Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
21/05/2014 10h34
LEIS DO TEMPO E DO ESPAÇO

            Meu corpo está sujeito às leis do tempo e do espaço; meu espírito não! Meu corpo é produtor de instintos e pulsões; meu espírito de Amor e verdade!

            São dois universos diferentes, corpo e alma, que juntos numa existência procuram cumprir as leis de suas respectivas plataformas evolutivas.

            Enquanto meu corpo envelhece e os erros do metabolismo se acumulam e dificultam suas funções, minha alma adquire conhecimentos e sabedoria capazes de agir no mundo conforme o Amor que o Pai depositou como semente nas minhas entranhas psicoespirituais.

            O corpo perde importância no tempo, com os seus valores efêmeros; a alma adquire cada vez mais valores que se eternizam.

            Fica cada vez mais evidente na minha consciência a força que tem o ódio nascido do erro, e o quanto pode o Amor com base na verdade.

            Sinto esses efeitos do ódio por pessoas que não conhecem ou não aceitam a missão que tenho do Amor Incondicional, inclusivo; pessoas que mesmo sabendo da lei que Jesus ensinou, a lei do Amor, Amor que Paulo tão bem explicou em Coríntios, não conseguem aplicar em seus comportamentos e nem conseguem reconhecer o esforço de quem assim deseja fazer.

            - Que queres Senhor, que eu faça?

            É isso que minha consciência pergunta a cada passo que dou; e a resposta que recebo, que procuro seguir, é sempre uma ação que ressalta a aplicação do Amor Incondicional. E quanto mais meu corpo envelhece obedecendo as leis do tempo e do espaço, o meu espírito vivifica e abrange um espaço cada vez maior no ambiente e nos corações. Mesmo que existam ao meu lado pessoas que me acompanham e que não conseguem evitar o ciúme em seus corações, o meu já está livre desses sentimentos negativos. O meu coração já ama com naturalidade todas aquelas pessoas que amam com mais destaque as pessoas que amo com mais destaque. Não tenho receio que essas pessoas possam ficar juntas, temporária ou definitivamente, curtindo e desenvolvendo o Amor entre elas, sem a minha participação direta. O meu Amor continuará a brilhar em direção a elas qualquer que seja a direção que elas resolvam seguir.

            Sinto que assim estou fazendo alguma coisa de grande conforme o querer do Senhor, pois sei que Ele é o Criador e eu a criatura, o servo que deve cumprir a Sua vontade na harmonização dos mundos e seres que Ele criou, em qualquer dimensão, espiritual ou material.

            O Pai mandou que eu seguisse a Natureza que Ele criou, que está ao meu redor e dentro de mim. Ensinou que os preconceitos humanos não podem obstaculizar a lei do Amor e que eu deveria dar o exemplo de relacionamentos harmônicos com a Sua lei e com a Natureza que Ele criou.

            Mesmo que fazendo isso, levando o Amor a qualquer canto que eu for, deixo pessoas que são mais míopes da Sua lei, com raiva, ódio e ressentimentos.

            São as leis do tempo e do espaço que não me afetam enquanto corpo físico, que serão os instrumento de Deus ao meu alcance para demonstrar às almas rebeldes e ignorantes, capazes de tanta raiva e ressentimentos, qual é o verdadeiro desígnio de Deus frente a Verdade, e qual é o nosso papel enquanto Seus filhos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/05/2014 às 10h34
 
20/05/2014 09h08
CORRIGENDAS DE DEUS

            Fiquei emocionado e até orgulhoso com a mensagem que o Pai me deu durante a festa do fim de semana, ao colher alguns frutos do Amor que plantei ao longo do caminho. Mas no dia seguinte ao retornar para casa o Pai acessou minha consciência e fez reprimendas em particular. Mais uma vez comprovei a sua beneficência para com Seus filhos, elogia em público e reprimenda em particular.

            Na sua reprimenda o pai acessa a minha consciência e diz o que eu poderia ter feito na festa, o que eu já estou capacitado a fazer, ao invés de ficar me esforçando para me adaptar aos costumes mundanos, maledicentes e lascivos que dominavam os diversos tipos de relacionamento.

            Eu poderia ter pedido permissão aos pais dos recém-casados para dar uma palavrinha referente ao belo evento do dia anterior. Poderia realçar que nos relacionamentos, sem falar do Amor que é fundamental, um detalhe que jamais podemos esquecer é da honestidade, de falar e praticar a verdade. Gostaria de contar uma estória para exemplificar isso para os noivos, mas que servem para todos os presentes. E contaria aquela história que marcou a minha mente e o meu coração.

A história de um príncipe que queria casar, mas não queria casar somente pela beleza do corpo, pelo modo de falar, pela inteligência ou pelo dinheiro. Ele queria que acima de tudo ela fosse uma pessoa honesta, que tivesse a coragem de dizer, apesar de toda a represália que pudesse sofrer, a verdade como ela era, mesmo que fosse doer no fundo da sua alma. Mas como encontrar uma pessoa assim, já que elas podiam muito bem mentir sobre esse defeito, fingir que eram uma pessoa honesta acima de qualquer suspeita? Então ele reuniu os sábios do reino e saiu com uma decisão: iria fazer um concurso no seu reino com abertura aos reinos vizinhos para todas as moças em condições de casar. Independente da classe social, da condição financeira e até da beleza do corpo. Todas que tivessem interesse podiam se candidatar. Foi feito um edital e espalhado por todos os reinos. Vieram moças belas, ricas e nobres de todos os lugares.

            No reino do príncipe existia uma moça, bela, mas não tinha nobreza no seu sangue, seus pais eram humildes e ela fazia muito esforço para estudar. Porém ela amava o príncipe desde que o vira pela primeira vez a cavalgar os seus belos cavalos. Quando ela soube do Edital disse aos pais que iria se candidatar também. Os pais ainda quiseram tirar isso da sua cabeça, mas ela explicou com tanto carinho e respeito aos pais, que devia fazer isso, pois era isso que o seu coração pedia. Era uma chance que ela tinha de ficar pelo menos perto daquela pessoa que ela tanto amava. Somente o instante de olhar nos seus olhos e talvez tocar as suas mãos, já seriam o suficiente para pagar pelo mico que ela pudesse sofrer frente as outras candidatas.

            Os pais compreenderam a dimensão do amor de sua filha e mesmo pesarosos pelo que ela podia sofrer de humilhação, concordaram com o seu desejo.

            No dia determinado estavam presentes diversas moças cada uma mais bela e mais oponente em riquezas e títulos que as outras. A jovem humilde parecia uma estrela apagada frente aquelas formosuras, com luxo e requinte. O príncipe pediu para todas ficarem lado a lado e passou frente a cada uma, olhando nos olhos e deixando dentro da mão de cada uma delas uma pequena semente. Depois foi a frente e explicou:

            - Todas vocês receberam a semente de uma bela flor. A competição consiste no cultivo dessa flor durante três meses. Vocês terão cuidado diário com elas para que cresçam e desenvolvam toda sua beleza. Ao fim dos três meses todas comparecerão aqui novamente com o resultado do trabalho. Aquela que apresentar a mais bela das flores será a eleita, será a princesa do meu reinado, terá o meu amor e o meu respeito, pois saberei assim que cuidará da maior virtude que eu prezo para uma futura rainha.

            Assim todas as moças foram para suas casas, seus palácios ou seus reinos, dispostas a fazerem o que era pedido. A jovem também saiu da reunião entusiasmada, não só pela possibilidade de cultivar a mais bela flor, pois sabia que as outras tinham muito mais condições de cultivar, de usar os mais completos adubos, de contratar os mais experientes jardineiros para lhes orientarem. Ela saiu entusiasmada por ter visto de perto o seu amado, de ter olhado em seus olhos e de ter sentido o contato da mão dele na sua quando entregou a semente. Entusiasmada porque dali a três meses ela teria nova oportunidade de vê-lo mais uma vez e talvez até tocar em suas mãos outra vez quando fosse entregar a flor.

            Os dias passavam e apesar de todo esforço da jovem a sua flor não germinava. Ela adubava e regava, colocava no sol de dia, de noite no sereno... e nada! O tempo passava e nem uma simples folhinha conseguia aparecer naquele jarro que ela olhava com tanta ansiedade todo o dia.

            Enfim passaram os três meses, era o dia que todas as  moças deviam retornar à frente do príncipe o qual iria escolher a mais bela flor. A jovem não tinha nada para mostrar, nenhuma plantinha havia germinado no seu jarro. Mesmo assim ela disse aos pais que iria comparecer mais uma vez na frente do príncipe, levaria o seu jarro assim mesmo, sabia que não ia ganhar nada, seria até motivo de pilhérias, mas teria outra oportunidade de olhar de perto o seu amado e talvez ele tocasse mais uma vez em suas mãos ao receber o jarro sem flor. Mais uma vez seus pais quiseram fazê-la desistir de pagar um mico maior do que o outro há três meses, mas, mais uma vez a força do Amor que brotava do seu coração foi suficiente para dobrar o medo dos pais.

            Ela chegou no salão do palácio e realmente era motivo de pilhéria. Todas as moças apresentavam flores lindíssimas, perfumadas, exuberantes. Ela, apenas o jarro vazio. Quando o príncipe chegou todas pararam com os risinhos e as ironias e ficaram uma ao lado da outra como da primeira vez., só que agora o príncipe iria decidir pela flor mais bela que tinha ali na sua frente.

            Ele passou frente a frente com cada moça, olhava em seus olhos e na flor que ela trazia. Quando foi a vez da jovem, ninguém notou um brilho diferente que surgiu nos olhos do príncipe, todas estavam prestando atenção as ironias que ouviam ou que falavam, menosprezando a humilde jovem, que de tão corajosa em comparecer no fim da competição com um jarro vazio, parecia boba.

            O príncipe depois de ter vistoriado todas as jovens com os seus jarros, ficou na frente de todas e declarou o resultado:

            - Quem venceu a competição, quem me trouxe a flor mais bela, foi essa jovem – e apontou em direção a moça do jarro vazio.

            Todas murmuraram com surpresa e indignação. Como poderia ser isso, se ela não tinha nada no seu jarro e todas as outras tinham belas flores?

            O príncipe esclareceu. A virtude que eu mais prezo é a honestidade, disse ele. Todas vocês receberam sementes estéreis, jamais iriam germinar nada vindo delas. No entanto vocês cultivaram outras sementes e trouxe aqui um resultado que não foi o combinado. Somente essa jovem apresentou a mais bela flor que vocês não podem contemplar com os olhos físicos, a flor da honestidade. Essa flor somente vinga com o adubo da verdade, e o seu perfume santifica quem a nutre, pois isso está acima do dinheiro, da posição social e até da beleza física.

            Todas baixaram a cabeça, reconheceram que todas foram pegas em suas mentiras, e saíram sem dizer palavra.

            Depois dessa história eu faria mais uma vez a apologia da verdade, que todos nós devemos ser verdadeiros em nossas palavras e ações, que a confiança seja o avalista mais forte de nossos relacionamentos. Deixaria essa história como motivo para reflexão de todos, para que jamais percamos a confiança com quem caminha ao nosso lado.

            Convidaria enfim, todos para cantar juntos o Pai Nosso seguido da canção da Oração de São Francisco. Assim eu poderia ter feito o equilíbrio na festa, de realçar as virtudes que tanto bem causa ao espírito. Seria um elemento ativo fazendo a vontade de Deus, ao invés de passivo como fui.

            Recebi a reprimenda do Senhor e garanti que ficaria atento, que procuraria deixar a minha inteligência mais ágil para encontrar em tempo hábil a melhor forma de cumprir a Sua vontade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/05/2014 às 09h08
 
19/05/2014 00h01
LIÇÕES DE DEUS

            Quando uso o meu livre arbítrio para cumprir a vontade de Deus e não a minha, devo reconhecer que o planejado por mim pode não se cumprir, pois a vontade de Deus pode ser outra.

            Assim foi como aconteceu nesse último fim de semana. Desde o sábado tudo que planejei foi alterado de última hora, até o pneu do carro amanheceu baixo e tive que passar numa oficina para consertar a roda, e também de visitar um amigo que está internado em UTI, de táxi, para não perder a oportunidade.

            No domingo resolvi participar de outra festa em decorrência da festa de sábado, e pedi para minha companheira, E., ir me representar num evento que iria ocorrer na Praia do Meio. Racionalmente eu compreendia que a participação do evento na Praia do Meio, desenvolvido pelas igrejas evangélicas era mais importante, mas o coração pediu para ficar na festa. Mesmo não havendo nenhuma perspectiva de prazer biológico de qualquer natureza, seja de bebidas, de jogos, de sexo, de danças, o coração pedia para ficar nessa festa. Obedeci, pois é no sentimento que passa pelo coração onde reside a essência do Amor de Deus que Ele deixou ali alojado quando nos criou, que Ele nos fala com mais propriedade.

            Então, de repente me encontro nessa festa, regada a muita bebida, muito som de natureza lasciva, muita carne para churrasco, muita dança erótica. Definitivamente, esse não é o meu mundo. O que eu podia ter feito ali com satisfação era comer a carne de mamíferos, mesmo assim sabendo de toda a implicação negativa que recebe a minha aura quando eu me alimento assim. Procuro me esforçar ao máximo para interagir com as pessoas mais acessíveis e procuro mergulhar nas suas conversas. O conteúdo também não sintoniza com minhas tendências. E um conteúdo sexual, de desejo e do potencial de realizar o sexo, do elogio da bebida, da dança. Mas também posso captar por trás de tudo isso a vontade de agradar, de acolher, principalmente do dono da festa.

            Enfim, era essa a circunstância que eu estava metido e procurava saber de Deus o que Ele queria me ensinar com tudo isso. Eu que tenho como missão a criação da família ampliada que seja regida pelo Amor Incondicional e que tenha o amor romântico como um coadjuvante, estava no meio de todos que defendiam a família nuclear, mesmo que fora da vista a maioria não cumprisse o que dizia ser importante, a fidelidade de um amor exclusivo.

            Apesar de tudo eu procurava agir como Jesus agiria em situação semelhante, procurava demonstrar o meu amor sendo afetuoso e atencioso com todos, mesmo se tal pessoa já intoxicada pelo álcool não dissesse mais palavras compreensivas.

            Mas foi na minha saída, quando fui me despedir do dono da festa, foi que vislumbrei o que o Pai queria me ensinar, ou melhor, devolver uma prova que fiz e que Ele precisava me dar o resultado.

            Ele sabe que devido o meu comportamento tão honesto no cumprimento da missão que Ele colocou em minha consciência, foi provocado um grande ódio na mãe da minha companheira S. O magnetismo desse sentimento negativo ela procurou espalhar por todos os seus filhos, alicerçado em fortes preconceitos. Mas o Amor que eu procuro desenvolver de forma incondicional fez ver a todos os filhos e seus respectivos companheiros que eu não possuía a aura cuja informação deturpada eles recebiam. E foi o dono da festa que na despedida me passou essa mensagem, que acredito ter sido as palavras de Deus intuídas em sua boca:

            “Você é um homem bom, honrado, será sempre bem recebido em minha casa. Você é um filho de Deus e já fez por minha casa, minha família mais do que fizemos por voce, e sabemos que a qualquer momento podemos contar com você.”

            Lembrei de Jesus quando perguntou a Pedro quem Ele era, e Pedro respondeu que Ele era o Messias, o filho do Deus vivo. Jesus parabenizou-o, pois ele fora intuído pelo Espírito Santo para dizer aquelas palavras.

            Não consegui responder, senti que eram palavras do Pai para mim, palavras que representavam o sentimento de todos para comigo, palavras que demonstravam a vitória do Amor contra o ódio, palavras que significavam o resultado de um trabalho que foi realizado e que agora eu estava colhendo os frutos. Meus olhos marejaram e antes que ele pudesse perceber minhas lágrimas caírem, o abracei fraternal e demoradamente para disfarçar minha emoção.

            A tarde começava a morrer, o irmão sol pintava de carmesim com os últimos raios as preguiçosas nuvens que queriam lhe acompanhar na linha do horizonte. A noite chegava e pacientemente esperava a chegada da irmã lua.

            Agradeci a Deus pelas lições que Ele me proporcionou, pelo teste que Ele me devolveu, e prometi continuar seguindo meu coração, principalmente quando Ele quisesse me ensinar ou proteger de alguma coisa.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/05/2014 às 00h01
 
18/05/2014 09h54
FESTA DE CASAMENTO

            Jesus disse que era filho de Deus e que para chegar ao Pai, ele era o Caminho, a Verdade e a Vida. Veio para a Terra, encarnado, para nos ensinar de forma teórica e prática o verdadeiro Amor. Eu aceito todas as suas lições, apesar de ainda não compreender bem algumas delas.

            Então vou fazer essa consideração: se eu sou o Seu discípulo, quero seguir os Seus passos, então devo ver o Seu comportamento como lição para o meu caminho.

            Jesus começou a Sua missão quando estava com 30 anos, numa festa de casamento, com o milagre da transformação da água em vinho à pedido da Sua mãe.

            Eu considero o início da minha missão, guardadas, as devidas proporções do distanciamento espiritual que existe entre mim e Ele, aos 60 anos. Ele veio para nos ensinar o Amor. Por outro lado, eu entendi conforme a vontade do Pai em minha consciência, que devo aplicar o Amor, principalmente nas relações afetivas, construindo a família ampliada em direção à família universal.

            Ontem participei de uma festa de casamento e foi inevitável a comparação do comportamento de Jesus com o meu. Ele também estava com os amigos se divertindo, brincando, bebendo vinho e dançando. Então esse é um sinal de que também posso fazer isso. Outro dado interessante é que Ele estava numa festa de casamento, mas que não queria casar e isso era uma implicação da Sua missão. Também me coloco dentro da mesma perspectiva, estava dentro de uma festa de casamento, mas não quero casar. Também faz parte das implicações da minha missão.

            Isso poderia justificar a adaptação da minha alma aquela festa que eu participava, onde a maioria demonstrava a alegria também bebendo bebidas alcoólicas e/ou dançando. Se Jesus tinha a Sua alma adaptada àquela festa de casamento que Ele participou em Caná, eu não sei. Os registros falam apenas que Ele estava presente com os amigos e na presença da mãe e que bebia e dançava. Não falam do estado de Sua alma, se estava adaptada e sintonizada com aquela situação. Sei que a minha não estava!

             Primeiro, não usei bebidas alcoólicas, fato que a maioria dos homens cumpria. Vejo que os homens e mulheres procuram assim liberar suas inibições internas e se entregar na volúpia de uma alegria contagiante. Procuro não usar esse artifício que o álcool provoca, procuro me envolver na alegria contagiante, mas sem anestesiar os neurônios que podem fazer os diagnósticos da minha alma. Sei que a dança é uma expressão corporal que está muito associada com os impulsos sexuais, dos imperativos da reprodução que mantém a perpetuação da vida biológica, com todos os seus prazeres atrelados. Também procuro entrar no ritmo e fazer o meu corpo evoluir com todos os volteios que a mente imagina e os membros podem realizar. Conforme o ritmo que esteja sendo tocado, existe uma maior ou menor facilitação para as minhas coreografias. Mas sempre tenho a mente sob o controle do meu espírito, facilitado por eu não ter deixado o meu cérebro intoxicado pelo álcool e dessa forma mais fragilizado frente às pulsões instintivas.

            Dessa forma eu faço a todo o momento diagnóstico da situação e se existe a coerência do meu comportamento com a minha missão. Lembro-me da explicação de Jesus quando dizia que as dúvidas que existiam se Ele seria ou não o filho de Deus, seriam tiradas ao observar o Seu comportamento, se aquilo que Ele fazia era de origem divina. Então Ele assim cumpria a ordem do Pai e essa obediência devia servir como Sua carteira de identidade frente aos homens. Procuro também cumprir essa lição, procuro me comportar como se cada ação fosse uma ordem dada por Deus, ou melhor, como se fosse uma ação do próprio Deus se Ele estivesse encarnado em meu lugar.

            Então, onde está a fonte do meu mal-estar, a desadaptação da minha alma numa festa que reina a alegria, e que a alegria é um dos objetivos para melhorarmos a qualidade de nossa vida, inclusive e talvez principalmente no plano espiritual?

            Aprofundando o meu raciocínio na procura dessa resposta, chego a conclusão de que a minha busca, o meu caminho, é a construção de uma sociedade baseada no Amor Incondicional onde as pulsões instintivas, incluindo as sexuais, estejam num segundo plano. Pode ser até que as manifestações eróticas possam acontecer, mas sem comprometer o sentido evolutivo da alma que é responsável pelo desempenho do corpo. O corpo deseja o sexo pelo prazer que ele proporciona e isso pode levar o indivíduo à pornografia, prostituição, dependência sexual. O instinto sexual, o amor romântico, todos devem está a serviço do Amor Incondicional e não executados com banalidade sem a observação do lado divino que eles possuem. Fica aparente apenas o objetivo de se servir do outro como um objeto de prazer, como uma estrutura biológica lúdica, uma mercadoria de lucro.

            Tinha músicas como “Era um garoto que como eu” cuja letra e melodia apesar de ter o lado erótico e romântico, também evocam valores éticos e estas eu não tenho dificuldade de entrar na roda e fazer também minhas coreografias. Mas tinham outras como o “Lepo-lepo” que na letra e na coreografia que implicava no uso do pênis de forma escrachada, ou em outra que não lembro o nome agora, mas que fala de um sorteio em que a mulher termina por escolher entre “chupar” ou “dar” que causam de imediato antipatia em minha alma. Mesmo eu sendo pego no salão com uma música dessas, e não querendo sair de imediato para não passar a ideia de moralista, não fico definitivamente à vontade. E se estou fora do salão eu não entro.

            No entanto, pessoas que vejo se comportarem com tanta regularidade dentro da igreja do Cristo, participam dessas evoluções eróticas sem nenhum constrangimento.

            Não quero aqui fazer julgamentos, este não é o meu papel dentro de minha missão, mesmo porque eu posso estar errado. Talvez Jesus, o meu mestre, se comportasse como eles, contagiado pela alegria inocente deles, apesar dos gestos impróprios para mim, e me considerasse como hipócrita, por não me comportar como os outros por ser tímido, mas pensar dentro da minha individualidade nessas ações eróticas tão primárias.

            Por outro lado eu sei que nem o Pai nem Jesus condenam o meu comportamento, mesmo ainda existindo sujeira nos meus pensamentos que não deixo eles se manifestarem. Procuro manter meu comportamento dentro dos princípios do Amor Incondicional com total honestidade aos propósitos do Pai, conforme Ele pode confirmar ao sondar o meu coração. Continuo a amar todos eles apesar de considerar que estavam fazendo um comportamento inadequado. Agi como se eu fosse Jesus encarnado, com a essência do Pai sobre mim, de distribuir o Amor ao meu redor, a quem quer que seja, independente do que façam.

            Sinto que este fim de semana eu estou sendo colocado em prova e junto a mim talvez as minhas companheiras também estejam sendo provadas. Logo mais irei a outra festa em desdobramento a essa que aconteceu ontem e terei novas oportunidades de colocar em prática a minha missão.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/05/2014 às 09h54
 
17/05/2014 04h33
CONTAMINAÇÃO MENTAL

            Na reunião realizada ontem, dia 16-05, no Centro Espírita Cruzada dos Militares, o tema foi a indução mental. A história relatada por Tiago, espírito responsável pelo livro “Memórias de um toxicômano”, falava sobre o seu retorno à crosta terrestre acompanhado do mentor que auxiliava na sua recuperação, para que ele aprendesse novas lições. Ele mostrava muito medo nesse retorno, pois sabia que ainda estava fragilizado frente ao uso da cocaína. Sabia que não queria mais usar, disso ele tinha certeza, mas sabia ainda que o desejo dentro do seu corpo ainda era muito forte e que ele podia sucumbir à compulsão e não querer mais voltar para continuar o trabalho de recuperação o qual ele aprendera tanto valorizar. O seu mentor, Lucius, garantiu que ele não ficasse preocupado com isso, pois se esse temor que ele tinha fosse concretizado, o próprio Lucius o arrastaria contra a vontade de retorno à Colônia do Sol, o local da sua recuperação. Depois de três dias de volta à Colônia, ele poderia então decidir se voltaria ou não para a crosta em busca do pó. Com essa informação, Tiago ficou mais confiante nessa visita que deveria fazer à crosta terrestre.

            Observamos nesse ponto da história, a importância que tem o livre arbítrio. Toda e qualquer ação que desenvolvemos na vida tem sempre a participação do nosso livre arbítrio, que entra em ação movido por nossa consciência, nossa capacidade de julgamento, do juízo crítico. Acontece que essa capacidade mental de desenvolver juízo crítico, consciência, livre arbítrio, pode está “contaminada” pela influência negativa do corpo que foi deixado se envolver com prazeres indevidos tornando-o dependente física ou psicologicamente desses efeitos corporais. É a consciência dessa “contaminação” que Tiago sabe que existe em sua mente, que o deixa temeroso em voltar à crosta, pois sabe que se a sua mente tiver possibilidade de usar a cocaína, mesmo que seja através de um desencarnado, ele pode perder o controle de sua vontade, do seu livre arbítrio e perder todo esforço feito até o momento para a sua recuperação da dependência química.

            Essa é uma lição preciosa que devemos entender. O livre arbítrio é um dos bens mais preciosos que possuímos, que nos capacita a um comportamento ético e moral cada vez mais evoluído e que nem o próprio Deus que nos deu pode controlar. Isso nos deixaria na condição de autômatos de Deus, se tivéssemos o nosso livre arbítrio controlado por Ele. Mas nós somos criaturas dEle, feitos à Sua imagem e semelhança, e portanto é esse livre arbítrio, sem o controle de nada ou ninguém, o principal elemento psicológico para garantir essa característica.

            Acontece que em nossa atual fase de aprendizado espiritual dentro de um corpo material, passamos a sofrer a influência dos prazeres obtidos pelos diversos órgãos e sentidos e que são reconhecidos como tais no processamento neuroquímico da fisiologia cerebral. O espírito deve ter o conhecimento dessa condição e saber que deve fazer o enfrentamento dos diversos prazeres indevidos que o corpo quer realizar. Não é somente a cocaína, a droga, que é um prazer indevido desejado pelo corpo. Existem muitos outros como o álcool, café, sexo, chocolate, refrigerantes, internet, celular... a própria alimentação! Então, tudo que causa prazer ao corpo e que pode ser repetido sem a devida necessidade fisiológica, tem a capacidade de causar dependência física e/ou psicológica do corpo aquela substância ou circunstância. Como tudo isso é processado no cérebro, base do funcionamento mental, então esses prazeres indevidos do corpo, matéria e/ou psique, são os elementos de contaminação da mente.

            Com a mente contaminada por esses prazeres indevidos, o juízo crítico passa a considerar de maneira deformada o uso desse elemento do prazer e direcionar o livre arbítrio para a sua realização. Isso ocorre sem a consciência perceber o prejuízo que está sendo provocado na sua vida, e algumas vezes, mesmo sabendo desse prejuízo, a sua vontade que está associada aos interesses do espírito não consegue se impor aos desejos que estão associados aos prazeres do corpo/psiquê. A pessoa prossegue com o seu comportamento inadaptado, com prejuízos sociais, fisiológicos, psicológicos e biológicos que se acumulam em direção ao “fundo do poço”. Muitas vezes é necessária uma internação involuntária ou compulsória para se tentar livrar a mente contaminada da cegueira psíquica que ela provoca. Nessa ocasião se pode usar os modernos psicofármacos para ajudar a combater os diversos desequilíbrios do cérebro/mente, como ansiedade, depressão, insônia, até mesmo delírios e alucinações.

            Fica aqui essa importante lição para que possamos prevenir a contaminação mental e consequentemente a perda do nosso livre arbítrio que ela pode acarretar. Sinto no meu caso que não estou livre dessa contaminação, que a alimentação é o ponto mais falho que eu percebo, que sempre estou procurando corrigir de forma radical, com o jejum, senão hoje eu estaria dentro das estatísticas dos obesos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/05/2014 às 04h33
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