Foi feito uma pergunta ao médium espírita Divaldo Franco, sobre a importância que o Brasil deverá ter no futuro próximo. Merece nossa reflexão. Vejamos a pergunta e a resposta.
P. O espiritismo diz que o Brasil seria um dos principais países dos novos tempos com grandes responsabilidades espirituais. Como seria isso?
R. A tese é de Humberto de Campos, post-mortem, através do médium Francisco Cândido Xavier, no livro, “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. Trata-se de uma destinação histórica para o povo brasileiro. Não se assemelha a uma nova Israel, ou a um novo povo escolhido, mas a uma civilização futura, rica de esperanças e de paz. Isto, porque o Brasil é um país que não tem karmas coletivos. Nossos dois grandes karmas são a escravidão negra e a Guerra do Paraguai. A escravidão negra foi condenada pela Princesa Isabel e era uma herança portuguesa. A Guerra do Paraguai foi uma reação à intolerância do governante paraguaio quando mandou aprisionar um navio brasileiro. Mas o nosso país resgatou essa dívida moral com o Paraguai através da Usina de Itaipu, que abriu grandes possibilidades para a pátria irmã. Então, o Brasil é um país que se destina, pelo fato de não ter grandes karmas, a ser doador de diretrizes e exemplos de dignificação humana. A nossa miscigenação produziu um povo afável, generoso, que não guarda ressentimentos, e como não temos guerras históricas, não temos ódios históricos.
Esta tese mostra boa correspondência com as mudanças históricas que acontecem com as sociedades, onde algumas, insignificantes, passam a ter uma maior influência sobre as outras. O Brasil também não demonstra até o momento nenhuma capacidade moderna, belicosa, financeira, de assumir a liderança mundial. Mas, por outro lado, podemos ser considerados a pátria do Evangelho, pois a grande maioria dos seus cidadãos são cristãos. O que observamos, apesar disso, há um ataque maciço das forças do mal, na forma da mentira, da corrupção, no incentivo à violência, à luta entre classes, entre as minorias, com base na deturpação da transformação escolar visando a destruição do país.
Talvez isso tenha sido necessário, do país se tornar envolvido pelas iniquidades, pela corrupção, para os homens de bem que ainda não estejam hipnotizados pelas forças do mal, levantem o nível de consciência para sair dessa situação.
A última eleição para presidente ocorrida no Brasil, parece ter sido um exemplo disso, onde um candidato, sem boa articulação política e até com dificuldade no nível interpessoal, sem o apoio da imprensa, do poder financeiro, consegue vencer a eleição, mesmo sem ir as ruas ou participar de debates, pois o povo é quem estava fazendo por ele. Isso parece um bom sinal, de que Deus tenha permitido tamanha crise no Brasil, para que o país mostrasse o seu potencial humano e conseguisse o que era considerado impossível. Mas, para a sociedade, o trabalho não termina com o resultado da eleição.
Fui convidado para fazer uma palestra no Núcleo Espírita Caminho da Redenção (NECRE), em Macaíba-RN, ontem, dia 11-11-18. O tema da palestra era “Loucura e Suicídio” dentro do Simpósio “Em Defesa da Vida”.
O colega que me antecedeu falando sobre “Depressão e Suicídio” deu uma boa explicação sobre os processos mentais que acontecem no desenvolvimento da depressão e que levam ao suicídio, fazendo uma boa base para aquilo que eu iria falar.
O termo “Loucura” hoje é considerado como pejorativo, procuramos falar em Transtornos mentais que envolve as doenças mentais e que dentro delas podemos encontrar diversos diagnósticos que podem levar a “loucura” (alienação mental): Psicoses com suas alucinações e delírios, depressão e/ou mania, demências, retardos, transtornos de personalidade... entre os transtornos mentais classificados pela Classificação Internacional de Doenças – 10ª Revisão (CID-10), vamos observar que o maior risco de suicídio, consciente, está na Depressão Grave. Digo “consciente” pois aqueles que cometem o suicídio, mas apresentam um quadro fora da realidade, de alienação mental, não se pode dizer que cometeu o suicídio usando a sua inteligência para praticar o ato.
A prevenção contra o suicídio consciente passa pelo desenvolvimento psíquico da calma, resignação e confiança no futuro. Quando a pessoa adquire uma calma e resignação frente as vicissitudes da vida, isso se torna tão úteis à saúde do corpo quanto da alma. Enquanto se ficasse dentro de sentimentos como revolta, ciúme, inveja, ambição, ficaria entregue voluntariamente à tortura de suas misérias, aumentando as angústias de seus sofrimentos.
Tenho o exemplo de um paciente que atendi semana passada no consultório; havia ido na companhia da mãe e esposa. O paciente entrou no consultório num quadro extremo de desconfiança em tudo ao seu redor, olhava com medo toda a ambientação da sala, não conseguia organizar suas funções mentais superiores para dar respostas inteligentes, mesmo a questões básicas de sua identidade pessoal. Havia passado por perseguições e excesso de trabalho no ambiente militar onde ele servia como sargento. Passou a ter perda da confiança em si mesmo, medo exagerado e daí surgiram os sintomas psicóticos como alucinações, delírios, paranoias, ideias de suicídio, que o deixavam alienado da realidade. Não conseguiu suportar as vicissitudes da vida e despencou num quadro depressivo e psicótico extremamente grave.
Podemos observar dois paradigmas de vida que implicam ou não no suicídio: o primeiro é o paradigma materialista, que não crê na eternidade e julga que na morte tudo se acaba. Ver assim no suicídio uma solução para seus problemas; o segundo é o paradigma espiritualista, onde a pessoa está certa que só é desventurado por pouco tempo, frente a eternidade, e se enche de paciência.
Portanto, podemos ver como estímulos para o suicídio a incredulidade, as ideias materialistas, quando pessoas de ciência se esforçam para provar que nada existe depois da morte, que se são desgraçados é melhor morrer, que nenhuma esperança podem ter a não ser o nada, por isso devem procurar a morte mais rápido para sofrer menos.
Por outro lado, os fatores preventivos do suicídio têm um forte componente no conhecimento do mundo espiritual, tão bem demonstrados pela Doutrina Espírita, que levam a pessoa a compreender que a vida se prolonga além do túmulo, e essa verdade faz emergir dentro da pessoa a coragem moral para enfrentar os seus males. Os próprios suicidas vêm informar a situação desgraçada em que se encontram e provam que ninguém viola impunemente a Lei de Deus que proíbe ao indivíduo encurtar a própria vida. Os suicidas podem passar a entender que mesmo os sofrimentos que passam, não sejam eternos e sim temporários, não são menos terríveis, e fazem refletir aos que estão encarnados e pensam em suicídio.
Dessa forma, quem estuda o mundo espiritual com as lições da Doutrina Espírita, tem bons motivos contra o suicídio: certeza de uma vida futura; será tanto mais ditoso quanto mais resignado tenha sido na carne; certeza que abreviando seus dias, chega a um resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal maior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que o matar-se vai mais depressa para o céu; e que o suicídio é um obstáculo a que no mundo espiritual ele se reúna com as pessoas queridas que esperava encontrar.
Com essas informações, podemos concluir que, quando todos os homens conhecerem o mundo espiritual e a Lei de Deus, deixará de haver suicídios conscientes.
Desenvolvemos nosso raciocínio dentro do mundo material, considerando tudo que nossos sentidos percebem como verdade, nunca tivemos instruções sobre o mundo espiritual, como se relaciona com o mundo material. Portanto, fica difícil, depois de adultos, acreditar num mundo que não conseguimos ver ou sentir de qualquer forma, a não ser através do relato de algumas pessoas sensíveis ou fatos que podem ser enganosos.
Por outro lado, nossa intuição diz que existe alguma coisa além do mundo material, por isso a maioria das pessoas acredita em Deus e numa existência após a morte... não sabem bem como isso acontece...
Para compreender essa dúvida, vamos ter que conduzir o nosso raciocínio através das orientações daquelas pessoas mais experientes que nos informam sobre o que ainda não sabemos. Dentro do conjunto dessas pessoas confiáveis, podemos destacar a pessoa de Jesus, pois assim afirmam todos que tiveram contato com ele, pessoalmente, enquanto ele estava encarnado entre nós, quanto através do que foi escrito ao seu respeito.
Então, confiando em Jesus, desenvolveremos uma fé naquilo que ele falava e ensinava. Dizia que a morte não existia, que Ele voltaria dos mortos (do mundo espiritual) três dias após a sua morte. Se os apóstolos confiavam no Mestre, e sabiam que Ele nunca mentia ou se vangloriava de qualquer coisa, então deveriam ter fé nas suas palavras e ter certeza que isso iria acontecer. Mas o que foi que houve? Nenhum dos apóstolos, ninguém, esperava que isso fosse acontecer. Para todos foi uma surpresa quando a notícia chegou que o Mestre mais uma vez estava na Galileia se comunicando como antes fazia.
Chegou ao cúmulo do discípulo Tomé exigir colocar os dedos em suas feridas para comprovar que era Ele mesmo.
Esse tripé de confiança, fé e certeza continua sendo útil até hoje, para quem deseja avançar em direção à purificação dos males da ignorância. O Mestre Jesus continua sendo o referencial dessas verdades espirituais que não podemos ignorar. Ele disse também que iria rogar ao Pai para mandar outro Mentor ao nosso convívio quando estivéssemos mais capazes de amar e compreender suas lições: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai para mandar outro Paráclito (que defende, guia e protege outra pessoa; intercessor, mentor, consolador) para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.” João: 15-17.
Não quero ser como Tomé e exigir a todo momento prova material de uma certeza espiritual. Tenho Jesus Cristo como referencial de confiança, procuro evitar os erros do que escreveram sobre Ele, e acreditar sem dúvidas nas Suas palavras. Por isso, hoje tenho certeza que Ele já rogou ao Pai a vinda deste Espírito da Verdade, que já está entre nós, que se manifestou através das lições vindas do mundo espiritual e codificadas pelo mestre francês Rivail (Allan Kardec). Procuro lembrar e praticar Suas lições do Amor para me capacitar a recebe-Lo, está com Ele e viver com Ele.
Pecado é um erro que se comete; pecador é aquele que comete o erro. Os ensinos cristãos dizem para amarmos o pecador, mas que abominemos o pecado. É uma sábia lição que se devidamente aplicada nos ajudaria bastante a atingir o ideal do Reino de Deus aqui na Terra.
Tem um exemplo esclarecedor na doença do alcoolismo. Considerando a doença como o pecado, a pessoa embriagada estaria dominada pelo pecado. Nessas circunstâncias não podemos ter tolerância com o pecado, pois o pecador está incapacitado pelo tóxico que domina a sua mente. Porém, quando o pecador está sóbrio, a doença está adormecida, e posso falar com toda paciência, solidariedade e compreensão com os alegados problemas que justificam a queda no erro. A pessoa deve saber que tem todo o apoio enquanto está sóbrio, enquanto luta para não permitir que a doença volte a dominar a sua vida. E isso ele consegue evitando tomar o primeiro gole. Nesse caso está bem delimitado o doente/doença; pecador/pecado.
Agora, tem outras situações que este limite não fica tão claro assim. Vejamos a depressão. A pessoa está com o psiquismo íntegro e por algum motivo se torna negativista, sem prazer, angustiada, sem ânimo para viver. Ela não tomou nenhuma iniciativa, como o alcoolista faz, para entrar no nível da doença. Nesse caso, como podemos amar o pecador/doente e abominar o pecado/doença, se eles estão intrinsecamente dentro um do outro? Posso falar com o doente, mas ele está dominado pela doença, como acontece com o alcoólico quando está intoxicado. Se o alcoólico parar de beber, em 24 horas está desintoxicado, e posso falar com ele sem o efeito da doença. Mas tal não acontece na depressão. O doente mesmo tomando remédio específico, não vai se livrar da doença com 24 horas, uma semana ou um mês.
Como vencer os sintomas da doença sem a ajuda da medicação? O doente teria que se determinar em enfrentar o desconforto de sair da zona de conforto, do sofá, da cama, de dentro de casa. Ele vai dizer que não consegue, que a doença é muito forte. Seu psiquismo se sente derrotado, não consegue ter a esperança de melhora com ações positivas. Sente que todos seus aparelhos, físico e psíquico estão paralisados, incapazes de reagir. Nesse momento é importante que pessoas próximas atuem como terapeutas, que motivem, que levantem os doentes de suas zonas de conforto, como se fossem deficientes físicos ou psíquicos, que realmente estão nessa condição, nesse momento.
O doente deve entender que está numa situação deficitária e impotente em resolver sozinho o seu problema, e que mesmo sentindo-se desconfortável deve se submeter a ação ativa exercida sobre si, esperando que esse tipo de movimento vença a inércia que caracteriza a doença, assim como a intoxicação caracteriza o alcoolismo. No alcoolismo, o próprio metabolismo se encarrega de devolver o doente à normalidade, mas no depressivo o metabolismo não consegue fazer isso, principalmente em curto prazo, necessita de uma ação externa, seja química ou física.
Que é o amor? Uma força ou um sentimento? Um sentimento-força? Começamos a associar esse sentimento com a essência do próprio Deus, e daí concluímos que é a maior força do Universo. Força creadora, sábia, onipresente, onipotente... possuímos Sua semente dentro de nós, mas o corpo biológico é cheio de instintos egoístas que não sintonizam com o amor divino, incondicional a todos os seres, toda Natureza.
Este é o problema humano. Nossa biologia sufoca a semente divina do amor, e quando este sentimento chega à nossa consciência, vem geralmente associado a algum tipo de contrapartida, condicionada a algum tipo de benefício, quer seja a um filho ou pais, que levam consigo nossos gens, a amigos, colegas, amantes, todos que de alguma forma pode nos trazer algum tipo de privilégio. Para o amor incondicional, poucos despertam para sua importância, pois geralmente envolve a abnegação e isso poucos estão dispostos a praticar. O mais complicado é que inteligências perversas se ocupam em escravizar multidões através de mentiras e geralmente é necessária uma intervenção divina através da justiça, que é uma das formas de amor.
A justiça divina é o poder que impede a propagação do mal. Ela é a lei que a todos obriga, sem exceção, a encarar a consequência dos nossos atos e escolhas. Para isso acontecer, existem no mundo espiritual os Guardiões que se associam no mundo material com as pessoas de bem. São entidades capacitadas para tamanha responsabilidade que podem empunhar a espada para estabelecer a lei e a ordem, sem se deixar levar pelos impulsos de violência e desatino, tão frequente em humanos. Mesmo vivendo dúvidas, hesitações e temores, eles lutam pela segurança planetária. Impõem limites para o crime e a leviandade entre governantes e governados, e batalham pela paz.
Sim, parece paradoxal quando dizemos “batalhar pela paz”. Então, temos que fazer guerra para conseguir a paz? Sim, as forças contrárias ao plano divino, forças que querem escravizar os seres humanos mais fragilizados, não irão deixar os seus intentos por puro convencimento em seguir as diretrizes fraternas do Criador e assim abandonar as diretrizes egoístas da perversidade, principalmente quando tem alguma forma de poder nas mãos. Por isso as pessoas de bem que compreendem as devidas estratégias do confronto entre o bem e o mal, são automaticamente convocados.
Lembremos da II Guerra Mundial, quando as potências do Eixo, de intensões dominadoras sobre a Terra, se não fosse a formação de uma frente de batalha composta pelos Aliados, nós seríamos hoje vítimas de uma escravidão física e moral, se conseguíssemos sobreviver aos constrangimentos e trabalhos forçados.
Os Guardiões do bem e da justiça agem como nunca nos bastidores da dimensão extrafísica. Nos porões do poder temporal, novos lances de uma batalha cósmica se desenrolam, e os amigos da humanidade não estão dispostos a deixar que o desequilíbrio prevaleça sobre as comoções sociais abrem caminho para grandes mudanças. Porém, quantos estão dispostos a colaborar?
Os Guardiões da justiça precisam de agentes efetivos, e não apenas entre os espíritos desencarnados. É hora de os homens que se dizem adeptos de valores éticos e que proclamam condutas sérias e responsáveis se apresentarem, pois que a grande batalha se dá em todos os setores das sociedades física e extrafísica. Como em outros tempos, a besta arrasta um terço das almas com sua cauda. O falso profeta seduz a muitos com os prodígios que faz à vista dos homens e novamente se assiste ao nascimento de um anticristo, isto é, a aliança espúria dos interesses religiosos com o subterrâneo do poder político, com as práticas mais vis a troco de projeção, moedas, adeptos da tirania da moral e dos bons costumes.
Se é verdade que a transmigração de almas está em curso e que é proclamado um novo tempo para a humanidade do planeta Terra, mais do que nunca Jesus conclama não aos religiosos, os quais tanto combateu durante sua vida, mas todos aqueles que estão dispostos a não se deixar corromper nem se levar pelas promessas fáceis. Lado a lado com os Guardiões e os emissários do Alto, o exército de Miguel movimenta-se a fim de assegurar que a Terra tenha um amanhã em que a luz não deixe de chegar a nenhum lugar, por mais remoto que possa ser, mesmo a mais longínqua das almas humanas.
O céu está vazio. As cidades espirituais são grandes escolas que preparam mais e mais cidadãos espirituais de bem e de valor para um novo tempo. Os umbrais se esvaziam numa grande obra de reurbanização extrafísica, pois foi decretado o fim da escuridão; a ampulheta do tempo soou até para a mais alta patente dos dragões, os príncipes do mal.
Será que temos colocado em prática nossas convicções em dias melhores? Será que estamos capacitados para surfar na força do amor, seja na vertente da misericórdia ou da justiça?