Importante que nós cristãos tenhamos um olhar cristão por sobre toda a vida, atual, passada e vindoura, reconhecendo o papel fundamental do Cristo nesse caminho evolutivo da humanidade em direção ao Pai.
Na Bíblia podemos observar no Cântico dos Cânticos de Salomão a oportunidade de exercitar a perspectiva cristã sobre o antigo testamento. Podemos interpretar as figuras carnais e sensuais para representar o amor espiritual e sobrenatural.
Na carta de São Paulo aos efésios (Ef. 5,25) ele diz: “Homens, amai vossas mulheres como Cristo amou a Igreja.” Então, a relação de amor está muito mais focada na relação sobrenatural e espiritual, que no aspecto carnal e erótico. É difícil entender dessa forma para quem ainda não tem a compreensão da vida espiritual. Por isso tem a exortação evangélica de não jogarmos nossas pérolas aos porcos (Mt. 7,6), as pessoas de foco exclusivo no carnal. No Velho Testamento foi dado um mandamento supremo: “Amarás o teu Deus de todo o teu coração (Dt. 6,5)” para se encontrar a plenitude do amor. Esse é um indicativo para a procura do amor perfeito, tirando o foco do amor imperfeito que os instintos fazem se manifestar dentro da carne, quer seja pelo sexo oposto ou mesmo sexo.
Se conquistamos essa compreensão, procuramos não prender nosso afeto, nosso amor, a nada que é fugaz, passageiro, como é o amor carnal, mas domesticar nosso pensamento para o que é eterno e perfeito. Assim podemos dar uma interpretação espiritual a melodia cheia de sensualidade como é o Cântico dos Cânticos.
Beija-me com os beijos da sua boca, porque os teus amores são mais deliciosos que os meus.
Colocando a perspectiva cristã, posso imaginar que existe uma ponte do Velho para o Novo Testamento nesses Cânticos. O amor de Deus é o que está sendo pedido através dos beijos de Sua boca, e a encarnação do Cristo entre nós veio materializar essa boca que vai falar e beijar a esposa, a Igreja que Ele sinalizou para a sua existência.
Em Ex. 20,4 diz para não fazermos nenhuma imagem, não termos nenhum ídolo, em sintonia com a pedagogia da época, da lei, porque Israel não era suficientemente amadurecida para receber o Cristo como esposo.
No salmo 80 (Sl. 80) é dito o seguinte: “Há Israel, se quisésseis me ouvir e se não tivesse em seu meio deuses estrangeiros, eu te daria de comer da fina flor do trigo, eu te darei de beber do mel que sai da rocha”. Isso representa um suspiro de Deus, uma queixa. Pode até ser afastado os ídolos mais visíveis como imagens, mas permanece os ídolos mais sutis dentro pessoa, como os vícios e tendências do egoísmo, o dinheiro, o prazer.
A Igreja Católica que surgiu como essa esposa de Cristo, perde hoje suas características seguindo o apelo da Nova Ordem Mundial, com uma nova lei e de espiritualidade vazia, carnal e material.
A perspectiva que devemos ter com essa leitura dos Cânticos dos Cânticos, é que essa esposa sensual que se apresenta na superfície para os nossos instintos tem uma profundidade só alcançada pelo olhar espiritual. A esposa seria a alma, a Igreja, e o esposo seria Cristo, Deus. É a transição do Antigo para o Novo Testamento, trazendo o mistério da encarnação, do Deus que se faz homem, Cristo, imagem do Deus invisível (Col. 1).
Após ter assistido vários vídeos que apontam a Maçonaria como adversária da Igreja Católica, aquela que o Cristo deixou para a divulgação de sua mensagem de amor em busca do Reino de Deus, fiquei curioso, pois como cristão eu não entendia a Maçonaria como adversária. Por isso adquiri o livro “Maçonaria – 50 Instruções de companheiro” para procurar entender onde destoa a Maçonaria do Cristianismo.
Este livro que vou passar a estudar com essa intenção, foi escrito por Raymundo D`Elia Júnior, que nasceu em São Paulo em 1947. Ele é engenheiro eletrônico e administrador de empresas. Iniciado, Elevado e Exaltado entre 1985 e 1988 na ARLS (Augusta e Respeitável Loja Simbólica) Matheus Constantino, de São Caetano do Sul e Instalado entre 1997-1999 e 1999-2001 na ARLS Reais Construtores, em São Paulo. Com mais de 25 anos de trabalho ininterrupto na Instituição, o que lhe valeu a “Medalha Goncalves Ledo”, a mais destacada láurea do GOSP (Grande Oriente de São Paulo).
Neste livro que vou iniciar o estudo, são apresentadas 50 instruções aos maçons do Segundo Grau, o de Companheiro, mas que podem e devem ser lidas pelos Irmãos dos demais Graus ou por todos aqueles, como eu, interessados em conhecer essa etapa tão importante da evolução humana em sua senda maçônica. Trata-se de um trabalho de intensa pesquisa, com o intuito de auxiliar os maçons e as Lojas pertencentes aos vários Ritos.
Para facilitar o entendimento, o autor escolheu o jogral (como se fosse um coral, só que ao invés de cânticos, é um coral falado, mas falado dentro de uma ordem, o que confere uma musicalidade e ritmo à declamação. Fica muito bonito, você pega o texto ou a poesia e divide em versos, que serão declamados por 1, 2, 3, ou quantas vozes você quiser). Esse é o meio de apresentação das instruções, por acreditar que esse método facilita a condução de todas as Luzes das Oficinas para participar nas exposições das instruções aos Companheiros. Isso contribui para a criação de agilidade no pensar e no falar, e aumenta a concentração dos integrantes da Oficina, tanto dos que usam a palavra quanto daqueles que se instruem.
Com capítulos que abordam desde o simbolismo mais simples até textos com teor mais filosófico, o autor demonstra que o universo da Instituição tem amplitude incomensurável.
Somente o Homem, dentre todas as criaturas, pode mudar sua própria vida. A maior descoberta dessa geração é que o ser humano, mudando as atitudes internas e sua mente, pode mudar os aspectos externos de sua vida! (William James)
Perscrutar o Espírito Humano, eis o grande mistério que é a razão de ser e a causa efetiva exercida pela literatura.
Em qualquer circunstância, a leitura sempre traz consigo um determinado aprendizado que se acumula na mente humana, de acordo com a condição saudável do cérebro e seus neurônios. A mensagem recebida irá provocar uma modificação natural nos conceitos preexistentes, como uma tacada na bola de sinuca irá transformar a disposição preexistente de todas as outras bolas na mesa.
É importante que seja prestada atenção ao que foi incorporada na mente, a mudança de disposição que isso causou. Lembro que quando assisti, ouvi e li sobre as mentiras que o presidente Lula dizia na época do escândalo do Mensalão, esse fato causou tal alteração na disposição dos conceitos e paradigmas que eu construíra, que tudo mudou radicalmente, o que antes eu aceitava como correto, observei melhor e vi que era tudo falso, que eu deveria recompor meu pensamento e paradigmas. Foi o que fiz, e aqui estou novamente em outra jornada do conhecimento, procurando as razões que justifiquem porque a Maçonaria é adversária da Igreja Católica, como estou ouvindo falar.
Esta trindade divina reconhecida pela Igreja Católica, é um alicerce espiritual importante para boa parte da humanidade, os cristãos, entre os quais me incluo. Esse alicerce espiritual orienta aos fieis que Deus é o criador de tudo que existe, é a causa sem causa da existência. O Filho é aquele escolhido por Ele e enviado até nós, encarnado como Jesus de Nazaré e assumiu sua missão como o Cristo, o apóstolo de Deus, do Pai. O Espírito Santo é a forma que o Pai, Deus, Criador, Causa sem causa, se comunica direta ou mais comumente, indiretamente, com sua criação, a partir de qualquer forma de transmissão, mas principalmente pelas intuições no raciocínio daqueles que estão abertos, que procuram sintonizar com Sua vontade.
Esta é a concepção que faço da Divindade da qual procuro me aproximar fazendo a vontade do Pai, burilando o meu comportamento, reconhecendo o que tenho como vícios e virtudes. Dessa forma posso trazer para dentro da minha vivência e experiência esse alicerce espiritual e ver como ele se acopla ao meu pensamento.
Deus, está com a mesma compreensão. É o Pai, o Criador de tudo o que existe, onipotente e onipresente, por isso estou mergulhado nEle como um peixe no aquário, ao mesmo tempo que ele está mergulhado dentro de mim, como a água que constitui mais de 70% do meu organismo. Se eu respiro, inspiro e expiro Deus a cada momento. Ele me dá a vida na forma do oxigênio, me livra da morte jogando fora o gás carbônico. É o Deus que cria e permite que aconteça a morte, pela evolução natural ou pela interferência conveniente ou inconveniente, benéfica ou maléfica do livre arbítrio de criaturas racionais.
O Filho sou eu e todas as demais criaturas, racionais ou irracionais, orgânicas ou inorgânicas. Mas, esse filho designado no alicerce espiritual, é um daqueles que mais evoluiu, que mais se aproximou dEle, e agora divide com Ele a tarefa de criar e administrar os mundos pelos universos afora. É este Filho, enviado por Ele, que recebeu dos pais biológicos o nome de Jesus e que assumiu por conta própria a missão do Cristo. É este Filho que se identifica tanto com o Pai que veio ensinar o que Ele mandou, mesmo sofrendo atrozes dores provocadas por nossa ignorância dos desígnios divinos. É a esse Mestre divino que procuro seguir suas lições, sem esquecer a missão pessoal que o Pai designou para mim: ajudar na construção da família universal viabilizando o Reino de Deus na comunidade, conforme a indicação que o Mestre deixou.
O Espírito Santo é uma denominação coletiva, de todos aqueles que querem e procuram fazer a vontade do Pai, independente de qualquer igreja ou instituição. Dentro deste coletivo estão milhares de espíritos, assim como eu, cada um com um grau evolutivo diferente, com suas cargas de vícios e virtudes, no trabalho constante de burilamento espiritual, de limpeza do egoísmo do coração. Eu, particularmente, sinto que estou ainda bastante atrasado nesse burilamento que leva à perfeição. Sinto que eu, espírito, ainda estou preso aos desejos da carne, aos interesses egoístas do organismo, das trilhões de células que eu, espirito, deveria administrar. Uma prova disso é que, mesmo sabendo das necessidades do corpo e dos limites que devo dar aquilo que ele deseja para obter o prazer, ainda me alimento além da necessidade e fico com sobrepeso, que acarreta facilidade do adoecer e comprometer minha missão espiritual. Assim são com outros vícios associados ao egoísmo, tenho dificuldade de me livrar convenientemente deles e por isso considero que eu, espirito, mesmo me considerando dentro do coletivo da santidade, ainda estou severamente preso aos meus instintos que me desviam do Pai para os interesses fúteis da carne. Resta orar, trabalhar com afinco, respeitar os limites e a vontade intuídas pelo Pai.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXXXIX
16 DE JANEIRO DE 1945
Enquanto isso, Martin Bormann acompanha seu Führer a Berlim. Eles ficam horrorizados com a destruição da cidade. Fazia um mês que não viam a Chancelaria do Reich. Agora ela está em ruínas. Todas as janelas quebradas. Apenas o térreo e o porão estavam habitáveis. O escritório e a residência de Hitler foram realocados ao incompleto Führerbunker, embaixo do jardim da chancelaria. Foi projetado pelo homem em quem Hitler ainda confia mais: Albert Speer.
Dezoito quartos de concreto, sua fortaleza subterrânea. Com defesa constante por guardas da SS escolhidos a dedo. Mas o Führer que eles protegem está acabado.
No começo de 1945, Hitler está um caco. Ele cada vez mais depende de todo tipo de remédios. Hitler está fisicamente destruído. Desenvolveu um tremor na mão esquerda após o bombardeio da Valquíria. Mas o círculo íntimo não faz nada, paralisado pelo medo. Só um homem corajoso diria: “Você está errado. Não vamos mais segui-lo.” Era impossível. Eles sabem que se derem um passo errado, podem ser vítimas da sombra de Hitler: Martin Bormann.
Era perigoso contrariar Bormann, pois ele era o sicário de Hitler. Se Hitler não gostasse de alguém, ele dizia a Bormann: “Não quero mais ver essa pessoa.”
Todos estavam tensos, queriam manter Hitler feliz. Todos sabem que Bormann pode mandar um esquadrão para mata-los.
Observamos com clareza como se organiza a estrutura do poder do mal. Qualquer sinalização de ameaça aos seus projetos, ele manda a sinalização de eliminação, de destruição. Foi assim que aconteceu com o prefeito Celso Daniel aqui no Brasil, eliminado pelas forças do mal, assassinado sob tortura e cujos assassinos até hoje não foram descobertos, protegidos pelas forças do mal que continuam operante em nossa sociedade.
Da mesma forma foi feita a tentativa de eliminação de Jair Bolsonaro quando estava em campanha para a presidência da República. O mal pressentia que esse candidato uma vez sendo eleito seria um sério obstáculo às suas pretensões. Orquestrou aquela facada assassina que quase teve sucesso. O autor do crime continua preso, já que foi pego em flagrante, mas a rede que fez a mentoria do crime até hoje continua encoberta, pois infelizmente as garras do mal continuam postas em vários setores institucionais, o qual extrapola seus limites para proteger seus comparsas de ideal.
A sociedade brasileira ver tudo isso com o sentimento de incapacidade, afinal de contas, essas pessoas que cometem tantas iniquidades e que prejudicam descaradamente o senso de justiça, estão ocupando cargos onde foram colocados de forma legal. Esse mesmo sentimento de incapacidade devia corroer o pensamento dos alemães honestos e não hipnotizados, pois aquela pessoa e seus asseclas que estavam promovendo a ruína da Alemanha, estavam colocados todos em cargos públicos de forma legal.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
LXXXVIII
RENÚNCIA DE HIMMLER
O exército de Himmler que deve defender Berlim contra os soviéticos que avançam pela Frente Oriental, está em menor número nessa frente e não tem recursos para fazer uma defesa eficiente. Havia outros comandantes alemães que eram brilhantes na defesa, improvisavam. Havia outros comandantes alemães implacáveis. Himmler não era nenhuma das duas coisas. Se Bormann queria acabar com ele, Himmler percebeu tarde demais que recebeu um cálice envenenado.
Himmler está sofrendo derrota e retirada em todos os lados. O aspirante a soldado, fracassa terrivelmente e Hitler o acusa de desobediência descarada.
O fracasso com certeza afetaria a noção de Himmler de sucesso e valor próprio. Ele fez a SS passar de uma organização pequena nos anos 20 a um Estado dentro de um Estado que comandava a Alemanha nazista. Ele finalmente conquistou o seu sonho, o objetivo de ser o número 2 em comando após Hitler, mas é o segundo em comando de um império em decadência.
Com seus sonhos arruinados, Himmler quer renunciar, mas não consegue encarar Hitler. Ele não tem coragem de admitir a Hitler, pois ele queria muito aquele cargo. No fim, ele faz outra pessoa falar com Hitler e consegue sair do cargo.
Himmler viaja a 100 quilômetros ao norte de Berlim, a uma casa de saúde, para ser tratado de estresse e dores estomacais.
Onde ele está? Está basicamente fingindo. Ele alega está sentindo todo tipo de estresse após o fracasso na Ofensiva de Ardenas, mas estava fazendo um jogo mais profundo e astuto.
Com o esforço de guerra à beira de um colapso e Bormann atrás dele, Himmler decide que sua única esperança de sobrevivência é uma mudança radical. Precisa se livrar de seu passado de assassino.
Himmler, o homem em quem Hitler acha que pode confiar acima de todos, na verdade, está de olho no futuro desde o começo. Ele vai se distanciar dos assassinos em massa que dependeram muito dele.
Alguns meses antes, Himmler mandou fechar as câmaras de gás e crematórios dos campos de concentração. Não era por ele simpatizar com os presos. Ele queria ter uma imagem positiva com os Aliados, quando vencessem.
Seus homens começam a destruir provas. Incendeiam as unidades de acomodação, muitas ainda ocupadas por presos.
É o momento de os ratos abandonarem o navio. Neste nível de conflito observamos a diferença daqueles que usam o bem e outros que usam o mal para criar determinado contexto social. Enquanto os adeptos do Cristo, que procuram ser cidadãos do Reino de Deus enfrentam as adversidades com lealdade e fraternidade, chegando ao ponto de sacrifício sem contestação nos circos romanos, os adeptos do mal permanecem com as iniquidades, fugas e traições.