Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.
Sem dúvida, é isso que está acontecendo em todo o globo, quando o vácuo deixado pelo colapso do liberalismo está sendo, de forma vacilante, preenchido por fantasias nostálgicas de algum passado dourado. Donald Trump associou seu chamado para o isolacionismo americano com uma promessa de “Tornar a América grande novamente” – como se os Estados Unidos das décadas de 1980 ou 1950 tivessem sido uma sociedade perfeita que os americanos deveriam de algum modo recriar no século XXI. Os partidários do Brexit sonham em fazer da Inglaterra uma potência independente, como se ainda vivessem na época da rainha Vitória e como se o “isolamento esplêndido” fosse uma política viável na era da internet e do aquecimento global. As elites chinesas redescobriram seus legados imperiais e confucianos nativos, como um suplemento ou mesmo um substituto para a duvidosa ideologia marxista que importaram do Ocidente. Na Rússia, a visão oficial de Putin não é a construção de uma oligarquia corrupta, mas a ressurreição do antigo império tzarista. Um século depois da revolução bolchevique, Putin promete o retorno às glórias do tsarismo, com um governo autocrático mantido pelo nacionalismo russo e pela fé ortodoxa cujo poder se estende do mar Báltico ao Cáucaso.
Sonhos nostálgicos semelhantes, que misturam adesão ao nacionalismo com tradições religiosas, sustentam regimes na Índia, na Polônia, na Turquia e em muitos outros países. Em nenhum lugar essas fantasias são mais extremadas que no Oriente Médio, onde islâmicos querem copiar o sistema estabelecido pelo profeta Maomé na cidade de Medina 1400 anos atrás, enquanto judeus fundamentalistas em Israel superam até mesmo os islâmicos e sonham em retroceder 2500 anos até os tempos bíblicos. Membros da coalizão que governa Israel falam abertamente sobre sua esperança de expandir as fronteiras modernas de Israel da Bíblia, sobre reinstituição da lei bíblica e até mesmo sobre reconstrução do antigo templo de Iahweh no lugar da mesquita de Al-Aqsa.
As elites liberais olham horrorizadas para esses desenvolvimentos e esperam que a humanidade volte ao caminho liberal a tempo de impedir um desastre. Em seu discurso final nas Nações Unidas, em setembro de 2016, o presidente Obama advertiu seus ouvintes quanto ao retrocesso para “um mundo radicalmente dividido, e acima de tudo em conflito, entre fronteira ancestrais de nação e tribo, raça e religião”. Em vez disso, disse, “os princípios de mercados livres e governança responsável, de democracia e direitos humanos e lei internacional (...) são o fundamento mais firme para o progresso humano neste século.
Obama ressaltou com razão que, a despeito das numerosas deficiências do pacote liberal, ele tem um histórico muito melhor do que quaisquer alternativas. A maioria dos humanos nunca usufruiu de maior paz e prosperidade do que sob a égide da ordem liberal do início do século XXI. Pela primeira vez na história, doenças infecciosas matam menos que idade avançada, fome mata menos que obesidade e violência mata menos que acidentes.
O isolacionismo é defensável quando ele protege os cidadãos do país em questão, a manutenção de seus negócios e cultura. A atitude fraterna de acolhimento de povos em dificuldade de sobrevivência, por viés político ou por qualquer outro, não implica que os anfitriões tenham que se submeter ao pensamento ideológico das pessoas acolhidas.
Isso promove atitudes nacionalistas locais, mas de intolerância com relação a outros povos, que pode desaguar em franca reação de hostilidade contra indivíduos e contra Estados. A única narrativa que pode permitir esse nacionalismo com tradição religiosa existam sem atitudes beligerantes, é o Cristianismo com sua defesa da criação do Reino de Deus.
A narrativa liberal pode ter um bom histórico com relação às conquistas capitalistas, de paz e prosperidade, mas, por não seguir os ensinamentos da narrativa cristã, termina por agredir ao próximo e ao meio ambiente, principalmente.
Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.
Humanos estão abandonando seus locais de origem. Em minhas viagens pelo mundo conheci muitas pessoas que querem imigrar para os Estados Unidos, Alemanha, Canadá ou Austrália. Conheci algumas que querem se mudar para a China ou o Japão. Mas ainda não conheci uma só pessoa que sonha em imigrar par a Rússia.
Quanto ao “Islã global”, ele atrai principalmente aqueles que nasceram em seus braços. Embora seja capaz de seduzir algumas na Síria e no Iraque, e mesmo jovens muçulmanos na Alemanha e na Inglaterra, é difícil imaginar Grécia ou África do Sul – muito menos Canadá ou Coréia do Sul – aderindo a um califado global como solução para seus problemas. Para cada jovem muçulmano da Alemanha que foi ao Oriente Médio a fim de viver sob uma teocracia muçulmana, provavelmente cem jovens do Oriente Médio gostariam de fazer o percurso inverso e começar uma vida na Alemanha liberal.
Isso talvez implique que a atual crise de fé seja menos grave que suas predecessoras. Todo liberal levado ao desespero pelos acontecimentos recentes deveria simplesmente relembrar como as coisas pareciam muito piores em 1918, 1938 ou 1968. E, afinal de contas, o gênero humano não abandonará a narrativa liberal, porque não tem alternativa. As pessoas podem dar um chute raivoso no estômago do sistema, mas, não tendo para onde ir, voltarão.
As pessoas também podem desistir totalmente de ter uma narrativa global de qualquer tipo e buscar abrigo em lendas nacionalistas e religiosas locais. Os movimentos nacionalistas foram um fator político importantíssimo no século XX, mas careciam de uma visão coerente de futuro para o mundo que não fosse a de apoiar a divisão do globo em Estados-nação independentes. Os nacionalistas indonésios lutaram contra a dominação holandesa, os nacionalistas vietnamitas queriam um Vietnã livre, mas não havia uma narrativa indonésia ou vietnamita para a humanidade como um todo. Quando chegava a hora de explicar como a Indonésia, o Vietnã e todas as outras nações livres deveriam se relacionar umas com as outras, e como os humanos deveriam lidar com problemas globais, como a ameaça de uma guerra nuclear, os nacionalistas invariavelmente se voltavam para ideias liberais ou comunistas.
Porém se tanto o comunismo como o liberalismo estão agora desacreditados, não deveriam talvez os humanos abandonar a ideia de uma narrativa global única? Afinal, não foram todas essas histórias globais – até mesmo o comunismo – produto do imperialismo ocidental? Por que deveriam aldeões vietnamitas depositar sua fé em ideias concebidas por um alemão de Trier e um industrial de Manchester? Talvez cada país devesse adotar um caminho idiossincrático, definido por suas próprias tradições ancestrais? Talvez até mesmo os ocidentais devessem dar um descanso a suas tentativas de administrar o mundo e se concentrar em seus próprios assuntos, para variar?
Será que ao apresentar a narrativa do Cristianismo existirá interesse suficiente ao redor do mundo para a composição necessária para a construção do Reino de Deus? Será que depois de tantas oportunidades de aprendizagem na busca de uma sociedade ideal, com as custa de tanto suor e sangue, a proposta cristã de paz, solidariedade e justiça social não terá um forte encantamento? Afinal de contas, o que é preciso para se entrar nessa prática do Cristianismo? Não é somente ter a disposição de reformar o coração e tirar o excesso de egoísmo? Parece tão simples à distância, mas quando se chega perto para executar a proposta, veremos que não é tão fácil. Mas não é impossível.
O Cristianismo oferece uma narrativa que pode englobar todos os Estados-nação, se todos seguem a narrativa, está afastada definitivamente a ameaça de uma guerra nuclear, e todas as demais guerras e lutas territoriais de qualquer natureza.
Talvez o mundo não esteja preparado para assumir uma narrativa global única, mas o Cristianismo poderia ficar como alternativa. Os demais Estados-nação que não quisessem seguir a narrativa do Cristianismo, poderiam seguir os seus próprios caminhos, sem querer absorver o Cristianismo e vice-versa. O que poderia acontecer, de forma saudável, é que cada país seguisse o caminho que achasse mais apropriado sem querer forçar os outros a mudar de opinião. Diversas narrativas poderiam conviver em paz desde que nenhuma delas decidisse intervir nas outras de forma autoritária.
Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval
A China, superpotência em ascenção, apresenta uma imagem quase invertida. É cautelosa na liberação de sua política doméstica, mas adotou uma imagem muito mais liberal em relação ao resto do mundo. Quando se trata de livre mercado e cooperação internacional, Xi Jinping parece ser o verdadeiro sucessor de Obama. Tendo posto o marxismo-leninismo em segundo plano, a China parece estar bem feliz com a ordem liberal internacional.
A emergente Rússia considera-se uma rival muito mais poderosa da ordem liberal global, mas, embora tenha reconstituído seu poder militar, está ideologicamente falida. Vladimir Putin certamente é popular na Rússia e entre movimentos de direita por todo o mundo, mas ainda não tem uma visão global que possa atrair espanhóis desempregados, brasileiros insatisfeitos ou estudantes idealistas em Cambridge.
A Rússia oferece uma alternativa à democracia liberal, mas esse modelo não é uma ideologia política coerente; é uma prática política na qual poucos oligarcas monopolizam a maior parte da riqueza e do poder de um país, e depois usam a mídia para ocultar suas atividades e consolidar seu domínio. A democracia baseia-se no princípio de Abraham Lincoln de que “é possível enganar todas as pessoas por algum tempo, e algumas pessoas o tempo todo, mas não é possível enganar todas as pessoas o tempo todo”. Se um governo é corrupto e não melhora a vida das pessoas, em algum momento os cidadãos se darão conta disso e substituirão o governo. Mas o controle da mídia pelo governo solapa a lógica de Lincoln, porque impede que os cidadãos conheçam a verdade. Mediante seu monopólio da mídia, a oligarquia governante pode sempre culpar os outros por suas falhas e desviar a atenção para ameaças externas – reais ou imaginárias.
Quando se vive sob tal oligarquia, sempre haverá alguma crise que parece mais importante que coisas fastidiosas como o sistema de saúde ou a poluição. Se a nação está enfrentando uma invasão externa ou uma diabólica subversão, quem tem tempo para se preocupar com hospitais superlotados e rios poluídos? Ao fabricar uma torrente interminável de crises, uma oligarquia corrupta pode prolongar seu domínio indefinidamente.
Porém, mesmo que duradouro na prática, esse modelo oligárquico não atrai ninguém. Diferentemente de outras ideologias que expõem com orgulho sua visão, oligarquias dominantes não se gabam de suas práticas, e tendem a usar outras ideologias como cortina de fumaça. Assim, a Rússia pretende ser uma democracia, e sua liderança proclama lealdade aos valores do nacionalismo russo e do cristianismo ortodoxo – e não à oligarquia. Extremistas de direita na França e na Inglaterra até podem confiar na ajuda russa e expressar admiração por Putin, mas seus eleitores não gostariam de viver num país que copiasse o modelo russo – um país com corrupção endêmica, serviços que funcionam mal, sem estado de direito e com uma desigualdade assombrosa. Segundo certos parâmetros, a Rússia é um dos países mais desiguais do mundo, com 87% da riqueza concentrada nas mãos dos 10% mais ricos da população. Quantos apoiadores do Front National da classe trabalhadora gostariam de copiar essa distribuição de riqueza na França?
Parece ser o momento de o Cristianismo mostrar que pode ser o mais apto concorrente a criar uma sociedade ideal, inclusiva, onde todos tenham oportunidade de vida digna com o sentimento fraterno e de justiça em primeiro plano. Por onde começar? Pelas igrejas ou partido político? Já temos o Evangelho como programa e estatuto de trabalho, basta agora atender a convocação e ir para a linha de frente.
Imaginemos que o Cristianismo consegue formar um núcleo suficiente para colocar sua narrativa em competição com os concorrentes de gestão global.
Observando o que acontece no Brasil, colocado pela espiritualidade para ser a pátria do evangelho e o coração do mundo, iremos nos defrontar com a mentira, as falsas narrativas, os fake news, como acontece hoje, em pleno fragor da guerra que tem armas biológicas como executores de ponta de lança.
Até agora nenhuma narrativa defende que a pessoa faça uma reforma íntima para se tornar um militante da causa, a não ser o Cristianismo. Isso é fundamental para quem queira construir o Reino de Deus, que é a proposta do Cristianismo. Nem mesmo dentro das igrejas encontramos essa disposição geral. Porém, a proposta da construção da família universal é condição indispensável para a base do Reino de Deus na coletividade, mas para isso é necessário que existam cidadãos de coração reformado, sem excesso de egoísmo.
Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.
No início da década de 1990, pensadores e políticos declararam o “Fim da História”, afirmando com segurança que todas as grandes questões políticas do passado haviam sido resolvidas, e que o renovado pacote liberal de democracia, direitos humanos, livres mercados e serviços públicos de bem-estar social eram a única opção disponível. Esse pacote parecia estar destinado a se espalhar pelo mundo, superar todos os obstáculos, apagar todas as fronteiras nacionais e transformar o gênero humano em uma comunidade global livre.
Mas a história não chegou ao fim, e depois do momento de Francisco Ferdinando, do momento de Hitler e do momento de Che Guevara, encontramo-nos agora no momento de Trump. Desta vez, no entanto, a narrativa liberal não enfrenta um oponente ideológico coerente como o imperialismo, o fascismo ou o comunismo. O momento de Trump é muito mais niilista.
Enquanto todos os movimentos do século XX tinham uma visão que abrangia toda a espécie humana – fosse dominação, revolução ou libertação global -, Donald Trump não oferece nada disso. Exatamente o contrário. Sua mensagem principal é que é tarefa dos Estados Unidos formular nem promover qualquer visão global. Da mesma forma, os formuladores e apoiadores do Brexit dificilmente têm um plano para o futuro do Reino Desunido – o futuro da Europa e do mundo está muito além do seu horizonte. A maioria das pessoas que votaram em Trump e no Brexit não rejeitaram o pacote liberal inteiro – elas perderam a fé principalmente na parte sobre a globalização. Ainda acreditam na democracia, no livre mercado, nos direitos humanos e na responsabilidade social, mas acham que essas ideias belas só devem ir até a fronteira. Na verdade, acreditam que, para preservar a liberdade e a prosperidade em Yorkshire ou no Kentucky, é melhor construir um muro na divisa e adotar políticas não liberais em relação a estrangeiros.
Observa-se cada vez mais uma tendência em aplicar as lições de bem-estar social às populações que se queiram governar, porém muito longe da essência cristã. Pelo contrário, a narrativa do comunismo penetra sutilmente na Igreja Católica e utiliza os valores da fraternidade para corromper os ensinamentos do Cristo e a viabilizar um autoritarismo que bem estabelecido passa a destruir toda a estrutura religiosas. Mesmo sem estar na linha de frente do combate, o cristianismo ainda fica sendo ameaçado de destruição, talvez os adversários tenham a intuição do potencial que está ali adormecido.
Continuamos nos idos de 2020 com a preocupação de aplicar alguns ensinamentos cristãos para o nosso próprio bem-estar e deixar os outros excluídos, sem procurar construir a família universal que o Cristo disse ser fundamental para a formação do Reino de Deus. Mas para isso tem que se dar o primeiro passo, de reformar a intimidade de nosso coração, tirando dele todo o excesso de egoísmo.
Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.
No começo, a narrativa liberal se preocupava principalmente com as liberdades e privilégios de homens europeus de classe média, e parecia cega à situação difícil das pessoas da classe trabalhadora, das mulheres, das minorias e dos não ocidentais. Quando em 1918, as vitoriosas Inglaterra e França falavam com empolgação sobre liberdade, não tinham em mente os súditos de seus extensos impérios. Por exemplo, a demanda dos indianos por independência tiveram como resposta o massacre de Amritsar em 1919, no qual o Exército britânico assassinou centenas de manifestantes desarmados.
Mesmo após a Segunda Guerra Mundial, liberais ocidentais ainda tinha dificuldade em aplicar seus supostos valores universais a povos não ocidentais. Assim, em 1945, quando os holandeses saíram de cinco anos de uma brutal ocupação nazista, uma das primeiras coisas que fizeram foi mobilizar um exército e enviá-lo para o outro lado do mundo para reocupar a sua ex-colônia da Indonésia. Se em 1940 os holandeses cederam a própria independência após pouco mais de cinco dias de batalha, combateram por mais de quatro longos e amargos anos para suprimir a independência da Indonésia. Não surpreende que muitos movimentos de libertação nacional por todo o mundo tenham depositado suas esperanças nos comunistas de Moscou e Pequim, e não nos autoproclamados campeões da liberdade no Ocidente.
No entanto, aos poucos a narrativa liberal expandiu seus horizontes, e pelo menos em teoria passou a dar valor às liberdades e aos direitos de todos os seres humanos sem exceção. À medida que o círculo da liberdade se expandia, a narrativa liberal veio a reconhecer também a importância dos programas de bem-estar social no estilo comunista. A liberdade não vale muito se não vier acompanhada de algum tipo de rede de segurança social. Estados sócia-democratas de bem-estar social combinaram democracia e direitos humanos com serviços de educação e saúde bancados pelos governos. Até mesmo os ultra capitalistas Estados Unidos deram-se conta de que a proteção da liberdade exige ao menos alguns serviços públicos de bem-estar social. Crianças morrendo de fome não têm liberdade.
As sociedades inglesa e francesa, ambas cristãs, não se relacionavam com os povos que tinham como súditos, como irmãos. Prevalecia os interesses egoístas no esquema do liberalismo, capitalismo. Para atende-los, não se hesitava a matar com crueldade quem estivesse pela frente, até mesmo os irmãos considerados nas igrejas e repudiados no mercado. Ninguém se preocupava em colocar o cristianismo em primeiro plano de conquistar a hegemonia global. Gandhi com sua política de não violência ainda chegou perto dos valores cristãos, mas com uma visão regional, não global.
Guerra após guerra acontecia, ideologia após ideologia se digladiavam, mas o cristianismo nunca chegou a ser protagonista da ação humana, a não ser o movimento das Cruzadas que levavam à frente de seus exércitos o estandarte do Cristo, mas com o pensamento dos seus soldados totalmente voltados à barbárie. Nunca disso se afastou os soldados em luta, o antagonismo animal sempre estava na arena, mas nunca nenhuma ideologia enfrentou o cristianismo, pois este nunca apareceu para o combate.
A cada derrota de uma ideologia e ascenção de outra, algum valor do cristianismo é resgatado para respaldar e ampliar essa vitória. Os programas de bem-estar que passaram a ser incorporados, têm a ver com a fraternidade defendida no cristianismo, porém mais uma vez a ferramenta é utilizada com propósitos que não são cristãos, de manter uma população sob o manto da miséria trabalhando para encher os bolsos de gerentes corruptos, fazendo os trabalhadores pagarem com o suor do rosto todo tipo de auxílio a uma massa de flagelados pela ignorância do que está acontecendo com eles.