Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXX
FEVEREIRO DE 1942
CARINHALL, BRANDENBURG
O sucessor de Hitler recebe Speer como um patrício pomposo e diz ao novato para segui-lo e tudo ficará bem.
Göring insinua: “Certo, agora você trabalhará no plano de quatro anos e fará tudo que eu mandar.”
Göring lista as áreas em que Speer não deveria se meter, e Speer percebe que é uma armação. São momentos de apreensão para ele, e ele precisa mostrar a Göring, desde o começo, que não será pau-mandado. Ele pode ser novo na política, mas ele veio preparado. Ele não pode controlar Göring, mas Hitler pode. Ele mostra um decreto do próprio Führer. Hitler diz que as novas áreas relacionadas à produção de armamentos agora eram de competência de Speer. Eram para ser tiradas de Göring como chefe do plano de quatro anos e passadas a Speer.
Speer está usando seu trunfo: sua ligação pessoal com o Führer. Ele conseguiu de Hitler uma concessão de responder direto a ele. Tem acesso direto ao Führer, que lhe diz: “Vou apoia-lo em tudo.” E Göring tem de engolir isso.
MARÇO DE 1942
ESCRITÓRIO DE SPEER, CENTRO DE BERLIM
Com Göring fora do caminho, Speer se põe a trabalhar. E como alguém de fora, ele faz muitas reformas necessárias.
Para uma Alemanha nazista em que todos estão envolvidos com burocracia, hierarquias sobrepostas e nada consegue ser feito, Speer chega e impõe novas e claras linhas de controle de forma mais empreendedora.
A economia de guerra da Alemanha nunca foi devidamente racionalizada. Então é isso que Speer começa a fazer. Ele tenta ao máximo garantir que cada fábrica produza um produto, seja um rifle ou um pedaço de artilharia. Ao mesmo tempo, também usa punição, pessoas que não andam na linha e não fazem o certo são despedidas.
O sangue novo dentro do círculo íntimo traz um diferencial de competência, e, por outro lado, sofre ameaças veladas dos antigos integrantes. Se esse sangue novo conseguirá se manter dentro da integridade que parece trazer ao círculo, é o que iremos observar. Mas, tudo indica que o contrário é o que acontecerá. A peçanha do círculo é que irá transformar Speer, isso é, se não o eliminar no processo.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXVIII
NUREMBERG, ALEMANHA – 1933
Albert Speer conheceu Hitler quase uma década antes quando, como um arquiteto quase inexperiente, apresentou projetos para o Comício de Nuremberg. Ele criou maravilhosas Catedrais de Luz com holofotes de defesa antiaérea acesos no ar. Elas impressionaram muito o público dos comícios. Mas também impressionaram o próprio Hitler.
Para surpresa e empolgação do jovem arquiteto, o Führer o convidou para almoços habituais para discutir seus sonhos arquitetônicos para a Nova Alemanha.
Speer e Hitler se conectaram de imediato porque ambos tinham sensibilidade artística e passavam horas analisando modelos ou planos arquitetônicos ou projetando. Havia muita intimidade entre eles. Eram amigos.
Speer logo mostraria que poderia assumir grandes projetos, como a Chancelaria do Reich, que foi construída em um ano. Ele pode não ter experiência com produção de armamento, mas até agora, aos olhos do Führer, ele nunca pisou na bola.
O Führer o considera alguém que não errou em nada que aconteceu antes. Não teve a ver com os fracassos na União Soviética. Ele não é Göring. É alguém novo. Era alguém em quem Hitler confiava e valia a aposta.
Mas a nomeação de Speer é um grande risco. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, o futuro da Alemanha Nazista depende agora de derrotar a União Soviética antes que seja tarde demais.
Eles têm mais uma chance. Na campanha de verão de 1942. Eles têm uma última chance para derrotar a União Soviética. Mas mais tanques e equipamentos saem das fábricas soviéticas, e agora a Grã-Bretanha e os Estados Unidos a abastecem por comboios do Ártico com mais material. Está acirrado. É um desafio assustador, mas o primeiro obstáculo de Speer é lidar com o homem que queria seu emprego.
A viagem de Speer para encontrar Göring, logo após sua nomeação, era para ter algum tipo de confronto. Agora Speer se encontra na toca dos leões do círculo de Hitler, cercado por homens perigosos que querem manter o poder que têm. E Göring está louco para pôr o jovem arrivista em seu devido lugar.
Speer sabe que está aquém da posição. Sim, ele era do círculo íntimo, mas sempre foi um cara que construía prédios. Ele nunca esteve envolvido no dia a dia das maquinações políticas do Terceiro Reich, então é nadar ou morrer com os tubarões, e o maior é Göring.
Interessante, como a sintonia em alguma virtude pode obscurecer por momentos a vilania. Todo projeto político de Hitler estava envolto no ressentimento, no ódio que desenvolveu a estados e grupos étnicos. Speer não estava envolvido com esses sentimentos negativos, mas desempenhava o amor à arte e que também esse amor estava presente em Hitler. Esta sintonia faz com que Hitler se envolva na beleza arquitetônica e Speer que não veja as ações malignas que envolvem os seus belos projetos. Tanto é verdade, que Speer assume posição de destaque no círculo íntimo, com tão pouco tempo de convívio e com poucas relações com os demais membros do Círculo.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXVIII
EPISÓDIO 8 - INÍCIO
É início de 1942, a Alemanha nazista está enfrentando a potência industrial da União Soviética e dos Estados Unidos.
É um pesadelo para os planejadores militares e políticos da Alemanha. Estão em uma guerra de duas frentes contra inimigos que podem vencê-los em todas as esferas.
Hitler precisa de alguém para revolucionar a máquina de guerra alemã. Mas ninguém espera que o Führer escolha seu amigo Albert Speer.
Speer era arquiteto, não era gerente, nem engenheiro, muito menos general. É uma promoção que logo gera uma confusão de ciúmes e intriga no círculo íntimo.
É uma humilhação muito pública para Göring e um sucesso público para Speer.
Esse tipo de sucesso o torna um alvo imediato para outros membros do círculo. Tem-se Bormann conspirando contra ele e Himmler querendo poder.
É um confronto que pode até ameaçar a vida de Speer. Isso levanta a perspectiva tentadora de que membros do circulo íntimo estão tentando matar uns aos outros.
Esta é a história dos capangas de Hitler, na luta pelo poder, da ambição cega e dos bajuladores que criaram um monstro e alimentaram os horrores brutais do Terceiro Reich.
ASCENÇÃO DOS BAJULADORES
FRENTE OCIDENTAL
JANEIRO 1942
O rápido avanço da máquina de guerra nazista parou. Desta vez, táticas de Blitzkrieg não conseguiram uma vitória rápida.
Quando a Blitzkrieg parou na União Soviética em 1942, a natureza da guerra mudou, e a Alemanha se encontrou em uma guerra de atrito, de produção, com uma perspectiva bem complicada. Tem de produzir mais que a potência econômica da União Soviética.
FEVEREIRO 1942
ALEMANHA
A Alemanha precisa de mais tanques e armas, e rápido, mas sua economia não está pronta para uma guerra extensa. E para piorar, um desastre de avião matou o homem de quem Hitler precisa para abastecer sua máquina de guerra. O ministro do Armamento Fritz Todt.
Todt era um homem bem conhecido e capaz. A grande pergunta é quem será seu sucessor. É a chance de salvar o esforço de guerra nazista. Para o segundo em comando de Hitler, Hermann Göring, é a oportunidade ideal para recuperar sua antiga brilhante reputação.
Até 1942, Göring teve alguns contratempos. Dunquerque, a Batalha da Grã-Bretanha. A Luftwaffe não é mais a potência que era. A estrela de Göring está se apagando.
A carreira de Göring pode estar em crise, mas tem bons motivos para achar que ele é a escolha óbvia. Ele é o encarregado do plano de quatro anos que foi criado para rearmar a Alemanha, e quando Fritz Todt morreu, ele espera que ele ou um de seus homens preencham o cargo.
Göring espera que seja colocado no comando do suprimento e da fabricação de armamentos. Mas quando ele chega ao escritório do Führer, tem uma péssima surpresa. Hitler achou um novo homem para rearmar a Alemanha, seu arquiteto-chefe Albert Speer.
A nomeação de Speer é um grande choque. Todos conheciam Speer como arquiteto de Hitler, mas ficaram surpresos por ele ser o sucessor de Todt, pois ele não era engenheiro nem general. Ele não sabia nada sobre a indústria de armas.
Mas algo assim não deveria ser surpresa para Göring, já que Hitler gosta de controlar o círculo mantendo as pessoas mais próximas a ele em alerta.
Hitler gosta de cercar por pessoas que o obedecem. Ele tem o hábito de dar as pessoas trabalhos para os quais elas não têm conhecimento prévio nem experiência, sendo candidatas improváveis para o cargo. Speer se achava a única pessoa que Hitler tinha como amigo.
Este é um traço de caráter de líderes incompetentes, ficarem perto de pessoas também incompetentes, que não façam oposição as suas ideias incompetentes e antiéticas. Foi o que observamos no Brasil com a eleição do incompetente sindicalista Lula para a presidência do Brasil. Forjado nas brigas com o patronato, as vezes forjadas, passou a criar uma imagem positiva para seus colegas e para o Brasil todo, inclusive a mim mesmo, que votei nele na sua primeira eleição. Mas os benefícios que trazia para as pessoas mais necessitadas, sempre tinham por trás uma má intenção, deixar as pessoas carentes agradecidas pelo benefício recebido. Esse fenômeno não foi observado entre as pessoas mais humildes, os miseráveis que se deixam tocar como bois por um pedaço de pão com mortadela. Também foi observado por pessoas formadas, advogados, administradores, gerentes, juízes, deputados, senadores... todos se deixaram envolver com o dinheiro fácil vindo das propinas, da corrupção e procurava deixar em cargos estratégicos pessoas sem energia moral de contestar o suposto benefício para não praticar arbitrariedades ou procedimentos ilegais. Até hoje, essas pessoas colocadas em posição chave, ou que recebiam propinas em demasia, tentam derrubar um governo ético e honesto, com base em mentiras, falsas narrativas e até a tentativa de eliminação física como aconteceu com a facada em Jair Bolsonaro e a morte de outras personagens que levantaram o sentido ético e foram assassinadas e até hoje não se encontra o assassino. Portanto, esse desenho da Alemanha, também foi feito um rascunho aqui no Brasil.
O Conselho Federal de Medicina publica moção de repúdio em defesa do médico, ao respeito e à civilidade na CPI da Pandemia, publicado em 2-06-21 no Youtube e com 23 mil visualizações em 03-06-21 às 16h54 quando iniciei esta digitação do que foi assistido.
Meu nome é Mauro Ribeiro e sou presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) e venho aqui hoje me dirigir aos médicos e médicas do Brasil. Os 530 mil, nesse momento tão difícil da história sanitária, como é do conhecimento de todos, o Congresso Nacional nesse momento, o Senado da República, está em curso uma CPI em relação a COVID-19.
Vale aqui a lembrança, de que o Congresso Nacional é o Templo maior da democracia brasileira. É de onde saem todos os atos que mais simbolizam o sagrado momento da democracia no Brasil. E todos nós, cidadãos brasileiros, quando estamos dentro do Congresso Nacional, temos que nos sentir literalmente em casa, porque nós, médicos, somos o povo brasileiro. Particularmente, na função que desempenho no CFM, já tive oportunidade de estar tanto dentro da Câmara dos Deputados quanto dentro do Senado Federal. E confesso a vocês que me sinto totalmente em casa, como se estivesse lá em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ou dentro do CFM, porque sou cidadão brasileiro, e aquilo ali, eu repito, é o templo da democracia no Brasil.
Infelizmente, o que nós temos visto, na CPI da COVID, é inaceitável, é intolerável, principalmente quando nós vemos médicas como no caso a Dra. Nise Yamaguchi e a Dra. Mara Pinheiro, que tiveram lá recentemente, sendo completamente distratadas por alguns senadores que fazem parte daquela CPI. E isso para o CFM, como instituição maior da medicina brasileira, é intolerável, inaceitável, sob todos os pontos de vista. Nós não entramos no mérito das declarações da Dra. Mara e da Dra. Nise. Elas são as únicas responsáveis por aquilo que elas declararam dentro da CPI. E cabe aos senhores senadores da CPI, particularmente ao relator, senador Renan Calheiros, ao presidente Omar Aziz, fazer o relatório, aprovar o relatório, e se por acaso aquelas médicas tiverem faltando com a verdade nas declarações que tem feito naquela CPI, elas sejam responsabilizadas e sejam punidas, caso isso se confirme, na forma da lei. A nossa fala não é dando apoio naquilo que as duas médicas falaram dentro da CPI. A nossa fala é em relação a total falta de educação, de respeito, àquelas duas mulheres médicas que foram lá, falar, e dá o seu melhor depoimento dentro daquilo que era perguntado. Elas não tiveram oportunidade de responder, elas foram maltratadas, elas foram a todo momento interrompidas, incapazes de terminar um único raciocínio que elas estavam elaborando.
Particularmente, o comportamento do médico, senador Oto Alencar, foi inconcebível, foi inaceitável, naquilo que fez com a Dra. Nise Yamaguchi. É inaceitável, senador Oto, o senhor é médico. O senhor deveria refletir sobre aquilo que o senhor fez. A crueldade que o senhor teve com uma médica, mulher! Mulher! Sua atitude como senador da República poderia até ser caracterizada como um ato de misoginia, tamanha a agressividade que o senhor teve naquele momento e a desqualificação que o senhor teve com uma mulher que estava ali como convidada, respondendo a todas as perguntas que eram feitas.
Fica aqui o protesto do CFM. Comunico neste momento aqui que encaminharei um ofício ao senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, presidente do Senado Federal, no sentido que alguma coisa seja feita contra aquele ambiente tóxico, contra aquele ambiente que se estabeleceu na CPI. O CFM tem sido citado inúmeras vezes e convocado para estar presente. Faço um apelo público para que essa convocação seja feita o mais rápido possível, porque nós gostaríamos de ser a voz dos médicos brasileiros dentro daquela CPI, para que nós possamos colocar de uma forma muito clara para os senhores senadores qual é a posição dos médicos brasileiros com relação à COVID.
O que nós vemos são deputados, senadores da República, jornalistas, procuradores... todos falam hoje sobre tratamento, sobre lock-down, sobre a doença COVID. Os únicos que não estão sendo ouvidos, são os médicos, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, os fisioterapeutas, as assistentes sociais, os psicólogos e dentistas. Quem está lá na frente, atendendo os pacientes com COVID, somos nós. Somos nós médicos com todos esses profissionais de saúde. E nós não temos tido voz para podermos falar aquilo que nós pensamos de tudo isso que está sendo colocado na CPI, quando a maior instituição, o CFM, declara aqui publicamente, como já fiz inúmeras vezes em entrevistas, que nós não temos certeza sobre nada em relação a essa doença desconhecida, e temos todas as dúvidas do mundo.
Então, esse é o ponto. Médicos e médicas brasileiros, fica aqui o repúdio do CFM às atitudes que se estabeleceram dentro daquela CPI, daquele ambiente extremamente tóxico, que não tem nada de democrático e particularmente, a atitude do médico e senador Oto Alencar, ontem, nas agressões que fez à médica Nise Yamaguchi.
Estou associado integralmente ao repúdio, caro presidente, a esta CPI tendenciosa e a esses senadores que babam ódio em suas perguntas irônicas e até imbecilizadas. Como pode um senador que legisla sentado num banco de propina, querer impugnar a inteligência de uma acadêmica com anos de atuação nos meandros da ciência, na formação de novos profissionais e na colaboração com diversos gerentes de saúde a nível nacional e internacional, querer uma resposta de be-a-bá e a qual responde com o olhar?!... Interrogante esse que não ver o ridículo de suas ações e a descoberta de suas pretensões? Pobre congresso, que em nome da democracia dos votos comprados e trocados coloca no plenário figuras tão deprimentes, aos olhos da justiça, da coerência e da ética.
Na condição de médico e de cidadão brasileiro, indignado com a atuação da CPI convocada para investigar a pandemia, com forte truculência e intimidação dos depoentes convidados, venho aqui me associar e reproduzir ao pensamento muito honrado da minha entidade representativa a nível nacional e local.
O Conselho Federal de Medicina (CFM), legítimo representante de mais de 530 mil médicos com registros ativos no País, publicou moção de repúdio em virtude de atitudes adotadas por alguns senadores na condução dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia.
MOÇÃO DE REPÚDIO
Em defesa do médico, ao respeito e à civilidade na CPI da Pandemia
O Conselho Federal de Medicina (CFM), em nome dos mais de 530 mil médicos brasileiros, vem publicamente manifestar sua indignação quanto a manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
Os médicos brasileiros têm se desdobrado na Linha de Frente contra a covid-19. Graças a eles e às equipes de saúde, milhões de pessoas conseguiram recuperar sua saúde e hoje estão em casa, com suas famílias e amigos. Essa atuação tem ocorrido com dedicação, empenho e, muitas vezes, sem condições de trabalho. Por isso, merece ser reconhecida de forma individual e coletiva.
São esses mesmos médicos, que estão na Linha de Frente, que buscaram o CFM para manifestar sua insatisfação com a postura de membros da CPI nas oitivas em que profissionais da medicina participam como convidados ou testemunhas. É com eles que o CFM se solidariza nessas críticas.
A classe lamenta que esses médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação. Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias.
No entendimento do CFM, e da classe médica, o que tem sido exibido em rede nacional configura situação inaceitável e incoerente com o clima esperado em um ambiente onde as discussões devem se pautar pela transparência e idoneidade. Em lugar disso, testemunha-se situações que desmoralizam os médicos e as médicas.
Reitere-se que os comentários dessa nota se referem aos médicos e médicas depoentes enquanto indivíduos, não significando apoio aos seus posicionamentos técnicos, éticos, políticos, partidários e ideológicos. Na CPI, eles responderão por suas ações e omissões, as quais, se forem consideradas indevidas, serão alvo de providências por parte do Ministério Público e de outros órgãos competentes.
Assim, o CFM e os 530 mil médicos repudiam veementemente os excessos e abusos no trato de parlamentares em relação aos depoentes e convidados, em especial médicos e médicas, e clama ao Senado Federal que os trabalhos sejam conduzidos com sobriedade para que o País tenha acesso às informações, dados e percepções que permitirão à CPI concluir seus trabalhos de modo efetivo.
Neste sentido, encaminha esse documento ao presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, para que, ciente destes fatos, tome as providências que considerar necessárias.
Brasília, 2 de junho de 2021.
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Assino o conteúdo integral desta moção de repudio, e como cidadão livre e com direito a opinião crítica, digo que a Comissão Parlamentar de Inquérito deve ser constituída por parlamentares que não estejam sendo acusados de ilícitos, que não tem sua situação resolvida pela justiça. Como pode pessoas acusadas de crimes está sentado na posição de juiz para julgar os cidadãos que não tem crimes a responder? Nós, cidadãos, podemos estar calados, mas não somos coniventes com tais absurdos e esperamos a sinalização dos Céus para que nossa voz e ação se faça instrumento da justiça divina.