Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
10/04/2015 00h01
FELIZES OS INJUSTIÇADOS

            Esta foi a oitava bem aventurança ensinada por Jesus, segundo Mateus (5,10): Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. As três primeiras bem-aventuranças: os pobres pelo espírito, os mansos e os tristes, são verticais e se destinam a abrir os nossos canais receptivos em relação a Deus. A quarta, os que têm fome e sede de justiça, tem por finalidade fazer a transição dessa abertura vertical que desce do infinito, para a horizontalidade dos finitos, pondo-nos a nós, um em face do outro. É uma ponte. As três bem-aventuranças que se seguem, ou seja, os misericordiosos, os puros de coração e os pacificadores, têm por objetivo lançar-nos de vez no serviço desinteressado ao próximo. Quanto a oitava, esta que examino agora, os que sofrem perseguição por causa da justiça, mostra a consequência de todas as outras sete.

            Justiça no sentido espiritual é a harmonia entre o homem e Deus, entre o filho e o Pai, entre a criatura e o Criador, a derramar-se espontaneamente na solidariedade cósmica de todos os filhos de Deus.

            Todos os seres realmente avançados na jornada espiritual sofreram e tem sofrido muito por causa dessa justiça. Alguns foram crucificados, flechados, enforcados, queimados, apedrejados, ou morreram de fome e sede em alguma masmorra escura e pestilenta. Outros são passados a fio de espada, decapitados, fuzilados, torturados ou trucidados.

            Mas por que tudo isso?

            Porque, independentemente de qualquer motivo específico, a incompreensão humana, a ânsia de poder, a ganância e a libertinagem coletiva, que ainda constitui a normalidade estatística doentia do mundo, não aceitam nenhum tipo de anormalidade, seja a anormalidade para baixo, a dos subnormais, retardados mentais, doentes psicóticos, miseráveis sem nome, sem fama, sem grana; seja a anormalidade para cima, dos supernormais, dos moralistas, éticos, virtuosos. Os subnormais são desprezados por causa de sua fragilidade. Já os supernormais são sempre perseguidos, pois a presença deles contraria frontalmente a ingratidão, o egoísmo e a mesquinhez do homem comum. A história nos revela que essa perseguição chega ao máximo do delírio exatamente contra os mais belos e avançados espécimes de nossa raça, aqueles que mais amam e dignificam a humanidade.

Os homens normais nunca toleraram e ainda não toleram a presença física de um autoiluminado. Matam-no geralmente, até mesmo para que se torne um santo. E depois... ainda lhe pedem graça e lhe imploram milagres! Neste mundo tão hostil, o homem crístico quando consegue escapar da perseguição ou da morte, acaba por tornar-se um solitário. Quase ninguém o compreende. Sente-se em pátria estrangeira, exilado. Alguns o consideram ingênuo; para outros é um tolo, se não for um louco. De qualquer modo, não passa de um visionário, de um inútil, segundo opinião dos normais.

Todavia, o sábio jamais se lamenta. Somente o sábio é realmente feliz, só ele é bem-aventurado, ainda que perseguido, mesmo no sofrimento.

É preciso saber também que, todo e qualquer sofrimento de um homem crístico é sempre periférico e temporário. Jesus, por exemplo, é o homem mais feliz que este mundo já viu. Seus sofrimentos eram inteiramente voluntários e não passaram de 15 horas, de quinta feira à noite até sexta-feira, sendo que os sofrimentos físicos, embora intensos e terríveis não ultrapassaram três horas de duração.

O Reino de Deus não quer dizer algum lugar de onde se vem, onde se está ou para onde se vai. O Reino dos Céus, onde mora o santo, é o Reino da Verdade Libertadora, o repouso no supremo ideal da consciência, é o estado de espírito de quem já está na paz do Cristo. O sábio, ao ingressar nesse Reino, entra na comunhão dos santos, estando, portanto, na melhor companhia que existe. Daí, essa estranha imunidade do homem crístico em face dos acontecimentos externos, de qualquer natureza. Prazeres e dores, por exemplo, não mais lhe interessam, não mais o afetam. São coisas neutras e periféricas do ego, que o sábio contempla como um simples espectador, a partir de sua atitude positiva interna.

Esta atitude, sim, me é prioritária, pois é ela que pode erguer-me ainda mais às alturas, rumo às culminâncias do meu eterno e glorioso destino.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/04/2015 às 00h01
 
09/04/2015 00h01
CONFLITO NO CANTEIRO DE OBRAS

       Estou, junto com alguns irmãos, dispostos a construir um modelo do Reino de Deus a partir do trabalho comunitário na Praia do Meio. Cada um dos irmãos, a começar por mim, possuem os seus vícios e defeitos, como assim sucedia com os primeiros apóstolos. Então, é até natural que se observe conflitos no canteiro de obras entre esses trabalhadores, que podem levar a atrasos no alcance da meta.

            Vejo que esses conflitos estão sempre ocorrendo entre os trabalhadores mais próximos ou distantes de mim. Aconteceu anteontem um conflito entre as duas pessoas mais próximas de mim dentro desse projeto e que desempenham um trabalho com muita profundidade dentro dos objetivos da comunidade.

            Vinha com elas para fazermos o nosso lanche noturno antes da reunião do estudo espiritual que fazemos sempre nas terças feiras, quando começou uma saraivada de críticas quanto o comportamento que um trabalhador sintonizado com o Cristo deve ter dentro da comunidade, retrucado com palavras duras que jogadas ao ar tinham o efeito de uma pedrada. Notei que o choque foi forte e que o silêncio que se seguiu foi a estratégia que ambas encontraram para frear os efeitos devastadores do conflito sobre a alma. Felizmente!

            Fiquei a imaginar o que eu poderia dizer para aliviar os danos que foram causados pelo conflito. Não encontrei palavras ou assuntos que tivessem o efeito de bálsamo sobre essas dores. Avaliei que o que eu dissesse naquele momento onde as emoções estavam incendiadas pudesse despertar novamente as razões do conflito, e até essa aparente calma do momento se perderia.

            Porém, durante o estudo espiritual, foram abordados os argumentos do livre arbítrio, que todos podíamos exercê-lo, mas dentro de alguns limites permitidos pelo Criador dentro do projeto de vida que foi elaborado no mundo astral para cada um seguir no mundo material. Observei que era a chance que eu tinha de levar o assunto sobre a reflexão do que havia acontecido, sem discorrer diretamente sobre o fato observado ou citar ninguém.

            Falei que realmente existiam limites para a aplicação do livre arbítrio, principalmente quando consideramos o que queremos ou não fazer. Todos nós sabemos que no processo da reforma íntima que cada um deve fazer, como é difícil praticar as virtudes e corrigir os vícios e defeitos. Então, todos cairão fatalmente em erros e desvios do comportamento daquilo que desejam ter ou fazer. Quem está observando os atos e quedas dos amigos deve ter uma postura de compaixão pelos erros que observa nos outros, mesmo porque amanhã, fatalmente serão eles mesmo que estarão errando.

            Essa forma de pensar, e colocada dentro de um contexto de estudo, sem atingir quem quer que seja, foi a oportunidade do meu pensamento se manifestar e procurar diluir o mal que o conflito causou, principalmente a quem mais teve o papel de ofensor, pois o sentimento de culpa é um forte gerador de doenças na alma.

            Agora só resta depois da reflexão, pura, honesta e corajosa, que cada um possa fazer, realizar o próximo passo que exige mais coragem ainda: após o reconhecimento do erro, o ofensor pedir o perdão ao ofendido, recuperando a postura de humildade e de sintonia com o Amor, que é o fator que deve caracterizar cada filho de Deus que deseja ser discípulo do Mestre.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/04/2015 às 00h01
 
08/04/2015 00h01
PROJETO SEMÁFORO

            Como já tenho observado, ideias surgem na minha mente e se desenvolvem dentro de uma coerência perfeita, que imagino seja devido à ação dos bons espíritos, iguais a mim, imagino, só que na dimensão espiritual. Então eu imagino que o Criador atendendo aos meus pedidos, aciona os espíritos do mundo astral que mais se sintonizam comigo para passar as mensagens e orientações que eu preciso em determinado momento. É assim que imagino que aconteça aqui no mundo material, onde o meu espírito que eu classifico como bom e que procura seguir a vontade do Senhor, vai de encontro às pessoas que sofrem ou necessitam de algo que eu possa oferecer, quando essas pessoas pedem a Deus e são merecedoras de ser atendidas. Eu sirvo nesse caso de instrumento da vontade de Deus.

            Assim, surgiu enquanto eu dirigia uma ideia completa de como eu fazer para dar assistência às crianças e adolescentes que trabalham lavando os para-brisas dos carros nos semáforos, muitas vezes hostilizados pelos motoristas ou vice-versa. Para não esquecer, anotei na minha caderneta o título deste texto, para que assim que eu tivesse oportunidade o descrever para operacionar logo que fosse possível. Seria feito da seguinte forma:

            Eu iria com mais uma ou duas pessoas fazer a abordagem das crianças e adolescentes que trabalham no semáforo do Hospital Onofre Lopes. Convidaria a todas que estivessem trabalhando naquele momento para meia hora de conversa. Para eles não se sentirem prejudicados, cada um receberia cinco reais pela meia hora de conversa.

Informaria a eles que fazemos parte de uma Associação, AMA-PM, que desenvolve um trabalho cristão dentro da comunidade, de preferência no cuidado preventivo de crianças e jovens. O projeto que queremos realizar com a ajuda deles seria manter o mesmo trabalho que eles já fazem, mas de forma organizada e direcionada para o aperfeiçoamento financeiro e espiritual de cada membro. Cada pessoa receberia uma camisa de identificação do Projeto da seguinte forma: em letras grandes na frente e atrás da camisa teria o tema da Campanha da Fraternidade deste ano na igreja católica: EU VIM PARA SERVIR. Logo abaixo teria a sigla da AMA-PM. Mais abaixo ainda teria a pergunta: Posso limpar o seu vidro? Não é obrigatório pagar – Mas sua oferta é bem-vinda!

Teria uma equipe com baldes e rodos, e outra com uma caixa vedada com cadeado onde seriam colocadas as ofertas. Todos os participantes seriam treinados para a abordagem do motorista e seus passageiros de forma educada e fraterna. Seria entregue a cada carro um panfleto informando o objetivo desse projeto:

Caro motorista.

Estamos desenvolvendo um Projeto de caráter cristão, desenvolvido pela Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio – AMA-PM. Todos nós somos cadastrados pela Associação e nos comprometemos a estudar. Podemos participar das diversas atividades promovidas pela AMA-PM, como curso de xadrez, de violão, de flauta, de futebol de salão, de evangelização, de reforço escolar. Ao final do mês as caixas de ofertas serão abertas na sede da AMA-PM, durante a primeira reunião do mês e que se realizam sempre numa quinta-feira, na Escola Olda Marinho, de 19 as 20:30h. Você é nosso convidado. O valor arrecadado no mês será repartido por todos proporcionalmente as horas trabalhadas. Será feito um boletim financeiro dessa arrecadação e sua aplicação para a divulgação no semáforo, inclusive com o nome e endereço de cada participante, caso o motorista se sinta inspirado por Deus para dar sua contribuição extra individual junto aquela família.

Assina: AMA-PM (Telefone e email da direção para sugestões e apoio)

A ideia é que a família desse participante do projeto também seja assistida quanto a orientação cidadã. Cada participante do projeto receberá duas camisas para que possa sempre comparecer limpos e apresentáveis ao trabalho. Ensinaremos o valor da oração em cada início e fim do dia.

Aguardarei o momento adequado para colocar na prática essa ideia vinda do Pai.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/04/2015 às 00h01
 
07/04/2015 00h01
RESSURREIÇÃO?

            Essa questão da ressurreição até hoje é colocada como uma verdade inconteste para a Igreja Católica, um fato realizado e testemunhado por diversas pessoas. Para a ciência, no atual estágio de conhecimentos, é uma possibilidade impossível, um corpo que passou pela morte ter novamente suas células vitalizadas e surgir para uma nova vida. Nem mesmo o caso de Jesus se aplica esse conceito, pois o seu corpo ressuscitado parecia muito diferente daquele corpo que ele usava antes da crucificação. Era um corpo que ele advertiu a Maria Madalena para que não o tocasse, pois ainda não estava pronto e foi esse corpo que venceu a lei da gravidade e ascendeu para o céu.

            Mas esse questionamento não foi feito, de que natureza era esse corpo que se imaginava e parecia ressuscitado. Será que era composto das mesmas células do corpo antes da morte? Que necessitava de ser alimentado, podia se reproduzir ou sangrava se fosse ferido? Que teria de surgir e desaparecer com o uso dos próprios pés e que poderíamos acompanhar esse processo com nossos olhos?

            Não foi assim. O inusitado de se ver novamente uma pessoa que todos sabiam que havia morrido, fez logo a crença funcionar na base de que todas as células foram revigoradas e aquele corpo voltava a possuir sua fisiologia original sem nenhuma alteração. A crença dos primeiros apóstolos estava alicerçada nessa ideia e a todos procuraram informar e ensinar da forma que imaginavam ser a verdade. É tanto que o próprio Paulo, apóstolo que não chegou a ver o Cristo, e que era doutor na sinagoga, também se deixou contaminar por essa ideia e a divulgá-la pelo mundo dos gentios. Ele dizia em suas cartas que “Se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para anunciar e vocês não tem nada para crer. (...) Se Cristo não foi ressuscitado, a fé que vocês têm é uma ilusão. (...) Se Cristo não ressuscitou, os que morreram crendo nele estão perdidos. (...) Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo.” (Revista Veja, 8-04-15).

            Monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferrera, teólogo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, diz que o cristianismo conquistou o paganismo romano com a promessa da vida eterna, de mãos dadas com Cristo ressuscitado. O filósofo marxista alemão Ernst Bloch (1885-1997) dizia que “Não foi a moralidade do Sermão da Montanha que permitiu ao cristianismo conquistar o paganismo romano, e si a crença de que Jesus se erguera dos mortos – o cristianismo competia pela vida eterna e não pela moralidade”.

            Na minha forma de ver, a mecânica desse processo de ressurreição pelo qual deve passar todos os seres humanos que viveram e morreram neste planeta, não possui qualquer lógica. Como sei, a deterioração dos corpos leva a reutilização por outros seres vivos que são gerados a cada momento na face da terra. Dessa forma, um átomo ou uma molécula pode ser utilizada por mais de um corpo. Como então isso seria no dia do Juízo Final, quando todos terão que ressuscitar para serem julgados? Uma molécula ou átomo poderia pertencer a mais de um corpo? Como seria essa fisiologia? Mesmo que isso fosse possível por mecanismos que eu não conheça, esses corpos serão muito diferentes daqueles que eu conheço hoje.

            Mas enfim, não é essa questão da ressurreição, da vida eterna representada por este corpo que hoje digita este texto, que me atrai ao cristianismo e de me esforçar em ser um discípulo do Cristo. O que me atrai são justamente os elementos morais, do Amor Incondicional, e que foram ignorados no passado e que me parece até hoje também. Quando eu festejo junto com meus irmãos o dia da Páscoa, da ressurreição do Cristo, não é aquele falecido que foi sepultado na tumba da família de José de Arimatéia. A ressurreição de Jesus significa que posso alcançar um novo tipo de vida após a morte do meu corpo físico, de acordo com o bem que eu tenha condições de praticar ao meu redor, ficando cada vez mais próximo do Pai, como Jesus ensinou.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/04/2015 às 00h01
 
06/04/2015 00h01
VENHA COMIGO

            “Venha comigo, Pedro, Eu lhe darei uma nova vida, deixarás de ser pescador de peixes para ser pescador de homens. Iremos mudar o mundo!”

            Esse convite feito por Jesus a um pescador no Mar da Galiléia há 2000 anos, continua a ecoar nos ouvidos do mundo, a quem essa voz alcança, a quem tem condições de escutar além de ouvir.

            Esse convite chegou aos meus ouvidos e me atrevi a escutar. Primeiro procurei saber de quem partia esse convite cheio de tanta presunção. Por que Pedro aceitara esse convite, sem saber quem era esse homem. Fiquei a imaginar a situação. Pedro acabava de voltar do mar com o seu barco vazio, sua rede não conseguiu pegar uma simples piaba. O mar não tinha peixes, explicou pra aquele Nazareno de barba e cabelos compridos que perguntava se podia ajudar. Ajudar como, explicava Pedro, se o barco estava vazio? Mesmo assim Jesus entrou n’água, pediu ajuda para subir no barco e disse com uma autoridade serena para içar velas e jogar novamente a rede ao mar. Pedro, descrente, não queria ser grosseiro com aquele estrangeiro tão delicado e disposto a servir. Fez o barco novamente ao mar e jogou com enfado mais uma vez a rede. Sentiu um ligeiro tremor na corda que prendia a rede e começou a puxar. A rede era cada vez mais pesada e ele necessitava realmente da ajuda daquele desconhecido para subir com a rede e encher os seus sextos as diversas vezes que a lançava no mar. Cansado por tanto esforço, olhando os seus sextos abarrotados de peixes, ele lança um olhar de admiração e faz a pergunta: Quem és tu? Jesus responde com o convite.

            Agora, eu me coloco no lugar de Pedro. Que faria eu numa situação dessa? Ao ser beneficiado dessa forma? Ao ser ajudado sem nenhum acordo de recompensa? Ao ter na minha frente uma pessoa que me envolvia de um sentimento casto, harmônico, suave, embriagador? Que prometia mudar minha vida para um projeto mirabolante de pescar homens para mudar o mundo?

            Por mais que eu procure sentir o que Pedro sentiu nessa ocasião, sei que não atingirei a sua realidade naquele momento, pois não tenho comigo agora a presença do Mestre, como ele tinha. Por isso a minha mente racional não acompanha a decisão de Pedro. A minha mente pergunta por que eu deva seguir alguém que não conheço para uma mudança de vida que não sei como será, num projeto que eu sei que está muito além do meu alcance, tanto físico quanto psicológico. Não, eu não aceitaria o convite!

            Mas continuei a estudar a vida desse Nazareno e a refletir em Suas lições. Ele dizia que era o Filho bem amado de Deus, o nosso irmão maior, filho do mesmo Pai de toda a humanidade, de toda a criação. Disse que veio para cá enviado pelo Pai para ensinar como seria a forma de amar mais pura, sem a contaminação dos condicionamentos egoístas, o Amor Incondicional. Ensinava e praticava com sabedoria e coragem. Chegou ao ápice de toda a sabedoria e coragem com a crucificação. Não observei nenhuma incoerência em Suas lições. Eu não teria nem coragem nem sabedoria para fazer o que Ele fez, de cumprir uma missão para mim impossível.

            Com todas essas informações aquele Nazareno deixou de ser desconhecido para mim. Ele entrava agora no meu dia a dia, fazia comparações dos meus atos com os atos que Ele praticaria se estivesse no meu lugar. Notei que muitas pessoas se transformaram porque tentavam seguir suas lições, e com isso o próprio mundo estava mudando. Eu também estava mudando. Sem querer aceitar o seu convite, mesmo assim eu estava mudando!

            Refleti mais uma vez sobre o convite e senti que eu era, como o Mestre ensinou, um dos trabalhadores da última hora. Então, aquela lição que me pareceu na primeira vez que ouvi ter muita injustiça, um trabalhador que trabalhara o dia todo receber o mesmo salário daquele que trabalhou somente na última hora, agora me parecia cheia de sentido. Assim, comecei a trabalhar em Sua seara!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/04/2015 às 00h01
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