Pai, o tempo urge, eu sei disso... a batalha está ferrenha, o adversário marcha em todos os lugares, destruindo as ideias de Jesus, trazendo de volta novos e antigos deuses, perversos, mentirosos, iludem meus irmãos. Com os talentos que eu possuo devo contribuir, superar os meus defeitos e ir à luta. Mas não é tão fácil vencer os desejos da carne, este é o problema. Por mais que eu tenha consciência do compromisso, há uma espécie de torpor sobre a vontade, que obedece mais ao Behemoth do que aos apelos sinceros do Espírito. É isto, Pai, sinto o Teu olhar sobre mim, tão desolado, que me ver por Tua ajuda eu me tornar tão preparado e pelo monstro Behemoth tão dominado. Tenho tantos irmãos na luta engajados, pelo Cristo seus talentos são usados, enquanto os meus, pela preguiça desperdiçados. Mas sei que a Tua vontade, Pai, há de se cumprir. Se não for pelos meus braços e pernas, outros virão. Mas sei que por isso eu não ficarei impune, pois Tu és sábio, amoroso, e bem justo. Se não tenho forças para fazer o que é necessário, para aquilo que já fui preparado, as consequências virão, tenho certeza. Não é punição perversa que é imposta sobre os transgressores, e sim da própria lei que rege à natureza e donde toda a criação deve seguir sem desvios de suas missões. Se acontece que algum ente não cumpre o que é previsto, certamente as leis entram em ação para as falhas corrigir. E essas leis poderosas e corretas, tanto corrige o indivíduo como o coletivo. Sinto que já estou sentindo os efeitos corretivos sobre o coletivo. No meu Brasil que também tem uma missão, de ser a pátria do Evangelho e o coração do mundo, foi dominado pelas trevas por falha no coletivo. Agora eu sinto, como a maioria dos meus irmãos o peso da perversidade dos trevosos, esquerdistas, revolucionários, que impedem a justiça, a liberdade e querem por todas as formas nos oprimir, escravizar na forma moderna dos impostos abusivos. Além dessas iniquidades despejadas sobre nós, a natureza também demonstra a sua ira. São inundações que destroem cidades inteiras, pestes que atacam e destroem os mais fracos. Estou sofrendo as consequências dos atos coletivos e ainda espero a consequências dos meus atos individuais. Somente peço, Pai, mais uma vez: sabedoria, inteligência rápida e coragem, para que eu possa administrar os meus talentos dentro das minhas intenções espirituais. Sei que perdi muito tempo, o meu corpo perde o vigor. Mas compreendo que ainda posso muito colaborar, além do que faço com o próximo no meu entorno. Mas, Pai, peço ainda mais um item... a compaixão pela minha fragilidade enquanto espírito, porém não murmurarei pelo que há de vir, pois tudo obedece a Tua infinita sabedoria.
Sim, filho, esperava mais ação dos teus talentos nessa guerra espiritual que leva a rodo teus irmãos ignorantes e desesperados. As vítimas pedem ajuda, um socorro do mEu reino, e dentro dele muitos cidadãos já estão fazendo isso. Você também faz o que um cidadão do mEu reino faz, mas com displicência e sem usar todos os talentos. Mas como você tem consciência do problema, irei ter mais paciência e esperar que teu espírito assuma o controle mais completo sobre tuas ações.
Meia-noite, eu vejo meu relógio
Ele diz o que não quero ouvir
Tu vais morrer, tu sabes disso
Não vai encher teu coração
Tu pensas amar sem ter limites?
Tu pensas viver tal beija-flor?
Todas beijando e seguir amando?
Fazendo delas a família esperada?
Pobre de amor, tu és, não sabe disso?
Vive pedindo, mendigando um abraço
De boca em boca um beijo, uma ilusão
De dor em dor vai parando o coração.
Quando um dia tu voltar em nova vida
Nunca te esqueça da lição que leva agora
Do tanto amor que deseja um dia ter
Do tanto sofrer para um dia merecer
Deus como criador de tudo, matéria e energia, fez a humanidade à sua imagem e semelhança, em potencial. Isto é, Deus é complexo e de sabedoria infinita, o homem foi criado simples e ignorante. A intenção de Deus é que o homem consiga aprender pelos seus próprios esforços a adquirir sabedoria para se aproximar o máximo da essência divina e participar da construção de mundo pela eternidade afora.
Aqui existe um vácuo na minha narrativa, não consigo explicar a intensão de Deus na minha criação. Sei que ele não queria criar o robot, que recebesse tudo na criação. Eu deveria conquistar com meus próprios esforços a sabedoria necessária. Mas, para que Deus quer que isso aconteça? Que uma parte dEle, responsável por minha vida, se esforce para evoluir moralmente com aquisição de sabedoria para voltar para o seu âmago? Com certeza Ela não tem necessidade disso! Será que Ele elaborou simplesmente um joguinho para se divertir com nossos erros e acertos? Essa explicação vai ficar em aberto até que eu encontre uma resposta satisfatória. Voltemos ao acordo feito com Deus.
Deus observando que a humanidade havia alcançado um bom nível biológico, racional, onde o cérebro com seus bilhões de neurônios já tinha capacidade de raciocinar e discernir sobre a importância das suas leis naturais, percebeu um impasse. O homem por mais que racionasse e adquirisse ciência e tecnologia, do ponto de vista coletivo não conseguia se apartar dos instintos animais que buscavam com egoísmo os prazeres da carne, manipulando o poder que adquiriam, geralmente com violência contra o próximo mais fragilizado. Era necessário que Sua lei fosse conhecida e aplicada para que o homem saísse da barbárie e começasse a evoluir dentro do caminho correto da verdade da existência e da vida eterna que todos podiam alcançar.
Ele viu que o sopro divino com o qual deu vida ao homem fazia com que ele procurasse intuitivamente o divino, da forma mais precária no início. Então viu seria melhor investir em alguém que pudesse construir uma sociedade com a Sua ajuda. Ele viu em Abrão uma pessoa que podia assumir este papel, de patriarca de muitos povos.
Após ter feito o convite a Abrão e este ter aceito, mandou ele se dirigir com o povo que estava ao seu redor para outra terra. Fez com que ele tivesse dois filhos, o último deles, Isaque, de forma milagrosa, através de Sara, sua mulher já idosa. O outro, Ismael, gerado pela escrava de Sarah, devido a conflito na família foi expulso junto com sua mãe para o deserto, onde gerou um povo novo.
Abrão foi testado em sua fé, quando Deus pediu para ele sacrificar o seu filho Isaque. Adquiriu a confiança de Deus em Seu projeto e recebeu o nome de Abraão, como o pai de nações.
Este foi o pacto que Deus fez com Abraão, que os povos saídos de sua descendência deveriam respeitar o seu nome e ser o povo de Deus. Na evolução desse pacto, houve o momento da libertação do Seu povo da escravidão no Egito e através de Moises, deixou os seus dez mandamentos para que fossem cumpridos.
Estas leis ainda não estavam devidamente sintonizadas com o Reino que Ele queria que viesse ser construído, a partir da limpeza do excesso de egoísmo presente no coração. Mas Ele tinha o propósito de enviar o Seu próprio filho, Jesus Cristo, identificado integralmente com Ele, para que viesse dentro do Seu povo eleito para ensinar e reformar a antiga lei.
O povo de Deus não aceitou convenientemente o Filho de Deus, o hostilizava frequentemente e terminou sendo a causa da sua crucificação. Neste momento o pacto foi prejudicado e muitos povos que não tinha esse rótulo de povo de Deus, recebeu com mais harmonia e respeito os ensinamentos do Cristo. Foi quando Jesus, em uma de suas reuniões de ensino, disse que a Sua família era que fazia a vontade do Pai.
Observei até aqui que estou dentro do Reino Animal, cercado de energias instintivas do monstro energético Behemoth, mas que possuo a capacidade racional de discernir os estímulos bons ou ruins, associados ou não à lei de Deus, e que chegam à minha percepção.
Foi assim que percebi a importância das lições que o Cristo trouxe para nós, espécie humana. Veio nos ensinar sobre o Pai e que devemos fazer a Sua vontade para nos aproximar dEle em nossa caminhada. Para isso Jesus ensinou, que sendo como o Pai, Ele era o Caminho, a Verdade e a Vida.
Este é um ponto crucial da narrativa, pois existem diversas ideologias ou pontos de vista para cada pessoa entender o mundo e a vida de cada um. E cada pessoa cria uma narrativa diferente, de acordo com a racionalidade, intenções e pretensões que cada um ganha biologicamente ou adquire pela experiência.
Aqui chega o ponto onde construo a minha narrativa e coloco o Cristo como alicerce central para o desenvolvimento do meu pensamento, motivações e comportamento.
Convivo dentro de uma sociedade onde a maioria das pessoas se declara como cristã, que segue as lições que o Cristo deixou, fazem a ideologia do cristianismo, mesmo que a maioria não cumpra o que os ensinamentos dizem. São construídas diversas igrejas a partir da tradicional, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, cada uma com um detalhe diferente a ser observado.
Nos meus estudos independentes, em busca da verdade, terminei encontrando a Doutrina Espírita que coloca de forma mais próxima o que o Cristo ensinou, inclusive li um livro do autor espiritual Ramatis, contemporâneo de Jesus na Galileia. O livro foi chamado “O Sublime Peregrino”, que mostra com detalhes como aconteceu a vinda do Cristo ao planeta Terra, como o Seu espírito de ampla aura divinizada teve que se ajustar às condições quase animalescas do nosso orbe.
A partir da minha consideração desse relato ter sido positiva, incorporei as informações à minha própria narrativa, como faço com qualquer texto que leio e que considero importante.
A partir desse momento, que passei a valorizar mais a vinda do Cristo, procurei outras fontes para fortalecer o meu conhecimento. Descobri que os estudos vindos da Igreja Católica, principalmente da Bíblia, o livro considerado como sagrado, como sendo a palavra de Deus, passou a ser lido com todo o cuidado, procurando ver nas entrelinhas onde estava a vontade de Deus, entremeada pelos pensamentos humanos de quem estava escrevendo, mesmo que fossem pessoas intuídas pelo Espírito Santo de Deus.
Ao mesmo tempo que ia fortalecendo a minha própria narrativa com todas as informações coerentes que eu ia adquirindo, também procurava burilar o meu comportamento, evitando vícios e defeitos e incentivando as virtudes. Procurava deixar o Behemoth sob controle para que o seu desejo pelos prazeres carnais não viesse a prejudicar o meu próximo e consequentemente prejudicar o Eu, espírito.
Minha narrativa desenvolvida até aqui mostra uma forma de compreender a minha criação como ser no mundo, o meu objetivo atual e a minha meta futura: criado pelo Pai com caráter imortal, aprendendo tudo que é possível aqui na Terra, e para me sintonizar com o Criador no final.
Estou dentro do Reino Animal, nesta minha fase de aprendizado atual. Aprendi tudo que foi necessário nos reinos anteriores, mineral e vegetal.
Aqui no Reino Animal posso me locomover com mais facilidade e rapidez e minha relação com o próximo, que está no mesmo nível de aprendizado é bem mais intenso. As energias de autopreservação do corpo biológico são muito intensas, Eu não consigo domestica-las para alcançar um nível de sabedoria compatível com a essência do Pai.
Com o objetivo do Eu alcançar a possibilidade de desenvolver a sabedoria, além da inteligência, o Pai programou no Seu projeto evolutivo para a natureza, um órgão biológico capaz de trabalhar os estímulos internos e externos que o corpo está constantemente recebendo e “raciocinar” além dos objetivos de auto conservação do corpo biológico. Esse órgão foi o cérebro, composto de bilhões de neurônios, grande parte para a administração do corpo, mas com um número suficiente para gerar e suportar pensamentos que extrapolem o interesse do corpo.
A evolução biológica mais importante para o espírito, dentro do Reino Animal, foi aquela que desenvolveu o cérebro através das diversas famílias e espécies dentro da árvore da vida biológica. Chegamos àqueles seres mais capacitados pela natureza na aplicação racional do cérebro, que foram os primatas, hominídeos, principalmente o homem (Homo sapiens).
Alcançamos a capacidade de raciocinar extrapolando os interesses da matéria, da vida biológica. Agora já podemos intuir a vontade do Criador que está presente no Eu e sentimos a vontade, em algumas pessoas, de fazer a vontade do Pai e não a nossa.
Este é um ponto crítico da nossa evolução, pois é o momento de saltarmos dos interesses fúteis, passageiros, da matéria, para os interesses perenes, eternos, do espírito. Mas como nos livrar das intensas energias presentes no corpo, e colocadas pelo próprio Criador, para a preservação do corpo biológico, e que chega a ser citado na Bíblia como o monstro Behemoth? Um comportamento aqui ou acolá mais coerente com a vontade do Pai não vai ser suficiente para induzir toda uma espécie capacitada como a nossa, com um cérebro qualificado nas operações mais complexas, de se voltar para o que é mais importante, o Reino de Deus, mas que está distante do imediato, como é o caso dos Reinos seculares. O homem parecia estar irremediavelmente envolvido em guerras fratricidas em busca de poder material, de fortalecer a sua existência biológica, sem nem mesmo ter conhecimento de um Pai espiritual e da importância de ser feita a Sua vontade.
Eis a missão dada ao Cristo pelo Pai: ensinar aos homens sobre Sua existência e de fazer a Sua vontade como o caminho da verdade, de alcançar a vida eterna.