Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/10/2017 00h59
SAÚDE MENTAL E ESPIRITUALIDADE

           Atendendo a convite para entrevista na TV União sobre a importância da espiritualidade na saúde mental, foram encaminhadas as seguintes perguntas que poderão ser respondidas da seguinte forma:

  1. Qual a importância da espiritualidade na saúde mental? Os princípios espirituais associados ao Amor, que é a essência divina, é de grande importância na resolução de diversos problemas psicológicos, como a raiva, ressentimento, desejo de vingança, inveja, etc.
  2. Qualquer religião promove a saúde mental? Sim, desde que pratique o Amor em sua essência e não se envolva com dogmas recheados de preconceitos, intolerância, rivalidade que joga um ser humano contra o outro.
  3. Os motivos espirituais podem ser incluídos na psicoterapia? Sim, desde que seja aplicada na essência do Amor e independente de qual fonte ela flua, católica, protestante, budista, hinduísta, etc.
  4. Toda forma de psicoterapia inclui a espiritualidade? Sim, pois o objetivo das psicoterapias é corrigir desvios cognitivos que deixam a pessoa presa a sentimentos negativos, como baixa-autoestima, ressentimentos, medos, pensamentos obsessivos, etc.
  5. Os fenômenos espirituais podem ser confundidos com psicopatias? Sim, a percepção do mundo espiritual por pessoas sensíveis, pode levar a confusão com sintomas psicóticos gerados por desequilíbrios da função neuroquímica.
  6. O paciente que percebe os fenômenos espirituais podem ser confundidos com portadores de psicopatias? Sim, para o leigo e mesmo para o médico sem formação na área espiritual, os fenômenos psíquicos tem origem apenas nos distúrbios neuroquímicos com necessidade apenas de correção farmacológica.
  7. Os medicamentos usados interferem nos sintomas mentais e nas experiências espirituais? Sim, tanto os sintomas mentais quanto as experiências espirituais dependem do funcionamento cerebral. Acontece que os sintomas mentais decorrem de alterações na bioquímica neuronal e necessitam de correção farmacológica, enquanto as percepções espirituais acontecem no cérebro íntegro, apenas sensível para o mundo espiritual. Não necessita de correção farmacológica, mas o uso de medicamentos pode intervir também nessa sensibilidade. Portanto, a doença mental e as sensações espirituais são sensíveis aos efeitos dos psicofármacos, porém a terapêutica pode ser conveniente no primeiro caso e inconveniente no segundo caso.
  8. O psiquiatra pode distinguir sintomas psicóticos de experiências espirituais? Sim, desde que esteja atento para essa fenomenologia espiritual, mesmo que ele, psiquiatra, não tenha qualquer sensibilidade de perceber esse mundo espiritual, mas tem o conhecimento dele e como ele interage com o mundo material.
  9. O tratamento por eletroconvulsoterapia (ECT) interfere positivamente no controle das psicoses e nos distúrbios espirituais? Sim. No controle das psicoses, quando a doença atinge um estágio onde os medicamentos não conseguem mais atingir os seus efeitos, quando dizemos que há refratariedade ao tratamento, a ECT se mostra competente para descarregar as funções neuroquímicas de forma total e imediata, permitindo que o órgão volte a funcionar em bases mais fisiológicas, como acontece com o coração, quando entra em fibrilação e necessita também de uma descarga energética para faze-lo voltar a funcionar fisiologicamente. No caso dos distúrbios espirituais, que geralmente são devidos a influências obsessivas, o choque elétrico serve para afastar compulsoriamente essas influências.
  10. Como deve proceder uma pessoa que tem um parente com perturbação mental e queira saber se é doença mental ou influência espiritual? Deve procurar um profissional que tenha conhecimento do mundo espiritual, não necessariamente religioso, que possa avaliar a possível gênese da perturbação e fazer a melhor condução.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/10/2017 às 00h59
 
17/10/2017 20h23
INSTITUTO PHOENIX

            A partir de uma ideia do colega Edmundo passamos a elaborar uma proposta de criação de um Instituto para o enfrentamento da Dependência Química, cobrindo uma lacuna do serviço público e privado nessa área, mas com a colaboração, tanto dos entes públicos quanto dos privados.

            O Instituto tem um propósito de atuar na área de prevenção e tratamento, com foco no ambulatório, comunidades terapêuticas, hospitais especializados, grupos de mútua ajuda e escolas, presenciais e à distância.

            Para o início do trabalho deve ser construído um Estatuto, oficializado o serviço, e viabilizado um Ambulatório Multiprofissional com a participação de médicos, enfermeiros, assistente social, advogado, com uma retaguarda mínima que verifique as finanças e parcerias.

            Este ambulatório deve funcionar inicialmente em Ceará Mirim, que servirá como polo aglutinador de toda a demanda existente no estado. Será aberto às necessidades dos gerentes públicos, prefeitos e governos do estado, das empresas, e dos particulares que possam fazer a cobertura dos custos, individualmente ou através de planos de saúde.

            Conforme o caso, o paciente poderá ficar em regime ambulatorial no próprio serviço (Ambulatório Multiprofissional), seguindo um planejamento de abstenção e recuperação. Caso haja a necessidade, será encaminhado para os parceiros, comunidades terapêuticas, Hospitais especializados, grupos de mútua ajuda, etc., sempre com a monitoração do Instituto. 

            À medida que esse trabalho se desenvolve, as ações educativas estarão sendo implementadas para dar o apoio preventivo como uma das prioridades do Instituto. O município de Ceará Mirim está surgindo como o polo mais promissor para o desenvolvimento do trabalho, contando com o espaço físico, a simpatia da gerência municipal e o amplo interesse nas escolinhas de futebol tanto masculino como feminino espalhados nos diversos distritos, assim como outras modalidades desportivas e atléticas.

            Feito contato com a prof. Carmem que é responsável por um trabalho de Educação á Distancia na área de Dependência Química. Esse trabalho pode ser oferecido de forma ampla dentro do município, tanto aos professores de escolas públicas e privadas, as pessoas que trabalham na Assistência Social, na Justiça e nos desportos.

            Já foi marcada para este mês, dia 25, a Assembleia para a aprovação do Estatuto Social e encaminhamento para registro cartorial. Farei parte do Conselho Diretor que terá a composição de nove membros. Será eleita também o Concelho Fiscal composto por três membros.

            Também foram construídas duas forças-tarefas para trabalhar o Regimento Interno do Instituo e as Relações Públicas, com o objetivo de captar os recursos necessários para o funcionamento.

            A partir da eleição, o Conselho Diretor encaminhará ao cartório os documentos necessários para a aquisição do CNPJ e fazer em seguida os registros suplementares junto ao INSS, Receita Federal, Prefeitura e demais instituições necessária ao funcionamento da instituição e capacitação de recursos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/10/2017 às 20h23
 
16/10/2017 12h07
A CABANA

            Assisti um filme baseado no livro “A Cabana”, muito conceituado nos círculos espiritualistas. Realmente, traz boas lições quanto os princípios espirituais que devemos desenvolver para evoluir e ficarmos próximos de Deus.

            O filme inicia com a retrospectiva do principal personagem, que geralmente espancado pelo pai alcoólico, termina se vingando colocando veneno em sua bebida. A história dar um salto e passamos a ver esse filho casado, com 3 filhos, e todos frequentando a igreja. Apesar de sua infância tumultuada, ele se tornou um bom pai, bom marido e bom cristão. Porém, uma fatalidade acontece durante um acampamento que a família foi fazer e na hora de voltar a filha caçula desaparece. Após intensas buscas, inclusive com o uso de helicóptero para vasculhar a floresta, terminam por encontrar uma cabana com vestígios da morte da criança por um assassino de menores que já estava sendo procurado na região.

            A partir desse momento o protagonista se torna uma pessoa amarga, convivendo com a culpa de sua filha ter sido assassinada e nem ao menos o corpo ter tido oportunidade de sepultar.

            Um dia descobre na sua caixa de correio, uma carta deixada de forma misteriosa, pois não tinha pegadas de quem a colocou. Nessa carta tinha a mensagem para ele comparecer à cabana onde a sua filha tinha sido, provavelmente assassinada. Ele pega emprestado o carro de um amigo e armado de um revolver se dirige para o local. Imagina que seja o assassino e por isso ele terá a chance da vingança.

            No caminho se envolve num acidente com o carro, mas felizmente nada de grave acontece e ele consegue chegar à cabana. Entra e está tudo deserto, os móveis jogados, a neve por todo o canto. Revoltado, quebra todos os objetos que estava ao seu alcance, jogando-os contra a parede, e termina caindo, batendo com a cabeça. Pega o revolver e pensa em destruí sua vida, quando passa na porta da cabana um alce, que desvia sua atenção. Sai da cabana para ver qual o destino do alce, e percebe que tem uma pessoa se aproximando. Ele se esconde por trás da árvore e ver um jovem conduzindo um feixe de madeira. Ele ameaça o jovem com o revolver, mas esse não se abala, simplesmente convida para ele voltar à cabana. Ao retorna ele percebe que tudo está mudado, a cabana está agora bem mobiliada e habitada por três pessoas que ele termina entendendo ser Deus, Jesus e o Espírito Santo.

            O protagonista se revolta com Deus por Ele não ter impedido o assassinato de sua filha, que Ele é um Deus perverso. Deus explica que não pode intervir no livre arbítrio de ninguém e por esse motivo o mal surge no mundo pela ignorância de quem não sabe ainda o caminho correto. Jesus vai com ele para o lago, o protagonista fica sozinho num barco, remando para distante, quando percebe que o barco está furado, afundando, na água do mar que se torna escura. Jesus na margem diz para ele tirar o foco de sua atenção dessa situação perigosa, que olhe nos olhos dEle para evitar o perigo. Com muito esforço ele consegue seguir o conselho e sente a situação ao seu redor se normalizando. Ver Jesus caminhando sobre as aguas em sua direção e ele termina, com fé, caminhar com Jesus até a margem do lago.

            Essa cena mostra que o protagonista estava mergulhado em culpas sombrias que estavam lhe arrastando para a morte. Que ao retirar sua atenção desses problemas do passado e colocar nas instruções de Jesus, ele consegue sair da situação de perigo e até caminhar sobre o perigo das águas com o amparo do Nazareno.

            Em outro momento Jesus deixa o protagonista caminhar sozinho em direção à sabedoria. No primeiro diálogo, a sabedoria diz que ele está sempre julgando, numa posição de juiz, e agora ele demonstra com muita energia essa condição, querendo a morte do assassino de sua filha de qualquer jeito. A sabedoria então faz ele se sentar na cadeira do juiz onde ele possa exercer com firmeza sua função de julgar e condenar. A sabedoria mostra que os filhos do protagonista apresentam comportamento de mentira, de evitar o contato com os pais, e que merecem também a punição. O protagonista se ver na condição de julgar os filhos e condenar com o mesmo rigor que condena os erros dos outros. Então pede à sabedoria que seja aplicada a punição nele e que seja perdoado os filhos. Então a sabedoria mostra que Deus age da mesma forma com os seus filhos. Quando algum deles erra, Ele prefere se sacrificar, como no caso de ter enviado Jesus para pagar os pecados dos filhos ignorantes que precisam de punição.

            Depois dessas lições o protagonista reconhece que foi muito duro quando criticou Deus por ter sido perverso e não ter evitado a morte da filha. Viu que o perdão era necessário, pois mesmo o seu pai que tanto o espancou, teve na sua infância tanto sofrimento quanto ele.

            O filme termina mostrando que o protagonista conseguiu perdoar o gesto assassino que retirou a vida da sua filha e resolve voltar para o lar sem o peso da culpa que destruía sua vida. Agora ele estava capacitado para voltar a amar e ajudar a sua filha que também sofria o peso da culpa pela morte da irmã. 

            Em resumo, o filme enfatiza a importância do perdão para aqueles que fazem algum tipo de mal para a gente, não no intuito de deixar um crime sem castigo, mas que isso é função de Deus, mas sim de deixar o nosso coração limpo para continuar a amar. Reconhecer Deus como Pai de todos e que tanto recompensará o justo por suas ações, quanto punirá o mau e ignorante por suas ações, na forma da lei que Ele coloca em nossas consciências, se tivermos tirocínio para isso, ou vidas amarguradas pelas mais diversas mazelas, se essa consciência não se fizer operar.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/10/2017 às 12h07
 
15/10/2017 22h08
DIMENSÕES DA VERDADE (21) – MORTOS E MORTOS

            A história humana registra a preocupação que sempre houve com os mortos, como as pirâmides do Egito, o Livro dos Mortos (considerado o primeiro livro da humanidade), a Divina Comédia, um ensaio sobre o destino das almas que passam para o mundo espiritual, além das cerimônias e colóquios que se estendem até os dias atuais.

            Com a vinda de Jesus, os mortos deixam a condição de passividade, de ficarem esperando dentro de um túmulo, no céu, inferno ou purgatório, para assumirem a condição de espíritos imortais. Os próprios discípulos testemunharam o Mestre falando com o espírito de Moisés e o de Elias, Maria Madalena tentou tocá-lo pela primeira vez quando ele acabara de sair do túmulo, dois discípulos caminharam com seu espirito pela estrada de Emaús; Ele permitiu que o incrédulo Tomé tocasse em suas mãos perfuradas como prova que Ele estava ali novamente, até a ascensão do seu espirito deixando a promessa que voltaria o Consolador e que Ele estaria no meio de nós sempre que precisássemos.

            A vinda do Consolador passou a ser considerada com a chegada dos ensinamentos feitos pelos próprios espíritos e codificado por Allan Kardec, como atestado eloquente da imortalidade do espírito. A morte e o nascimento são apenas veículos para mudança de dimensões e de favorecimento à aprendizagem. Os livros que compõem o pentateuco espírita (O Livro dos Espíritos, O Evangelho segundo o Espiritismo, O livro dos Médiuns, A Gênese, e O Céu e o Inferno), os livros de Emmanuel (como “Há dois mil anos”) e de André Luiz (como “Nosso Lar”) são provas irrefutáveis da realidade do mundo espiritual e da sua importância no mundo material.  

            Agora, nem todos que vivem na carne estão vivos, nem todos que são considerados mortos estão mortos. Alguns vivem, mas poucos estão vivos para a vida.

            O que isso significa? Significa que muitos que estão vivos na carne, estão hipnotizados na sua condição material e relacionamentos perniciosos, que levam consigo essas informações para o mundo astral e de lá retornam com elas, continuando a viver na Terra uma eterna hipnose. Estão mortos para a vida espiritual!

            Por outro lado, alguns que passaram para o mundo espiritual, que consideramos como mortos, continuam a trabalhar com afinco no mundo astral e contribuem valorosamente com nossa aprendizagem, para sairmos das trevas da ignorância.

            São muitos os que estão mortos no corpo físico, não importa a condição em que são encontrados, como pode demonstrar o estudo do eneagrama das diversas personalidades.

            Os vivos que se comportam como mortos estão cadaverizados pelo egoísmo, mumificados pelo orgulho, corruptores da moralidade, hipnotizados pelo prazer, aprisionados pela indignidade, torporizados pelo gozo animal, abraçados à cobiça e apodrecidos no ócio.

            Os mortos que se comportam como vivos levantam as bases da sociedade, como as obras de Allan Kardec (codificação das respostas de diversos espíritos elevados) e de Emmanuel psicografadas por Chico Xavier (Pão Nosso; Caminho, Verdade e Vida; Fonte de Luz; Paulo e Estêvão; etc.); amam e retornam ao cativeiro da carne para que suas vozes falem sobre a vida (como Madre Tereza, que dizia “não espere por líderes, faça você mesmo, sozinho, pessoa por pessoa); sofrem e voltam para anunciar as surpresas do Mundo Espiritual (como André Luiz que escreveu 13 livros, através da psicografia de Chico Xavier, falando sobre a realidade do mundo espiritual e como se relaciona com o mundo material); trabalham e distendem braços incorpóreos na direção da ignorância alheia (como Joana de Ângelis que patrocina este estudo com a sua mente experiente e solidária); ou dilatam o Reino de Amor e de Benignidade nos corações e nos espíritos (como Bezerra de Menezes, que deixou de ir para mundos superiores e permanece voluntariamente na atmosfera pesada Terra no intuito de nos ajudar).

            Podemos assim concluir que temos mortos e Mortos. Mortos com M maiúsculo estão mortos e ausentes, estão ao nosso lado por toda parte, encarnados e desencarnados, por isso nem sempre os vemos, e mesmo falando conosco não os escutamos. Os mortos com m minúsculo, estão vivos e atuantes, também estão ao nosso lado por toda a parte, vemos com os olhos da alma, falam conosco por diversos meios, diretos ou indiretos, e quando sintonizamos, os escutamos. Por isso, examinemos de perto essas instruções usando a luz do discernimento.

            É hora de refletir... Como agimos? Que pretendemos? Como vivemos? Se somos do grupo que caminhamos para a vida, não nos detenhamos no charco das lamentações, não paremos no poço escuro da revolta e arrebentemos as algemas da culpa por nossos erros, praticando o refazimento harmônico.

            Lembremos mais uma vez da lição poderosa de Jesus para quem deseja seguir em direção ao Pai: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”

            Aproveitemos a oportunidade e sejamos instrumentos desses “mortos” diligentes, que procuram seguir as lições de Jesus, em quem cremos, amamos, e que nos fala a mensagem valiosa, traduzida, explicada, exemplificada, para que nós, depois da morte do corpo físico, sejamos também como eles, um desse incansáveis “mortos”.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/10/2017 às 22h08
 
14/10/2017 02h10
DIMENSÕES DA VERDADE (20) – JUSTIÇA EM NÓS MESMOS

            Muitos caminham hipnotizados à margem da consciência, vivendo trágicos espetáculos íntimos, remontando sempre ao passado. Essas pessoas passam pela vida hibernados espiritualmente, autoflagelam-se e estão apagados para a liberdade.

            Inúmeros infelizes obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, quando desafivelados do “carro físico”, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço (vingança), infinitivamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo.

            Quando estamos no mundo astral passamos por experiências na erraticidade associadas às diversas vivências que estão registradas em nosso psiquismo que formam uma impressão no perispírito coerente com a elevação ou não dos nossos pensamentos. O renascimento pode acontecer de forma coercitiva de acordo com as evocações mentais, as ideias extravagantes nos centros mentais e que exalamos no astral. Essa situação pode nos deixar em semi-transe e as extravagâncias podem se enovelar a cada dia, enrolados nas cordas do próprio desequilíbrio.

            Quando atingimos esse nível, estamos mumificados em espírito, dignos de compaixão, crendo apenas no poder da posse material, desprezando a Justiça, zombando da verdade, vivendo para nós próprios e esmagando as esperanças alheias. Olhando ao redor, podemos ver muitas pessoas com esse perfil, zumbis espirituais, apesar de máscaras (personas) de civilização e cristandade.

            Pode ser observado um jogo de hipnose entre encarnados e desencarnados, que dormiram enquanto na carne, na inconsciência da verdade, e se machucam, agridem e punem reciprocamente, petrificando os sentimentos e enregelando o coração. Renascem prisioneiros de si mesmos, depois de aflições punitivas em relacionamentos conflituosos, obsessivos, vividos antes e depois do berço.

            Há quatro tipos de obsessões que são: 1. De desencarnado para encarnado, que é a mais comum; 2. De desencarnado para desencarnado, que acontece nas trevas do mundo astral, uma verdadeira hipnose; 3. De encarnado para desencarnado, que acontece pelo apego e pelo ódio; e 4. De encarnado para encarnado, na forma de inveja, ciúme, egoísmo, etc.

            Para fugir dessa hipnose relacional e coletiva é importante a prática da Justiça dentro de nosso comportamento. Disciplinar o querer para conduzir com equilíbrio o que temos. Corrigir o ambicionar para viver longamente o que possuímos. Respeitar o direito alheio frente ao próprio direito.

            Na realidade o que Deus pede de nós se resume a: “Praticar a Justiça, amar a Misericórdia e andar na Humildade com Deus” (Miqueias, 6:8).

            É importante a compreensão da transitoriedade do corpo físico, que devemos meditar nele como um carro que dirigimos, aplicando as mesmas regras de conduta que observamos no trânsito, pois nada passa ignorado à consciência individual que representa a consciência divina em nós.

            Se tivéssemos a consciência plena do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.

            Todos possuímos o patrimônio mental onde está registrado todos os atos, aspirações e cuidados que desenvolvemos. Não adianta praticar o engano, a fraude, pois podemos passar despercebido diante de todos, mas sempre estaremos desnudos perante nós mesmos.

            O Dr. Lorusso quando aborda o conceito de Saúde Mental diz o seguinte: “É o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro.”

            A meta da Justiça aplicada a nós mesmos é acomodar o coração, harmonizar o pensamento, aceitar as dificuldades, disseminar otimismo e entusiasmo, mesmo que chova sobre nossa cabeça incompreensões e apupos.

            Segundo Shannon A. Moore, “a meta é reparar o dano ocorrido e restaurar relacionamentos entre indivíduos e comunidades de modo a criar uma sociedade mais civilizada. Justiça Restaurativa está preocupada em ‘tornar as coisas tão corretas quanto possível’ para todas as pessoas.”

            Mas, agir com Justiça tem suas consequências. Os vivos-mortos não nos compreenderão; os hipnotizados não alcançarão os nossos esforços; os hibernados estarão mentalmente distantes; os atormentados demorarão lá atrás; os precipitados não terão tempo de refletir; e muitos irão querer nos esmagar na ânsia louca de prosseguir na busca de coisa nenhuma.

            Lembremos do texto áureo encontrado em 2Co. 6:14 – “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a Justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?”

            Devemos meditar e agir. Prosseguir com o espírito alentado e alentando, com o coração amante e amando, vivo e atuante para a vida imortal. Apesar das sombras e de tudo, banhados e revigorados intimamente pelo sol do Amor total.

            Sigamos Jesus, o Bom Pastor, compreendendo a necessidade de fazer esforços para nos modelar conforme Ele, tornando-O o nosso Caminho para a Verdade e a Vida, construindo o Reino de Deus dentro de nós mesmos.

            Jesus foi tanto positivo quanto educativo quando afirmou: “Quando se vos disser que o Reino de Deus permanece ali ou acolá não acrediteis, porque, em verdade, o Reino de Deus está dentro de vós.”

            Não esqueçamos que a consciência está ligada aos débitos, assim como a sombra está ligada ao nosso corpo.     

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/10/2017 às 02h10
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