Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
23/12/2013 01h01
TRANSMUTAÇÃO DE CARNE PARA CARNE

         Chegamos ao ponto crucial do relacionamento homem-mulher do ponto de vista ético, cumprindo a Lei do Amor: a transmutação da carne da mulher para a carne do homem, de forma integral, honesta e voluntária. Para isso acontecer, o homem deve ter o máximo de honestidade em dizer com transparência tudo que se passa no seu mundo íntimo, do que ele sabe sobre a Lei da Natureza, a Lei de Divina, e como entende que Deus quer fazer ele agir para se aperfeiçoar e aperfeiçoar também a sociedade. Mostrar com clareza toda essa engenharia motivacional que foi criada no epicentro dos nossos instintos e suas diferenças de gênero. Mostrar com honestidade que ele enquanto homem e cabeça do casal tem a responsabilidade de elaborar o projeto a ser seguido, segundo a vontade do Senhor reconhecida pela consciência, e que a mulher, parceira e candidata a ser carne feminina dessa carne masculina deve respeitar e procurar cumpri-la como se esse projeto fosse originalmente seu. Ela tem consciência nesse momento de seu alto nível de abnegação, pois os seus projetos originais quanto aos impositivos carnais, são colocados ao serviço do projeto do homem do qual deseja ser companheira.

            Para cada ser humano Deus designa uma determinada responsabilidade, portanto cada homem ou mulher tem um projeto divino a ser realizado e que está escrito dentro da consciência. O importante é que o projeto de um não se sobreponha ao projeto do outro e que acarrete prejuízos para a sua evolução, principalmente a evolução espiritual que é o objetivo máximo da vida.

            No meu caso, descobri que o projeto de vida que Deus colocou na minha consciência, foi a de aplicar o Amor Incondicional em todos os relacionamentos, principalmente os relacionamentos afetivos e considerando sem preconceitos todo o potencial romântico e sexual. Dessa maneira a formação da família que hoje é baseada no casamento e no amor romântico, com o exercício da exclusividade, passará a ser baseada no Amor Incondicional com o exercício da inclusividade. Esse aspecto cria a possibilidade do seu companheiro desenvolver afeto por outra pessoa, da mesma forma que desenvolveu por si, e com essa pessoa criar um novo relacionamento sem rompimento com o anterior. Esse é o ponto crucial que a companheira original irá passar, pois esse comportamento está no sentido contrário do que ela foi formada para se comportar e atingir o seu sucesso reprodutivo. Agora o seu parceiro irá ter a atenção dividida com outra pessoa. Se a Lei da Natureza envolvesse somente os aspectos biológicos, então essa abnegação jamais seria coerente e ética, pois prejudicaria os seus interesses primários. Acontece que temos de considerar a vida espiritual como pertencente a Lei da Natureza e que tem um status maior do que a vida material. Essa vontade de Deus que reconhecemos dentro da consciência, representa em primeiro plano a evolução do mundo espiritual e que dentro dele não existe a problemática do gênero, pois o espírito é um ser assexuado, que não é masculino nem feminino. Porém o espírito é um ser criado por Deus na forma da ignorância para que ele adquirisse com seu próprios esforços a sabedoria necessária para se aproximar dEle. Tem que passar pela experiência de homem e mulher para saber gerenciar na base do Amor Incondicional os interesses instintivos do macho e da fêmea. Então, essa abnegação que é observada hoje no espírito que está vivenciando e administrando um corpo feminino, amanhã poderá está com papéis trocados e o mesmo espírito ao qual ela se consorciou num projeto de vida em comum, como carne da mesma carne, agora ela é quem pode estar gerenciamento projeto semelhante e o seu antigo parceiro será quem irá demonstrar o mesmo grau de abnegação. O que importa é que esse tipo de comportamento forme a base de uma família mais harmonizada dentro de si e com a comunidade, com a sociedade e com o planeta, com o cosmo.

            Com essa compreensão a mulher pode ter os argumentos necessários para decidir por essa abnegação e fazer a transmutação de sua carne feminina para a carne masculina do homem, se entende ser essa a vontade de Deus para si e que o provável companheiro é honesto frente à vontade de Deus, e não aos seus caprichos mundanos. Feita a transmutação ela agora passa a ser realmente carne da carne do seu companheiro, onde ele estiver, com quem estiver, trocando ou não afetos, até a intimidade da sexualidade, até a formação de novos vínculos, tudo para ela passa a ser motivo de júbilo e alegria na proporção exata do que isso causa em seu companheiro.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/12/2013 às 01h01
 
22/12/2013 01h01
O SENTIDO DA CARNE DA MINHA CARNE

            Este é o ponto central do dilema ético do relacionamento homem-mulher que se estende desde o início da cultura humana civilizada, e que a Bíblia deu uma grande contribuição formando essa alegoria que é cheia de sabedoria. Fazer a mulher carne da carne do homem, é transformar os seus desejos e aspirações os mesmos do homem. Essa é uma missão quase impossível, pois a mulher possui instintos e desejos próprios que visam a sua sobrevivência e que se chocam com os instintos e desejos do homem, que vai em outra direção. Existe apenas um pequeno momento onde os instintos e desejos de ambos coincidem, o momento do amor romântico, da paixão correspondida. Esse momento mágico é o que permite a racionalização da eternidade do sentimento e que justifica o compromisso e juramento de convivência harmoniosa até o fim da vida. Nesse momento o homem não tem no campo da consciência o interesse por outras pessoas, o amor romântico impede que se veja os defeitos um do outro.

            É importante que saibamos toda essa dinâmica dos sentimentos que fluem em nossa consciência ao sabor dos hormônios que obedecem ao ritmo biológico impresso pelos genes e que busca o melhor sucesso reprodutivo: os homens procuram jogar os seus gametas (espermatozóides) ao redor, com a maior amplitude possível, quanto mais mulheres puder fertilizar, melhor, e ele lutará pela inclusividade dos relacionamentos que deseja múltiplos; as mulheres procuram escolher os gametas mais competentes, quanto maior influencia financeira, de poder e de coerência tiver o homem, seu possuidor, melhor, e ela lutará pela exclusividade desse relacionamento que deseja único. Esta é a Lei da Natureza, a Lei de Deus. Não podemos anulá-la, reformulá-la ou aboli-la. O máximo que podemos fazer é contê-la no limite das nossas forças, volitivas, legais e morais. Obedecê-la com coerência e ética é o que Deus espera de nós.

            O casamento foi elaborado intuitivamente para conter a força desses instintos, principalmente o instinto masculino, pois nele se encontra o apelo pela inclusividade, pela fertilização do máximo de fêmeas possível e do uso da força. É daí que pode surgir o abuso da força, do desejo, da consumação dos atos nocivos contra outras pessoas, contra as mulheres e consequentemente com seus filhos.

            Se não houver esse conhecimento da parte de ambos, homem e mulher, o processo de transmutação da carne da mulher para a carne do homem fica viciado, pois ela está entendo o processo apenas num determinado instante, o instante do amor romântico, da paixão. O instante em que ela percebe que todo o interesse do homem é apenas voltado para ela, que não existe outra mulher no seu raio de interesse. Então ela pode facilmente aderir a esse projeto, pois atende muito bem ao que ela também deseja, as exigências de sua programação existencial para a perpetuação da vida biológica.

            Para que haja a transmutação da carne da mulher para a carne do homem de forma definitiva, é necessário que ela conheça esse projeto biológico do homem e esteja disposta a suportar as conseqüências de sua expressão comportamental. Nesse ponto devem ser considerados os limites éticos dos relacionados, principalmente aqueles ensinados pelo Cristo e que são encontrados nos Evangelhos. Se assim não for considerado então o relacionamento se torna bárbaro, hipócrita. Não há transmutação de uma carne para outra, e sim o abuso, a exploração de uma carne por outra. Geralmente a exploração e abuso da carne da mulher pela carne do homem.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/12/2013 às 01h01
 
21/12/2013 01h01
O DILEMA ÉTICO

            Mais uma vez Deus se faz presente em meus pensamentos. Logo quando eu vou entrar para a discussão do dilema ético com relação a esposa e os filhos na dissolução do casamento, faço na leitura diária da Bíblia Sagrada um texto de Eclesiástico (7:20-30), “Bondade e Atenção” que escrita por um dos inspirados por Deus, agora serve de base para as minhas reflexões atuais.

            20. Não Pratiques o mal contra um amigo que demora em te pagar, não desprezes por causa do ouro um irmão bem amado.

            21. Não te afastes da mulher sensata e virtuosa que te foi concedida no temor ao Senhor, pois a graça de sua modéstia vale mais do que o ouro.

            22. Não maltrates um escravo que trabalha pontualmente, nem o operário que te é devotado.

            23. Que o escravo sensato te seja tão caro quanto a tua própria vida! Não o prives da liberdade, nem o abandones na indigência.

            24. Tens rebanho? Cuidas deles; se te forem úteis, guarda-os em tua casa.

            25. Tens filhos? Educa-os, e curva-os à obediência desde a infância.

            26. Tens filhas? Vela pela integridade de seus corpos, não lhes mostres um rosto por demais jovial.

            27. Casa tua filha e terás feito um grande negócio; dá-a a um homem sensato.

            28. Se tiveres mulher conforme teu coração, não a repudies, e não confies na que é odiosa.

            29. Honra teu pai de todo o coração, não esqueças os gemidos de tua mãe;

            30. Lembra-te de que sem eles não terias nascido, e faze por eles o que fizeram por ti.

            Agradeço a Deus por ter colocado em minhas mãos no momento preciso de minhas elucubrações que faço até mesmo em seu nome, um texto tão pertinente com aquilo que quero abordar. Afinal, a Bondade e Atenção com aqueles que convivem comigo dentro da estrutura de um casamento, que forma uma família, são os dois grandes itens que sustentam a ética do relacionamento. E se é cogitado a dissolução desse casamento, são eles os primeiros a ser examinados. Então farei um “pente fino” em cada item do texto.

            20. Vou considerar aqui o “ouro” como o “desejo sexual”, afinal muito dos esforços que fazemos enquanto humanidade para adquirir o ouro, é para ter mais acesso ao sexo. A minha amiga, esposa, pelo desgaste do tempo, demora em me pagar, de dar o prazer sexual que antes era de imediato. Não deverei desprezar por causa do sexo instintivo, desejado com outras pessoas, a minha irmã, minha esposa bem amada.

            21. Aqui o texto é direto! Não há margem para outra interpretação. Não posso me afastar da mulher sensata e virtuosa com a qual prestei juramento no casamento; não posso lhe desprezar por causa sexo prazeroso, fácil e rápido com outra pessoa.

            22. O termo escravo não tem mais espaço para considerações no nosso estágio atual de compreensão dentro da comunidade dos filhos de Deus, daqueles que procuram fazer Sua vontade. Devo considerar apenas o operário, o funcionário, o trabalhador, que faz o seu trabalho pontualmente no limite de suas competências e que pode nos ser devotado, caso estejamos numa posição hierárquica superior. Dentro da comunidade dos filhos conscientes de Deus, todos somos trabalhadores de Sua vontade, todos temos uma missão a cumprir, e a regra de ouro é amar uns aos outros. A minha esposa e filhos tem um papel dentro dessa seara do Senhor, assim como eu em relação a eles. Eles me devem obediência enquanto cabeça do casal e pai de família. Eu devo a eles o trato de bondade e atenção para com suas diversas necessidades que estão na dependência das minhas ações.

            23. Continuarei a interpretar aqui “escravo” como “trabalhador na seara do Senhor”. Então todos nós somos trabalhadores de Deus cumprindo diversas funções de acordo com Sua vontade. Ninguém pode ser maltratado por causa disso. Principalmente o operário, o membro da família, e que por causa dessa ligação afetiva de natureza biológica, no caso da consangüinidade, me são devotados. Que esse membro da família sensato me seja tão caro quanto a minha própria vida, pois a minha vida está sendo construída com a freqüente participação deles. Jamais os privarei da liberdade, a mesma que eu desejo para mim; jamais os abandonarei na indigência, no ocaso do esquecimento, no perjúrio de minhas promessas.

            24. Interpreto o “rebanho” como meus “bens materiais”. Devo cuidar deles, tem utilidade para mim, meus parentes, amigos... o próximo.

            25. Tenho filhos, procurei educá-los com o potencial financeiro advindo do meu trabalho, com o exemplo da coerência, justiça e afeto do meu comportamento, desde a infância.

            26. Tenho filhas e nunca fiz distinção da educação delas com a educação dos filhos. O autor do texto quer chamar a atenção para a integridade do seu corpo, pois a mulher tem a responsabilidade de ser o receptáculo e geratriz de novas vidas que se desenvolvem dentro do seu corpo. Se a integridade do seu corpo é violada, dependente ou independente de sua vontade, um grande prejuízo irá cair sobre ela, diferente do que acontece com o corpo masculino que não assume essa responsabilidade. Por outro lado não devo enquanto pai, apresentar um aspecto por demais jovial, que me afaste da condição de pai e me aproxime da condição de parceiro sexual, pois isso pode levar às forças instintivas se manifestarem com violência e também levar a prejuízos irreparáveis. 

            27. Devo contribuir para que minha filha consiga um parceiro sensato para construírem a vida enquanto companheiros, que forme sua família com base na Lei de Amor, sem confrontar animosamente a lei dos homens.

            28. Este item é o ponto mais importante para resolver o dilema ético. Se tenho a mulher conforme o meu coração, não devo a repudiar. Isso quer dizer que devo abrir o meu coração com franqueza e transparência para aquilo que penso, sinto e desejo fazer. Mesmo que meu coração tenha mudado pelas forças das circunstâncias e agora um novo projeto ele quer realizar. A minha mulher deve saber disso, colocar sua opinião para ver se seus argumentos contrários conseguem demover os meus propósitos. Se os meus propósitos são tão consistentes que permanecem incólumes apesar de toda crítica sofrida, então a mulher deve saber que estou mudado e deve decidir se quer ou não continuar sendo a minha companheira com esse novo projeto. Se ela ajusta o seu pensamento às minhas transformações existenciais, ela continua “conforme o meu coração” e não mostra nenhuma justificativa de repúdio da minha parte, continua “carne da minha carne”. É o caso de mostrar para ela a perspectiva do sexo fora do casamento como a opção mais coerente com a Lei do Amor, conforme a minha consciência. Mostrar que não estou disposto a ser um eterno escravo das leis humanas que me deixam impedidos de entrar na Lei de Deus. Mostrar que não quero ser um bárbaro na vida íntima obedecendo aos instintos próprios da animalidade sem considerações com o próximo e apresentar para todos uma aparência que não possuo. Mostrar que quero seguir a Lei da Natureza obedecendo aos princípios éticos próprios da minha responsabilidade humana, incluindo todas as opções de afeto que o Pai me ofereça, inclusive o aprofundamento nas relações íntimas quando isso for conveniente e subordinada á Lei do Amor. Por outro lado, devo ter muito cuidado com a mulher odiosa, a mulher que se deixa levar por seus sentimentos mesquinhos de egoísmo, raiva, ódio, ressentimentos, pois essa não conseguirá desenvolver a empatia, de se colocar no meu lugar para tentar ver se é possível a mudança de seus pensamentos para se ajustar aos meus. Esse é o ponto de maior dificuldade na resolução do dilema ético. Essa abertura do coração e tentar uma conformidade com o coração de nossa(s) companheiras(s). Merece ser abordado com mais profundidade em outro dia.

            29. Não lembro a participação do meu pai junto a mim, educativa, financeira ou afetiva. Mesmo assim honro a sua memória, pois foi ele a ferramenta escolhida por Deus para me trazer a este mundo material, na ocupação deste corpo que sua genética me proporcionou, com todo vigor sexual que leva às paixões do amor romântico que ele tinha em demasia e que hoje me serve para eu a usar em favor do Amor Incondicional. Não esqueço os sofrimentos de minha mãe nos momentos cruciais da minha vida e da dela, no momento do parto que quase nos levava a morte prematura, no nosso afastamento físico quando ela me doou à minha avó devido suas dificuldades financeiras, no afastamento para outro estado distante levando apenas a saudade do filho que deixou prá trás.

            30. Jamais esqueço que os meus pais foram as ferramentas que Deus usou para me trazer ao mundo material, que ficaram responsáveis por minha sobrevivência, mesmo que para isso tivessem que sofrer a dor da separação, principalmente a minha mãe. Tenho até hoje essa convicção de fazer por meus pais o que eles fizeram por mim, principalmente em cuidar dos seus filhos, os meus irmãos, como se fossem eles que tivessem na minha pele.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/12/2013 às 01h01
 
20/12/2013 01h01
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO

            Cheguei ao ponto em que considerei a dissolução do casamento como a ação ética que devo proceder para consumar a aproximação afetiva com parceiros que a Natureza me oferece e em concordância com a Lei do Amor. Então surge outra questão de importância considerável. Quais as conseqüências dessa dissolução do casamento, principalmente para a esposa e para os prováveis filhos? O casamento não fora instituído para a sua defesa e preservação?  Como ficarão eles?

            Caso eu não consiga resolver essa questão, estarei impedido eticamente de dissolver o casamento. Se eu fico impedido eticamente de seguir a Lei de Deus, isso me parece incoerente, já que a Lei de Deus é a superior, que nenhuma outra lei pode sobrepor. Então, porque um ramo da Lei de Deus, a ética, está impedindo que eu siga a lei maior? Só tenho uma resposta: minha incompetência! Incompetência de inteligência e de sabedoria para desatar esse nó. Caso eu não conquiste essa competência, estarei fadado a viver o resto da minha vida dentro da lei do matrimônio, abafando diuturnamente a Lei da Natureza que se reproduz também dentro de mim. Cuidarei da mulher que escolhi para esposa e cuidarei também das almas que Deus me deu como filhos para educar, com todo amor que eu consiga expressar.

            Agora, a maioria das pessoas que estão dentro do casamento e sentem o apelo da Lei da Natureza, não tem a preocupação ética com o outro. Aprofundam o relacionamento afetivo, muitas vezes na base exclusiva das sensações, do prazer carnal, das paixões desvairadas. A outra pessoa é usada como um objeto sexual, que deve proporcionar prazer até o ponto em que surja outro interesse mais novo e frequentemente mais jovem. A esposa deve ficar de fora desse jogo de sensações, ela não pode se manifestar, mesmo que sinta na pele a dor do desprezo, do afastamento e muitas vezes da agressividade e violência. Dessa forma a maioria dos casamentos se sustenta ao longo dos anos. Muitos são dissolvidos e logo formados outros na mesma base. A traição do homem é tolerada e as vezes incentivada sutilmente pela cultura. A traição da mulher é condenada com rigor, não tem voz, não deve ter prazer, muito menos direito à felicidade. Este é o retrato de nossa sociedade.

            Na minha percepção nenhuma das duas soluções acima é a ideal. Na primeira eu irei ser um eterno prisioneiro de uma lei que eu mesmo assumi. Assumi sem pensar que no futuro eu iria ficar emparedado, não tive essa explicação prévia para poder decidir se queria ou não. Agora estou dentro da prisão e não tenho competência para me livrar dela. O que me resta é cumprir o papel de uma espécie de animália com o papel de reproduzir e tomar conta do ninho reprodutor onde existe a fêmea e os filhotes. Talvez um dos meus filhos quebre essa cadeia e consiga seguir a Lei do Amor sem ferir a ética.

            Na segunda opção, se eu a seguir, estarei me comportando como um bárbaro, apenas com o verniz civilizatório. Estarei usando da minha força, política ou financeira, para usar e abusar das mulheres do meu entorno. Serei guiado pelo instinto, não considerarei a Lei de Deus, não quero usar nenhuma bússola comportamental. Todo o meu esforço será no sentido de adquirir cada vez mais poder, mesmo que seja de forma ilícita, usurpando o direito do próximo, mesmo que sejam milhões de pessoas. Tudo para mim, para meus parentes, para meus amigos... o próximo é apenas um número nas estatísticas, o caminho pelo qual atingirei meus objetivos egoístas, uma massa de manobra e dentro dela os deliciosos objetos sexuais. Essa é a opção que eu mais abomino, se não tenho outro recurso, prefiro ser um eterno prisioneiro da primeira opção, um animal reprodutor, mas que obedece a Lei de Deus e os seus limites éticos.

            Não quero ser prisioneiro nem ser bárbaro. Quero seguir a Lei de Deus expressa na Natureza. Quero ter mais inteligência e alcançar mais sabedoria para resolver o dilema ético e aprofundar de forma coerente em todos os relacionamentos afetivos que o Pai me ofereça.

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em 20/12/2013 às 01h01
 
19/12/2013 01h17
SEXO FORA DO CASAMENTO

              Vamos imaginar que devemos obediência em primeiríssimo plano à Lei do Amor. Que devemos seguir a bússola comportamental do “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Tenho a consciência de que a Natureza expressa a Lei de Deus nos seus mecanismos “criados”. Então, a atração afetiva que existe entre homem e mulher é uma determinação divina. O aprofundamento dessa atração até o limite da sexualidade explicita com a potencial reprodução de vida, também é determinação divina. O que entra em avaliação nesse ponto é a minha condição humana, de possuir um cérebro privilegiado que me deixa com a responsabilidade de ser ético, de não querer para o outro o que não quero para mim. Então quando estou de frente a uma possível parceira afetiva, tenho que considerar todo o contexto da minha vida e da vida dela. Do mesmo jeito que tenho minhas motivações e um plano para minha vida, assim é para a vida dela também. Não posso ser egoísta, de pensar apenas em minhas motivações e satisfazer meus desejos sem fazer essa consideração para com o próximo, sob pena de abandonar, de não usar a bússola comportamental que o Mestre nos legou. Quando, ao fazer isso, eu avalio com total honestidade e transparência de ações e motivações, que o aprofundamento afetivo é benéfico para ambos, que outra lei poderá se opor a essa que está sustentada na Lei do Amor? Poderia dizer assim, mas ele não pode fazer esse aprofundamento afetivo com essa pessoa, pois está casado com outra e devido a isso assumiu compromisso de fidelidade com ela e se o romper é sinal de traição. Sim. É verdade. Esse compromisso prévio do casamento se rompido unilateralmente caracteriza a traição conjugal. Mas está formado um conflito na consciência: por um lado a Lei do Amor permite o aprofundamento da relação afetiva com outra pessoa; por outro lado a lei humana impede esse aprofundamento afetivo com outra pessoa sob pena da traição do adultério. Posso tentar abafar a Lei do Amor e obedecer a lei do matrimônio, mas sabendo que a lei de Deus está presente na primeira lei e não na segunda. Eu reprimo toda a engenharia divina de aproximação dos corpos e das almas, em função de um compromisso conjugal que pode ter suas bases não muito éticas, para aumentar fortunas, para ampliar o poder político ou simplesmente por uma paixão carnal. Ficar dentro da lei do matrimônio ou dentro da Lei do Amor é a questão.

            Parece que tomar a decisão de ficar dentro da Lei do Amor e fazer o aprofundamento afetivo que a Natureza (Deus) permitiu é o mais adequado. Do ponto de vista ético, para agir de acordo com essa decisão, eu tenho que eliminar do meu comportamento qualquer ascendência da lei do matrimônio, de obedecer a exclusividade do amor tanto para mim como para minha parceira. Essa é uma conseqüência imediata do rompimento com a lei do matrimônio. Ao fazer esse rompimento eu não estou pretendendo me locupletar com a liberdade que isso parece oferecer, de ter sexo casual com quem quer que seja, sem considerar as circunstâncias, tanto de minhas novas parceiras, como da minha antiga esposa. A primeira conseqüência é a de que, da mesma forma que eu fiz essa avaliação do meu ponto de vista e considerei ser mais lógico o aprofundamento afetivo com terceiros em obediência a Lei do Amor, as minhas companheiras, tanto as novas como as antigas, também podem fazer a mesma avaliação e decidir da mesma forma. Então o sexo fora do casamento é permitido tanto para um quanto para o outro, de forma ética, em obediência a Lei da Natureza, Lei do Amor, Lei de Deus. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/12/2013 às 01h17
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