Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
01/12/2023 00h01
ORAÇÃO DEZEMBRO 2023

            Pai, tenho dificuldade de dizer isto, mas como prova de minha honestidade, revelando aquilo que o Senhor já sabe, é que hoje venho Te confessar. Venho denunciar a minha falta de coragem, de determinação de fazer a Tua vontade, seguindo o caminho que apontas para mim, que sei que é o mais conveniente dentro das atuais circunstâncias. Mas não consigo enfrentar minhas fragilidades, de fazer o enfrentamento comigo mesmo, da preguiça, da falta de fé, de certa ingratidão, do tanto que eu recebi e do pouco que devolvo como forma de fazer a tua vontade. Sei que a Tua vontade é realizada aqui no mundo material pelos teus filhos racionais que querem fazer a tua vontade. Se eu me considero enquadrado neste perfil e não faço a Tua vontade, significa que eu não Te deixo manifestar onde é necessário, no locus de minha influência. Quando venho agora, Pai, perto de Ti, confessar isso que sinto, é uma forma de mostrar minha incapacidade atual. Mas também sinto que minhas intenções continuam as mesmas, de conseguir em algum momento fazer aquilo que sinto ser de minha responsabilidade frente a Ti. Não quero chorar agora devido a isso, pois sei que há motivos, mas, por outro lado, sinto que se essas lágrimas caírem serão provas de cinismo, fazendo promessas de um futuro que tenho capacidade de realizar no presente, mas que decido postergar. Por isso Pai, sinto que a vergonha é o manto que cobre minha fraqueza volitiva, minha preguiça ancestral. Mas não quero me sentir derrotado, mesmo aparentando isso. Quero entender que esta é uma batalha pessoal que perdi, na minha guerra espiritual individual. Mas não abandono o campo de batalha. Agora mesmo estou fazendo esta confissão vergonhosa como forma de apresentar os meus pecados frente à Tua imensa sabedoria. Mostro o arrependimento frente os pecados cometidos e que estou disposto a pagar a penitência que eu merecer.



            Sim, filho, confirmo que a tua confissão representa a verdade dos fatos e isso me torna mais satisfeito contigo, apesar da fraqueza motivacional para realizar aquilo que sabes ser necessário e que tens competência para fazer. Aceito a tua confissão como forma de limpar o teu espírito da mancha dos pecados, mas terás que pagar um preço, uma penitência, pois sabes que nada se consegue de forma gratuita, mas que devemos realizar alguma ação como forma de penitência. Irei te dar uma penitência de forma produtiva, que seja útil para a tua evolução, fazendo aquilo que estás pronto para ser realizado e que já encontro quando sondo a tua consciência, o teu coração, e vejo que isso é uma promessa para ser realizada. Você deve fazer dentro dos 10 primeiros dias deste mês, a organização do livro que está nos seus projetos, usando as folhas deste diário, desde o primeiro dia que você o iniciou até o centésimo dia, correspondendo a 10 folhas por dia. Este é o prazo fechado que estou dando a ti, mas sei das tuas dificuldades, e por isso te darei uma dilatação deste prazo até o final do mês. Então, tu terás oportunidade de pagar os teus pecados com honra, no primeiro caso ou, no segundo caso, pagar com justiça o débito que contraístes.



            Sim, Pai, procurarei cumprir a ordem que me é cobrada.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/12/2023 às 00h01
 
30/11/2023 00h01
ROMPIMENTO FAMILIAR

            Fui testemunha hoje do esgarçamento de uma família devido a posição política diferente do marido e da esposa, deixando um filho menor, de 12 anos, portador de TDAH e medicado com psicofármacos, no meio da contenda.



            A esposa acusa o marido de defender um ladrão que está na presidência da República, que ele está cego e não ver as atrocidades que esse presidente e seus comparsas estão fazendo no país. Diz que ela também defendia essas pessoas, mas quando percebeu que estava errada, pois viu que essas pessoas tinham princípios diferentes dos dela, logo ela corrigiu o seu pensamento e passou a votar do outro lado.



            Observei que ela disse algo muito interessante, que não estava focada no atual presidente, pois este era um pobre coitado, ignorante, que estava sendo utilizado plenamente pelo poder maligno das trevas.



            Aproveitei essa opinião para intervir nas colocações, tentando levar a harmonização do casal, apesar da forte divergência que estava gerando profundo conflito com potencial de destruir a estrutura do casamento.



            Elogiei a perspectiva racional que ela apresentava ao diagnosticar com precisão o centro do problema, que não era um indivíduo em particular o nosso principal adversário, mesmo que fosse um presidente cheio de atitudes nocivas e de iniquidades no exercício do cargo. O foco central onde deveríamos colocar nossa atenção, seria no poder das trevas em hipnotizar e cooptar nossos irmãos para eles fazerem o que elas, as trevas, têm interesse. O irmão que se torna hipnotizado ou cooptado, se afasta do Caminho da Verdade que leva a Vida eterna na proximidade com Deus, conforme o Cristo ensinou.



            Com esta visão espiritual esclarecida, o primeiro passo é compreender o irmão que está contaminado pelas trevas, quer seja o Presidente da República, quer seja o marido ou esposa em cada lar. Essas pessoas não percebem que estão dando respaldo às forças trevosas, que mesmo que tenham algum benefício de imediato, a longo ou médio prazo um prejuízo maior se abate sobre um número bem maior de pessoas, onde o próprio cooptado pode estar envolvido. Temos que entender o nosso parente cooptado ou hipnotizado como uma pessoa doente, um tipo de vírus espiritual que invadiu a mente e que necessita de muita compaixão de nossa parte para ele ser retirado.



            Devemos ter muita sabedoria para separar o pecador do pecado. Este não pode ser tolerado, sim combatido; o segundo, o pecador, ele é nosso irmão que se encontra doente e que precisa de nossa ajuda para recuperar a saúde mental e espiritual.



            Ao terminar minhas considerações, notei que o emocional ainda estava fervendo, apesar da mente ter entrado em reflexão. Espero que minhas palavras sirvam para a esposa, que está com o pensamento correto, sintonizado nas lições do Cristo, consiga manter o silêncio quando necessário, não concordar nem acompanhar o comportamento do marido quando ele se mostrar na sintonia do mal, explicando com delicadeza e educação, o tipo de mal que ele está revelando e que ela não pode compactuar com isso, mesmo que tenha amor por ele e não queira destruir o casamento.



            Afinal, percebo que aí está um quadro que exemplifica uma das lições do Cristo, que Ele não veio ensinar entre nós para trazer uma paz ociosa, passiva, e si trazer a espada para combater o mal, mesmo que seja dentro de casa com a própria família.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/11/2023 às 00h01
 
29/11/2023 00h01
GERAÇÃO DE PREDADORES

            Para ter a compreensão da realidade brasileira atual, este texto do filósofo Olavo de Carvalho é de grande importância.



Uma geração de predadores



Olavo de Carvalho



Diário do Comércio, 3 de junho de 2011



Desde que me distanciei do Brasil, tenho visto a inteligência dos meus compatriotas cair para níveis que às vezes ameaçam raiar o sub-humano. Não posso medi-la pela produção literária, que veio rareando até tornar-se praticamente inexistente num país que já teve alguns dos melhores escritores do mundo. Meço-a pelas teses universitárias que me chegam, cada vez mais repletas de solecismos (erros de sintaxe na construção de um trecho ou combinação de palavras, podendo ser de concordância, de regência, de colocação e de má estruturação) e contrassensos grotescos, pelos comentários de jornal, pelos pronunciamentos das chamadas “autoridades” e, de modo geral, pelas discussões públicas. Em todo esse material, o que mais salta aos olhos não é o vazio de ideias, não é a estupidez dos raciocínios, não é nem mesmo a miséria da linguagem: é a incapacidade geral de distinguir entre o essencial e o acessório, o decisivo e o irrelevante. Não há problema, não há tema, não há assunto que, uma vez trazido ao palco – ou picadeiro –, não seja infindavelmente roído pelas beiradas, como se não tivesse um centro, um significado, um sentido em torno do qual articular uma discussão coerente. Cada um que abre a boca quer externar apenas algum sentimento subjetivo deslocado e extemporâneo, exibir bom-mocismo, angariar simpatias ou votos, como se se tratasse de uma rodada de apresentações pessoais num grupo de psicoterapia e não de uma conversa sensata sobre – digamos – alguma coisa. A coisa, o objeto, o fato, o tema, este, coitado, fica esquecido num canto, como se não existisse, e depois de algum tempo cessa mesmo de existir. A impressão que me sobra é a de que toda a população legente e escrevente está sofrendo de síndrome de déficit de atenção. Ninguém consegue fixar um objeto na mente por dez segundos, a imaginação sai logo voando para os lados e tecendo, embevecida, um rendilhado de frivolidades em torno do nada.



Se me perguntarem quais são os problemas essenciais do Brasil, responderei sem a menor dificuldade:



1) A matança de brasileiros, entre quarenta e cinquenta mil por ano.



2) O consumo de drogas, que aumenta mais do que em qualquer país vizinho, e que alguns celerados pretendem aumentar ainda mais mediante a liberação do narcotráfico – o maior prêmio que as Farc poderiam receber por décadas de morticínio.



3) A absoluta ausência de educação num país cujos estudantes tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais, concorrendo com crianças de nações bem mais pobres; num país, mais ainda, onde se aceita como ministro da Educação um sujeito que não aprendeu a soletrar a palavra “cabeçalho” porque jamais teve cabeça, e onde se entende que a maior urgência do sistema escolar é ensinar às crianças as delícias da sodomia – sem dúvida uma solução prática para estudantes e professores, já que o exercício dessa atividade não requer conhecimentos de português, de matemática ou de coisa nenhuma exceto a localização aproximada partes anatômicas envolvidas.



4) A falta cada vez maior de mão-de-obra qualificada de nível superior, que tem de ser trazida de fora porque das universidades não vem ninguém alfabetizado.



5) A dívida monstruosa acumulada por um governo criminoso que não se vexa de estrangular as gerações vindouras para conquistar os votos da presente, e que ainda é festejado, por isso, como o salvador da economia nacional.



6) A completa impossibilidade da concorrência democrática num quadro onde governo e oposição se aliaram, com o auxílio da grande mídia e a omissão cúmplice da classe rica, para censurar e proibir qualquer discurso político que defenda os ideais e valores majoritários da população, abomináveis ao paladar da elite.



7) A debilitação alarmante da soberania nacional, já condenada à morte pela burocracia internacional em ascensão e pelo cerco continental do Foro de São Paulo (aquela entidade que até ontem nem mesmo existia, não é?).



8) A destruição completa da alta cultura, num estado catastrófico de favelização intelectual onde a função de respiradouro para a grande circulação de ideias no mundo, que caberia à classe acadêmica como um todo, é exercida praticamente por um único indivíduo, um último sobrevivente, que em retribuição leva pedradas e cuspidas por todo lado, especialmente dos plagiários e usurpadores que vivem de parasitar o seu trabalho.



Se me perguntam a causa desses oito vexames colossais, digo que é a coisa mais óbvia do mundo: quarenta anos atrás, as instituições que se gabam de ser as maiores universidades brasileiras lançaram na praça uma geração de pseudo-intelectuais morbidamente presunçosos, que na juventude já se pavoneavam de ser “a parcela mais esclarecida da população”. Hoje essas mentes iluminadas dominam tudo – sistema educacional, partidos políticos, burocracia estatal, o diabo –, moldando o país à sua imagem e semelhança. Matança, dívidas, emburrecimento geral, debacle do ensino, é tudo mérito de um reduzido grupo de cérebros de péssima qualidade intoxicados de ideias bestas e vaidade infernal. Dentre todas as gerações de intelectuais brasileiros, a pior, a mais predatória, a mais destrutiva.



Se querem saber agora por que os temas fundamentais não podem ser enxergados e discutidos na sua essência, por que as atenções são sempre desviadas para detalhes laterais e por que, em suma, nenhum problema neste país tem solução, a resposta também não é difícil: quem molda os debates públicos, por definição, é a elite dominante, e esta não permite que nada seja discutido exceto nos moldes do seu vocabulário, dos seus interesses, da sua agenda, da sua irresponsabilidade psicótica, da sua ambição megalômana, da sua auto adoração abjeta.



Enquanto vocês não perderem o respeito por essa gente, nada de sério se poderá discutir no Brasil.



Uma análise crítica, lúcida e verdadeira do que acontece no Brasil, onde sofremos esses efeitos deletérios e que custarão muitos esforços para a correção.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/11/2023 às 00h01
 
28/11/2023 00h01
DIA DA TRAIÇÃO

            O dia 15 de novembro é festejado entre nós como uma data importante para a nossa nação, foi proclamada a República, tirando a Monarquia do poder.



            Esta é uma forma de manter o nosso povo de olhos vendados para a verdade dos fatos. Nosso povo não estava reivindicando essa mudança de poder, nós estávamos satisfeitos com a Monarquia. Tínhamos um rei que governava sintonizado com o povo, que era respeitado em todo o mundo.



            Acontece que a Proclamação da República foi um golpe militar que marcou o fim do Império do Brasil, executada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, tido como amigo do Monarca, Dom Pedro II. Algumas questões podem ser elencadas como pivores dessa traição. Uma dessas foi a questão religiosa.



            Em 1864, o papa Pio IX determinou a excomungação de todos os católicos que tivessem envolvimento com a Maçonaria, instituição muito influenciada pelo positivismo e que tinha muitos representantes no Brasil. O próprio D. Pedro II, que embora não fosse efetivamente maçom, possuía forte relação com os seus membros. Os bispos Dom Vital Maria, de Olinda, e Dom Macedo Costa, de Belém, decidiram cumprir a ordem do Papa e acabaram sendo punidos com prisão e trabalhos forçados. Isso foi visto pela Igreja Católica como um ato autoritário e passou a se afastar do imperador.



            A abolição da escravatura foi outro motivo que levou descontentamento e críticas ao império por parte da elite que dependia da mão-de-obra escrava. Tiveram que libertar os escravos após a assinatura da Lei Áurea e não receberam nenhuma indenização por parte do governo central



            Também podemos acrescentar como mais um pivô para a traição do Marechal Deodoro, o conflito armado no qual o Brasil envolveu-se na Guerra do Paraguai (1864-1870). Embora o Brasil tenha vencido, a guerra trouxe uma grande baixa entre os que combateram ao lado do império brasileiro e também um grande endividamento com a Inglaterra, trazendo um forte desgaste político ao imperador.



            Interessante que o Marechal Deodoro tinha fortes convicções monarquistas, como atestam trechos de duas cartas que ele escreveu ao seu sobrinho Clodoaldo Fonseca, aluno da Escola Militar de Porto Alegre:



            “República no Brasil é coisa impossível porque será uma verdadeira desgraça. Os brasileiros estão e estarão muito mal-educados para republicanos. O único sustentáculo do nosso Brasil é a monarquia. Se mal com ela, pior sem ela.”



            “Não te metas em questões republicanas, porque República no Brasil e desgraça completa é a mesma coisa, os brasileiros nunca se prepararão para isso, porque sempre lhes faltarão educação e respeito.”



            Mas o que chama a atenção em toda essa história é a ingratidão do Marechal para com seu imperador, do qual mantinha uma amizade de longa data.



            Em 1842, quando deixou sua terra natal de Alagoas em viagem ao Rio de Janeiro, com 15 anos de idade, Deodoro passou por grandes dificuldades, e pediu uma audiência com o então jovem imperador. No dramático apelo ao imperador disse que era filho de um Capitão-do-mato sem recursos suficientes para manter a numerosa família (13 filhos e a mulher, Dona Rosa da Fonseca) e que fizera uma penosa viagem de aventura confiando na magnanimidade do grande Soberano. Ouvindo atentamente, Dom Pedro II bastante comovido diante do apelo do angustiado alagoano, determinou que Deodoro fosse abrigado no próprio Palácio Imperial de São Cristóvão, onde foi tratado quase como um membro da Família Imperial. Dom Pedro II matriculou Deodoro no prestigiado Colégio Militar com recomendações especiais, onde Deodoro começou sua carreira no Exército Imperial. Mais tarde, o imperador ajudou os outros irmãos de Deodoro a entrarem na Carreira Militar. Durante 47 anos de amizade, Deodoro da Fonseca tratava do Imperador quase como um Pai, visitando a Família Imperial no Palácio, onde antes foi abrigado, sempre que podia. Porém, ao meio-dia de 15 de novembro de 1889, Dom Pedro II recebe a notícia mais chocante de sua vida, ao ler a carta recebida do major Frederico Sólon, onde estava escrita a Proclamação da República Brasileira, a destituição do trono, e exigia que o Monarca deixasse o País dentro das próximas 24 horas. A mensagem não continha assinatura do remetente. Sua Majestade indagou: “o Manuel (como chamava ele a Deodoro) já sabe disto?” “É ele o líder do movimento!” informou o emissário Sólon. Ninguém poderia calcular a profundidade da dor íntima sentida pelo Monarca àquela hora! E o Imperador então exclama furioso quase perdendo a voz “Vocês perderam a cabeça!?” Logo em seguida o Imperador, a Imperatriz Tereza Cristina, amigos e empregados da Família Imperial irromperam em prantos convulsos, numa crise de angústia irreprimível, ao saberem de quem partira aquele ato cruel, impiedoso, jamais esperado... Apenas a Princesa Isabel e o Conde d’Eu permaneceram calmos naquele momento, já pensando nas preparações para a partida para o exílio. (O NORTE FLUMINENSE, Bom Jesus do Itabapoana (RJ) – Jornal fundado por Ézio Martins Bastos em 25 de dezembro de 1946 e dirigido por Luciano Augusto Bastos no período de 2003-2011. E-mail: onortefluminense@hotmail.com).



            Com estas observações, não seria mais coerente lembrar essa data como o Dia da Traição? Quando um amigo covarde não soube enfrentar a pressão adversária golpeou de morte um governo honesto com o povo brasileiro e abriu as portas para os corruptos de todas as cores que governam até hoje se fantasiando de democratas, e colocando o povo em nova forma de escravatura, esta muito pior, pois a maioria não sabe que é escrava, apenas lutam pela sobrevivência recebendo bolsas para repetir chavões como mantras de sua ignorância.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/11/2023 às 00h01
 
27/11/2023 00h01
CORREIO FRATERNO

            Estou construindo este texto com base no texto do mesmo nome publicado no livro “Pontos e Contos” pelo Espírito Irmão X, psicografado por Chico Xavier.



            Faz referência às comunicações que existem no mundo material e de cá para o mundo espiritual, e vice-versa.



            O texto do Irmão X se refere a uma pessoa que, em vernáculo (linguagem correta) precioso, diz que a crença nos Espíritos desencarnados é característico de miséria intelectual. Logo fiz comparação com os Modernista que fazem crítica parecida ao Cristianismo, criticando a divindade do Mestre Jesus.



            Portanto irei adaptar meus pensamentos as palavras do douto Irmão X.



            No pedestal da Ciência e da História, os Modernistas antigos e contemporâneos, criticam o Cristianismo como uma exploração de baixa estirpe, alimentada por uma chusma de idiotas, nos quais o sofrimento ou a ignorância galvanizaram o complexo da fé inconsciente.



            Com a maior sem-cerimônia deste mundo, os modernistas/comunistas asseveram que a convicção transcendental dos cristãos, surgidas com o carpinteiro da Galiléia há dois mil anos, não tem correspondência com o pensamento aristocrático da História, da Antiguidade. Se tivesse correspondência, o Cristo estaria inserido na História e seria correto a aceitação dos seus ensinamentos, que todos temos um Pai comum, criador de tudo, e nós como seus filhos devemos nos amar uns aos outros como a nós mesmos.



            Por isso, é importante lembrar aos materialistas históricos que a verdadeira História confirma o transcendental.



            Observemos a história do Egito, onde há milênios a nobreza faraônica admitia, sem restrições, a sobrevivência dos mortos, que seriam julgados por um tribunal presidido por Osíris, dentro do mais elevado padrão de justiça.



            Os grandes condutores hindus, há muitos séculos, chegavam a dividir o Céu em diversos andares e o Inferno em vários departamentos, segundo as leis de Manu.



            Os chineses, não menos atentos para com a suprema questão, declaravam que os mortos eram recebidos, além do túmulo, nos lugares agradáveis ou atormentados que haviam feito por merecer.



            Os romanos viviam em torno dos oráculos e dos feiticeiros, consultando as vozes daqueles que haviam atravessado o leito escuro do rio da morte.



            Narra Suetônio que o assassínio de Júlio César foi revelado em sonhos.



            Nero, Calígula e Cômodo eram obsidiados célebres, perseguidos por fantasmas.



            Marco Aurélio sente-se inspirado por entidades superiores, legando suas reflexões à posteridade.



            Na Grécia, os gênios da Filosofia e da Ciência formulam perguntas aos mortos, no recinto dos santuários.



            Tales ensina que o mundo é povoado por anjos e demônios.



            Sócrates era acompanhado de perto por um Espírito-guia, a ditar-lhe conselhos pertinentes à missão que lhe cabia desempenhar.



            Na Pérsia, o zoroastrismo acende a crença na lei de retribuição, depois do sepulcro, sob a liderança de Ormuzd e Arimã, os doadores do bem e do mal.



            Em todos os círculos da cultura antiga e moderna, sentimos o sulco marcante da Espiritualidade na evolução terrestre.



            Acima de todas as referências, porém, invocamos o Evangelho, o Novo Testamento, o manancial da espiritualidade divina.



            O nascimento de Jesus é anunciado por vias mediúnicas, não só à pureza de Maria, mas à preocupação de José e à esperança de Isabel, Ana e Simeão.



            Em todos os ângulos da passagem do Mestre, há fenômenos de transubstanciação da matéria, de clariaudiência, de clarividência, de materialização, de cura, de incorporação, de levitação e de glória espiritual.



            Em Caná, transforma-se a água em vinho; junto à corrente do Jordão, fazem-se ouvir as vozes diretas do Céu; no Tabor, corporificam-se Espíritos sublimados; em lugares diversos, entidades das trevas apossam-se de médiuns infelizes, entrando em contato com o Senhor; no lago, Cristo caminha sobre a massa líquida e, depois do Calvário, surge o Amigo celeste, diante dos companheiros tomados de assombro, demonstrando a ressurreição individual, além da morte.



            Tudo isso é realidade histórica, insofismável, mas, para os modernistas, tudo deve ser anulado e passar a crer agora somente no que vem do inconsciente, incognoscível.



            Não serei eu, acadêmico encarnado, ou o Irmão X, autor desencarnado, que seremos capazes de vencer essas forças inconscientes, incognoscíveis, dos irmãos materialistas/comunistas, pois eles já formaram a sua fé inabalável, mesmo que ela distorça a História como ela se apresenta.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/11/2023 às 00h01
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