Ethos é uma palavra com origem grega, que significa "caráter moral". É usada para descrever o conjunto de hábitos ou crenças que definem uma comunidade ou nação. No âmbito da sociologia e antropologia, o Ethos são os costumes e os traços comportamentais que distinguem um povo. Também pode ser usada para se referir à influência da música nas emoções dos ouvintes, nos seus comportamentos e até mesmo na sua conduta. O Ethos também exprime o conjunto de valores característicos de um movimento cultural ou de uma obra de arte. Ethos pode ainda designar as características morais, sociais e afetivas que definem o comportamento de uma determinada pessoa ou cultura. O ethos se refere ao espírito motivador das ideias e costumes. Na retórica, o Ethos é um dos modos de persuasão ou componentes de um argumento, caracterizados por Aristóteles. O Ethos é a componente moral, o caráter ou autoridade do orador para influenciar o público. As outras componentes são o logos (uso do raciocínio, da razão) e o pathos (uso da emoção).
Podemos imaginar que o Ethos é um tipo de aura que pode cobrir uma nação, um ser coletivo, ou uma pessoa, um ser individual. O caráter moral que se expressa nos costumes, hábitos e traços comportamentais, tanto sobre uma coletividade ou sobre um indivíduo. O Logos (razão) e o Pathos (emoção) funcionam para operacionalizar o Ethos, que podemos resumir como a essência do Espírito.
Como o Ethos é um tipo de atmosfera, o indivíduo fica envolvido por ele, como estamos constantemente envolvidos pelo ar e algumas vezes pela água quando vamos para a praia ou à piscina. Porém, a água da piscina ou do mar tem uma fonte externa, enquanto o Ethos tem uma fonte interna.
Nosso Ethos está em constante contato com o Ethos de outras pessoas. É feito o contato pela superfície, no que existe na aparência, e a medida que o conhecimento vai se aprofundando, conhecemos melhor o Ethos de quem convivemos. Pode ser que haja conflitos na superfície do Ethos, mas se no fundo existe, sintonia, a tendência é que haja a convergência em direção a harmonia.
Pode acontecer o contrário, por interesse individual, uma e outra pessoa podem maquiar a superfície do Ethos para que haja uma sintonia inicial. Mas, com a continuidade do relacionamento, perceberemos a verdadeira essência, o verdadeiro Ethos da pessoa e há o afastamento inevitável.
Se uma pessoa cujo Ethos é benéfico, se envolve com outra pessoa que diz também defender e praticar o bem, se eles caminham juntos por algum momento, mas logo a pessoa percebe que o que foi dito sobre o bem não está sendo praticado, e sim coisas ruins, criminosas, encobertas pela mentira, palavras enfeitadas com flores, mas destilando ódio, a separação é inevitável.
Vi um texto na net, assinado por J. R. Guzzo, com bastante ironia e bastante verdade, para quem procura ver o que acontece longe dos principais veículos da mídia. Vamos ver o texto e verificar se minha opinião corresponde a realidade, na ótica dos meus leitores.
J.R. GUZZO:
"Falta um mês para acabar o ano de 2019 e, pelo jeito, o governo do presidente Jair Bolsonaro vai conseguir completar o seu primeiro aniversário. Como assim? Já não deveria ter acabado? Desde o dia em que tomou posse, em 1º de janeiro, os mais sábios debates de ciência política levados ao público por um regimento inteiro de comunicadores cinco estrelas, “influenciadores”, politólogos, intelectuais, mestres de sociologia, filosofia e brasiologia, homens e mulheres de intelecto superior, etc, etc, asseguraram a todos: “O fim está próximo. Arrependam-se.”
De lá para cá, porém, parece que alguma coisa deu errado. O governo continua aí, dando expediente diário a partir das 7 horas da manhã. Seu falecimento foi adiado, pelo que mostram os fatos. Quem sabe ficou tudo para o ano que vem?
O fato é que o cidadão passou os últimos onze meses sendo informado da existência de acontecimentos que não estavam acontecendo. Escolha por onde você quer começar: para qualquer lado que olhe, o resultado vai ser o mesmo. Não saiu, até agora, o genocídio dos negros, gays, índios, mulheres, favelados e pobres em geral que tinha sido anunciado como uma certeza quase científica – era só o novo governo assumir, garantiam os especialistas mencionados acima, e o extermínio dessa gente toda ia começar.
Onde o projeto falhou? Continuam todos vivos – e não há sinais de que o governo vai fazer neste último mês de 2019 o que não conseguiu fazer durante o ano inteiro. Também não foi possível observar a liquidação do Congresso Nacional, a eliminação dos direitos e garantias constitucionais e o envio dos dois soldados e do cabo que iriam fechar o Supremo Tribunal Federal. A floresta amazônica não foi queimada para agradar o “agronegócio”; até ontem continuava lá, do mesmo tamanho que tinha em janeiro.
Onde foi parar, igualmente, a “morte política do governo”, que não tinha sabido negociar a distribuição de ministérios e outros cargos “top de linha” com os políticos – e, por isso, “não conseguirá governar”? Deve ter ficado para o ano que vem ou ainda mais adiante, pois o governo conseguiu aprovar, com velocidade recorde, a reforma da Previdência e o “Pacto Federativo”, que funcionará como um grande tratado de paz com os estados e municípios – além de uma penca de outras coisas.
O ministro do Exterior iria destruir praticamente todo o sistema de relações diplomáticas entre o Brasil e o resto do mundo. Não aconteceu. A ministra da Agricultura seria banida da cena internacional civilizada, por liberar “agrotóxicos”. Não aconteceu. O ministro do Meio Ambiente não aguentaria 15 minutos no cargo, por ser uma afronta à comunidade ambientalista, aos cientistas e ao Tratado de Paris. Não aconteceu.
E a China, então? Onze entre dez altíssimos especialistas em “comércio exterior” garantiram, com convicção definitiva, que as exportações do Brasil para “o nosso maior parceiro” seriam destruídas em poucas horas, pela postura do governo a favor do presidente Donald Trump. O mesmo, exatamente, iria acontecer com “o mundo árabe”, outro importador gigante de produtos brasileiros. Como o governo havia anunciado sua intenção de mudar a embaixada do Brasil de Telavive para Jerusalém, em Israel, nunca mais os árabes comprariam um único e miserável frango nacional.
Mais que tudo, talvez, há o mistério do ministro Sergio Moro. Foi provado nos mais sagrados santuários da mídia, da vida política e do universo intelectual, com a exatidão com que se calcula a área do triângulo, que ele “estava fora” do governo – liquidado pelas “gravações” de delinquentes digitais, pelo Coaf, pelos ciúmes de Bolsonaro, e 100 outras crises fatais. O homem continua lá, firme como o cacique Touro Sentado.
Com crises assim, vai ser preciso engolir esse governo não apenas por um ano – ou mudam as crises, ou eles ficam lá pelos próximos sete.
Senti essa verdade. O que a mídia tradicional informou neste ano que se completa, foram sempre notícias tendenciosas contra o governo Bolsonaro. Quando eu percebia isso, ficava enojado com o que queriam fazer com minha consciência e recorria às redes sociais para ver o que estava acontecendo. Fazia questão de ver as notícias de um lado e do outro que também são veiculadas na net. Também aí tem incoerências, fake news, mas nada tão descarado quanto na grande mídia.
Finalmente, se fosse depender somente desses grandes veículos da mídia, terminaria sem ver o ano que está passando.
Na série Star Trek (Jornada nas Estrelas), terceira temporada, episódio 19 (Réquiem para Matusalém), que passa na Netflix, Kirk, o capitão, Spock o primeiro oficial e McCoy o oficial médico, descem a um planeta supostamente desabitado para obter o mineral rietalina e combater uma praga de febre que acomete a população da nave Enterprise.
Vai encontrar um homem solitário nesse planeta, o Sr. Flint, cujas células se regeneram e ele atinge a imortalidade, na personalidade dos vários gênios da humanidade, artistas, cientistas, eclesiásticos, militares... com o seu gênio desenvolveu uma mulher androide, Rayna, perfeita, mas sem emoções. Os diálogos finais são importantes na característica principal que define o ser humano: o amor. Vejamos esses diálogos para nossa reflexão, que começa Kirk observando a sua nave reduzida sobre a mesa e ele imaginando que sua tripulação havia sido morta:
-K – Minha tripulação.
-F – Nosso teste de força. Não teve nenhuma chance. É hora de se juntar à sua tripulação.
-K – Você dizimou 400 vidas? Por quê?
-F – Já vi bilhões morrerem. Conheço a morte melhor que ninguém. Joguei inimigos em suas garras, e conheço a compaixão. A tripulação não está morta, apenas suspensa.
-K – Pior que mortos. Ressuscite-os! Devolva a minha nave.
-F – No devido tempo. Em 1.000, 2.000 anos. Conhecerá o futuro, Capitão Kirk.
-M – Você foi todos esses homens. Você conheceu e criou tal beleza. Assistiu sua raça evoluir da crueldade e barbarismo ao longo de toda a sua vida e agora você faria isso conosco?
-F – As flores do meu passado. Eu mantenho as rédeas do presente. Sou Flint agora, tenho necessidades.
-K – Quais necessidades?
-F – Esta noite, vi algo surpreendente. Algo pelo qual esperava, pelo qual trabalhei. Nada deverá estraga-lo. Finalmente, as emoções de Rayna ganharam vida. Agora elas se voltarão para mim, nesta solidão que preservo.
-R – Não.
-F – Rayna!
-R – Não deve fazer isso com eles.
-F – Eu preciso.
-S – O que sentirá por ele quando formos embora?
-M – Todas as emoções estão em jogo, Sr. Flint. Se nos machucar, ela o odiará.
-K – Devolva minha nave. Seu segredo está seguro conosco
...Kirk se dirige a Rayna...
-K - Foi por isso que você atrasou o processamento da rietalina.
... se vira para Flint e diz...
-K – Descobriu o que estava acontecendo. Manteve-nos juntos, Rayna e eu. Porque você sabia que eu poderia avivar suas emoções. E agora você está prestes a tomar posse.
-F – Devo tomar o que é meu. Quando ela vier a mim. Estamos unidos, capitão. Somos iguais. Imortais. Deve esquecer seus sentimentos, o que é impossível para você.
-K – Impossível! Impossível. Você me usou desde o início.
... vira-se para Rayna...
-K – Eu não posso amá-la, mas eu a amo.
... vira-se para Flint...
-K – E ela me ama.
... entram em briga corporal. Spock segura Kirk pelo braço.
-S – Capitão, seus impulsos primitivos não mudarão as circunstâncias.
-K – Não se meta. Estamos brigando por uma mulher.
-S – Não, não estão, pois isso ela não é.
... continuam brigando enquanto Rayna fica cada vez mais aflita...
-R – Não posso ser a causa disso. Não serei a causa disso. Por favor, parem! Parem! Parem! Eu escolho para onde desejo ir. O que eu quero fazer.
... os dois param, surpresos, a briga, ao notarem a atitude de Rayna. Ela continua a falar e coloca a mão, aflita, protegendo a cabeça...
-R – Eu escolho. Eu escolho.
-F – Rayna.
-R – Não. Não me dê ordens. Ninguém pode me dar ordens.
-K – Ela é humana. Até a última célula, ela é humana. Até o último pensamento, esperança, aspiração, emoção, ela é humana. Porque o espírito humano é livre. Você não a possui. Ela é livre para fazer o que quiser.
-S – Senhores, recomendo que parem. Há um perigo.
-F – Nenhum homem pode me derrotar.
-K – Não quero derrotá-lo. Este não é um teste de força. Rayna pertence a si mesma. E ela reivindica o direito humano de escolha. Para ser do jeito que ela quiser. Para fazer o que quiser, para pensar o que quiser.
-F – Foi para isso que trabalhei.
-K – Rayna, venha comigo.
-F – Fique.
... Rayna fica tensa, olhando para os dois oponentes, com o testemunho de Spock e McCoy...
-R – Eu não era humana. Agora eu amo. Eu amo.
... Ela não resiste e cai morta no chão. Os quatro se acercam dela...
-F – Você não pode morrer.
-K – O que aconteceu?
-S – Ela o amou, capitão. E ao senhor também, Sr. Flint. Como um mentor, mesmo como um pai. Não houve tempo o bastante para ela se ajustar à força terrível e às contradições de suas novas emoções. Ela não suportou ter de magoar um dos dois. As alegrias do amor a tornaram humana e as agonias do amor a destruíram.
... a cena se volta para nave onde todos os tripulantes estão presentes. Spock entra na sala onde Kirk se encontra sozinho, acabrunhado.
-K – Spock?
-S – A epidemia foi reduzida, não é mais uma ameaça. A Enterprise está no curso 5-1-3, marco 7, como ordenou.
-K – Um velho e solitário homem. E um jovem e solitário homem. Provocamos uma situação bem triste, não? Se ao menos eu conseguisse esquecer.
... Kirk baixa a cabeça na mesa, enquanto McCoy entra na sala e Spock faz sinal para ele se conter...
-M – Kirk... Graças aos céus, finalmente dormiu.
-S – Seu relatório, doutor?
-M – As leituras do tricorder sobre o Flint foram finalmente correlacionadas. Está morrendo. O Sr. Flint, ao deixar a Terra, com todos os campos complexos dentro dos quais ele foi formado, sacrificou sua imortalidade. Ele viverá o restante de uma vida normal e então morrerá.
-S – Lamentarei esse dia. Ele sabe?
-M – Sim, eu disse a ele. Ele pretende devotar o resto de seus anos e suas grandes habilidades a melhorar a condição humana. E quem sabe o que pode vir daí.
-S – De fato.
-M – Bem, acho que é tudo. Posso contar ao Kirk mais tarde ou você poderá fazê-lo. Considerando a longevidade do seu oponente, um verdadeiro eterno triângulo. Você não entenderia isso, entenderia, Sr. Spock? Sinto mais pena do senhor do que dele. Porque nunca saberá o que o amor pode levar um homem a fazer. O êxtase, a penúria, as regras quebradas, as atitudes desesperadas, as derrotas gloriosas e gloriosas vitórias. Você nunca conhecerá essas coisas simplesmente porque a palavra “amor” não consta em seu dicionário. Boa noite, Spock.
-S – Boa noite, doutor.
-M – Gostaria que ele pudesse esquecê-la.
... McCoy sai da sala, Spock fica sozinho com Kirk que está adormecido na mesa. Ele se aproxima lentamente, coloca sua mão energética de Vulcano na fronte de Kirk, e fala suavemente...
-S – Esqueça.
O foco no final se volta para o amor romântico, um dos mais fortes amores condicionais. Quando a androide adquire a emoção desse amor romântico, condicional, entra em conflito, pois com sua decisão sabe que um dos dois irá sofrer, aquele que se sentir preterido por ela. Não suporta essa pressão mental e a sua mente fragilidade se apaga e o corpo morre.
Caso o foco do episódio tivesse explorado o amor incondicional, não haveria essa tragédia no final. Ela poderia decidir com tranquilidade com quem iria ficar e o outro, preterido, iria reconhecer que sua amada escolheu o melhor para ela e ficaria mais feliz com a sua felicidade, do que infeliz com a frustração de ter sido preterido.
Mas um dia atingiremos este nível.
No dia 15-12-19 participei do VI Seminário de AA, CTO (Comitê Trabalhando com os Outros), realizado no Centro Cultural da Zona Norte. Na ocasião fui convidado a falar sobre a minha experiência no Grupo Ceará Mirim onde participo a cada semana, nos domingos. Foi esta a minha fala.
Obrigado, amigos de AA, pela acolhida. Desde 1980, tornei-me amigo de AA, quando terminei meu curso médico e descobri que os medicamentos que eu tinha à disposição eram ineficazes para curar a doença do alcoolismo. Descobri que era a Irmandade de AA que dava a solução para o problema que eu tinha nas mãos. A partir daí eu me aproximei e fique sempre perto de AA. Agora, há cerca de dois anos, eu me aproximei mais ainda, pois em Ceará-Mirim-RN, eu estou frequentando semanalmente, aos domingos, o grupo Ceará-Mirim. Participo ativamente e vejo a dinâmica do que está acontecendo, e por isso decidi vir hoje aqui para este Seminário, porque é abordado muitas questões que estou vivenciando lá e que foram discutidas aqui.
Vou colocar aqui uma das sugestões que eu apresentei antecipadamente no fórum e que acho muito importante. É o que chamo de apadrinhamento mútuo, pois da mesma forma que eu passo informações para orientar a sobriedade de cada membro do grupo, o grupo coloca nos seus depoimentos muita informação importante para o meu desempenho profissional enquanto médico, que não vou encontrar nos livros acadêmicos.
Mais ainda, há o fortalecimento espiritual, introduzido pela oração da serenidade e pelo Poder Superior que sentimos a sua manifestação quando os depoimentos se iniciam.
Como o tempo é pouco, vou colocar somente alguns aspectos interessantes. É sabido que o lema de AA é que, “quando qualquer um pedir ajuda a mão de AA ajudará”. O nosso lema enquanto técnico deve ser “quando qualquer alcoólico estiver sofrendo sem condições de sair sozinho da doença, temos que saber motivá-lo para pedir ajuda”. Esta é a parceria entre AA e profissionais.
Outra questão que foi abordada hoje, foi sobre o acolhimento. Encontrei um alcoólico que motivei para o ingresso no grupo, ele não tinha mais comparecido e perguntei porquê. Ele respondeu que se sentiu humilhado, pois as pessoas que o acolheu no grupo, passam por ele na rua e não cumprimentam, é como se ele não existisse. Fica a orientação, o acolhimento inicia na sala e se expande para a comunidade.
Outro dado que me chama atenção é o paradoxo. Vivemos numa guerra espiritual entre o bem e o mal. O mal criou uma bomba para nos destruir, o álcool. A doença agora exige o veneno para se manter, a pessoa passa mal quando sente a falta do álcool no organismo. E quanto mais bebe para se aliviar, mais aprofunda a sua doença. O que Deus fez? Proporcionou o encontro de Bill e Bob para conversarem sobre o problema e sentirem sobre eles o Poder Superior capaz de vencer a compulsão. Conclusão: o álcool é o veneno que o alcoólico toma para se sentir melhor e ao mesmo tempo aprofundar sua doença; o alcoólico na ativa é o remédio para que o membro do AA se mantenha na sobriedade. Por isso é importante que cada membro de AA procure trazer para a sala mais um alcoólico que sofre, que ao mesmo tempo paga com a gratidão o benefício que recebeu e fortalece a sua sobriedade.
Para finalizar, lembramos o despertar espiritual que foi mostrado aqui. Quando o alcoólico está na ativa, ele não está dormindo. Ele está em coma espiritual! É preciso que alguém faça algum esforço para trazê-lo a uma sala de AA e ele possa deixar o álcool. Saindo do coma, ele está apto para o despertar espiritual que vai acontecer no cumprimento dos 12 passos para a recuperação. Atingindo a conscientização da doença, vem o processo da gratidão, reconhece que não foi pago nada para a sua recuperação. O pagamento que ele deve fazer é o serviço. Onde está o serviço? No grupo de AA que se torna o coração de AA. E qual é o coração do grupo? É o CTO. Assim, o CTO é o coração do grupo, e o grupo é o coração de AA.
Nesse processo acontece a evolução espiritual, pois esta é uma missão de Deus. E fazendo isso todos estamos evoluindo espiritualmente, não só vocês alcoólicos, e sim, nós, profissionais, também sentimos essa evolução espiritual, o Poder Superior em nossas vidas. Por isso agradeço a todos por essa evolução espiritual em direção ao Pai.
Cumprindo determinação divina de preparar o Brasil para ser a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo, o Anjo Ismael preparou uma falange para acolher uma nova doutrina, codificada por Allan Kardec, sobre a hierarquia e filosofia do mundo espiritual. Essa doutrina foi publicada em 1857 através de “O Livro dos Espíritos”, expondo os ensinos que os espíritos superiores em ordem moral ministraram, abrindo uma Nova Era para a humanidade.
Humberto de Campos, uma espécie de jornalista do mundo espiritual, recolheu as tradições do Plano Espiritual, os registros que antecederam a chegada da Doutrina dos Espíritos em terras brasileiras e nos esclareceu que:
Por volta de 1840, ao influxo das falanges de Ismael, chegavam dois médicos humanitários ao Brasil. Eram Bento Mure e Vicente Martins, que fariam da medicina homeopática verdadeiro apostolado. Muito antes da codificação Kardequiana, conheciam ambos os transes mediúnicos e o elevado alcance da aplicação do magnetismo espiritual. Introduziram vários serviços de beneficência no Brasil e traziam por lema, dentro da sua maravilhosa intuição, a mesma inscrição divina da bandeira de Ismael – “Deus, Cristo e Caridade”. Indescritível foi o devotamento de ambos à coletividade brasileira, à qual se haviam incorporados, sob os altos desígnios do mundo espiritual.
Nas suas luminosas pegadas, seguiram, mais tarde, outros pioneiros da Homeopatia e do Espiritismo, na pátria do Evangelho. Foram eles, os médicos homeopatas, que iniciaram aqui os passes magnéticos, como imediato auxílio das curas. Hahnemann conhecia a fonte infinita de recursos do magnetismo espiritual e recomendava esses processos psicoterápicos aos seus seguidores.
Os primeiros fenômenos de Hydesville, na América do Norte, em 1848, não passaram despercebidos à corte do Segundo Reinado. A febre de experimentações que se lhes seguiu nas grandes cidades europeias, incendiou, igualmente, no Rio de Janeiro, alguns cérebros mais destacados no meio social. Em 1853, a cidade já possuía um pequeno grupo de estudiosos, entre os quais se podia notar a presença do Marques de Olinda e do Visconde de Uberaba. Em Salvador, esses núcleos de experimentação também existiam em idênticas circunstâncias.
Observamos que o plano de Jesus, aplicado através do anjo Ismael, cumprindo a vontade de Deus de preparar o Brasil para o seu grande protagonismo na história, se desenrola há bastante tempo, incluindo a atuação de Allan Kardec na codificação da Doutrina dos Espíritos.
Cabe agora a nós cristãos, conhecedores desse fato, procurar nos engajar nas hostes do Cristo e colaborar com o esforço de guerra espiritual.