateu sobre todos que estavam jogando e sendo acusados de “viciados”. Também percebi que todos os presentes estavam tolerando essa onda de raiva, pois ninguém se determinou a agredi-la como ela estava agredindo, principalmente a minha irmã que havia ficado até as 4h da madrugada providenciando os ingredientes da festa, incomodada com uma gripe, e ainda por cima trabalhando a maior parte da festa enquanto todas se divertiam. Não poderia fazer naquele momento final o que tanto gosta? Sem ser acusada de má acolhedora e de viciada? Acredito que ela tenha tido o maior mérito nessa prova de tolerância a que todos fomos submetidos, pois ela tinha motivos para mostrar a mesquinhez da acusação frente ao tanto que ela trabalhou.

            Acredito que a “incomodada” foi quem mais derrapou nesse teste de tolerância, pois por mais que se sentisse desprestigiada como ela acusou, poderia ter tolerado esse sentimento negativo... mas não conseguiu, e acredito que nem tentou.

            Antes dela sair dessa forma tão desconcertante, pedi para ela receber o presente que trouxe para ela, um livro do Papa Francisco que fala da importância da Misericórdia. Exigiu que eu colocasse logo a dedicatória e eu de imediato, sem contestações, coloquei, um apelo para o aprendizado da misericórdia, e com certa ironia pedi a ela de viva voz, misericórdia para nós, os “viciados”.

            Esta é a minha opinião sobre o ocorrido e deixei para fazer este texto 48h depois do ocorrido para que as emoções não influíssem tanto na razão dos fatos

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/03/2017 às 23h59
 
18/03/2017 00h32
AMOR E SOFRIMENTO

            No curso que estou dando na Cruzada dos Militares Espíritas, as duas últimas aulas versou sobre esses dois temas: amor e sofrimento, um a cada semana.

Tenho uma amiga que se considera apaixonada, e diz que sofre muito com esse amor. Refere que tem encontros com seu amado e que são maravilhosos, mas logo em seguida ele some e não deixa recados, não se comunica. Ela fica desesperada com tanto sofrimento, por querer a sua presença, o seu afeto, e não poder.

Eu, na condição de professor de um tema que afeta tão profundamente a sua alma, tenho que fazer minhas considerações. Foi assim que fiz as argumentações para tentar esclarecer o motivo e a função de tal sofrimento.

O amor puro, incondicional, não é fonte de sofrimento, por si só. Jesus, o grande Mestre do amor, sofreu barbaridade em função deste amor puro que ele ensinava. O sofrimento dele não foi em função do amor que ele possui, foi em função da ignorância de quem estava perto dele e se sentia incomodado com as verdades que iam de encontro aos interesses pessoais.

O amor que traz sofrimentos é aquele que está condicionado a alguma coisa. No caso de minha amiga, o forte amor que ela desenvolveu, que assume tonalidades da paixão, está condicionado a presença do amado ao lado dela. Sim, isso é uma expectativa que todos os amantes desenvolvem, mas aquele que já é treinado na arte do amor incondicional, não se abalará por causa disso. Irá compreender que o seu amado tem uma forma diferente de se comportar, que gosta de ficar sozinho por grande parte do tempo; pode até estar na casa de alguém, nos braços de outra pessoa. Ela irá se regozijar por seu amado está feliz, mesmo se encontrando longe dela, e até nos braços de outra pessoa.

Este é o nível de amor que a minha amiga não tem, e até agora eu não encontrei ninguém que ame dessa forma. Sempre exigem do outro algum tipo de reciprocidade. É tão grande essa postura emocional, pelo menos é a totalidade das pessoas que eu conheço. Chego a ficar preocupado as vezes com a minha sanidade, por eu pensar de forma tão diferente das pessoas. Acontece que a minha coerência, ao estudar sobre o Amor Incondicional, que eu vejo que nada pode impedi-lo de funcionar, que o meu desgosto geralmente é devido ao meu corpo não ser servido pelo corpo do outro, quer seja pelo sexo ou simplesmente pela afeto, pela companhia.

Esta expectativa de reciprocidade é quem gera o sofrimento, quando ela não acontece. O foco do amor deve ser desviado. Ele não deve se concentrar na minha amiga, numa espera de reciprocidade. Deve se concentrar no bem estar do outro, no seu amado, por sentir que ele esteja bem, consigo ou sem ela. Onde ele esteja, com quem esteja, se estiver feliz, isso deverá ser o suficiente para a sua alma também ficar feliz. Mesmo que o seu corpo reclame essa presença, afagos, sexo... o seu espírito deve saber administrar essas emoções e transformar a frustação que vem do ego, dos instintos, para a iluminação que vem da alma, do espírito.

Devemos lembrar que o espírito não tem sexo, portanto suas necessidades não devem ter nenhuma representação nesses desejos, isso é coisa exclusiva do corpo material que é administrado pelo espírito. Não devemos confundir essa hierarquia, senão terminamos por ser conduzidos pelo subalterno e a alma termina absorvendo o sofrimento como se fosse dela. Não é. O sofrimento se origina desse erro básico, e enquanto não corrigirmos isso em nossa mente o sofrimento não vai deixar de existir. Ele sempre será a sinalização de que alguma coisa estar errada conosco, com nosso pensamento, com nosso comportamento.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/03/2017 às 00h32
 
17/03/2017 23h32
DILEMA

            Sou pacifista por natureza, prefiro atenuar conflitos do que exacerbá-los. No atual estado de violência em que me encontro, olhando para a minha sobrevivência, legítima defesa, a ideia de adquirir uma arma para me proteger tanto dentro como fora de casa estava cada vez mais forte. No entanto, assisti um vídeo do médium Divaldo Franco sobre pessoas que atuam com amor, como Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, por exemplo, em “Os gênios do amor”, que me fez refletir mais uma vez.

            Como eu quero ser uma pessoa do bem e ao mesmo tempo penso em comprar uma arma com a possibilidade de matar outra pessoa?

            Este é o dilema que surge na minha consciência. Sei que tenho argumentos fortes para me armar e me defender, inclusive para proteger aquelas pessoas que estão sob minha guarda. Por outro lado sou discípulo de Jesus, aquele que jamais andava armado, que nunca disse que era necessário matar o outro para não morrer. E Ele também vivia em ambiente violento, onde a vida humana era sempre ameaçada por salteadores, por mercenários, arruaceiros, fanáticos ideológicos.

            Qual seria a posição do meu Mestre vivendo sobre minhas sandálias? Eu, que não tenho comigo uma tão alta missão como o Pai determinou para Ele? Será que deverei me expor como um cordeirinho indefeso frente as presas das feras? Que tipo de lição eu passarei ao meu próximo? Serei simplesmente mais um número nas estatísticas dos serviços de segurança pública? Acredito que sim. Esta minha possível morte, sem honra, sem luta para manter a minha vida, não seria uma desonra? Eu sou mais uma das ovelhas do redil, não tenho o perfil de um grande pastor, de ser responsável pela condução de um grande número de ovelhas. O máximo que consigo fazer é tentar influenciar positivamente a quem está ao meu redor, que acredito não passar de 100 pessoas, mesmo assim me ouvem com o ar de crítica, a maioria delas, não considerando como verdadeiras as minhas palavras, imaginam que eu esteja equivocado naquilo que considero mais perfeito que é o Amor Incondicional, da forma que imagino.

            Fico a pensar numa situação que poderia acontecer. Eu reunido com todos meus filhos em meu apartamento para festejar alguma ocasião. De repente vejo sair do elevador um trio de marginais, dispostos a fazerem de tudo com quem encontrarem pelo caminho. Eu estou desarmado dentro de casa e da mesma forma os meus filhos, a quem ensinei nunca andarem armados. Mesmo que eu consiga fechar a porta, eles podem derrubá-la e invadirem o meu espaço. Estaremos frente as armas apontadas para nossas cabeças. Eles nos imobilizam, retiram tudo de valor que possuímos, inclusive a nossa honra com seus instintos bestiais e para não deixar testemunhas deixam nossos corpos estirados cada um com uma bala na cabeça. No dia seguinte seremos manchete nos jornais. Entramos para as estatísticas. Onde está a honra? Em qualquer dimensão, material ou espiritual? Chegaríamos no mundo astral e prestaríamos conta ao nosso Mestre de nossas vidas... Ele não poderia perguntar?... Que fizestes servo com o dom da vida que eu lhe dei, inclusive o dom da vida que eu dei aos filhos que estavam sob tua proteção? Eu responderia acabrunhado... nos arrebataram Mestre, eu não pude me defender. Mas por que não? Perguntaria Ele, não te dei inteligência para se proteger e a quem coloquei sob à sua guarda? Sim, Mestre, responderia, mas eu procurei cumprir as leis divinas dos 10 mandamentos, “não matarás” recebida do Pai através de Moisés; também procurei cumprir a Tua lição de “amar ao próximo como a mim mesmo”. E o assassino também era o meu próximo!

            Então eu veria o cenho do meu Senhor se enrugar e Ele perguntar a mim de olhar fixo: então foi assim que usastes a tua inteligência? Quando eu disse para amar ao próximo como a ti mesmo, eu coloque a ti como referência. Você não pode amar a ninguém acima de você mesmo, pois você é a referência. Da mesma forma, você não pode deixar ninguém te matar, pois você é a referência. E se para evitar que isso aconteça você tenha que matar ao próximo que te ameaça, você estará cumprindo a minha lição. Da mesma forma com relação a lei que Moisés divulgou. Você não pode sair por aí com a intenção de matar ninguém, mas se alguém vem com a intenção de te matar, então você deve mata-lo primeiro. A lógica segundo Moisés seria do olho por olho, dente por dente. Então, o teu assassino também seria morto segundo a aplicação dessa lei. Teríamos então dois mortos. Mas se tu te defendes em legítima defesa, a lei não poderia ser aplicada, por um ato de coerência. Porque se tu fosses morto, o assassino também seria pela aplicação da lei do olho-por-olho. Mas, se tu o mata antes por legítima defesa, então teríamos assim apenas um morto ao invés de dois. Consegues entender essa lógica? Está coerente com o que Moisés e eu ensinamos?

            Envergonhado eu baixaria os olhos, não poderia contestar tanta coerência do Mestre, nas lições que tanto estudei e tão mal interpretei. Eu não sou o Gandhi ou o próprio Jesus para ser o símbolo de uma tomada de consciência. Se eu morrer em função disso serei apenas um número nas estatísticas, como sei que tantos já morreram dessa forma. Admiro as lições e os exemplos de Jesus, de Gandhi e de tantos outros símbolos da paz e da não-violência, do desarmamento, das leis humanas que equivocadamente são aplicadas a seres animalizados...

            Sim, Mestre, eu serei uma ovelhinha, porém armada, pronta para defender a vida corporal que me destes e daqueles a quem colocastes sob a minha proteção.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/03/2017 às 23h32
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