Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/03/2015 23h59
FOCO DE LUZ (46)

            Em 26-03-15, às 19h, teve inicio mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e AMA-PM, com a presença das seguintes pessoas: 1. Edinólia 2. Cíntia 3. Aninha 4. Netinha 5. Adriano 6. Ivânia 7. Juliano 8. Damares 9. Sílvia 10. Paulo 11. Aparecida 12. Luzimar 13. Davi 14. Ezequiel 15. Ana Paula 16. Rawllinson 17. Sued e 18. Francisco. Foi abordada inicialmente a oficialização da Associação. Paulo e Luzimar estão trabalhando neste sentido e foram até o cartório para pegar o Estatuto e as orientações de como proceder para reativar a Associação. Adriano colocou a proposta de ser feita uma nova Associação, mesmo usando o nome da antiga, pois isto é possível do ponto de vista legal. Nesse sentido o procedimento fica mais simples. Seria apenas publicado o Edital de convocação de uma Assembleia na comunidade para a criação da Associação dentro de 15 dias. Nessa Assembleia serão feitas duas atas, uma com os resultados da Assembléia e aprovação do Estatuto e outra com os resultados da eleição. Como já foi feita uma reunião onde os cargos dessa nova Associação já foram definidos, o procedimento se torna mais ágil. Adriano ficou de passar mais uma vez os documentos para orientar a construção do Edital para o email de Francisco, Paulo e Luzimar e na próxima reunião deverá ser apresentado, aprovado e divulgado de imediato. Em seguida Edinólia disse que se reuniram às 17h, ela, Cíntia e Aninha, para a organização da Páscoa e que planejaram para ser realizada na Escola Olda Marinho. Ezequiel protestou com energia sobre o local escolhido, pois acredita que o local melhor para ser realizado é na Rua do Motor, na praça por trás do muro do HUOL, com a projeção de filme e palestra referente ao momento cristão. A discussão se tornou acalorada com a defesa dos dois locais para a realização do evento. Foi necessário recordarmos do que aconteceu com a Igreja Primitiva nos seus primeiros dias, quando estava sendo construída com a participação de poucas pessoas, como acontece conosco neste momento. Naquela época surgiu também um forte conflito entre os trabalhadores de Cristo, principalmente de Pedro e Tiago que queria que todos os novos cristãos fossem circuncidados como os judeus, e Paulo, como apóstolo dos gentios, defendia que as pessoas que não eram judeus, mas queriam seguir os exemplos do Cristo, não tinham porque seguir o costume judeu da circuncisão, cuja população condenou o Cristo e o crucificou. Naquela época Pedro reconheceu a justiça das palavras de Paulo e ficou aceito por todos que os judeus podiam ser cristãos e circuncidados, mas os gentios podiam ser cristãos e não circuncidados, se eles assim desejassem. Então deveríamos tirar a sabedoria dessa decisão e decidir agora no nosso grupo, fazer o evento na Escola como o grupo planejou e fazer também o evento na Rua do Motor como Ezequiel e outras pessoas acham importante. Entramos dessa forma em concordância de fazer o evento da Rua do Motor no dia 03-04-15, sexta-feira da Paixão, deixando a nossa reunião da quinta feira santa cancelada para todos irem na sexta feira, e no dia 09-04-15, quinta feira, fazer o Evento na Escola dentro do espaço da reunião. Ezequiel colocou também a ideia de ser feita uma passeata na Rua do Motor em defesa da Paz, tendo em vista crimes que acontecem na comunidade deixando um rastro de medo e de dor nos moradores. Finalmente a reunião foi encerrada as 20:30h como previsto, com todos conscientizados da dificuldade que é participar de um projeto cristão como este, cuja motivação maior é “servir ao próximo” sem esperar recompensas materiais de qualquer espécie, muitas vezes nem o reconhecimento público, pois o seguir a lição do Cristo de fazer a caridade sem ostentação implica nisso. Mas entendemos que todo o trabalho que fazemos e o sacrifício que oferecemos tem como recompensa maior a conquista de melhor qualidade para nossa alma, sempre apoiando o companheiro que tenha mais dificuldade e aprendendo a tolerar qualquer atitude que nos pareça presunçosa ou arrogante. Enfim, todos estamos na mesma escola tendo Jesus como Mestre que está sempre ao nosso lado observando nossas lições. Ezequiel conduziu a oração do Pai Nosso e Luzimar concluiu com uma oração do coração. Todos posamos para a foto coletiva e seguimos em paz para nossas casas.

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em 26/03/2015 às 23h59
 
25/03/2015 23h59
FOME E SEDE DE JUSTIÇA

            A Justiça tem inúmeros significados. Em sentido metafísico, vertical e transcendente empregado por Jesus, no grande Sermão, não tem nada que ver com essa justiça que geralmente conhecemos, essa justiça no Direito. A justiça no Direito, por sua própria natureza, ignora o homem em seu ser, conhece-o tão somente por sua projeção externa, em seus atos, no campo funcional do seu fazer. Ela é quantitativa e tem por finalidade estabelecer uma reciprocidade ou retribuição entre os seres humanos, dando a cada um o que ele merece, seja um bem ou seja um mal, tendo em vista um comportamento ou conduta anterior. No fundo não passa de um simples freio ao egoísmo individual e à libertinagem coletiva. Só serve realmente para administrar a violência e a coexistência precária e sofrível dos profanos em sociedade e aí, o máximo que ela consegue atingir é certa tolerância, um armistício, uma paz armada.

            Mas, a Justiça dos iniciados, daqueles que se transmentalizaram e, por isso, já sabem que vieram ao mundo e nele estão para servir e não para serem servidos, a Justiça do Eu e não do ego, vai muito além de todos os conflitos, carências, querências, limitações, bem como de quaisquer circunstâncias administradas pelos homens.

Essa Justiça superior, essa verdadeira Justiça, que pode fazer de mim um ser feliz ou bem-aventurado, tem a origem, a natureza e a majestade do Infinito. Ela é a própria “justeza” da criatura com o seu Criador, do filho com o Pai, do homem com Deus. Enfim, ela é pura santidade.

            A fome e a sede dessa Justiça costuma manifestar-se na minha consciência, ainda de forma incipiente, de início como uma estranha insatisfação, uma espécie de angústia metafísica, nostalgia da alma, uma veemente e incontrolável saudade de Deus. É quando me sinto como um estrangeiro, embora estando em minha própria terra; sinto-me enfastiado do mundo, desalojado, praticamente um estranho no ninho. Esta fome e esta sede bem-aventuradas é que me podem abrir a mais sublime de todas as jornadas, essa bendita jornada que conduz o finito ao seio do Infinito, o filho aos braços do Pai. Ao beber dessas águas divinas, sei que nunca mais posso ter sede. Finalmente, então, estarei saciado. Ao atingir as culminâncias da minha consciência experimental evolutiva, passo a saborear em Espírito e Verdade, uma felicidade simplesmente única e indefinível, a de cumprir a Vontade do Pai como se fosse a minha própria vontade.

            Sob esse aspecto já não há diferença entre o filho e o Pai. Assim, posso dizer como Jesus, “eu e o Pai somos um”. Mas para isso, tenho que saber que sou embaixador de Deus no mundo, munido de todos os poderes, e portanto tenho que fazer a Sua Vontade. Sou criatura, é verdade, porém não sou apenas criatura criada. Tenho na mais profunda profundeza de mim mesmo, a natureza do Universo, a poeira das estrelas, a semente do Amor Incondicional que amadureci ao longo de milênios com o meu esforço pessoal. Sou criatura sim, mas já bem amadurecido espiritualmente pelos meus méritos pessoais. Portanto, agora sou, fundamentalmente, criatura criadora, partícipe e colaborador consciente da gigantesca obra da criatividade universal, do Criador Onipotente.

            Dentro desse projeto cósmico e infinito da criação, do Criador, a minha maior tarefa, sem nenhuma dúvida, tarefa que é somente minha, e por isso mesmo irrecusável, insubstituível e intransferível, é o autoconhecimento, a autolibertação e autorrealização de mim mesmo e em favor da Harmonia Universal, ajudando os irmãos mais atrasados a adquirirem essa mesma consciência. Somente então é que serei definitivamente saciado. E cada um de nós tem a mesma destinação nesse Universo, cada um com seu caminho próprio a seguir, desde que esteja em harmonia com a Natureza, fazendo a Vontade do Criador.

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em 25/03/2015 às 23h59
 
24/03/2015 23h59
FELIZES OS TRISTES

            Parece um grande paradoxo associar felicidade com tristeza, mas foi isso que Jesus ensinou na terceira bem-aventurança: “Bem-aventurados os tristes, porque serão consolados.”

            Ao fazer isso, proclamar felizes os tristes, Jesus provocou uma perplexidade e um certo mal-estar jamais vistos no mundo, e tudo isso ainda permanece.

            Um homem comum, intelectivo e profano, não pode mesmo assimilar este conceito tão elevado ou transcendente que parece inteiramente contraditório, fruto de uma rematada estultice. Todavia, ainda que pareça lógico tal raciocínio dos intelectuais, quem pensa dessa forma trabalha sobre o erro, confunde as coisas, cultiva e colhe por isso mesmo, um rosário de enganos sem fim e de misérias sem conta. É que dessa acanhada e medíocre posição em que se encontra, o homem profano, meramente sensitivo e intelectivo, quando busca desordenadamente a felicidade, que é o objetivo máximo de toda criatura dotada de livre arbítrio, ele a identifica desnaturadamente com o prazer! Aqui é que está o grande problema, o incrível descompasso. Pode perfeitamente um homem triste ser feliz ou bem-aventurado. Em verdade, é o único que pode. Pelo menos, é o que se verifica, quanto ao início do autoconhecimento e da auto-realização do ser humano, pressupostos indispensáveis para se conseguir a felicidade.

            Há profundas diferenças entre prazer e felicidade que a inteligência desconhece, mas que a razão pode conhecer perfeitamente. A razão nos mostra que todo prazer, sem nenhuma exceção, é uma coisa quantitativa do ego e sempre nos vem de fora para dentro, enquanto a felicidade é apanágio qualitativo do Eu e somente pode vir de dentro para fora. Por isso Paulo de Tarso podia dizer sem mentir: “Transbordo de júbilo em meio as minhas tribulações.” (II Cor 7,4). Por outro lado, é possível que alguém carregue uma infelicidade total, ainda que navegando no oceano de todos os prazeres.

            Não há qualquer tipo de prazer, físico, emocional ou mental, que não se transforme automaticamente em dor, além de certa duração ou de certa intensidade. É que dor e prazer é essencialmente a mesma coisa: apenas sofrimento! Sim, o prazer também é sofrimento. A única diferença é que, enquanto o homem sofre o prazer agradavelmente, a dor ele a sofre desagradavelmente. Por isso que o prazer e a dor nada têm a ver com felicidade. Um verdadeiro santo não busca o prazer nem foge da dor.

            As pessoas derramam rios de lágrimas porque um filho não nasceu ou porque não conseguiram ficar ricas. Quem, entretanto verte uma lágrima por não ter visto Deus? E aquelas que quase enlouquecem com a morte de seu cachorro ou gato de estimação e não demonstram a mínima sensibilidade para as coisas do espírito?

Os que vivem a murmurar, que clamam ao alto por seus males, que se revoltam, que não se conformam, estão marcando passo. Suas dores não edificam nem depuram. Suas lágrimas são ácidas e amargas, gerando males não programados, amarguras desnecessárias, infelicidade voluntária.

            Dessa forma podemos compreender que a tristeza que nos fala Jesus, não é uma tristeza comum e qualquer. É uma tristeza dentro da mais profunda e mais perfeita alegria. É uma tristeza especial e qualificada, a tristeza da disciplina, que o Eu Crístico impõe ao ego humano, tornando-o dócil e manejável às mais elevadas exigências do Espírito. É o “caminho estreito” do dever cumprido, é a “porta apertada” da renúncia consciente. É o egocídio voluntário que, no começo, pode trazer uma inquietante e profunda tristeza. Mas, como o ego não morre e não pode morrer, pois só morre o egoísmo, acontece o contrário, o ego se integra no Eu, e assim vive muito mais abundantemente. A tristeza inicial converte-se, de uma forma automática, numa bem-aventurança, que é a mais pura felicidade, a mais bela e sorridente alegria. Aquilo que no início tinha sabor de fel, agora tem o sabor do mel.

            Pude comprovar essa argumentação agora neste meu período no deserto. O jejum e a restrição alimentar provocava em mim uma tristeza profunda por desejar me alimentar, tendo os recursos para isso, mas a minha vontade operada pelo espírito mantinha tudo dentro da meta estabelecida de perder diariamente peso. Assim, eu sentia que essa tristeza logo se convertia em felicidade por saber que meu espírito estava domesticando o meu ego. É esta tristeza a qual Jesus se refere, uma tristeza provocada no corpo pela frustração do ego. Isso é apenas a sinalização da subordinação dos desejos da carne às mais elevadas exigências do Espírito.

            Uma migalha desse sabor, uma pitada dessa alegria, um pouquinho dessa felicidade, vale mais que todos os prazeres do Universo.

            Há ainda outro sentido especial para a bendita tristeza que nos redime, para a tristeza que nos liberta, para a tristeza que nos consola... Essa saudável tristeza é a nostalgia da alma, a angústia metafísica das origens, a eterna saudade do Paraíso perdido. É o mais belo conforto que nos advém do próprio Infinito.

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em 24/03/2015 às 23h59
 
23/03/2015 23h59
TROPEÇO NO DESERTO

            Ontem tropecei no deserto. Comi além do que era previsto e não atingi a meta que havia estabelecido aos olhos de Deus. Por isso hoje, Ele fez eu pegar um livro (O Evangelho segundo o Filho) e começar a ler um trecho que diz respeito às minhas convicções de seguir o exemplo de meu Mestre, Jesus, quando ele foi instigado também pelo Pai para entrar no deserto.

            Assim, irei discorrer sobre o texto interpretando o que o Pai quer dizer para mim, mesmo falando para o Mestre Jesus, Seu filho amado, o mais perfeito que veio à crosta terrestre.

            Eu mandei Jesus para o alto da montanha, pois não basta ser meu filho e primo de João Batista. Teria de suportar provações, e o primeiro teste consistia nesse jejum. Ele pensava em não comer nada até o crepúsculo, mas eu falei com minha voz em seus ouvidos, sem que ele visse a minha presença: jejuarás até que Eu diga para comer.

            Assim, ele ficou sem alimento algum naquele dia e no seguinte. Passada uma semana, quando as ânsias do estômago haviam cedido lugar a um belo vazio espiritual, ele estava tão fraco que talvez não conseguisse descer da montanha. 

            Ele perguntou em voz alta: quanto tempo, Senhor? E ouviu a minha resposta: muito. Será muito tempo.

            Ele compreendendo que não esta ali para disputar comigo, mas para obedecer a minha vontade, o jejum se tornou mais fácil. Protegeu-se do sol e passou a apreciar o gosto da água, desfrutando a sabedoria que existe à sombra das grandes rochas. Até que essas se tornem frias demais, á noite, a ponto de conterem mais qualquer sabedoria.

            Na segunda semana ele começou a ter visões do rei Davi, e soube que ele cometera um grande pecado. Não conseguia lembrar qual fora sua ofensa, apenas a punição que tinha sofrido. Lembrou que Eu apareci ao seu filho, o rei Salomão, e perguntei o que deveria lhe dar. Salomão disse que não sabia como agir no meio do Meu povo, e o que mais precisava era de um coração compreensivo, capaz de discernir entre os bons e os maus. Ele viu que esse pedido de Salomão Me causara uma boa impressão e que Eu disse a ele: “Como não pedistes vida longa nem riquezas, nem imploraste pela morte de teus inimigos, mas por perspicácia e acuidade de julgamento, então toma cuidado, pois te darei um coração sábio e tolerante.” Mesmo assim Eu outorguei a Salomão tudo aquilo que ele não havia pedido, riquezas e honras, até que não houvesse reis tão magnificentes quanto ele.

            Agora Eu sussurro em teus ouvidos, Jesus, Salomão não guardou os meus mandamentos. Salomão proferiu três mil provérbios e compôs mil e cinco canções. Todo o povo acorreu para ouvir sua sabedoria, e nisso ele excedeu a todos os reis da terra, que lhe trouxeram prata, marfim, macacos e pavões. Mas Salomão amava muitas mulheres estrangeiras. A filha do faraó e as mulheres moabitas, anonitas, edomitas e hititas. Deixou de lado os filhos de Israel a quem Eu havia orientado contra os adventícios que transformariam seus corações e os induziriam a adorar falsos deuses. Cercado de setecentas esposas e trezentas concubinas, Salomão envelheceu e seu coração não estava mais em harmonia Comigo que lhe prodigalizara tantos dons. Por essa razão, Jesus, é que não te darei riquezas, e tu nunca ficarás com uma mulher sob pena de perderes a Mim.

            Jesus passou a meditar sobre os pecados de Salomão. Conclui que essa vantagem Salomão não tivera. Sem comer, em pleno deserto, Jesus não sentia o desejo por mulher alguma, a Minha decisão não lhe causou estranheza. O jejum continuava.

            Durante aquelas semanas permiti que os profetas estivessem com Jesus: Elias, Eliseu, Daniel e Ezequiel. Ele podia recordar as palavras desses profetas como se fossem suas.

Uma vez ele sonhou que estava no lugar de Elias, debatendo com os profetas de Baal e mais de quarenta pagãos que tinham vindo à montanha a fim de sacrificar um boi. Demonstravam devoção a Baal lacerando-se, e o sangue jorrava de suas feridas e eles gritavam, embora Baal permanecesse mudo.

            Diante do silêncio de Baal, Jesus agrupou 12 pedras grandes, representando as doze tribos de Israel, e tratou de restaurar o Meu altar, que havia sido destruído pelos adeptos de Baal. Em seguida cavou uma trincheira em torno das pedras, empilhou madeira sobre o altar e pôs carne crua sobre a madeira. Despejou sobre essa oferenda a água de quatro barricas, que acabou escorrendo por uma vala.

            Eu fiz o fogo nessa madeira úmida e a carne do boi arderem, e evaporar toda a água que escorrera para o fosso. Jesus degolou aqueles quarenta sacrílegos com uma espada, e só então acordou.

            Em verdade Jesus não era Elias, nem tinha os seus sentimentos sanguinários, mas alguém que sonhava com seus pergaminhos, com suas atitudes, e que através do sonho tomava ciência que o jejum devia continuar por quarenta dias e quarenta noites. Ele tomava consciência de que ele ou o povo de Israel não mudasse seus hábitos, todos correriam sérios riscos ao Meu juízo final.

            Também se deu conta de ter dedicado a juventude mais à madeira tratada por suas ferramentas do que ao Meu povo. Não tinha prestado atenção ao que Eu intuíra José lhe falar: “Todos compartilhamos os pecados de Israel, pois não nos empenhamos o bastante para superá-los.”

            Até esse momento, Jesus não sabia ainda que deveria cuidar mais de pecadores que de pessoas sãs. Ele se dava satisfeito com as palavras de Isaías: “Embora o povo de Israel seja como as areias do mar, um resíduo aproveitável há de restar.”

            Prestes a entrar na sexta semana do jejum, nos quarenta dias no deserto, Jesus estava imbuído do espírito de Isaías. Alimentou a esperança de que esse resíduo de bons judeus o ajudasse a recuperar tudo o que havia sido perdido pela nação. Repetindo em voz alta seus provérbios, fitava o sol até sentir os olhos queimando. Meditou sobre as preces mais adequadas aos pecadores e decidiu que falaria exatamente como fizera aquele profeta: “Lavem-se, tornem-se puros; afastem-se do mal, socorram os oprimidos.”

            Na noite que seguiu ao quadragésimo dia Eu lhe falei: “Amanhã podes descer da montanha e comer.” A fome voltou assim que ele ouviu tais palavras, e ele estava faminto.

            Assim, Deus passou esse diálogo pra mim, para que eu refletisse na experiência que Jesus teve no deserto no qual ainda me encontro. Jesus não cometera erros, mas refletiu sobre os erros de Davi e Salomão. Deus não espera de mim a competência de Jesus no deserto, certamente Ele está a perdoar a minha deficiência em não conseguir atingir minhas metas. Mas acredito que Ele reflita nos erros de Davi e Salomão, nos quais Jesus também refletiu. O erro de Davi eu estou longe de cometer, de mandar o marido da mulher que ele desejava para a morte a fim de ficar com sua esposa. O meu perfil é de harmonizar os casais que já estão estabelecidos, de trazer justiça ao relacionamento, mesmo que isso implique em ações não aceitáveis culturalmente.

            Agora, o erro de Salomão com a diversidade de mulheres é mais fácil de eu cometer. As mulheres estrangeiras com relação ao reino de Israel, com as quais Salomão se envolveu e foi envolvido por elas em seus interesses de adorar outros deuses, pode ser cometido por mim se não tiver cuidado com outra perspectiva mais atualizada.

            As mulheres estrangeiras no contexto atual de minhas percepções são aquelas que não pertencem ao Reino de Deus, ao Reino regido pelo Amor Incondicional. Ao me envolver com essas mulheres que são dominadas e as vezes obcecadas pelo amor romântico, condicional, portanto pertencentes ao Reino da Matéria, do egoísmo, estrangeiras da pátria na qual habito, corro o risco de ser envolvido por suas emoções e cometer injustiças e desvios da meta. Até agora estou firme nos meus propósitos e sofrendo a consequência, a maior delas é ter que morar sozinho, longe do afago dos filhos ou companheiras. Não posso deixar que a influência estrangeira que elas trazem em seus corações e que não conseguem se libertar, se transformar para entrar em meu reino, o Reino de Deus, transforma a harmonia da minha vida e a sintonia que eu tenho com o Pai. Todos os recursos que o Pai colocou ao meu alcance, financeiros, fisiológicos, morais e cognitivos, eu ponho todos a serviço do Amor Incondicional que é a grande Lei do Senhor.

            Portanto, recebo a mensagem do Pai e fico satisfeito, apesar dos tropeços no deserto, pois vejo que Ele não me repreende, apenas chama a minha atenção para erros graves cometidos no passado por pessoas que pensavam e que O amavam como eu. Ouvi, compreendi e estou disposto a seguir com determinação a estrada que Ele colocou como minha destinação. Sei que nesse mar de areia de pessoas na terra, todas filhas do mesmo Pai, algumas existem capazes de colaborar comigo nesse projeto tão difícil e tão importante.

 

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em 23/03/2015 às 23h59
 
22/03/2015 23h59
AMOR, SUBLIME AMOR

            Logo cedo recebi a mensagem de uma colega do Foco de Luz (Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio) que enviara pelo grupo do whatsapp um vídeo na voz de Cid Moreira que falava do Amor segundo a conceituação de Paulo de Tarso, em I Coríntios (13, 1-13). Logo vi que era mais uma mensagem de Deus para comigo, somente para lembrar aquilo que eu determinei fazer e mesmo tendo falado desse tema em outra ocasião deste diário, achei conveniente voltar a fazê-lo, com as devidas reflexões atuais:

            “1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.

            Este é um exercício para o cotidiano, vigiar minhas próprias palavras em quaisquer circunstâncias, pois se elas não forem carregadas de amor estarei fazendo apenas ruídos, nada mais.

            2. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não sou nada.

            Reconhecer com humildade que todos os bens e recursos materiais, acadêmicos, financeiros e profissionais que adquiri ao longo da vida nada preencherá a minha essência se eu não tiver o amor.

            3. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada valeria!

            Todo o meu esforço de doação que ainda timidamente pratico, ou mesmo os exercícios corporais e controle da vontade que faço com o exemplo do jejum, como estou praticando nesta quaresma, não tem nenhum significado se não existir dentro de mim o amor.

            4. O amor é paciente; o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante.

            Procuro exercer esse controle, mas tem momentos que a paciência se perde, que perco oportunidades de ser bondoso. Procuro não ter inveja, orgulho ou arrogância, mesmo que por imperfeição eu sinta que isso possa acontecer em algumas ocasiões.

            5. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.

            Procuro obedecer às três orientações, mas delas a que sou mais fragilizado é com relação a irritação, mas procuro conter com energia.

            6. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.

            Este é o ponto que fico mais confortável, que cumpro com mais tranquilidade, sem tanto esforço.

            7. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

            Sempre estou tentando praticar dessa forma nos meus relacionamentos, apesar de ser criticado por ser ingênuo e de que todos podem me enganar. Mas estou sempre atento pelas injustiças que outros possam me causar, procuro me defender de forma a manter a integridade do meu pensamento. O que tudo suporta não significa que eu deva permanecer dentro de uma situação incoerente, desarmônica, ou praticar ações que levem outros a pensar de forma equivocada.

            8. O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.

            Mesmo que todos ao meu lado pensem e atuem de forma diferente, que o amor começa, mas sempre tem um fim, eu descobri que Paulo tem razão, que o amor depois de formado jamais acabará, a não ser que seja um amor contaminado pelos condicionamentos.

            9. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.

            Na condição de acadêmico posso comprovar essa verdade. A história mostra que a verdade de ontem defendida pela ciência ou proposta pelas profecias, podem ser bem diferente da realidade que observamos.

            10. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.

            Compreendo que o perfeito que Paulo se refere é o amor. Ele é capaz de corrigir a parcialidade da ciência e a imperfeição da profecia.

            11. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.

            Meu pensamento infantil do passado, ou pretensioso de ontem, está sendo corrido pela maturidade que os conhecimentos que a verdade me traz, e entre eles o mais importante é o valor que tem o amor. Não posso manter as coisas supérfluas em que permanecia.

            12. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.

            Começo a ter essa nova compreensão, que a verdade está à minha frente, ainda de forma confusa. Até o meu próprio ser que habita este corpo de carne, quem é ele, o que veio fazer, qual a sua missão... Desenvolvo agora esse foco nas minhas atividades, enquanto o vigor físico desaparece pelos anos que carrego, a lucidez da verdade e a compreensão de quem sou se tornam cada vez mais lúcidas.

            13. Por ora subsistem a fé, a esperança e o amor – os três. Porém o maior deles é o amor.”

            Perfeito! Possuo o três, mas a quem mais dedico atenção, a quem mais procuro colocar em prática, é o maior deles, é o amor!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/03/2015 às 23h59
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