Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
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06/11/2021 00h05
CIRCULO DO MAL DE HITLER (96) – MORRER PELA CAUSA

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.



XCVI



22 DE ABRIL DE 1945



BERLIM



            No dia seguinte, no bunker, na conferência diária de Hitler, seus generais relatam a situação militar. No dia 22 de abril, há uma reunião crucial de Hitler com os membros seniores do círculo íntimo, vários generais, e também Bormann e Goebbels. É quando ele finalmente percebe que a situação militar não tem mais jeito. Eles perderam a guerra, sem dúvida. É um grande momento, porque, até esse ponto, ele sempre dizia: “Vamos vencer, serei como Frederico, o Grande, vou empurrar meus inimigos.” Ele vê a situação militar e, mesmo para um dos piores comandantes em chefe da história, ele percebe que a guerra acabou.



            Goebbels, que se manteve leal desde o começo, está devastado. Não há futuro sem Hitler para ele nem sua família. Hitler vocifera, o que pôde ser ouvido quase em todo o complexo do bunker, e seus generais tremem com toda essa total apoplexia de raiva. É o fim dessa grande odisseia que o levou desde a cervejaria até o bunker, e tudo terminou em ruína e catástrofe.



            As últimas rotas de fuga estão sumindo, e o Exército Vermelho se aproxima. Até certo ponto, pode-se dizer que os verdadeiros realistas são aqueles que ficaram no bunker, porque percebem que não há saída estratégica.



            Pílulas de cianeto são distribuídas ao pessoal de Hitler. Bormann percebe que é esperado que ele morra pela causa. Embora tenham apenas alguns dias de vida, Bormann nunca teve espírito de equipe, nunca pensou: “O que podemos conseguir juntos?” Diferentemente de outras pessoas que ficaram até o fim, ele não tem interesse em morrer, quer continuar a viver. Ele está em um dilema: fica com Hitler ou dá o fora? Ele quer fazer ambas, mas não dá.



            Por enquanto, Bormann está preso. Ele sonha com a fortaleza que construiu nos Alpes anos antes.



            Göring está aproveitando o ar fresco da montanha. Ele fica sabendo da aceitação de derrota de Hitler e, apesar dos planos de Himmler, decide fazer sua jogada pela posição principal. Mas até Hitler morrer, é uma jogada muito perigosa. É seu dever oficial em caso de morte do Führer, ou se o Führer for declarado incapaz pelas circunstâncias, assumir o governo da Alemanha. Ele cuidadosamente dita uma mensagem diplomática a Hitler, solicitando sua autorização para assumir como sucessor. “Mein Führer, o senhor está sob muita pressão, se eu não ouvir nenhuma resposta contrária sua em até 24 horas, devo supor que perdeu sua capacidade de governar e eu me tornarei o Führer.”



            Ele imediatamente percebe que é um assunto sensível e complicado. Se a mensagem for mal-entendida, ele será assassinado. Como protocolo habitual, Bormann é o primeiro a ver o telegrama de Göring. Tudo que chega até Hitler é filtrado por Bormann. Para Bormann, é importante garantir que ninguém mais se torne poderoso, e, principalmente, ele não quer que Göring seja o próximo líder da Alemanha e assuma, pois, se ele, Martin Bormann, sobreviver, complicará o fato de não ter boa relação com Göring. Então, ele diz a Hitler que o telegrama é um ato de traição.



            Bormann instiga Hitler a ver o telegrama como um ato de traição. Demonstra que tudo está perdido. Se não consegue manter Göring, não manterá ninguém. Então, até o telegrama cuidadosamente escrito é um desastre para Göring. E Bormann vai mais longe ainda. Ele envia a Göring uma mensagem dizendo: “Eu o proíbo de tomar qualquer ação na direção indicada. Assinado: Adolf Hitler.”



            Göring entende o sinal. Ele envia outro telegrama, dizendo: “Certo, eu renuncio.” É dito ao povo alemão que Göring teve um ataque cardíaco fulminante e terá de renunciar a todos os cargos. Mas a renúncia de Göring não é suficiente para Bormann. Ele ordena a prisão e execução de Göring. Ele é preso pela SS, mas, por sorte, uma unidade da Luftwaffe passou e Göring pediu ajuda, dizendo que a SS o prendeu. Eles retiram a SS e Göring é resgatado.



            A sorte está do lado de Göring, e ele sobrevive para continuar lutando. Outro alvo de Bormann é Heinrich Himmler. Desde suas reuniões secretas para tentar um acordo com os Aliados, Himmler aguarda ansiosamente por uma resposta. Ele espera que seu ato de traição permaneça em segredo. Bormann está bisbilhotando, mas não encontra nada conclusivo para culpar Himmler. Mas os Aliados dão uma ajuda a Bormann. Notícias dos acordos clandestinos de Himmler são transmitidos globalmente. O segredo de Himmler foi exposto, e ele sabe o que significará para Hitler.



            A transmissão do inimigo revela que seu leal Heinrich, como o chama, tinha agido por suas costas e tentado negociar a paz.



            Há uma diferença entre Göring e Himmler. O esquema do telegrama de Göring foi apenas uma má interpretação dele. Mas Himmler estava mesmo negociando com o inimigo. Uma vez, Hitler citou Himmler como o único homem “verdadeiro” na Alemanha. O único em quem ele podia confiar. Ele não acreditava que Himmler o trairia. Mas ele traiu. E com incentivo de Bormann, o Führer retira Himmler de seus cargos e ordena sua prisão. Para Hitler, Himmler é a pior traição.



            Hitler fica extremamente desolado, sempre pensou que Himmler nunca deixaria de ser leal. Ele acreditava que poderia confiar nele até a morte. Em questão de dias, Bormann eliminou seus dois principais rivais: o vice de Hitler, Hermann Göring, e o chefe da SS, Heinrich Himmler. É uma vitória vazia, pois o regime está claramente acabado, mas na cabeça de Bormann ele finalmente conseguiu.



            Esses dias finais devem ter sido bem satisfatórios para Bormann, pois seus rivais são destruídos um a um, e, no fim, só sobra Goebbels e ele.



            O mal dirige suas últimas energias para as entranhas, para si mesmo. Bormann como agente obscuro dentro das trevas, consegue fazer o maior estrago com os seus companheiros, que não tem nenhuma compaixão por eles. Que morram se for preciso, e até desejável.



            Esse tipo de comportamento nos adverte que não podemos compactuar com o mal, pois terminamos dentro de um caldeirão de maldades que não podemos resistir ou sair. Melhor identificar logo de início qualquer tipo de iniquidades que um possível companheiro esteja fazendo para nos afastar dele, se não conseguirmos coloca-lo dentro da trilha virtuosa.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/11/2021 às 00h05
 
05/11/2021 00h05
CIRCULO DO MAL DE HITLER (95) – MENTIR... MENTIR... MENTIR...

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.



XCV



            O círculo íntimo reage de formas diferentes. Todos estão tensos e desconfortáveis. Para Bormann, a notícia de que o Führer ficará no bunker é devastadora. Ele esperava que a liderança nazista fosse para Berghof, o retiro de Hitler na montanha. Uma década antes, Bormann supervisionou sua construção, incluindo uma rede de bunkers impenetráveis nas profundezas dos Alpes, projetados para manter o Führer e Bormann longe do perigo. Mas isso não acontecerá. É uma ilusão, e Hitler ainda tem cérebro o bastante para perceber que é uma ação inútil.



            O plano de Bormann, por enquanto, está frustrado. Isso tem, de certa forma, a cara de Wagner, é como as óperas de Wagner terminam. E todos eles sabem disso. Mas Göring observa com interesse. Ele interpreta a declaração de Hitler como uma renúncia e sua chance de tomar controle da liderança.



            É bem óbvio que Hitler foi para Berlim porque ele não vai se render e, no fim das contas, ele preferia morrer na capital do que ser visto fugindo. Já Göring, não tem receio de fugir. Na verdade, já está se preparando há tempos. Seus criados já retiraram seus espólios de guerra, cerca de 5.000 obras de arte. Ele tirou todos seus tesouros, suas pinturas, tirou todo o seu dinheiro dos bancos alemães.



            Naquela manhã, a residência de Göring no interior, Carinhall, foi armada com 20 toneladas de explosivos. Se ele não pode aproveitar de sua propriedade, ela será destruída.



            Não passa despercebido que Göring foi o primeiro a ir embora. Chegou-se a um ponto em que é cada um por si. O antigamente leal chefe da SS, Heinrich Himmler, acha que já conseguiu fingir sua fidelidade. Agora pode fazer uma partida discreta como Göring, e voltar ao seu próprio plano de fuga. Ele está tentando se posicionar como um líder nazista pós-Terceiro Reich. É fantasioso, iludido e inútil, mas demonstra o tanto que Himmler está fora da realidade.



            Ao sair da festa, Göring aborda Himmler, que não é o único que pensa em contatar os Aliados. Göring pensava se seria possível falar para os ocidentais: “Estragamos tudo, mas os russos são uma ameaça maior, por que não nos unimos e enfrentamos os russos?”



            Novamente, ele está iludido de que seria tratado como um grande líder. Mas Himmler está bem à frente. Cinco dias antes, ele libertou 1.200 judeus para os Aliados. Negociando um acordo planejado na casa de saúde, passando mensagens para a Cruz Vermelha por meio de sua massagista. A arrogância dele supera seu medo natural de cometer traição. É o que ele está fazendo. Se Hitler descobrir que ele está tentando fazer acordos de paz às costas dele, ou negociando com judeus... são atos de traição aos olhos de Hitler, e ele seria estrangulado com uma corda de piano.



            Himmler conta a Göring que está à frente dele e se encontrará com o conde Folke Bernadotte, vice-presidente da Cruz Vermelha sueca, naquela noite. Ele sente que o fim está próximo, e não quer que outras pessoas tomem posição como negociador principal. Ele diz que Eisenhower enviou Bernadotte para negociar. Ele sabe que Göring oficialmente tem a segunda maior posição, mas ele quer está na primeira.



            Mas Himmler percebe que eles estão sendo observados pelo rival mais perigoso: Martin Bormann. O bajulador Bormann chegou ao poder por meio de manipulação implacável envenenando os ouvidos de Hitler. Himmler sabe que se Bormann os ouviu, seus dias podem estar contados.



            A essa altura, Himmler está em um estado de intensa ansiedade, pois sabe que, ao tentar negociar a paz, estava cometendo traição. Ele sabe que deve agir rápido e viaja à noite pela costa do mar Báltico para duas reuniões importantes. A primeira é com um representante do Congresso Judaico Mundial.



            Himmler astutamente estabelece ligação com o Congresso Judaico Mundial e com os poderes ocidentais via Suécia, e o motivo para isso é óbvio. Ele queria se safar e tentar ter uma vida após o Terceiro Reich.



            A esta altura, o número de judeus mortos chega a seis milhões, tudo idealizado por Himmler. Mas meses antes, ele tentou cobrir seus rastros.



            No início de janeiro de 1945, Himmler com intenção de conseguir favores dos Aliados no fim da guerra, iniciou um programa de fechamento dos campos de concentração, escondendo os piores aspectos deles e tentando apresentar uma fachada mais humana aos Aliados quando eles chegassem. Mas não tinha como Himmler se distanciar completamente das atrocidades. Sua mudança para se tornar a pessoa que governaria a Alemanha pós-nazismo depende dessas reuniões com homens de ideologias radicalmente opostas. Durante 45 minutos, Himmler faz uma prolixa justificativa das ações alemãs contra os judeus. Ele promete que as matanças parariam e que os campos seriam entregues intactos aos Aliados.



            Na segunda reunião de Himmler, com o diplomata sueco conde Bernadotte, ele está ficando cada vez mais paranoico. Ele está histérico, com sua pistola no bolso e o tempo todo preocupado que os homens de Bormann aparecerão.



            Exausto, Himmler vai embora, acreditando estar perto de encontrar Eisenhower. Mas seu medo permanece. Será que foi seguido? Bormann sabe de algo? Uma coisa é certa, Himmler está fazendo um jogo muito perigoso.



            Mesmo querendo se safar das atrocidades cometidas na guerra e fora dela, os integrantes do círculo do mal continuam mantendo as mentiras como a principal estratégia. Pretendem iludir aqueles que eles enganaram por tanto tempo e permitiram que eles avançassem tanto na invasão da terra dos povos vizinhos e distante. Tudo isso em nome de um pacifismo que permitiu o fortalecimento do mal.



            Fica com isso uma lição para que não sejamos tolerantes com as expressões do mal, em qualquer momento, em qualquer lugar.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/11/2021 às 00h05
 
04/11/2021 07h17
CIRCULO DO MAL DE HITLER (94) – INFELIZ ANIVERSÁRIO

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.



XCIV



            Mas hoje, 20 de abril de 1945, é uma data importante em Berlim, no calendário do Terceiro Reich. O aniversário de 56 anos do Führer. E eles esperam visitas.



            O aniversário de Hitler sempre foi um grande evento com vários presentes enviados pelo povo alemão e celebração no círculo íntimo. E os membros do círculo íntimo vão até a destruída Berlim.



            O chefe da SS, Heinrich Himmler, era um dos seguidores mais leais de Hitler. Mas nos meses anteriores ele está se mantendo afastado da loucura subterrânea, residindo em uma casa de saúde a 100 quilômetros de Berlim. Ele está tentando se afastar da desintegração que acontece no bunker. Lá, Himmler tenta fazer acordos com os Aliados. Ele quer ser o homem que comandará a Alemanha quando o inevitável acontecer. Apesar dos seus atos de traição, Himmler sai da casa de saúde para visitar Hitler.



            O leal Heinrich, como Hitler o chamava, permanecerá leal mais uma última vez. Ele vai a Berlim para o aniversário de Hitler. A viagem até a bombardeada Berlim envolve 100 quilômetros perigosos. Não se pode subestimar os perigos de ir à festa de aniversário de Hitler. O presente de aniversário dos soviéticos é uma barragem de artilharia no centro da cidade. O inimigo não é a única preocupação, sua própria organização, a SS, está matando desertores. A SS e várias formações militares policiais estão enforcando gente a torto e a direito por traição. No momento em que a Alemanha efetivamente perde a guerra, o regime se torna mais violento. Ele decide que é mais seguro demonstrar fidelidade.



            Até mesmo para o chefe da SS, nesses tempos perigosos, é importante aparecer e fingir fidelidade. Viajar pela estrada é perigoso, mas pelo ar é suicídio.



            Mesmo assim, o ministro do armamento Albert Speer arrisca um voo traiçoeiro até Berlim. É preciso sobrevoar territórios ocupados pelo Exército Vermelho, ou até mesmo pelos Aliados vindos do Oeste. Mesmo se você conseguir não ser abatido, não poderá pousar em uma pista adequada, mas sim em uma rua no meio de Berlim, onde há buracos de bombas e fogo por todo lado.



            As motivações de Speer para arriscar o voo até Berlim são confusas. De acordo com seu diário, meses antes, ele esquematizou assassinar Hitler. Seu plano era encher o bunker de gás venenoso. Mas uma nova chaminé instalada como precaução antigas frustrou seu plano.



            Não há dúvidas de que ele pensou nisso e falou com sua equipe. Mas é mais provável que tenha usado essa história para convencer os Aliados de que não era um nazista tão malvado como os outros.



            Seja qual for a verdade, Speer sabe que a derrota está próxima. Ele sabe que a guerra acabou. Sabe que serviu a um regime que fracassou.



            Então, para que ir à Berlim? Teria Speer alguma ambição secreta? Será que Speer espera que Hitler passe o reino para ele?



            Parte do reino é o que antigamente era o prédio de maior prestígio: a Chancelaria do Reich. Agora está desolado e bombardeado. Um local ideal para a reunião do círculo íntimo e parabenizar o perturbado ditador pelo seu aniversário.



            Eles se encontram em uma sala na Chancelaria do Reich, o que é extraordinário, pois, com os fortes bombardeios, ninguém vai mais às salas de cima da Chancelaria, e todos os móveis foram removidos.



            Após terem sobrevivido à perigosa jornada, eles agora aguardam a presença do Führer. Oito metros abaixo, no inconquistável bunker, Hitler faz seu ritual diário. Após o café da manhã e o colírio de cocaína, Hitler se sente revigorado para encontrar o círculo íntimo e receber seus cumprimentos.



            A festa de aniversário é um bom encapsulamento em um microcosmo do absurdo da irrealidade da vida no bunker que eles viviam desde janeiro. Eles moravam em um mundo fantasma.



            Outro membro do círculo íntimo que acha que viajar até Berlim vale o perigo é o chefe da Luftwaffe, Hermann Göring. Ele ainda se considera o sucessor de Führer no Reich.



            Nos últimos quatro meses, o homem que se juntou ao partido nazista como herói de guerra tem feito planos para a vida após o Führer. Agora ele está rodeando como um grande tubarão gordo, para ver se tem a chance de finalmente tomar o poder.



            Hitler finalmente aparece. Ele chaga com a primeira-dama secreta, sua amante, Eva Braun. O relacionamento deles era complexo. Quando estavam juntos, Hitler era um homem diferente. Embora estivessem juntos há 12 anos, os nazistas mantêm a ilusão de Hitler ser solteiro, dedicado apenas a nação alemã. Ela nunca foi conhecida pelo público, e a relação deles tem sido mantida em segredo do povo.



            Para o círculo íntimo, ver o Führer com sua amante é uma indicação de que, para Hitler, o fim está próximo. Mais alarmante ainda é seu estado físico. Boa parte do círculo íntimo ficou chocada com o tanto que ele estava acabado. Eles estavam acostumados, nos aniversários, com Hitler fazendo grandes discursos, se parabenizando e motivando-os a conquistar grandes coisas. Mas dessa vez estava bem diferente. É estranho e deprimente, e, o tempo todo, ouve-se a artilharia, lembrando que o fim estava próximo.



            Como sempre, Martin Bormann, secretário particular de Hitler e sua sombra permanente, está perto do Führer quando ele faz um grande anúncio. Ele ficará em Berlim e, se necessário, morrerá no bunker.



            Nesse microcosmo bizarro, no interior da terra, homens que provocaram a destruição que se observa em seu país, se reúnem em torno do chefe que eles mesmos criaram e apoiaram, por medo e por ganância, para participarem de um infeliz aniversário. Todos têm seus próprios planos, mas o plano do chefe, no qual todos estavam incluídos, não tem mais perspectiva de realização. Pelo contrário, a perspectiva agora é de punição, pois mesmo a guerra, onde os derrotados devem pagar as consequências, no caso deles as consequências são bem maiores, pois há crimes de guerra rondando a cabeça de cada um.



            Um importante fazermos essa reflexão: quando a estratégia do mal se mostra incapaz de ser realizada, os seus integrantes tentam se dispersar e refugiar dos castigos que cairão sobre eles, pois nas estratégias do mal sempre há crimes cometidos. Agora, nas estratégias do mal aplicadas no Brasil, interrompidas pela eleição de um novo presidente com perfil diferente, o mal continua articulado, pois ainda existe a perspectiva de voltar ao topo do poder. A sua principal estratégia de mentir e construir falsas narrativas continua a pleno vapor, tentando destruir a reputação e incapacitação do presidente eleito corrigir o mal que foi implantado no país. A mídia tradicional alimenta essas falsas narrativas no meio popular e somente a internet abre a possibilidade da verdade ser revelada, mesmo que ainda não tenha a penetração equivalente no meio do povo. Felizmente, as pessoas de boas intenções que não foram cooptadas nem hipnotizadas pelo mal constroem formas de divulgar a verdade e manter na presidência a borracha que pode apagar tanto mal praticado.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/11/2021 às 07h17
 
03/11/2021 00h01
CIRCULO DO MAL DE HITLER (93) – DESINTEGRAÇÃO DO MAL

            Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.



XCIII



ANO DE 1945



            O regime nazista está no último suspiro. Na cabeça e no coração, todos os nazistas seniores sabem disso, mas não podem falar abertamente. Muitos membros do círculo íntimo estão se afastando. No final, havia ratos abandonando o navio, e Hitler ficou furioso. Em meio à loucura do final da guerra, o chefe da SS, Heinrich Himmler, está fazendo acordos clandestinos. Ele não é mais leal, ele planeja traição. E Martin Bormann, a sombra silenciosa, encara uma decisão impossível. É uma mistura de querer sobreviver e dar o fora e ter de permanecer leal. A primeira-dama secreta do Terceiro Reich, Eva Braun, é recompensada pela sua lealdade. O relacionamento tinha sido mantido em segredo do povo. E o pomposo vice de Hitler, Hermann Göring, tenta tomar o poder. Se der errado, ele será assassinado.



            Esta é a história dos capangas de Hitler, da luta pelo poder, da inveja e dos bajuladores que criaram um monstro e alimentaram os horrores brutais do Terceiro Reich.



MELTDOWN



            O Exército Vermelho está cercando Berlim. E as forças Aliadas cruzaram o Reno e avançaram até o coração da Alemanha nazista.



ALEMANHA – BERLIM



            Começou o capítulo final e humilhante para o Terceiro Reich. A Alemanha está prestes a ser derrotada. Até então reverenciados por milhões, Hitler e seu decadente grupo de capangas se escondem em um bunker fedorento cercado por tropas inimigas.



            Nas últimas semanas do Terceiro Reich, o círculo íntimo se desintegra rapidamente. Era o fim do jogo, era o momento final e brutal de um império em vias de extinção. Agora o Terceiro Reich não passava de um nome.



            Adolf Hitler, agora acabado e viciado em remédios, escondeu-se em sua fortaleza subterrânea, embaixo dos jardins da chancelaria. Ele está à beira do desespero, mas ainda tem momentos em que seu instinto de fantasia vem à tona, e ele diz: “Podemos avançar pelo Sudeste e acabar com o cerco sobre Berlim.” Ele repentinamente fica empolgado por haver esperança, um plano, e, claro, está cercado por pessoas que não vão fazê-lo ver a realidade.



            Do círculo original, apenas Martin Bormann, secretário de Hitler, e Joseph Goebbels, ministro da Propaganda, estão com Hitler neste mundo subterrâneo de pesadelo.



            Os ratos tendem a abandonar o navio quando preveem o naufrágio. Assim, os asseclas de Hitler prevendo a derrocada final fazem seus planos para a fuga do foco do mal, pois sabem que serão presos e até assassinados e colocados os corpos em praça pública para completa humilhação.



            Observamos a diferença marcante do grupo de ideias maléficas, do grupo de ideias benevolentes, com a proximidade da morte em cenário de guerra. Esse grupo nazista que procura fugir por todos os buracos difere muito daquele grupo, os trezentos de Esparta, que enfrentando um exército muito mais numeroso, milhares de homens, ficaram coesos até o fim, lutando como verdadeiros irmãos, uns apoiando os outros.



            Fazendo comparação com o Brasil, observo que o grupo maléfico que tomou de assalto o poder central, a presidência, com mentiras e falsas promessas, promovendo o maior ato de corrupção de todos os tempos, continua ainda coesos nas suas diabruras, pois conseguiram aproveitar a democracia cega e colocaram nos postos de comando, principalmente jurídico, seus asseclas com togas de magistrados, que ajudam a apagar os seus crimes e com a ajuda da mídia corrompida tenta assassinar a reputação daqueles que querem trazer a honestidade para o país.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/11/2021 às 00h01
 
02/11/2021 00h01
VINHA DE LUZ (42) – AFIRMAÇÃO E AÇÃO

            João registrou em seu Evangelho (4:34) que Jesus tinha dito aos apóstolos: “A minha comida é fazer eu a vontade daquele que me enviou, e cumprir a sua obra”.



            Eu, como discípulo do Cristo, seguidor do Evangelho como Ele ensinou, alego a boa disposição de satisfazer os ditames celestiais. Mas, como coloquei ontem na minha oração do mês ao Pai, entrego-me a ociosidade em momentos que deveria fazer a vontade do Pai. Desrespeito em algumas ocasiões às sagradas noções da fé, dizem algumas pessoas que também procuram fazer a vontade do Pai e veem meu comportamento.



            Sei que ainda sou fraco espiritualmente para resistir os apelos da carne, os instintos do Behemoth. Pelo menos eu sei quem é meu principal adversário nessa jornada. Prevejo o que ele pode fazer e não consigo resistir à contento. Não consigo evitar a força que me obriga, assim como também obrigou a Paulo, que confessou que muitas vezes fazia o que não queria, dentro do seu compromisso de seguir e ensinar sobre Jesus. Quando as forças inferiores triunfam dentro de mim, sinto o peso na consciência, e sei que não consegui obedecer às ordens do Pai.



            O Pai está à espera do meu sucesso, sonda o meu coração para ver o grau de impureza que ainda permanece dentro dele, que me impede de ver com clareza as coisas divinas e obedecê-las.



            Não adianta eu colocar no papel tantos projetos que vêm à minha consciência, se eu não concretizo é um projeto morto. O que me consola é que sinto o Pai perto de mim, que me passa instruções, então, com certeza espera por mim, pois Ele não expressa seu poder divino à esmo.



            Jesus é o meu grande exemplo. Ele afirmou que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e realmente cumpriu a sua tarefa, que é muitíssima maior que a de qualquer um dos meus irmãos, inclusive a minha. Comparado a minha tarefa colocada pelo Pai em minhas mãos, com a tarefa do Cristo foi muito mais complexa e dolorosa, a minha parece um passeio pela praça.



            Não é só o desejo de fazer a vontade do Pai que parece ser igual para as pessoas de boa vontade. A questão básica é concluir a obra que cabe a cada um. Não é interessante eu vir aqui neste diário e plantar um texto parecido com esta a cada dia, enquanto as tarefas sociais que sei são importantes para respaldar os projetos que estão sendo citados nos diversos textos.



            O Pai, naturalmente, guarda planos indevassáveis acerca de cada filho. Ele deve ter um plano para mim que pode ser bem diferente daquele que imagino ser. Por isso é imprescindível que eu coopere na objetivação dos propósitos divinos. Compreendo que é lamentável o abuso à vontade de Deus, ficando distraído dos trabalhos que me compete.



            Tenho consciência de toda essa fragilidade espiritual que ainda possuo, que não consegue por em prioridade a vontade do Pai. Tenho capacidade de afirmar as lições do Mestre, atuando como monitor dentro de uma escola do Evangelho, mas é importante que eu desenvolva a ação necessária para afirmar o conteúdo que transmito.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/11/2021 às 00h01
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