Encontrei em Caicó-RN, grata surpresa, um livro escrito por Winston Spencer Churchill, em 1948, que a título de prefácio, coloco aqui como reflexões daquele líder do passado para nossas reflexões atuais.
Como nos volumes anteriores, adotei tanto quanto me é possível, o método das Memoirs of a Cavalier, de Defoe, em que o autor pendura a crônica e a discussão dos grandes acontecimentos militares e políticos no fio das experiências pessoais de um indivíduo. Sou, talvez, o único homem a ter passado em altos postos governamentais pelos dois maiores cataclismos da história escrita. Enquanto na Primeira Guerra Mundial ocupei cargos de responsabilidade, porém subalternos, neste segundo embate com a Alemanha fui, durante mais de cinco anos, o chefe de governo de Sua Majestade. Escrevo, pois, de um ponto de vista diferente, e com mais autoridade do que era possível em meus livros anteriores. Não descrevo esta obra como história, pois isso fica a cargo de outra geração. Mas assevero, confiante, que ela é uma contribuição para a história que há de ser útil ao futuro.
Estes trinta anos de ação e de tomada de posição abarcam e expressam o esforço de minha vida, e muito me alegra ser julgado por eles. Ative-me à minha norma de jamais criticar qualquer ação de guerra ou de política depois de ocorrida, a menos que tenha expressado pública ou formalmente, em ocasião anterior, opinião ou advertência a respeito. Na verdade, em retrospectiva, abrandei muitas das arestas de controvérsia contemporânea. Foi-me doloroso registrar essas discordâncias com tantos homens de quem eu gostava ou a quem respeitava; mas seria um erro não expor as lições do passado perante o futuro. Que ninguém escarneça dos homens honrados e bem-intencionados de cujos atos faço a crônica nestas páginas, sem vasculhar seu próprio coração, sem reexaminar seu próprio desempenho nas obrigações públicas e sem aplicar as lições do passado à sua conduta futura.
Não se vá supor que eu esperasse concordância de todos com o que digo, e menos ainda que eu escreva apenas o que será bem-aceito. Dou meu testemunho de acordo com a luz que me norteia. Todo o cuidado possível foi tomado para verificar os fatos, mas muitas coisas estão constantemente vindas à tona a partir da divulgação de documentos capturados ou de outras revelações capazes de introduzir uma nova faceta nas conclusões que extraí.
Certo dia o presidente Roosevelt disse-me que estava pedindo sugestões, publicamente, sobre como se deveria chamar esta guerra. Retruquei de pronto: “a Guerra Desnecessária”. Nunca houve guerra mais fácil de impedir do que esta que acaba de destroçar o que restava do mundo após o conflito anterior. A tragédia humana exige o seu clímax no fato de que, após todos os esforços e sacrifícios de milhões de pessoas, e após as vitórias da Boa Causa, ainda não encontramos Paz ou Segurança e estamos sujeitos a perigos ainda maiores do que aquele que superamos. É minha ardente esperança que a ponderação sobre o passado possa servir de guia nos dias que estão por vir, possa permitir a uma nova geração reparar alguns erros de anos anteriores e conduzir, de acordo com a necessidade e a glória do homem, o terrível quadro que se descortina no futuro.
Churchill escreveu esse texto em 1948, três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Chama a atenção para nós, a nova geração, para que possamos reparar alguns erros e nos conduzir adequadamente dentro do terrível quadro que se descortina no futuro. Que terrível quadro é este? O clima de hostilidade, perversidade e mentiras que impera no mundo e nos deixa combatentes contra nós mesmo? A orientação que ele deu ontem, permanece muito útil nos dias de hoje: “que ninguém escarneça dos homens honrados e bem-intencionados sem vasculhar seu próprio coração, sem reexaminar seu próprio desempenho nas obrigações públicas e sem aplicar as lições do passado à sua conduta futura. ”
Apesar de não estarmos em guerra declarada, pelo menos aqui no Brasil, temos a impressão que estamos no clímax das iniquidades, que mesmo após os esforços de tantos valorosos companheiros nas trincheiras do Bem, sacrificados aos milhões, ainda não encontramos a Paz e Segurança que tanto almejamos e estejamos sujeitos a perigos maiores do que aqueles que já enfrentamos.
Ave Cristo!
Símão Pedro Bar Jonas ou Cefas, era natural de Betsaída, mudou-se para Cafarnaum, do outro lado do Mar da Galileia. Era homem simples e bondoso, porém quando irritado, enérgico e por vezes violento. Passados alguns minutos, arrependia-se de sua reação chegando até as lágrimas. Seu irmão André o assessorava na pesca e era quem refletia com ele em certas discussões. Era grandalhão e forte, desconhecia dificuldades suas e dos outros que não estivesse pronto a resolver, somente com o interesse de servir. Foi grande admirador de João Batista, tanto que não perdia suas pregações à beira do Jordão. Foi o primeiro a ter o privilégio de ouvir o “segue-me” de Jesus.
Ao certificar-se da notícia do novo Messias, André, embora com muito respeito a João Batista, insistiu, como se tivesse inspirado pelos céus, para que Pedro fosse vê-lo.
Foi esse Pedro que o dedo de Cristo escolheu como pedra angular da nova doutrina de amor e paz que o mundo iria conhecer. Foi a porta de entrada pela qual os outros discípulos entraram.
Ocorreu um fato interessante que reforçou a crença de Pedro em que o Mestre era realmente um enviado divino.
O Cristo viu uma mãe aflita lhe expor seu filho paralítico, com acentuado escândalo, gritando, chorando e pedindo socorro. Reconhecendo o Messias, ela não queria perder a oportunidade de ser abençoada juntamente com seu filho. Vendo aquela situação, Pedro avançou para proteger o Mestre em meio à brutalidade peculiar das massas. Foi quando viu o carinho do Mestre em relação a mãe do doente, e mudando o seu foco de ação, ajudou o Mestre a descobrir o enfermo que estava deitado num cesto, esquelético, pernas mirradas.
Pedro ao ver aquele morto-vivo, esfriou o coração, era impossível curar... Mas, Jesus falou brandamente: Pedro, põe o enfermo em teu colo e ama-o como se fosse o teu próprio filho, que teu amor poderá curá-lo.
Ao abraçar o doente, envolvido com os maiores sentimentos de paternidade e carinho, viu o Mestre sorrir levemente: Ajuda-o, Pedro, e anda com ele!
Nisso o rapaz esticou as finas pernas, apoiado em Pedro, andando e gritando sobre a areia: Mamãe! Mamãe! Este é o Cristo de que a senhora falou!
Daí a pouco estavam todos reunidos com o Mestre na grande casa emprestada em Betsaída, para que servisse de templo, e de onde surgiu a nova e engenhosa mensagem espiritual capaz de provar a humanidade que existe o amor...
Judas é convidado a orar. Depois da prece, Pedro emocionado pelos recentes acontecimentos, sente que Jesus lhe fala na acústica da alma: “Pedro, desliga-te um pouco da meditação, pois o que é demais costuma sobrar, e a sobra, por vezes, é desperdício de energia.” Entendeu que deveria dizer alguma coisa, e começa a falar.
Mestre! Há muito tempo que me integro em vários grupos de homens, e em muitas modalidades me empenho. Eles, esses amigos, me chamam por gentileza, de Companheiro. Na sua profundidade, o que quer dizer esse tratamento?
Jesus, com serenidade responde: Pedro! Ser companheiro não é apenas ser amigo dos que comungam dos nossos ideais. É acompanha-los em alguns dos seus também.
Não podemos dizer que é a fusão completa de todos os sentimentos de pessoas ou grupos de almas. Deixemos esse fenômeno difícil para o amor.
Acompanhar os outros é o que tu fazes, em alguns casos, no labor da tua pesca. É ajudar sempre, dentro das possibilidades, aos que se envolvem em dificuldades, sem se empenhar no ganho. O prazer de ajudar por ajudar é que nos torna verdadeiros Companheiros do beneficiado.
Quando somos o alvo da assistência é que nos certificamos de quanto é bom ter Companheiros fiéis ao lema: um por todos e todos por um.
O amor, Pedro, se divide em modalidades infinitas e uma delas representa o assunto levantado por ti. Essa virtude divina se ramifica em repartes sem conta, procurando despertar nos corações todos os tipos de sentimento do bem, que uns veem como Companheirismo. Outros veem como tolerância, bondade, além do trabalho, coragem, otimismo, fé, confiança e muitas outras virtudes. Qualidades provindas do amor.
Pedro pensa e Jesus capta: “então a gente pode deixar de ser Companheiro de alguém sem que isso seja um desprezo de nossa parte? E aí, onde está a amizade? ”
- Pedro, eu deposito em ti a minha confiança pela fé com que podes despertar para a aliança com o Evangelho. Verdadeiramente te digo que podes deixar por algum tempo de ser Companheiro de alguém, ou de algum grupo de irmãos, quando estes se esfriarem em seus ideais mais nobres. O Companheiro do bem é aquele que alimenta nos outros o entusiasmo pelas coisas que o bom senso sempre aprovou. A amizade, pois, pode perdurar até que venha a se coadunar de novo com as qualidades de intenções. Mesmo vivendo distante um do outro, o elo da fraternidade pode vibrar, e por esse caminho, algum dia o amor é convidado a transitar.
É bom não esquecermos, meu filho, que há casos em que dois amigos, dedicados ao bem comum, não são companheiros na extensão profunda da palavra, porque do dever a que um foi chamado o outro foi dispensado, e vice-versa. Porém, reconhecem que todo o bem se converte para a felicidade.
O Evangelho pede dedicação de todos vós e, em casos apropriados, sacrifícios. Sois os primeiros a se iluminarem, portanto, é justo que deveis ser os primeiros a dar o testemunho de fidelidade a Deus.
Nesta comunidade que ora se inicia e para a qual fostes escolhidos antes de nascerem, eu desejo que todos sejam meus Companheiros, e o regozijo é todo meu, se fizerdes o que eu faço.
Continua, Pedro, a aderir às boas ações dos que desejarem praticá-lo e aprende com eles o que ainda não sabes. E é bom que o faças com humildade, porque a pretensão escorraça o entendimento.
Pedro, o que quero acrescentar, para que tenhas mais confiança, é que não deves esmorecer nas lutas que abraças pela Boa Nova do Reino de Deus. Se a tua consciência estiver tranquila pelo ideal do bem que alimentas no coração, segue avante, que algum dia, em nome de Deus, haverá um só rebanho e um só pastor, onde todos, mas todos, se unificarão na verdade, e a verdade vos levará ao amor.
É muito justo que a tua preocupação cresça diante de tanto desajuste que presencias no convívio com os outros. Não deixes que essa preocupação prejudique as tuas sensibilidades, que foram feitas para trabalhos mais nobres. O que presencias é fração dos acontecimentos do mundo, e, se pudésseis vê-los de uma só vez, esmorecerias, achando sem solução os problemas da humanidade. Contudo, se queres dar a tua cooperação, podes fazê-lo logo, principiando por um sorriso aos enfermos, dividindo o teu alimento com o faminto e ofertando tua túnica ao nu, conversando com os desesperados e dando exemplo de trabalho aos preguiçosos.
Nunca deves alimentar ideias negativas, porque, se Deus, na nossa compreensão, pensou para fazer o mundo, a nossa razão nos diz que os nossos pensamentos podem fazer alguma coisa de boa ou de ruim, dependendo do nosso estado de alma. A faculdade de pensar que temos, é a maior que desfrutamos por enquanto por misericórdia do Criador.
Onde está localizado o Bem e o Mal? Dentro e fora de nós!
A situação política que vive o Brasil, que é um reflexo do que acontece no mundo, mostra uma verdadeira batalha entre esses dois oponentes, de natureza abstrata, mas de consequências materiais incontestáveis.
Como podemos classificar e identificar os participantes dessas duas linhas de combates e seus respectivos líderes? Pelas armas que eles usam podemos fazer isso. Para que possamos formar nossa opinião e defender nossas convicções dentro de uma ou outra fileira de ação, dependemos de nossas predisposições internas e das diversas narrativas ao nosso alcance.
As predisposições internas são aquelas adquiridas da biologia, dos instintos de sobrevivência associados ao ego, da genética, das nossas aprendizagens ao longo das diversas vivências e que se alojam em espaços subconscientes da nossa vida mental.
As diversas narrativas são construídas com base na Verdade ou na Mentira, com o propósito de trazer o bem-estar para o indivíduo, para o grupo ou para a coletividade. Quanto mais o propósito é trazer o bem-estar para o indivíduo ou o grupo, mais a mentira se torna necessária para desviar a atenção do coletivo e provocar o malogro. A coletividade enganada se torna a principal vítima, o indivíduo ou grupo enganador, se torna o câncer da sociedade, que quanto mais cresce, mais ameaça a vida orgânica, fisiológica, harmônica.
Compreendendo até aqui o estabelecimento dessas duas forças oponentes, precisamos identificar quais são as inteligências que trazem motivações para cada contingente. Primeiro, as forças comprometidas com o bem-estar coletivo, com evolução positiva da sociedade, exigindo muitas vezes do indivíduo comprometido o seu sacrifício material, devem estar sintonizadas com as intenções do Criador, com a Sabedoria Infinita, que tudo criou e que em Suas leis determina o caráter evolutivo da Natureza, com a qual se confunde.
Por outro lado, as forças comprometidas com o bem-estar individual e/ou grupal, que procura tirar os seus benefícios do esforço global da coletividade, precisa usar da mentira para atingir seus objetivos. Precisam atingir uma massa crítica dentro da sociedade para sugar suas energias na base da ignorância ou da força. Como o foco dessa inteligência que levam os indivíduos a se comportarem de tal maneira está situada dentro deles mesmos, então podemos concluir que são forças conscientes e inconscientes da própria criatura, ainda dominadas pela ignorância, sem a devida percepção que devem se ajustar as leis da Natureza, do Criador, de Deus.
Portanto, nós, seres humanos, somos os combatentes do Bem ou do Mal, de acordo com as nossas ações associadas à mentira, voluntária ou involuntariamente, consciente ou inconscientemente, com dolo ou sem dolo.
No dia 26 deste mês, domingo, houve uma convocação da população irem às ruas em todo o Brasil, para protestarem contra o mal da corrupção, dos privilégios de indivíduos e grupos, uma ação alinhada com os propósitos do Bem. Os combatentes dessa trincheira deviam encher as ruas maciçamente, pois, afinal, a grande maioria se diz discípula do Mestre Jesus que ensinava a Verdade como o caminho.
Mas, infelizmente, essa compreensão não chega ainda às massas, que se envolvem em atividades de lazer, com o mínimo que conseguem ganhar para a sobrevivência, se darem conta do quanto são explorados pelos mentirosos encastelados no poder. E mesmo pessoas esclarecidas e bem-intencionadas como combatentes do Bem, terminam fora das ações das ruas, envolvidos que ficam nas ações lúdicas com aquelas do seu convívio e com as quais desenvolvem afetividade.
Concluindo, é da sociedade, da coletividade, que surgem os combatentes do Bem e do Mal, e todos nós possuímos na intimidade, dentro da própria formação, os germens de um e de outro. Resta saber se o que estamos fazendo atende aos meus interesses individuais ou aos interesses do meu grupo, em detrimento da coletividade, ou atende aos interesses da coletividade, mesmo que isso me traga prejuízos pessoais. Só assim saberei qual o tipo de uniforme deverei usar.
Por ocasião de uma entrevista feita na TV União, e que foi ao ar na quinta-feira, dia 23-05, foram abordadas as seguintes questões que coloco aqui para nossa reflexão.
01. A ESPIRITUALIDADE PODE CONTRIBUIR PARA A SAÚDE MENTAL?
Sim, a espiritualidade está dentro do contexto da saúde mental, entendendo a mente como um produto saudável do cérebro saudável onde são intercambiáveis os impulsos biológicos oriundos do corpo, dos instintos, de natureza egoísta, e os impulsos oriundos do espírito, de natureza moral. Com o advento de uma Inteligência mais elaborada, a partir de maior complexidade cerebral, maior quantidade de neurônios de associação e desenvolvimento do córtex pré-frontal, ficamos capacitados para entender as leis morais, a partir da Sabedoria criadora, e as dimensões da existência, material e espiritual. Entendemos que é nossa obrigação enquanto ser espiritual, domesticar os impulsos instintivos, nos afastando da condição animal e nos aproximando da humana. Jesus Cristo foi o grande mestre que nos ensinou a domesticar esses impulsos animais, aplicando a lei do amor incondicional em todos os aspectos da vida. Essas instruções hoje fazem parte das modernas formas de psicoterapia, para ajustar a nossa consciência a essas leis morais e assim promover a saúde mental capaz de nos elevar enquanto ser humano em direção a Fonte criadora (Deus, nas suas diversas sinonímias)
02. OS GRUPOS DE MÚTUA AJUDA, QUE SÃO?
Os grupos de mútua ajuda, formados a partir da literatura de Alcoólicos Anônimos, desenvolvem uma relação fraterna com os seus membros, caracterizados por sofrerem alguma forma de dependência que deixa a mente subordinada ao prazer que determinada ação provoca, mesmo que isso leve a deterioração de todos os aspectos saudáveis da vida. O paciente que se torna doente por ter desenvolvido essa dependência, geralmente não consegue sair dessa situação, como se tivesse preso por algemas invisíveis ao seu carrasco. Conhecedores que os recursos da medicina tradicional não conseguem reverter o processo de dependência e levar à cura, os pacientes descobrem que nesse diálogo com outra pessoa, também dependente, ambas se fortalecem e conseguem manter a sobriedade tão desejada.
03. ELES DESENVOLVEM TAMBÉM A ESPIRITUALIDADE?
Sim, os grupos de mútua ajuda, que irei representar aqui por Alcoólicos Anônimos (AA) desenvolvem a espiritualidade, condição que não é desenvolvida nas terapêuticas tradicionais, acadêmicas, e isso é o que faz a diferença. O segundo passo das instruções do AA para aquele que deseja parar de beber, aceitar a ajuda de um poder superior que irá lhe fortalecer dentro da sobriedade.
04. A MEDICINA TRADICIONAL NÃO RESOLVE A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?
Não, a medicina tradicional desenvolve moléculas cada vez mais competentes para interferir nos sistemas de neurotransmissão à nível cerebral, colaborando para corrigir sintomas de depressão, insônia, ansiedade, delírios, psicoses, etc., mas não consegue corrigir a compulsão do dependente pela substância, mesmo que este seja internado em hospitais especializados, por curto ou longo prazo.
05. COMO SE MANIFESTA A ESPIRITUALIDADE NOS GRUPOS DE MÚTUA AJUDA?
Primeiro, a pessoa deve aceitar a existência desse poder superior, capaz de lhe ajudar na recuperação da sanidade, da incapacidade de resistir ao primeiro gole. Sabendo que é impotente frente ao poder do álcool, que ninguém até o momento conseguiu lhe ajudar para atingir a sobriedade que tanto deseja, como último recurso ele experimenta sentir esse Poder Superior em sua vida. Quando ele participa de uma reunião de AA e um colega vai à cabeceira de mesa fazer um depoimento de sua vida, ele percebe que aquela pessoa está falando com uma autoridade sobre si mesmo, como se tivesse reconhecendo a falha que ele tinha em controlar os seus impulsos de se embriagar. E quem poderia estar ali, naquele momento, admoestando o passado do seu corpo? O espírito! É neste momento, no ambiente daquela sala de reunião, com o depoimento de cada espírito que vai falar sobre os malfeitos do seu corpo, que surge a egrégora (força espiritual que se forma a partir da soma de energias mentais coletivas), manifestação do Poder Superior, que fortalece a cada um dos presentes. Por esse motivo. É importante a frequência regular de cada membro às reuniões, para a formação dessa egrégora para benefício pessoal, dos colegas que lá estão e dos convidados que por acaso decidam ir conhecer a irmandade.
06. QUAIS SÃO OS CUSTOS PARA PARTICIPAR DOS GRUPOS DE AA?
Qualquer pessoa pode visitar e participar das reuniões de AA sem nenhum custo. Caso aceite entrar para a irmandade, então, em cada reunião deve colaborar na medida dos seus recursos com a chamada “sacola da gratidão”, para custear todas as necessidades a nível local, regional e nacional, sem a colaboração financeira de nenhuma entidade externa, seja física ou jurídica.
O7. COMO PODEMOS ENCONTRAR OS GRUPOS DE MÚTUA AJUDA?
Os grupos de mútua ajuda podem ser encontrados em quaisquer bairros das capitais e em quase todos os municípios do interior.
08. COMO A PESSOA PODE INGRESSAR EM GRUPOS DE MÚTUA AJUDA?
Caso reconheça a impotência frente ao álcool, a pessoa decide entrar por vontade própria sem nenhum tipo de coerção. Mas, a família e os patrões podem fazer pressão para o doente procurar uma forma de tratamento, sob pena de sofrer punição, inclusive com separação conjugal ou com demissão.
09. OS GRUPOS PODEM FAZER ABORDAGENS NAS RESIDÊNCIAS?
Sim, tanto nas residências quanto nas instituições, desde que a família ou os patrões queiram enfrentar o problema e peça ajuda da irmandade para apresentar sua filosofia e objetivos.
10. QUAIS SÃO SUAS CONSIDERAÇÕES FINAIS?
Uma orientação tanto para os parentes quanto para os patrões desses dependentes químicos: não colaborem com a doença! Quando os problemas surgirem em decorrência da embriagues, como acidentes, falta ao trabalho, brigas, envolvimento policial, etc., deixe a própria pessoa resolver as questões. Pois se tiver alguém sempre resolvendo esses problemas, jamais a pessoa irá se conscientizar dos problemas que causa e não irá ter motivação de procurar o tratamento. Importante diferenciar o doente da doença. Quando ele estiver intoxicado, a doença está presente e deve ser tratada com todo o rigor, pois a mente está incapacitada de analisar de forma clara os argumentos que sejam colocados. Quando a pessoa estiver desintoxicada, é o momento que o doente deve ser abordado com carinho, afeto e firmeza, mostrando os problemas que está causando e a opção de tratamento. Nessa ocasião é que se torna importante a visita de membros de AA na residência ou no local de trabalho para mostrar suas experiências.
Ah! Por que deixo voar o pensamento
Ir no passado e buscar tanta saudade
Não sei que não tenho mais idade
De evocar em mim tal sofrimento?
Relembro quanto quis a minha boca
Que esperava da amada um simples beijo
Um sorriso, um olhar, nem isso eu vejo
Fico a pensar que tenho a sorte louca
Sou o culpado de não ter ido perto dela
E ter dito que vivia numa cela
A lamentar por não ter o seu amor
Fui um covarde, agora reconheço
Pois concordei comigo, “não a mereço”
Por isso explode em mim tamanha dor