O texto que reproduzi no dia 15-01-15 teve continuidade com os estudos que mostram a penetração do gramscismo no Brasil e que é importante a sua reprodução na continuidade para fechar o pensamento no qual está montado a minha atual posição política.
A PENETRAÇÃO GRAMSCISTA NO BRASIL
FINALIDADE
Criar as melhores condições para transformar o Brasil em uma República Socialista sob a inspiração de Antônio Gramsci.
OBJETIVOS
1. Obter a hegemonia na sociedade civil.
2. Obter a hegemonia na sociedade política (Estado).
3. Estabelecer o domínio do intelectual coletivo (Partido Classe).
4. Silenciar os intelectuais independentes.
MÉTODO
Realizar a transformação intelectual e moral da sociedade pelo abandono de suas tradições, usos e costumes, mudando valores culturais de forma progressiva e contínua, introduzindo novos conceitos que, absorvidos pelas pessoas, criam o “senso comum modificado”, gerando uma consciência homogênea construída com sutileza e sem aparente conteúdo ideológico, buscando a identificação com os anseios e necessidades não atendidas pelo poder público.
Assim é estabelecido o desejo de mudança em direção a um mundo novo, com a sociedade controlada através dos mecanismos de uma “democracia popular”, onde os pensadores livres, temendo o rótulo de retrógrados ou alienados, se submetem a uma prisão sem grades, calando a voz da divergência existente dentro de si e se deixam, assim, vencer pelo “senso comum modificado”. Este prossegue intoxicando a sociedade, sob a égide do Estado, usado para reduzir e suprimir a capacidade de reação individual e coletiva. Nesse momento está construída a base para a “tomada do poder” e consequente implantação do Estado Socialista.
AÇÕES QUE TEM ENFRAQUECIDO AS TRINCHEIRAS DA DEMOCRACIA NO BRASIL
NOS PARTIDOS POLÍTICOS
1. Estimular o número elevado de partidos para enfraquecer a oposição e facilitar a tática de “aliança”, favorecendo o “partido de classe”.
2. Manter a regionalização dos partidos; o controle por caciques ou oligarquias regionais afeta a unidade nacional, favorecendo o enfraquecimento dos partidos políticos de oposição e favorecendo o “partido de classe”, que possui “unidade de comando”.
3. Admitir a pluralidade de esquerda para ser bem explorada pelo “partido classe” por tempo determinado.
4. Esvaziar as poucas lideranças da oposição através de patrulhamento e ataque (dossiê) direto ou indireto (parentes).
5. Criar fatos novos para o esquecimento das mazelas de militantes do “partido classe” e aliados.
6. Afastar ou mudar de cargo o militante com erro focado pela mídia de oposição, para a sua proteção e do “partido classe”.
7. Usar a “mídia da situação” para silenciar as mazelas dos militantes do “partido classe”.
8. Infiltrar militantes nos outros partidos para obter o seu controle e esvaziar os líderes de oposição, os neutros e os que não são adeptos do “partido classe”.
NO EXECUTIVO
1. Criar aparelhos governamentais de coerção.
2. Distribuir cargos em órgãos e empresas públicas para militantes do partido classe e seus aliados, em todos os níveis da administração (federal, estadual, municipal), aparelhar o estado.
3. Criar uma estrutura policial que possa ser transformada em Guarda Nacional ou Guarda Pessoal ou em Polícia Política (Polícia Federal, Força Nacional) para emprego imediato, quando chegar o momento oportuno.
4. Ampliar o “curral eleitoral” usando o assistencialismo como fim e não como meio, mantendo o benefício por tempo indeterminado.
5. Manter o curral eleitoral através de um sistema de ensino, controlando o baixo nível de aprendizagem e desenvolvimento da inteligência.
6. Silenciar a imprensa através de emprego da verba pública destinada à propaganda, mantendo a população sem informação correta.
7. Neutralizar políticos de oposição e aliados através de distribuição de dinheiro, cargo público ou qualquer outro tipo de benefício pessoal ou familiar.
8. Criar ou fortalecer um organismo sulamericano para diminuir a importância da OEA ((EUA).
9. Participar de um bloco sulamericano de repúblicas socialistas democráticas.
10. Facilitar a penetração cultural e a projeção dos intelectuais orgânicos.
11. Denegrir heróis nacionais.
12. Enaltecer militantes da ideologia marxista.
13. Desmerecer fatos e vultos marcantes da História Nacional.
14. Impedir a tomada da Consciência Nacional.
15. Entorpecer a vontade nacional.
16. Eliminar valores do processo histórico-cultural nacional.
17. Mudar usos e costumes.
18. Enfraquecer o moral nacional.
19. Mudar traços da identidade nacional.
20. Mudar valores e princípios ético-morais.
21. Enfraquecer a família.
22. Enfraquecer a coesão nacional.
23. Lançar a discórdia no seio da população.
24. Desviar o foco dos debates em torno de questões relevantes em áreas estratégicas (saúde, educação, segurança, defesa, etc), isentando o Governo de responsabilidades pelas deficiências e vulnerabilidades.
25. Estabelecer um poder paralelo ao do Estado (Conselho de Política Externa, Comissão de Direitos Humanos, etc).
26. Alimentar as ONGs com o dinheiro público e estimular outras para atuarem na sociedade civil, apoiando direta ou indiretamente a luta pela sua hegemonia.
NO LEGISLATIVO
1. Eleger militantes do Partido-Classe.
2. Unir temporariamente os partidos de mesma ideologia.
3. Fazer alianças com partidos de ideologia oposta.
4. Desmoralizar o Legislativo, mantendo privilégios, barganhas e a falta de espírito público.
5. Criar leis para dar o respaldo as mudanças de usos, costumes e valores da nacionalidade brasileira.
6. Obter o controle do Legislativo para conquistar o domínio da sociedade política (Estado) através do Partido-Classe.
7. Enfraquecer o Legislativo como fiscal do executivo.
8. Submeter o Estado ao controle do Partido-Classe.
NO JUDICIÃRIO
1. Retardar ou impedir a modernização da estrutura do judiciário.
2. Retardar ou impedir o aperfeiçoamento do funcionamento do judiciário.
3. Estimular o corporativismo extremado na magistratura.
4. Manter o magistrado afastado do povo e das suas necessidades.
5. Difundir na sociedade civil as ideias de parcialidade, ineficiência e improbidade do judiciário.
6. Desacreditar o judiciário perante as classes subalternas, explorando a lentidão funcional e a corrupção e privilégios dos magistrados como funcionários públicos.
7. Aparelhar o judiciário com material humano de interesse.
NAS ESCOLAS
1. Usar as universidades como refúgio ideológico.
2. Buscar a hegemonia nos meios intelectuais.
3. Construir uma nova massa de manobra, usando as universidades, a mídia e as editoras.
4. Criar a geração revolucionária nas escolas do ensino médio.
5. Usar professores da nova massa de manobra no ensino básico (fundamental e médio).
6. Fortalece o controle do sistema de ensino que não ensina a pensar, através do MEC.
7. Apagar a memória do povo reescrevendo a história do Brasil para fatos e vultos nacionais relevantes
8. Mudar valores e princípios ético-morais (professores homossexuais no ensino médio e fundamental, alterando a estrutura familiar).
9. Enfraquecer a vontade nacional.
10. Transformar a consciência nacional em consciência do partido político
11. Controlar escolas e universidades particulares através de sindicatos e com uma reforma e universitária.
NAS FORÇAS ARMADAS
1. Enfraquecer a união dos militares, afastando os militares da ativa dos militares inativos.
2. Enfraquecer o “espírito de corpo”, separando os oficiais generais da tropa.
3. Introduzir a curto prazo, o uso de drogas entre os militares.
4. Disseminar, a médio prazo, o homossexualismo entre os militares.
5. Preparar, a longo prazo, as gerações de chefes militares que servirão ao governo, e não à pátria, modificando a grade curricular nas escolas de formação.
6. Enfraquecer a credibilidade e a confiança da população nas forças armadas.
7. Desestimular profissionalmente os militares que servem à pátria e não ao governo.
8. Criar o ambiente em que os oficiais terão apenas a visão da expressão militar e não de todo o poder nacional.
9. Enfraquecer o “espírito combativo”, de fundamental importância no confronto bélico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O pensamento de Gramsci está sendo aplicado de forma dissimulada e protegida pelas franquias da democracia, tornando difícil a sua identificação.
Conhecendo o pensamento de Gramsci, as técnicas para a sua aplicação e com uma análise paciente e detalhada da conjuntura nacional, chega a ser surpreendente a infiltração do marxismo-gramscismo na sociedade brasileira.
Ontem, dia 15-01-15, foi realizada mais uma reunião da Associação dos Moradores e Amigos da Praia do Meio e do Projeto Universitário Foco de Luz. Estiveram presentes as seguintes pessoas: 1. Adriana 2. Edinólia 3. Cíntia 4. Francinete 5. Radha 6. Francisco 7. Ana Paula 8. Juliana 9. Ezequiel 10. Zezinho (convidado de Ezequiel) 11. Costa 12. Damares. Justificaram ausência Paulo Henrique e Aninha. Foi lido um preâmbulo espiritual com o titulo “Conseguimos ir” e foi lido e aprovado o relato da reunião anterior com uma correção, onde se lê a compra de três flautas, leia-se a compra de cinco flautas. Edinólia informa que foi feita a arrecadação final da rifa no valor de 644,00, deixando de ser arrecadado o valor de 244,00 reais por diversos motivos, o que totalizaria 888,00 reais. Cíntia disse que foi comprado material didático no valor de 330,00 reais e que já sentiu a diferença para o positivo na instrução com os alunos. Foram compradas camisas para o departamento comercial vendê-las e criar mais uma fonte de renda para a Associação. Paulo comprou 800,00 reais e Francisco 480,00 reais. Todos os recibos de compra e de recebimento de qualquer valor devem ser devidamente contabilizados para prestação de conta ao final de cada mês, detalhadamente, como sugeriram Cíntia e Ezequiel. Radha informa que houve mudança na direção da escola e que a nova diretora tem interesse em incrementar os trabalhos da Associação e que não pôde estar nesta reunião devido a compromisso no mesmo horário. Juliana disse que a diretora se chama Zélia Melo e que pertence ao movimento do escotismo. Disse também que devemos nos mobilizar, pois a escola corre o risco de fechar devido não ter matrículas suficientes, uma vez que a escola municipal que oferece um bônus de 60,00 reais oferecer mais estímulo que a escola estadual. Foi avaliado em função disso, a possibilidade da escola passar para o âmbito estadual. Foi avaliada a questão de cadastrar pessoas da comunidade que atuem como professores substitutos em caso de greve, para o alunos não terem que voltar para suas casas. Também foi decidido começar a organização de um mutirão dentro da comunidade para a recuperação da escola, inclusive com a oferta de uma feijoada aos interessados. Também foi decidido que a Associação liberará recursos para Costa junto com Nivaldo colocarem para funcionar o carro de som dentro da comunidade. Francinete disse que conseguiria um locutor para fazer a nota a ser divulgada. Edinólia ficou encarregada de retomar os contatos com o Sr. Zezito, proprietário do Hotel Reis Magos e dar encaminhamento as providências da reforma do imóvel. Ficou acertado que na terça feira, Francisco, Costa e Paulo Henrique procurarão fazer contato com o Sr. Bezerril para ver a possibilidade da comunidade assumir o quiosque abandonado no calçadão da Praia. Francisco ficou de elaborar nota para distribuir para a imprensa informando os trabalhos da Associação na comunidade. Francisco, Sued e Radha irão providenciar junto ao Shopping Mãos de Arte um espaço para a apresentação cultural da Associação, de preferência em noite de lua cheia, contando com os alunos do curso de violão, flautas e os cantores do bairro. Ezequiel ficou de marcar audiência com o secretário de Esportes para expor nossas necessidades. Radha informa que as aulas de xadrez e de reforço escolar serão realizadas também nas quartas feiras. As 20:30h a reunião foi encerrada e Costa conduziu uma canção evangélica e o Pai Nosso. Concluímos com as fotos de todos os presentes.
Após a reunião política de ontem, recebi um texto sobre o pensamento de Gramsci, comunista italiano, que faz ponte com o texto que escrevi ontem e que reproduzo abaixo na íntegra.
Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
Delegacia do Estado de Mato Grosso do Sul.
UM CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA PELO BRASIL.
NÚCLEO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS GRAMSCI NO BRASIL
AGRADECIMENTO
A todos que participaram dos estudos que culminaram no presente trabalho com a finalidade de “conhecer o Brasil para melhor servi-lo”.
PROPOSTA
Estimular o debate, reunindo e unindo todos em torno do bem comum, colocado acima de interesses pessoais e de qualquer espécie de grupo, para criação de um Projeto de Nação fundamentado no processo histórico-cultural brasileiro.
METODOLOGIA
Identificar ideias, atitudes, comportamentos e ações que estão em harmonia com o marxismo-gramscismo para, através da “via pacífica”, transformar o Brasil em uma República Socialista.
Antônio Gramsci (1891-1937), intelectual italiano e um dos fundadores do Partido Comunista Italiano (PCI) em 1921, percebeu que a implantação do comunismo nos países do Ocidente não deveria seguir o modelo russo (Lenin) do uso da violência para conquistar ou tomar o Estado, mas sim, ao contrário, primeiro conquistar o Estado e depois, então, a aplicação da violência para finalizar o processo.
Nessa concepção, destaca-se o valor atribuído ao seu entendimento de Sociedade Civil como sendo o espaço social onde deve ocorrer a luta pela hegemonia, para que a classe subalterna passe ser a Classe Dirigente.
Um grupo social da Classe Dirigente, assumindo o controle da Sociedade Política (Estado), permite que o partido da Classe Dirigente seja posicionado acima do Estado. A manobra é simples, lenta e gradual. Utiliza-se dos instrumentos legais e políticos da democracia para, de forma pacífica e sorrateira, minar e enfraquecer as principais trincheiras democráticas: Executivo, Legislativo, Judiciário, Forças Armadas, Religião e a Família.
Usando a propaganda subliminar, o populismo e a demagogia, as consciências são entorpecidas e é criada a sociedade massificada para a luta pela hegemonia. O envolvimento estratégico também é simples e eficaz, conduzindo o processo em três fases:
Na primeira organiza o Partido das Classes Subalternas e luta pela ampliação das franquias democráticas para facilitar a ação política, explorando as deficiências e vulnerabilidades do governo;
Na segunda, luta pela hegemonia das classes subalternas, criando as condições para a tomada do poder;
Na terceira fase, toma o poder, impondo novos valores e princípios através de uma nova ordem. O “socialismo pacífico” é a etapa intermediária para o “socialismo marxista”, o marxismo-leninismo, o comunismo...
Preso em 1926, escreveu na prisão “Cadernos do Cárcere” contendo o seu pensamento sobre a tomada do poder de forma pacífica. Foi libertado pouco antes de morrer em 1937.
O gramscismo contagiou países da Europa e, hoje, está transbordando na América do Sul.
Fiquei responsável por reapresentar na reunião de hoje, com alguns membros da Força Democrática, mais uma vez o trabalho que havia feito na semana passada e que dei o título de Manifesto Republicano do Brasil. Depois de pensar mais sobre o assunto e ver que na história existem repúblicas de natureza comunista, achei por bem adicionar o termo cristão para deixar bem claro o nosso pensamento. Dessa forma elaborei o manifesto que leva o título deste texto, para deixar uma cópia para discussão dos companheiros, e reproduzo abaixo:
“Um espectro de sombras permeia nosso País. Agentes do mal com base na mentira e na corrupção conseguiram assumir cargos importantes na República Federativa do Brasil, a partir da Presidência. Percebemos que a mentira corrói cada vez mais os valores éticos e morais das instituições, com o desmoronamento financeiro de empresas sólidas e respeitadas como a Petrobrás, e desvirtuamento ético como os Correios. O poder da corrupção e do fisiologismo no executivo abate o senso ético dos congressistas e vicia a balança da justiça, destruindo a equivalência dos três poderes, pilares democráticos da República. Esses agentes do mal quando denunciados, julgados e condenados, mesmo assim são festejados como heróis por seus cúmplices, conscientes ou inconscientes. As pessoas de boa índole e que percebem a ação do mal, tem medo de se manifestarem devido as ameaças à moral, ao patrimônio ou à própria vida, como já aconteceu com congressistas, com redação de revistas e até com a vida de prefeito.
Essa onda do mal veste a pele de cordeiro para não assustar as ovelhas e se faz passar por um bom pastor, que diz garantir a saúde e a sobrevivência dos indigentes com os recursos que sonega para hospitais em todo o país, sucumbindo o ambicioso projeto de saúde para todos (SUS), que reduz leitos em hospitais que ficam lotados de pacientes pelos corredores, sem medicação, aparelhos, instrumentos, recursos humanos; sem a garantia constitucional dos direitos básicos do ser humano e sem a mínima dignidade.
Essa sombra do mal procura omitir a verdade da história, colocando nos livros textos conteúdos enviesados com a sua visão canhestra e unidirecional para interesses espúrios. Procura colocar uma classe contra a outra, uma categoria contra a outra, uma comunidade contra a outra. Disfarça a mentira com o verniz da verdade, repetindo a mentira até que o cansaço a torne uma “verdade”. Usa a vaidade para alavancar o personalismo com patrocínio de filmes e obras pagas com o suor público; usa o orgulho para arregimentar grupos robotizados e financiados contra o patrimônio público e privado, que infectam as manifestações pacíficas do povo com atos de violência e vandalismo. O levantamento que faz da Verdade histórica aponta um lado de crimes sem considerar o outro; apontam os crimes cometidos pelos militares que assumiram o poder pelo clamor das ruas, e esquecem os crimes dos terroristas que desejavam assumir o poder pelo fragor das armas.
Nossos adversários são esses agentes das sombras que agem deliberadamente, conscientemente da mentira que dizem e do mal que fazem. Daqueles que sabendo de tudo, dizem nada saber, nada ver, nada ouvir.
Contra essa sombra nociva, corrosiva e assustadora, resolvemos reassumir os princípios republicanos com base nos três poderes independentes e inspirados pelos ensinamentos cristãos, com base na Verdade, na Justiça e na Solidariedade, dentro dos critérios democráticos. Somos uma Associação pacífica, contra a violência de qualquer espécie, contra o terrorismo de direita ou de esquerda. Nosso maior valor, a Liberdade, encontra-se ameaçada e nossa principal arma é a difusão da Verdade de forma educativa a todos que consideramos como irmãos, mesmo que por ignorância tenham o pensamento contrário. Não defendemos qualquer partido político ou credo religioso, defendemos a Verdade pura e transparente, para que sirva como antídoto aos efeitos da mentira sobre a nossa comunidade, instituições, corpo e alma.
Cada cidadão de bem sintonizado com o conteúdo deste Manifesto é convidado a participar deste esforço coletivo de dissipar a ignorância entre nossos irmãos e extinguir a degeneração da mentira perpetrada pelos lobos em nosso tecido social. Deixemos que a Lei de Deus funcione em nossas consciências e que tenhamos forças físicas e coragem moral para o enfrentamento que as circunstâncias hoje nos convocam.
Cidadãos de todo o país, uni-vos.”
Li um texto de Tereza de Calcutá e concordei plenamente com ele, sem tirar ou por nenhuma vírgula. Vou então reproduzi-lo aqui neste espaço como se fosse eu o seu autor, com pequeníssimas alterações na forma, apenas para se adequar à minha realidade.
Na minha vida procuro ao máximo simplificar as coisas ao meu redor. É claro que isso não foi e nem é fácil principalmente para quem tem o compromisso com a verdade, com o bem e com o Cristo. Pois os homens ao longo dos séculos fizeram das questões espirituais algo cheio de complexidade.
Na atualidade encontramos um sistema religioso que faliu em muitos sentidos. Mesmo assim, considerando-se em sua grande penetração nas diversas camadas da sociedade e o poder que detém de influenciar multidões mundo afora, pode ser bastante útil à renovação do ser e à retomada de valores éticos e da fé do homem em si mesmo e em Deus.
Ocorre que, ao longo do tempo, esse sistema foi se complicando. Apareceram enxertos de doutrinas, formação de um sistema de poder religioso-temporal, supervalorização de ritos e práticas de caráter estritamente religioso, aspectos que podem contribuir para nublar a visão espiritual de muita gente. Isso se deu porque ao longo da história, a maior parte dos líderes e representantes da religião a recheou de inúmeras coisas consideradas boas para o momento em que viviam, mas que, com o passar dos anos, transformaram-se em peso morto, mostraram-se verdadeiras inutilidades frente a necessidade de abertura da visão espiritual e à humanização no meio religioso.
Lembro-me do compromisso dos escribas e fariseus da época de Cristo e me pergunto se, em nossa versão do cristianismo, não estamos copiando algo semelhante ao sistema farisaico. Será que muitos dos enxertos e da chamada modernização das práticas cristãs não se afiguram obstáculos para aqueles que buscam o caminho da espiritualidade ou que a ele deveriam ser conduzidos? Pergunto isso devido aos meus questionamentos íntimos em face dos ensinamentos de Cristo e da simplicidade da sua filosofia de vida, expressa nos santos Evangelhos.
Enquanto isso, nós, os cristãos da atualidade, fazemos, por exemplo, reuniões e mais reuniões, mas pecamos em lances elementares, tais como estabelecer quem executará o que e em que prazo, ou como se implementará o que foi decidido. Pois somos campeões em reuniões de planejamento e estratégia, algo que seria muito produtivo e bom, caso as decisões fossem postas em prática, em sintonia com a verdade cristã. À medida que reflito, tenho deparado com uma interrogação cuja resposta será importante para mim, para conseguir organizar meus próximos passos da vida espiritual. É que, ao passo que nos ocupamos de métodos, modelos e estratégias, corremos o risco de nos ver com muitas ideias e poucas realizações. Embora cheios de boa vontade, temo que possamos acabar impedindo os membros da comunidade onde atuamos, assim como aqueles que nos buscam à procura de respostas a seus questionamentos e necessidades, de encontrar ou palmilhar os caminhos de sua espiritualidade, da maneira que lhes pareça satisfatória.
Será que isso não equivale ao que escribas e fariseus faziam à sua época? Será que não corremos o risco de ressuscitar o farisaísmo na prática cristã, numa roupagem mais refinada e moderna? Esses são questionamentos que faço a mim mesmo ao entrar em contato com os ensinos dos Evangelhos e analisar os caminhos que temos tomado nos últimos dois mil anos. Sinceramente, ainda não tenho respostas para muitas das dúvidas que assomam à minha mente. Exatamente como você, também estou apenas procurando aprender e acredito que não posso aprender sem questionar, sem refletir, por mais que isso aflija qualquer um de nós.
Então me vejo pensando nas pessoas que encontro pelas ruas da Praia do Meio, de Ceará Mirim, de Caicó; em todos aqueles que posso encontrar pelos becos do mundo ou nos redutos de dor. Questiono se os modelos de planejamento, os templos suntuosos, os métodos mais requintados de educação têm cumprido sua função, desempenhando um dos papéis que julgo mais importantes para a vida cristã, que é amparar os convidados de Jesus ou fazê-los pessoas melhores. Não sei bem se tenho resposta para essas indagações, mas me atrevo a indagar. De que servem os movimentos de renovação, os decretos papais, o batismo do espírito ou as iniciações das religiões do mundo se não tornam melhores os envolvidos ou se não resgatam a dignidade do ser humano? Para que? Para que tudo isso?
Em minha pequenez, acho que precisamos resgatar a simplicidade com a máxima urgência. Não falo da simplicidade que beira a mediocridade, ou que é confundida facilmente com desleixo. Digo da simplicidade ao viver o cristianismo, na sua expressão mais pura ou genuína – pois entendo que a essência do cristianismo não são as doutrinas ou os ensinamentos, nem mesmo os dos apóstolos ou pais da igreja, tampouco dos pastores e dos intérpretes modernos. Vejo o cristianismo, em seu cerne, como a ação – o amor em ação -, exatamente como o fez Cristo, sem se ocupar em elaborar teologias ou erigir doutrinas. Ele apenas amou e serviu, nada mais. É assim que falo dessa maneira de simplificar a vida cristã, de deixar de lado as filosofias mirabolantes que intentam complicar a simplicidade do amor.
Quem sabe tenhamos a coragem de proclamar que cristianismo não é o show que chama atenção para o padre, a irmã de caridade ou o representante da música gospel? Isso tudo é muito bonito, mas fico a indagar quem, afinal, está sendo louvado e sobre que base e ensinamento esta nova mentalidade quase cristã tem-se erguido. Vejo tantos se movimentando, arregimentando seguidores, sendo aplaudidos como missionários e não vejo muita coisa sendo feita para melhorar o mundo. Muitas interpretações do Evangelho e pouco Evangelho.
Então, quando defendo simplificar as coisas, falo em voltar a Cristo, retomar o fazer, e não apenas conversar sobre o fazer. Falo em agir, e não apenas planejar. Quero me expor, em nome de Cristo, na Praia do Meio, em Ceará Mirim, em Caicó, nas cracolândias e favelas que eu tiver oportunidade de chegar perto, nos redutos pouco conhecidos da miséria humana. Em nome de Jesus, anseio por me expor pessoalmente ao próximo que precisa de mim ao lado de minha casa, na esquina das ruas, mesmo que para isso seja necessário eu mostrar uma coragem que ainda não tenho; pois não consigo parar nem mesmo ao lado de uma prostituta e procurar saber o seu nome e lhe apontar uma ajuda cristã, com medo disso manchar minha reputação, de alguém pensar que um médico, professor universitário, está negociando a compra de um corpo para o seu prazer lascivo. Ostentar batas brancas, ternos engomados, vestes sacerdotais de tecidos importados ou mesmo subir nos palcos para fazer sua apresentação de show man não é cristianismo.
Temos um compromisso com a verdade, com o bem e com o Cristo. Quem sabe possamos nos auxiliar a simplificar as coisas dentro de nós, em torno de nós e fazer um cristianismo com mais substância e menos pretensões?
Mas um cuidado é necessário, segundo tenho aprendido ao longo de minhas caminhadas. A pretexto de simplificar as coisas, tenhamos cuidado para não deformá-las, pois, embora nosso ponto de vista seja muito relativo e nossa verdade esteja longe de ser absoluta, nosso compromisso com Cristo é real, total e intransferível.
Compromisso é assumir seu lugar, seu papel e sua responsabilidade na vida. Não é nada religioso; é mais ético do que religioso ou moral. Dessa maneira, comprometer-se com Cristo é algo mais amplo e de alcance maior do que simplesmente abraçar uma tarefa num templo ou numa religião. Em minha pequenez, acredito mesmo que é fazer Cristo viver em nós. É tomar as rédeas da situação, sem ansiar por revelações, sem querer saber qual sua missão, nem mesmo esperar que venha algo de cima, do céu, para lhe dizer o que fazer.
Quem quer e quem tem de fazer, vai e faz – e basta. Ainda que na caminhada ocorram tropeços, como ocorre com todos, a pessoa continua, tropeçando, caindo, levantando-se e escorando-se. Porém, como se sente parte do grande plano de Cristo de auxiliar o mundo, e como sente Cristo viver dentro de si, vai fazendo, vai caminhando e vai construindo.
Como ninguém disse que era impossível – e mesmo se alguém o diz -, a pessoa comprometida com o Pai prossegue e faz. Constrói com simplicidade, realiza com sabor. Pois se o que se faz não produz sabor, de que adianta fazer? É preciso aliar à simplicidade o ato de saborear o fruto, degustar a realização e sentir o prazer de ver Cristo nascer em nós a cada dia, em cada mínima coisa que fizermos. E, se fizermos o mínimo, estaremos fazendo muito, desde que seja prazerosa a realização do trabalho.