Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/09/2018 23h59
AFETOS E DESAFETOS – SENTIMENTOS DE S.

            Continuando com o relato dentro do grupo Afetos e Desafetos, do whatsapp, irei transcrever o relato de S. sobre a situação que vive o nosso protagonista masculino dentro do grupo essencialmente feminino, de mulheres que sofreram muito e ainda continuam sofrendo devido o comportamento inesperado de seus companheiros...

            S. – Hoje em dia, de uma forma atual, como eu me expliquei antes, prá mim alguém tem que somar na minha vida. Se tiver perfil ciumento, se tiver perfil de querer escolher minhas roupas, se tiver perfil... esses perfis já não quero, perfis problemáticos, porque não vai mudar e vai terminar nisso aí, entendeu? São pessoas já desequilibradas e eu não quero para minha vida, pois acaba interferindo na minha maneira. Eu luto para manter minha paz e tranquilidade. Então é assim, é mais ou menos isso que quero dizer. Porque, você ver, não sei nem qual é o capítulo ou o versículo, mas tem uma parte na Bíblia que diz: “o amor é paciente, o amor tudo suporta...”, o amor tem que ser leve, tem que trazer felicidade. Eu nunca vi na face da Terra o amor trazer perturbação, trazer dor de cabeça, trazer estresse, trazer você ficar desesperado. Eu acho que na própria Bíblia diz que isso não é amor não. Isso só pode ser um transtorno, uma obsessão, ou alguma fantasia, entendeu? Então eu acho que o amor é muito mais que isso.

            S. – Boa tarde. Eu quis colocar... que eu não sou médica, quem deve colocar é o doutor... mas assim, no meu caso, eu vou tirar por mim. Claro, cada caso é um caso, mas na minha concepção eu acredito que seja. Por que? Pelo fato de eu ter vivenciado também isso. Eu convivi durante um ano com um estelionatário do meu lado, travestido de bom moço... e assim... você, nem minha família, nem as pessoas que estavam à minha volta sabiam quem ele era, e nem ele demonstrava isso. Então, pra você ter uma noção de como isso se transformou numa doença para mim, eu simplesmente criei um transtorno obsessivo compulsivo, porque ele era extremamente ciumento, então isso fez com que eu não pudesse conviver, dificultou tanto o meu trabalho com Assistente Social, eu não atendia nenhum usuário do sexo masculino, não convivia com ninguém do sexo masculino perto de mim. A pressão era tão grande que isso gerou uma doença, gerou um transtorno que eu não podia conviver com nenhum tipo de homem, que eu achava que podia trair ele. Eu não tinha confiança em mim mesma. Então assim, comparando ao seu caso, eu achava que isso era um amor, uma paixão, eu gostava muito dele. Pelo fato desse homem ter ciúme do próprio pai dele, do meu cunhado, pois baixei no hospital nesse dia. Não trouxe nenhum benefício para mim. Nenhum benefício ele trazia. Era ciumento, me roubou dinheiro, roubou minha família, roubou os amigos pois eu não podia ter convívio com ninguém... Então, simplesmente ele não dizia assim: você não vai sair com seus amigos... ele fazia as coisas indiretamente. Como é que ele dizia? Você vai ter que ficar comigo, pois seus amigos não têm nada para lhe dar. Só para tentar deixar uma luz pra você, que possa ser que essa pessoa que você esteja convivendo, esteja lhe afligindo indiretamente e você não percebe isso, pois eu vim perceber que esse homem me fazia mal, não foi do dia para a noite não. Eu fiquei um ano de tratamento com psiquiatra, com psicólogo, o doutor que me acompanhou, está aí a prova, e também com a equipe médica eu fiquei debilitada, eu fiquei com 45 quilos, eu tenho um 1,55 metros, eu cheguei à beira da morte, e eu dizia chorando, me debatendo no chão, que eu queria o homem, porque ele me fazia feliz, eu não via isso, eu não via nada. Eu não via que ele era um estelionatário, que ele era um louco, eu não via que ele era uma pessoa desequilibrada... isso eu não via! Eu me debatia no chão dizendo que queria voltar para esse relacionamento. Então, é uma doença? É uma doença! Era uma dependência de estar com ele, senão eu ia morrer, quis me suicidar, pensei várias vezes em me matar pois eu não tinha ele... então, era uma doença? Era! Pois um homem fazendo mal a você, como era o meu caso, eu não me sentia bem, eu gerei uma doença que até hoje tenho, que é púrpura, que se eu tiver uma raiva muito grande sai os hematomas em mim... fui à dermatologista e foi dito que era uma doença. Felizmente seu alto nível de estresse fez com que você adquirisse isso. E não tem o que fazer, vai ser até o fim da sua vida, controlar o estresse para não ter. Então assim, era uma doença no meu caso? Era! Nem foi amor, nem foi paixão. Foi uma doença. Inclusive todo amor que eu dizia ter, transformou-se em ódio. Hoje em dia eu trato e peço a Deus tirar esse ódio que tenho dele. Porque eu quero ver qualquer pessoa na minha frente, menos ele. Agora, faz mal? Faz! Eu peço a Deus, e junto com a psicóloga faço um tratamento para tirar esse ódio de dentro de mim. Mas, o que acontece? É isso que estou tentando colocar para você. Faça uma reflexão, que muitas vezes a gente está envolvido, está apaixonado, está nessa aflição toda, mas às vezes é o outro também que age indiretamente como uma dependência para que a gente se sinta dependente dele. Não é nem amor, não é paixão, as vezes é ganância, eu não sei que tipo de personalidade tem essa sua companheira aí, mas as vezes é esse caminho, entendeu? Por isso que digo assim.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/09/2018 às 23h59
 
05/09/2018 23h59
AFETOS E DESAFETOS – A PAIXÃO

Continuando com o relato do nosso protagonista masculino dentro do grupo essencialmente feminino, de mulheres que sofreram muito e ainda continuam sofrendo devido o comportamento inesperado de seus companheiros...

            A – Isso traz um sofrimento tão grande, uma angustia tão grande, para a pessoas que não querem, que lutam contra. Sabe, se o cara não tiver uma mente boa ele deixa tudo, isso é uma loucura que dá na pessoa, que domina mesmo, todos os sentidos, todos os pensamentos, toda a razão, você para de pensar em todas as outras pessoas, começa até a se afastar de todas as outras pessoas, você começa a ver a pessoa que está com você como se fosse um empecilho para você ser feliz, os seus filhos, a sua mente fica a toda hora tentando projetar um futuro diferente no qual você está acostumado com isso. E isso é horrível, é terrível, para as pessoas terem compreensão do que está acontecendo, como a Bíblia diz, o laço do passarinheiro. O que é o laço do passarinheiro, lá naquela época do Velho Testamento? Uma armadilha para pegar passarinhos. Hoje no interior eles dão o nome de alçapão. Você coloca comida ali numa parte da gaiola e funciona como uma arapuca. O passarinho, movido por um instinto de sobrevivência, de comida, ele vai, sem perceber, ele não olha as circunstâncias ali, ele não percebe onde está se metendo. Quando ele percebe já é tarde. Ele entra para pegar aquele negócio ali, pensa num pauzinho que tem lá e a arapuca vem e pega ele. Quando ele está dentro... sabe... o problema é você dar os primeiros passos. No início a pessoa começa, pelo menos foi assim comigo, você não percebe que está acontecendo isso e quando ver já tem aquele sentimento do “caramba”! Daí você diz, de onde surgiu isso? O que é isso pelo amor de Deus? E isso mexe com sua vida completamente. Você ver todas as pessoas que você gosta, que você ama, sua família, tudo se destruindo e você não tem controle sobre isso. Eu acredito que estou sendo o mais sincero com vocês, aqui. E como eu falei, eu não sei se isso aconteceu com as pessoas que vocês se relacionaram, eu sei que isso está acontecendo comigo, e isso deve ser muito comum, sabe? O Dr. Pode dizer aí para vocês, que isso deve ser comum demais acontecer. É milenar, milenar... livros falando de acontecimentos, não importa a cultura, não importa a época, não importa o estilo das pessoas, sempre aconteceu isso, sabe? E eu estou extremamente arrependido de dar os primeiros passos que isso acontecesse, porque eu não tenho domínio, estou tomando remédios pra eu não poder ficar angustiado, depressivo, tentando não falar direto, tentando ter ânimo... porque eu vejo todas pessoas sofrendo ao meu redor, das coisas que estou fazendo, do gelo que estou dando, da distância das pessoas, da minha esposa, pra eu ficar direto no celular conversando, então, minha gente, isso é terrível! Isso é horrível, uma das piores coisas da vida! Vocês não estão ligadas no que a pessoa sofre, de tal forma que muitas pessoas se entregam a isso... me desculpe o palavrão, mas ela disse f* todo mundo, eu nem estou nem aí, eu vou é seguir esse negócio que não controlo, e se não seguir isso me causa uma dor, uma angústia, um sofrimento que é isso, pelo amor de Deus! É a pior coisa da vida, entendeu? Então ele abandona tudo, ele não quer saber de nada e ele quer viver isso, porque todo seu corpo, todas as células do seu corpo, sua mente, seu coração, tudo! Tudo em você lhe impulsiona a você fazer isso. Se você não fizer, você não dorme, você não come, você não faz mais nada. Você para no tempo!

            S. – Eu acho que isso é uma doença, não é paixão e nem amor! Me explico já...

            A. – Eu não sei se é uma doença, pensei nisso várias vezes, porque é uma coisa incontrolável, no entanto é muito comum. Eu tenho amigos que isso aconteceu com eles também e tenho um, que é a única pessoa que me entende, ele conseguiu! Ele estava parecido comigo, mas ele tem uma personalidade bem mais firme, bem mais centrada, e ele conseguiu sair disso. Isso é uma destruição da família dele. E ele chegou a pensar em alugar uma casa e sair de casa, e as coisas que ele me diz são semelhantes ao que eu sinto. Ele diz: eu te entendo cara, pois eu estava passando da mesma forma, da mesma natureza. A outra pessoa passa a ser seu universo, a sua vida, isso se chama paixão

            L. Sinto que seu sofrimento é grande.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/09/2018 às 23h59
 
04/09/2018 22h55
AFETOS E DESAFETOS – A GÊNESE

            Continuando com o relato do nosso protagonista masculino dentro do grupo essencialmente feminino, de mulheres que sofreram muito e ainda continuam sofrendo devido o comportamento de seus companheiros...

            A. – Na realidade, eu tenho um tempinho agora, então vou falar pra vocês. Tudo começou, os primeiros passos foram em conversas. Eu gosto muito de um grupo de amigos que tenho, de um grupo de alunos que tenho, e a gente conversava muito, a gente falava de coisas, onde, por exemplo, a pessoa que está com uma pessoa, não gosta, não fala sobre aquilo, gosta muito de filmes, de séries, de outras coisas, então esse grupo falava muito. Ai a gente começava a conversar pelo whatsapp, quando eu estava caminhando, fazendo exercícios, e a gente começa a conversar... você não consegue ver nada acontecendo, você não percebe no início, não percebe os sentimentos lhe atraindo, e nisso, pode acreditar, você não percebe as emoções fluindo. E você vai caminhando, você vai todos os dias conversando alguma coisa, você vai falando, você vai brincando, você vai vendo coisas comum, você vai tendo brincadeiras, tal, não brincadeiras maliciosas, mas brincadeiras. E de repente surge uma palavra, surge outra, e depois de um tempo você começa a sentir falta de conversar com aquela pessoa, e daí que os seus sentimentos começam a aflorar, e você ainda não percebe que isto está acontecendo. Você pega o celular, conversa, brinca, diz alguma coisa, e depois de algum tempo você começa a sentir saudade, não é mais falta, você começa a sentir saudade. Você começa a querer todo o tempo está com o celular na mão como se fosse um vício, conversando com aquela pessoa. E aquela coisa, ela começa a lhe dominar aos poucos. E até esse momento, acredite em mim, você não percebe que a coisa chegou a esse ponto. Você começa a perceber que a coisa chega a um ponto quando você já está dentro daquele negócio. Quando você não consegue mais sair. Quando os sentimentos, os pensamentos, eles dominam você. Eles dominam a sua vida, como se você fosse escravo daquilo que você sente.

            A. – Parece que o seu Eu, a sua moralidade, todas essas coisas parecem que foram trancadas em algum lugar. E muitas vezes é como se você gritasse para você mesmo e dissesse assim: isto está errado! Eu tenho que parar com isso, pelo amor de Deus, mas é como se você fosse outra pessoa, alguém que lhe dominasse. É como a Bíblia diz mesmo: desejo da carne, a paixão. E quando você se apaixona por uma pessoa o seu corpo tem reações. Quando você tenta deixar, quando você tenta se afastar, quando você passa muito tempo longe do celular, você fica sentindo falta de ouvir a voz, você fica sentindo falta de estar perto, você fica sentindo falta de ter um contato. Quando há alguma coisa e a pessoa lhe trata mal, sei lá... tá na TPM ou alguma coisa, você enlouquece, não quer pegar o celular, você acha que é um monstro, que é uma pessoa ruim, que você é o demônio em pessoa, mas esse sentimento lhe agarra, você tem reações no corpo, fica com dor de cabeça, fica com as pernas queimando, as costas queimando, eu fico angustiado, as vezes eu choro, já chorei orando, pedindo a Deus que me ajudasse, que tirasse isso do meu coração, que tirasse isso da minha mente. Já me abracei com a pessoa que eu estava num relacionamento firme, chorando com ela, você entendeu? Pedindo desculpas a ela e ela sem saber o que era. Você quer tirar isso do coração, quer tirar isso da mente, você quer que isso saia de você, mas isso não sai. Isso lhe domina completamente, você não consegue dormir muitas vezes, você não consegue comer. Você pensa 24 horas, é como se fossem amarras que lhe amarram, que você não tem domínio sobre seu ser, que você não tem domínio sobre suas emoções, sobre seus pensamentos. Você vive como se fosse uma prisão, você se sente mal, você se sente angustiado, eu já chorei como criança pedindo a Deus que tirasse isso de mim. Mas a pessoa não consegue passar, por exemplo, duas, três horas sem falar, sem mandar uma mensagem, sem interagir, sem dizer alguma coisa. Não é da forma que muitas pessoas pensam, e muitas vezes só entende quem passou por isso. Eu não estou dizendo que as outras pessoas, que ficaram com vocês, que traíram, que fizeram alguma coisa desse tipo, sentem a mesma coisa que eu.  Estou lutando contra isso, acho que estou me debatendo, sem falar, sem mandar uma mensagem, sem interagir, sem dizer alguma coisa. Não é da forma que muitas pessoas pensam, não! E muitas vezes só entende quem passou por isso. Procurei um psicólogo, um psiquiatra, estou tomando remédios pra me aguentar, porque eu estou lutando contra esse sentimento, entendeu? Lutando contra essa paixão arrasadora que estou sentindo. E eu vejo, eu consigo ver toda desgraça, toda destruição da minha família, de tudo, dos meus amigos, dos julgamentos que isso vai dar, das pessoas falarem, olharem pra mim, acharem mal das coisas que estou fazendo, mas eu sou prisioneiro de uma coisa que eu não consigo evitar...

            S. – Mas a outra parte está envolvida também? Ela é ciumenta ou algo assim?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/09/2018 às 22h55
 
03/09/2018 17h58
AFETOS E DESAFETOS – RELATO BÍBLICO

AFETOS E DESAFETOS – RELATO BÍBLICO

            Continuando o relato do protagonista A. que coloquei dentro do grupo Afetos e Desafetos, para que ele tivesse a oportunidade de dividir com alguém o seu sofrimento, e as mulheres terem a percepção de outra situação existencial, talvez uma condição que elas nem pensassem que pudesse existir. Aqui ele coloca uma base bíblica para o sofrimento que passa.

A - Pessoal, estou melhor da minha garganta, então vou começar. E eu vou falar muito, tá? Eu tenho aqui uns 10 minutos então vou começar por aqui. Eu acredito que todas as coisas trazem um ensinamento. Eu estou tentando ver por esse lado, senão eu acho que vou enlouquecer. De todas as coisas, até na Bíblia diz, Paulo diz que examines todas as coisas e tire dali alguma coisa boa, de ensinamento que pode lhe dar. E pela situação que estou passando, que depois vocês irão ver qual é a situação, eu passei a entender. Eu não sei qual é a religião de vocês, mas se tiver uma pessoa ateia ou agnóstica, pelo menos tente entender a Bíblia como um livro milenar que possui alguns ensinamentos e algumas histórias e trajetórias de vida pra servir de lição pra gente. Muitas histórias servem de lição. E eu passei a entender realmente, depois dessa situação, pelo menos uns três ou quatro trechos bíblicos que antes eu não entendia da forma que entendo hoje. O primeiro está em Provérbios, capitulo 4, se não me engano versículo 20, Salomão diz assim: “de todas as coisas que você deve guardar, guarda primeiro o teu coração, porque dele procede as fontes de vida”. Eu acho que a batalha maior da vida de um ser humano está no coração dele. Se ele perder essa batalha para os sentimentos dele, ele já era, pode ser qualquer pessoa. E quando a Bíblia fala de coração, ela fala da mente, do campo da mente, das emoções. Você deve vigiar, a todo tempo está guardando o seu coração, os seus pensamentos, pois quando uma coisa entra, quando você se apaixona por uma coisa, quando ela mexe, quando ela muda o seu interior, quando muda você, é muito difícil. Ela faz uma bagunça dentro de você, é muito difícil você lidar com essa situação. Você precisa de alguém, você precisa de ajuda, sabe, é muito difícil.

            A segunda coisa que eu entendi é que nós não somos super-homens, não somos perfeitos, você entendeu? Porque eu batia, eu julgava as pessoas, eu dava ensinamentos contrários a isso, porque eu era da igreja. Eu achava que nunca coisas desse tipo iam acontecer comigo. Eu não entendia aquela passagem de Sansão; ele se apaixonou tanto por Dalila que ele via Dalila enganá-lo, fazer tantas coisas com ele, e ele ali ainda com ela, contra todos os princípios dele, toda a família dele, toda a religião dele, tudo era contrário, mas ele estava ali com ela, sabendo que ela estava enganando ele. Outra passagem também que eu passei a entender, foi a passagem de Davi. Um homem como Davi, que era dito que ele era um homem segundo o coração de Deus, um dos homens mais chegados a Deus, mais próximos de Deus, que mais fazia a vontade de Deus... E ele estava no auge da sua carreira, estava no auge de tudo, e ele caiu. Ele adulterou com uma mulher chamada Betseba. E além disso, ele queria esconder para as pessoas isso daí. E a mulher engravidou, ele queria esconder de tal forma que mandou o marido da mulher numa guerra, na frente, no campo de batalha, pois ele sabia que o cara ia morrer na linha de frente, para ela ficar livre. A última passagem que eu passei a entender, foi a passagem onde Jesus disse assim, pois eu não entendia. Jesus disse assim para os seus discípulos, os caras próximos, praticamente santos ali. Ele dizia, vigiai e orai. Porque na realidade a carne é fraca. Além de você orar, você tem que vigiar para que você não der o primeiro passo. Porque depois que você der o primeiro passo, que envolve sentimentos, envolve emoções, não é da maneira que as pessoas pensam, não. Você fica preso a isso, você fica preso as suas emoções, você fica preso aos seus sentimentos. As vezes me sinto dentro de uma jaula, preso, não consigo dominar o que eu sinto. Não estou dizendo que os outros sejam assim como eu, não. Estou falando de mim. Daqui a 30 minutos eu vou falar o que aconteceu comigo. Eu falei do que a Bíblia diz e que eu não entendia.

            N. – Pois é, A., eu concordo com você quando você diz que nós devemos guardar nossos corações. Eu me descuidei, não guardei o meu, então pegaram o meu coração, bagunçaram... é uma bagunça enorme, tão grande... quebraram, pisaram em cima, chutaram, fizeram o que podiam com meu coração, e hoje eu vivo assim, revoltada, não confio mais em ninguém, até das minhas filhas eu desconfio, não confio em mais ninguém da família... tem muita gente boa me ajudando, mas mesmo assim é muito forte a bagunça que fizeram no meu coração. Você está coberto de razão, a gente tem que ter muito cuidado, pois se você perder as rédeas do seu coração, pronto, perdeu feio. É o meu caso. Por isso eu vivo assim, tão triste, tão sem alegria, tão amargurada.

            Continuando o relato do protagonista A. que coloquei dentro do grupo Afetos e Desafetos, para que ele tivesse a oportunidade de dividir com alguém o seu sofrimento, e as mulheres terem a percepção de outra situação existencial, talvez uma condição que elas nem pensassem que pudesse existir. Aqui ele coloca uma base bíblica para o sofrimento que passa.

A - Pessoal, estou melhor da minha garganta, então vou começar. E eu vou falar muito, tá? Eu tenho aqui uns 10 minutos então vou começar por aqui. Eu acredito que todas as coisas trazem um ensinamento. Eu estou tentando ver por esse lado, senão eu acho que vou enlouquecer. De todas as coisas, até na Bíblia diz, Paulo diz que examines todas as coisas e tire dali alguma coisa boa, de ensinamento que pode lhe dar. E pela situação que estou passando, que depois vocês irão ver qual é a situação, eu passei a entender. Eu não sei qual é a religião de vocês, mas se tiver uma pessoa ateia ou agnóstica, pelo menos tente entender a Bíblia como um livro milenar que possui alguns ensinamentos e algumas histórias e trajetórias de vida pra servir de lição pra gente. Muitas histórias servem de lição. E eu passei a entender realmente, depois dessa situação, pelo menos uns três ou quatro trechos bíblicos que antes eu não entendia da forma que entendo hoje. O primeiro está em Provérbios, capitulo 4, se não me engano versículo 20, Salomão diz assim: “de todas as coisas que você deve guardar, guarda primeiro o teu coração, porque dele procede as fontes de vida”. Eu acho que a batalha maior da vida de um ser humano está no coração dele. Se ele perder essa batalha para os sentimentos dele, ele já era, pode ser qualquer pessoa. E quando a Bíblia fala de coração, ela fala da mente, do campo da mente, das emoções. Você deve vigiar, a todo tempo está guardando o seu coração, os seus pensamentos, pois quando uma coisa entra, quando você se apaixona por uma coisa, quando ela mexe, quando ela muda o seu interior, quando muda você, é muito difícil. Ela faz uma bagunça dentro de você, é muito difícil você lidar com essa situação. Você precisa de alguém, você precisa de ajuda, sabe, é muito difícil.

            A segunda coisa que eu entendi é que nós não somos super-homens, não somos perfeitos, você entendeu? Porque eu batia, eu julgava as pessoas, eu dava ensinamentos contrários a isso, porque eu era da igreja. Eu achava que nunca coisas desse tipo iam acontecer comigo. Eu não entendia aquela passagem de Sansão; ele se apaixonou tanto por Dalila que ele via Dalila enganá-lo, fazer tantas coisas com ele, e ele ali ainda com ela, contra todos os princípios dele, toda a família dele, toda a religião dele, tudo era contrário, mas ele estava ali com ela, sabendo que ela estava enganando ele. Outra passagem também que eu passei a entender, foi a passagem de Davi. Um homem como Davi, que era dito que ele era um homem segundo o coração de Deus, um dos homens mais chegados a Deus, mais próximos de Deus, que mais fazia a vontade de Deus... E ele estava no auge da sua carreira, estava no auge de tudo, e ele caiu. Ele adulterou com uma mulher chamada Betseba. E além disso, ele queria esconder para as pessoas isso daí. E a mulher engravidou, ele queria esconder de tal forma que mandou o marido da mulher numa guerra, na frente, no campo de batalha, pois ele sabia que o cara ia morrer na linha de frente, para ela ficar livre. A última passagem que eu passei a entender, foi a passagem onde Jesus disse assim, pois eu não entendia. Jesus disse assim para os seus discípulos, os caras próximos, praticamente santos ali. Ele dizia, vigiai e orai. Porque na realidade a carne é fraca. Além de você orar, você tem que vigiar para que você não der o primeiro passo. Porque depois que você der o primeiro passo, que envolve sentimentos, envolve emoções, não é da maneira que as pessoas pensam, não. Você fica preso a isso, você fica preso as suas emoções, você fica preso aos seus sentimentos. As vezes me sinto dentro de uma jaula, preso, não consigo dominar o que eu sinto. Não estou dizendo que os outros sejam assim como eu, não. Estou falando de mim. Daqui a 30 minutos eu vou falar o que aconteceu comigo. Eu falei do que a Bíblia diz e que eu não entendia.

            N. – Pois é, A., eu concordo com você quando você diz que nós devemos guardar nossos corações. Eu me descuidei, não guardei o meu, então pegaram o meu coração, bagunçaram... é uma bagunça enorme, tão grande... quebraram, pisaram em cima, chutaram, fizeram o que podiam com meu coração, e hoje eu vivo assim, revoltada, não confio mais em ninguém, até das minhas filhas eu desconfio, não confio em mais ninguém da família... tem muita gente boa me ajudando, mas mesmo assim é muito forte a bagunça que fizeram no meu coração. Você está coberto de razão, a gente tem que ter muito cuidado, pois se você perder as rédeas do seu coração, pronto, perdeu feio. É o meu caso. Por isso eu vivo assim, tão triste, tão sem alegria, tão amargurada.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/09/2018 às 17h58
 
02/09/2018 23h59
AFETOS E DESAFETOS - ADICIONADO

            Na minha prática do consultório de psiquiatria, atendo com relativa frequência mulheres que se sentem desamparadas, raivosas ou dependentes de relacionamentos que as fazem sofrer em decorrência do comportamento dos seus companheiros. Resolvi, com a permissão delas, criar um grupo no whatsapp para troca de experiências e sentimentos, com o título “Afetos e Desafetos”. Assim fizemos e chegamos a ter 14 pacientes, todas mulheres, comigo sendo a única exceção masculina.

            Acontece que atendi um professor de escola pública com queixas de muito sofrimento emocional, por ser casado e se sentir apaixonado por uma aluna. Pedi permissão a ele para o colocar no grupo e dividir com as mulheres o seu sentimento, que iria de encontro ao sentimento majoritário no grupo.

            Irei colocar neste espaço o diálogo dos integrantes, respeitando o anonimato, e deixando A., o protagonista, em negrito...

            Você adicionou A.

            Eu – Minhas amigas... estou adicionando pela primeira vez um homem neste grupo: A. Para vocês perceberem que muitas vezes parece e muitas vezes realmente é o vilão, também pode ser vítima do furacão dos afetos, gerando desafetos e dores ao redor. Este é o caso do A. que ele permitiu colocar aqui. Professor, casado, com uma filha de meses e apaixonado por uma aluna que faz o tumulto em sua mente e coração. Ama a esposa, a filha, é cristão convicto, mas não consegue escapar das garras das emoções desenfreadas... que fazer além dos remédios que toma para suportar a pressão?

            N. – Bom dia A. seja bem-vindo. E fique a vontade para falar. Não estamos aqui para julgar e sim para nos ajudar.

            A. – Pessoal, bom dia! Eu tô um pouco ruim da garganta, rouco... e coisas de professor, né? Ai depois que eu tiver um pouquinho melhor eu explico para vocês as coisas, eu converso e interajo com vocês. Foi ideia do Dr. Me colocar no grupo, pois ele viu minha situação, tudo que eu falei pra ele, e as coisas que eu não controlo, que eu não consigo controlar. Aí ele pediu permissão para me colocar no grupo para que você possa conversar e mostrar a sua versão. Então, pessoal, meu objetivo aqui é mostrar o que está acontecendo comigo. Eu não sei se é igual ao que está acontecendo com vocês ou com o marido de vocês. Mas o propósito é que vocês vejam uma outra versão da coisa e que meu objetivo aqui não é mentir, não é defender, pois não há necessidade disso, eu não conheço nenhuma de vocês, e não é para defender os homens, de maneira alguma. Nós estamos completamente errados no que estamos fazendo, e aí vocês vão ver uma outra versão da história. Então, quando eu tiver um pouco melhor eu falo com vocês. Todas tenham um bom dia. 

            S. – Bom dia! Eu só sei minha opinião pessoal. Mas estamos no grupo para ajudar uns aos outros com suas experiências. Estamos no aguardo.

            N. – Acho que vai ser muito bom ter você no grupo. Vai ser bom ver o outro lado.

            CM. – Bom dia! Interessante ouvirmos e sabermos a sua versão. Sem julgamentos, claro. Sinta-se a vontade.

            JR. – A vida é mesmo muito difícil de entender, pessoas falam que amam, mas sente-se apaixonado ou mesmo atração por outros. É verdade, não devemos julgar e sim procurar entender e aceitar a vida como ela é. Seja bem-vindo, A., espero que se sinta a vontade.

            L. – Meninas, os homens são educados de maneira diferente das mulheres. A fidelidade é repassada pela sociedade como qualidade feminina. Cabe a nós mulheres/parceiras colocar/impor nossos limites. Se eles são perigosos e porque há quem se submeta a situação. O que podemos fazer? Como ser feliz nessas condições?

            S. – Eu imponho os meus! Eu acho que vou terminar meus dias sozinha, mas feliz. Rsrs. Porque analiso financeiro (porque não vou sustentar), perfil emocional (se tiver muito ciúme excessivo tô fora), situação atual na qual trabalha (por exemplo, uma vez me apareceu um músico. A noite estou morta de cansada, e o rapaz trabalha na noite. Não vai dar certo, não terei nem tempo e muito menos disposição para baladas... etc...). Não procuro ninguém perfeito, mas analiso tudo, pois depois que se envolve já era. Esse é o caminho.

            Pronto, meus caros leitores. O cenário está montado, os protagonistas estão em cena, a ação vai começar...

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/09/2018 às 23h59
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