Resolvi falar com um advogado e providenciar a extinção do meu casamento com o divórcio. Acabar com essa instituição que eu não acredito, o casamento, e que por ingenuidade entrei nele por uma segunda vez. Faço agora uma reflexão de toda essa trajetória em minha vida, do casamento ao divórcio.
Dentro dos meus sonhos de adolescente, que não sabia ainda das forças da Natureza que iriam operar sobre mim, eu imaginava que iria encontrar a mulher dos meus sonhos, casar com ela e sermos feliz para sempre. Eu pensava que esse “encontrar a mulher dos sonhos” tinha algo de mágico, algo que iria exercer o seu efeito sobre mim e a ela, minha escolhida e então a felicidade seria alcançada daí para frente. Não pensava que esse encontro não tinha nada de mágico. Era simplesmente a força da Natureza operando em nós através dos instintos em busca da reprodução e sobrevivência da espécie. A força desses instintos estava estruturada sobre o egoísmo do indivíduo desejar sempre aquilo que o beneficia, mesmo que o prejudicado seja uma pessoa tão íntima como a esposa.
Logo depois do casamento eu comecei a perceber essa força instintiva da reprodução agindo sobre mim, despertando interesses por outras mulheres capazes de reproduzir os meus gens. Claro que isso não surgiu da primeira vez e dessa forma tão acadêmica. Surgiu com sutileza na forma de um romantismo. Felizmente eu possuo um forte senso de justiça e jamais iria fazer alguma coisa que não desse o mesmo direito a minha esposa, pudesse ser o que fosse, até um comportamento tão cheio de tabu, de preconceitos. Mas consegui vencer tudo, os tabus e os preconceitos. Mudei meus paradigmas de vida e passei a considerar o meu casamento como aberto, onde tanto eu como minha esposa podíamos nos relacionar intimamente com outra pessoa.
Minha primeira esposa não conseguiu levar adiante essa proposta e terminou por me expulsar de casa e se divorciar. Cai no segundo erro, agora bem consciente, tanto eu como a minha nova companheira. Mesmo assim tentamos viver juntos e casados. Mais uma vez a minha nova esposa não conseguiu suportar essa forma diferente de me comportar e fui expulso mais uma vez de casa.
Agora, mesmo separados, não desmanchamos o casamento e ele continua a exercer os seus efeitos sobre nós até este momento. Percebi cada vez mais que esse casamento deveria acabar e terminar de exercer os seus efeitos sobre nós, uma vez que nenhum de nós tem interesse de reativá-lo, sabendo cada um como pensa e que não existe a possibilidade de mudança de pensamento e comportamento por parte de nenhum de nós.
Considero agora a lei do Divórcio como uma necessidade quando se forma no casal incompatibilidades como se formou entre mim e minhas duas esposas, em tempos diferentes. Sabendo de tudo isso seria de total incoerência voltar a casar outra vez, pelo contrário digo a todos as suas características e da força moral necessária de quem deseja casar.
O Divórcio assim me deu a necessária liberdade social para que eu possa me associar das mais diversas formas com qualquer pessoa que eu queira. Acredito que num futuro onde os homens consigam se relacionar na base do Amor, esse artifício legal do Divórcio deixe de ser necessário.
Uma nova moral deve superar esta que vivemos agora, que nos aproxime com justiça de todos que nossos instintos sinalizarem como positivo. Assim iremos estar mais próximos da construção do Reino de Deus ensinada por Jesus e esperada pelo Pai.
A reunião da AMA-PM foi realizada mais uma vez na Escola Estadual Olda Marinho. O início foi irregular, pois Edinólia e Cíntia arrumavam o material para o Bazar no andar superior da Escola, colocando preço nos produtos, e ficamos comunicando alguns informes antes delas chegarem. Fomos iniciar formalmente as 07:30h com a presença de: 1. Edinólia; 2. Cíntia; 3. Paulo Henrique; 4. Nivaldo; 5. Silvana; 6. João Batista; 7. Stela; 8. Paulo Góis; 9. Damares; 10. Davi; 11. Francisco; 12. Rosário; 13. Aninha; 14. Francinete; 15. Ana Paula; 16. Ezequiel; 17. Marise; 18. Maria Adriana; e 19. Ivanaldo. Nivaldo informa que participou da reunião no Centro de Saúde, em comemoração aos 30 anos na comunidade. Paulo Henrique mostra cópia do ofício recebido da SEMSUR sobre a recuperação da Praça Maria Cerzideira, que a mesma deve sair quando surgirem os recursos necessários nas novas licitações. Davi entrega exemplares do “Folha Comunitária Reis Magos” nº 1, dezembro/14 e informa que ainda não fez contato com os novos diretores do Clube de Pesca Pâmpano, mas que continua tentando. Paulo Henrique apresenta oficio que informa a diretoria da Escola Olda Marinho a utilização da sala do andar superior como sede provisória da AMA-PM e onde estão sendo guardados os instrumentos e demais utensílios para o desenvolvimento das atividades na escola, como aulas de violão, material do Bazar e reuniões da Associação nas quintas feiras. Rosário trouxe a doação de um violão infantil para o curso e apresenta a proposta de um “Projeto Hospedar” com a finalidade de capacitar os moradores para disponibilizar espaços de suas residências para hospedagem remunerada. Aninha informa a disponibilidade de oferecer um curso de Inglês durante as férias, que pode ser conjunto com o curso de Reforço Escolar, além de um curso de Dança do Ventre, que pode ser incrementado. Cíntia ficou de reunir com Rosário para acertar essa atividade. Ezequiel informa que houve tiroteio perto da Escola Laura Maia e que houve feridos. O local estava escuro, mas ele já foi à SEMSUR solicitar a iluminação do bairro e foi atendido. Também pede mais coletes para incluir mais alunos no futebol e Davi ficou de doar mais uma bola. Cíntia reforça a necessidade de mais professores para violão e Evangelização. Rosário diz que existe a possibilidade de termos o apoio de um professor da Escola de Música da UFRN no próximo semestre letivo. Edinólia lembra a venda dos bilhetes da rifa, do trabalho do Bazar no próximo domingo e que necessita do apoio de todos. Cintia faz passar um papel para todos anotarem o horário que pode ir ao evento para colaborar. Quem não deixou o horário, como Edinólia, Francisco e Paulo, é porque devem ficar todo o período. Paulo Góis garantiu a participação do carro de som no sábado, mas no domingo não seria possível. Rosário disse que poderia alugar uma caixa de som com microfone, mas Ezequiel disse que poderia conseguir o carro de som do vereador Ubaldo para nos dar apoio nesse dia. Paulo Henrique garantiu refrigerantes suficiente no Bazar sob consignação do seu comercio. Edinólia garante que chegará as 06h para iniciar os trabalhos e Paulo Henrique e Ezequiel darão o apoio na condução de mesas e material. As 20:30h todos ficamos em pé de mãos dadas, a direita ofertando e a esquerda recebendo para fazer a oração do Pai Nosso conduzida por Edinólia. Finalmente todos posamos para a foto que será veiculada no whatsapp.
Hoje participei de uma reunião de caráter político na casa de uma amiga, Célia, que a conheci quando sentou ao meu lado na primeira reunião que participei no Chaplin, da “Força Democrática”. Como vi que ela apresentava ideias bem consistentes com relação ao nosso propósito político de lutar contra a mentira e corrupção que infesta a administração pública, entreguei para ela três artigos que eu havia produzido e que abordava o tema. Ela ficou interessada na minha participação entre as pessoas que estavam com propostas de fazer alguma ação pública. Mesmo com o meu horário apertado, combinei de ir à sua casa às 18:30h, mas tinha que sair antes de terminar, pois tinha outra reunião para participar às 20h. Cheguei no horário, mas os demais convidados chegaram atrasados e fomos começar mesmo depois das 19h.
Foi interessante esse primeiro contato para nos conhecermos e colocar logo nossas primeiras ideias. Surgiu logo uma discussão sobre o conceito de oposição. Há o pensamento de que não existe oposição no país, que todos os políticos comungam de alguma forma com os interesses de se manterem no poder em detrimento dos interesses do povo. Outros pensam que existe a oposição e que ela quase vencia a eleição deste ano.
Coloquei o meu pensamento aliado aqueles que pensam ter uma oposição. Mas fiz questão de frisar a ótica do nosso olhar. Se colocarmos o pensamento acadêmico nas diversas facções de pensamento e que geram os partidos políticos, podemos chegar a conclusão que uma verdadeira oposição, que centralize prioritariamente nos interesses da população, não existe. E o conceito de oposição acadêmica é útil nos bancos universitários para entendermos as diversas engrenagens de ações que são criadas e mantidas para determinados grupos se manterem no poder.
De forma prática, devemos não considerar esse aglutinado de pensamentos que tentam compreender todos os movimentos políticos e considerar que existe um partido que detém o poder atualmente no Brasil e que deve ser considerado como a “situação”. Todos aqueles que não concordam com esse partido que está situado no poder, são considerados oposição. Dentro da oposição como dentro da situação, existem diversas formas de pensar, mas todos colocados como se estivessem sobre uma gangorra: para onde o peso for maior, irá o poder de acordo com as regras democráticas.
Então, de forma pragmática, se queremos mudar o partido que está no poder, na situação, teremos que considerar todos que são contrários a ele como opositores e assim fazer a gangorra sair do controle deles. Mesmo que depois que isso aconteça, se a consciência crítica da sociedade verifica que os novos detentores do poder não merecem o apoio ético da sociedade livre, se forma uma nova oposição. Foi isso que aconteceu comigo quando votei na oposição que era o PT contra o PSDB. E hoje a consciência manda votar no PSDB que é oposição contra o PT. É isso que a história mostra que está acontecendo e jamais iremos alcançar uma administração pública sem opositores se os homens que a assumem estão envolvidos nos seus interesses egoísticos.
Existe sim, a possibilidade de uma administração sem oposição, quando os homens conseguirem vencer os seus instintos egoísticos e aplicar em todos os relacionamentos os princípios do Evangelho. Teremos conquistado o Reino de Deus e o Amor Incondicional será a Lei geral, a ser obedecida por todos. Enquanto isso, iremos tentando nos aperfeiçoar nesse jogo de situação x oposição.
Na organização dos trabalhos comunitários encontrei o livro “Ave Luz” que fala do comportamento dos apóstolos a partir das lições do próprio Jesus. Aborda temas virtuosos ligados a cada apóstolo na lida diária e achei muito conveniente em fazer a adaptação dessas lições para a aplicação no trabalho que realizo na comunidade da Praia do Meio. A primeira utilização desses textos foi feita para o boletim informativo nº 2, de agosto/2014, e publicado neste diário com o título de “Solidariedade”.
Volto a usar esse livro com o tema seguinte que tem o título de “Companheiro” e foi feito para o Mestre ensinar a Simão Pedro o valor da caridade através das ações. Reproduzo abaixo o texto conforme será veiculado no Boletim Informativo nº 6, mês de dezembro/2014, da AMA-PM, e que será distribuído na próxima quinta-feira, dia 04-12-14:
Ser companheiro não é apenas ser amigo dos que comungam dos nossos ideais. É acompanhá-los em alguns dos seus também. Acompanhar os outros é o que fazemos, em alguns casos, neste trabalho comunitário. É ajudar sempre dentro das possibilidades, aos que se envolvem em dificuldades, sem se empenhar no ganho. O prazer de ajudar por ajudar é o que nos torna verdadeiros companheiros, do beneficiado e dos que beneficiam. Quando somos os alvos da assistência é que nos certificamos do quanto é bom ter companheiros fiéis ao lema dos três mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”.
O Amor se divide em modalidades infinitas e uma delas representa o companheirismo, ao lado de virtudes como tolerância, bondade, trabalho, coragem, fé, confiança e fidelidade, entre outras.
Podemos deixar por algum tempo de ser companheiro de alguém ou do grupo de irmãos da Associação, por exemplo, quando se esfriam os ideais mais nobres. O companheiro do bem é aquele que alimenta nos amigos o entusiasmo pelas coisas que o Pai colocou em nossos corações. A amizade, pois, pode perdurar até que as ações venham a se coadunar de novo com as qualidades de intenções. Mesmo vivendo distante um do outro, o elo de fraternidade pode vibrar, e por esse caminho, algum dia, o Amor é convidado a transitar.
Há casos em que dois amigos dedicados ao bem comum, não são companheiros na extensão profunda da palavra, porque do dever que um foi chamado o outro foi dispensado, e vice-versa. Porém, reconhecem que o todo se converte para a felicidade. O Evangelho pede a dedicação de todos nós, e em alguns casos, sacrifícios. Somos os primeiros a nos iluminar com este trabalho voluntário de comunitarismo cristão. Portanto, é justo que devamos dar testemunho de fidelidade a Deus. Nesta comunidade que começamos a atuar e para a qual fomos escolhidos, esperamos que todos sejam companheiros e o regozijo é de Deus se fizermos a Sua vontade.
Vamos aderir às boas ações dos que desejam praticar o bem e aprofundemos com eles o que ainda não sabemos. E é bom que façamos isso com humildade, porque a pretensão escorraça o entendimento.
Não devemos esmorecer nas lutas que abraçamos para construir a Boa Nova do Reino de Deus. Se porventura perdermos alguns companheiros ou deixarem de nos acompanhar por motivo de força maior, não perturbes o teu coração. Se tua consciência estiver tranquila pelo ideal do bem que alimentas no coração, segue avante, que algum dia, em nome de Deus, haverá um só rebanho e um só Pastor: o mestre Jesus.
No processo de aprendizagem devo sempre usar a lógica para acumular conhecimentos e fortalecer os meus paradigmas de vida, redirecionando-os quando for necessário. Considero Jesus como o meu principal Mestre e procuro obter sabedoria no uso da minha coerência ao analisar cada lição que Ele oferecia, principalmente na forma de parábolas. Agora, tem algumas lições que eu não consigo absorver a sabedoria que deve existir dentro delas. Uma delas eu já citei neste diário, acredito. Falava da queixa de Marta ao reclamar da falta de ajuda de sua irmã, Maria, que a deixou trabalhando sozinha na cozinha enquanto ficava a ouvir Jesus.
Depois de muito refletir sobre esse caso e com a ajuda de outros autores, comecei a perceber a sabedoria de Jesus quando ela apoiou Maria e repreendeu Marta. Vejamos como se deu o diálogo:
Marta – Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.
Jesus – Marta, Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só cousa. Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada.
Aprendi com alguma ajuda que Marta estava misturando o prioritário com o secundário; estava perdendo a paciência com coisas de pouca importância; não compreendia que o Cristo veio para servir e não para ser servido; não percebia que Jesus tinha mais interesse na sua pessoa do que no seu serviço. Além disso, existia a murmuração, ela não agrada ao Senhor, não edifica.
Maria havia escolhido estar aos pés de Jesus, numa atitude de adoração e como discípula. Ela não precisava ser repreendida, mas sim elogiada, pois havia feito a melhor escolha. Sabia que o serviço era coisa secundária. Ela não poderia perder a oportunidade de receber ensinamentos do Mestre.
Mesmo solidário com a reclamação de Marta, eu consigo ver um pouco da lógica da lição. Sou solidário, pois me coloco na posição de Marta e vejo que eu também teria cuidado em bem receber Jesus. Poderia deixar o trabalho para ficar também ouvindo as lições, mas sei que ficaria com uma ponta de preocupação, talvez de culpa, por não está fazendo nada para atender o meu hóspede.
Essa incoerência que eu percebia como tal, consegui diluir ao longo das explicações que fui recebendo. Agora, a lição que foi transmitida na parábola do homem rico, que iria despedir o seu administrador por ter dissipado os seus bens, e este, sabendo disso, reduzia a conta daqueles que deviam ao homem rico, como uma forma de ser bem recebido por esses quando estivesse desempregado, eu vi uma incoerência que não consegui eliminar. Jesus ensina que esse homem rico admirou a astucia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes.
Pronto! Perdi a lógica. Então Jesus está elogiando a falta de princípios do administrador? É claro que não. Jesus não tinha envergadura moral para elogiar o pecado. Certamente existe uma compreensão por trás da lição que minha inteligência não conseguiu alcançar com coerência. Outros autores explicam que Jesus deseja nos dizer que o cristão, que precisa trabalhar para o Reino, por fraternidade e justiça, não deve descuidar-se ao adaptar os meios humanos e o uso efetivo de sua criatividade, pois o sucesso da evangelização depende disso. Que a riqueza deve ser utilizada para criar fraternidade entre os homens e não para gerar a exploração e a morte dos irmãos.
Essa explicação não conseguiu que eu atingisse o nível de coerência que ainda obtive com o caso de Marta e Maria. Não consigo encontrar a coerência do que Jesus quis ensinar nesse caso, pois não entendo como o Mestre tão puro ensina algo antiético como foi o comportamento do administrador infiel. Mas certamente existe uma lição mais profunda que o meu psiquismo não conseguiu alcançar.
A explicação que foi dada fica semelhante aquela de que os fins justificam os meios. Eu sempre rejeitei essa tese, desde os tempos que eu me candidatava. Tinha condições de trocar votos pelos meus serviços profissionais como médico, como forma de alcançar o cargo pretendido e fazer o bem que eu desejava. Minha consciência jamais permitiu isso, pois dizia para eu não praticar qualquer ato antiético, mesmo que isso fosse para alcançar um cargo que iria beneficiar a todos. A parábola e as explicações vão de encontro a isso. No meu modo de entender... mas ainda entendo que essa incoerência que vejo na lição de Jesus se deva a pouca sabedoria que ainda tenho para perceber a dimensão do que Ele quis ensinar.