Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
03/10/2013 00h01
RENOVAÇÃO MENTAL

            Encontrei com as diversas leituras que fiz a oportunidade de renovar o funcionamento da minha mente no sentido de formar novos paradigmas mais condizentes com minhas procuras. Foi na doutrina dos espíritos que encontrei a maior consistência na apresentação do mundo como ele é, em suas diversas dimensões e a natureza adaptativa do caminhar de todos nós em direção a Deus, que tenhamos consciência ou não dessa realidade. Deixei de existir somente no mundo material, efêmero, das formas passageiras, e passei a ser um habitante consciente do mundo transcendental onde a vida se processa no contexto da eternidade e da ocupação da pluraridade dos mundos. Tenho agora a firme convicção de que estou aqui na Terra cumprindo uma etapa do meu aprendizado e com ela uma missão determinada por Deus para concluí-la até o fim dessa existência, como se fosse um Trabalho de Conclusão de Curso, o famoso TCC usado nas Universidades.

            No decorrer desse aprendizado que foi renovando a minha mente e compreensão do mundo com criação de novo paradigma, os fenômenos espirituais que testemunhei de terceiros, por livros ou por fatos presenciais, modificou minhas convicções materialistas; as conclusões filosóficas alteraram com profundidade a minha visão do mundo. Sinto agora que sou imortal, este corpo que abriga no momento a minha alma, nada mais é que uma ferramenta de aprendizado, tal qual um carro é uma ferramenta de locomoção. Do mesmo modo que o carro exige gasolina, óleo, ar nos pneus, entre outros, o corpo também necessita de alimentos, repouso, e possui uma necessidade extra de reprodução para que forme outros instrumentos de aprendizagem para novo espírito que precisa tentar sua evolução. A minha alma deve usar o corpo assim como usa o carro, como um instrumento de utilidade para a sua evolução, e não ficar subordinada aos interesses tanto do carro como do corpo. Devo cuidar tanto do carro quanto do corpo, sabendo que da mesma forma que troco de carro quando sinto a necessidade e a conveniência disso, da mesma forma trocarei de corpo quando o Pai sentir a necessidade e a conveniência disso. O meu livre arbítrio abastecido com essa compreensão pode seguir na vida um caminho reto em direção ao Pai. É por isso que é tão importante a educação de todos nesse aspecto, principalmente de nossos filhos, as almas que o Pai colocou diretamente sob nossa responsabilidade.

            Agora tem um aspecto que não devo esquecer e que compõe as tarefas da minha evolução. Essa transformação da inteligência com a aquisição de tantas informações deve servir para erguer meu coração com o aperfeiçoamento íntimo, tenho que ser melhor frente aos meus irmãos da humanidade. Esse tesouro intelectual que o Pai me permitiu e confiou deve servir para educar minhas emoções, elevar o meu caráter e sentimento. De que vale obter tudo isso e continuar com sentimentos egoístas de ciúme, raiva, vingança, intolerância, prepotência, indiferença frente ao meu próximo, seja ele quem for?

            A renovação mental que adquiri e que continua em processo, permite que eu escute as sublimes narrações do infinito na palavra dos grandes orientadores, ouvirei vozes amigas que me lisonjearão a personalidade, escutarei novidades que podem me arrebatar ao êxtase, entretanto, são nas lições do Mestre Jesus que procuro viver com integridade e honestidade, que reestruturo a minha individualidade eterna para a sublime ascensão à consciência do Universo.

            Espero contribuir com a confiança do Pai no esforço de congregação de todos em torno da construção do Seu Reino aqui na Terra. Buscarei sempre a lição da mente purificada de qualquer tipo de egoísmo, um coração aberto à verdadeira fraternidade, das mãos ativas na prática do bem, o caminho de amor e luz em direção aos braços sempre afetuosos do Pai.

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em 03/10/2013 às 00h01
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02/10/2013 00h01
MENSAGEIRO DO AMOR

            Fiz a leitura na reunião do domingo com parentes e amigos, de um texto que reproduzia uma lição dita por Jesus na casa dos seus amigos, quando Ele estava entre nós. Ele dizia que o Pai, preocupado com os seus filhos que viviam na ignorância e que precisavam de auxílio para saírem do sofrimento, enviou pessoa de muito conhecimento para os ajudar. Enviou pessoas que por suas habilidades intelectuais se transformaram cada um por sua vez, em um cientista, um sábio, um militar, um artista... todos eles falharam na sua vez. Envolveram-se com a vaidade de suas qualidades e esqueceram os irmãos desprezados que eram o objetivo de suas vindas. Foi quando ele enviou outro que não se preocupou tanto com o crescimento de suas habilidades cognitivas. Antes procurou servir à necessidade de todos, tanto dos homens de cultura e poder, mas principalmente dos pobres e necessitados. Então Jesus conclui sua história chamando a atenção de que possuímos duas asas para voar em direção ao Pai, uma é o saber e outra é o amor. O saber é importante, mas o amor é do mais alto significado. Podemos até nada saber, mas se temos a capacidade de amar, tudo é tolerado, superado, alcançado, harmonizado.

            Jesus afirmou em várias ocasiões que nossa principal lição neste mundo é aprender à amar. Amar de forma incondicional, é o conceito do Amor mais alto, que se confunde até com o Pai.

            Considerando as devidas proporções de pureza do espírito, também me considero um mensageiro do amor. Mas tenho muita distância moral e de eficácia dos espíritos superiores. Tenho vergonha em algumas situações, em outra tenho medo de causar sofrimento na pessoa que está ao meu lado em algum momento. Tudo isso e muito mais impedem uma ação competente da minha parte. Sei que Deus deposita muita confiança em mim, pela intuição que tenho da Sua vontade na minha consciência. Mas sei também que estou muito aquém do que Ele espera de mim.

            Sou um mensageiro do amor, confuso, atrapalhado, medroso, preguiçoso... Sei do caminho, tenho uma bússola, mas não consigo produzir... não consigo sair da minha individualidade para a coletividade, do meu saber acadêmico para um fazer solidário.

            O que me consola dentro desse contexto, é que sei da confiança do Pai em mim, que Ele sabe das minhas fraquezas e me perdoa no limite da minha honestidade de convicções, que Ele está disposto sempre a dialogar comigo, a me dar aquilo que necessito, mesmo quando não sei o que é, quando não peço ou quando peço errado.

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em 02/10/2013 às 00h01
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01/10/2013 00h01
CERIMÔNIA DE CASAMENTO

            As vezes eu sinto com muita força a dimensão do problema em que estou dentro. A missão que Deus colocou em minha consciência e os padrões culturais que imperam ao meu redor; a aplicação do Amor Incondicional dentro de todos os relacionamentos e o império do amor romântico que existe como a base da formação da família, célula principal da sociedade.

            Assisti a cerimônia de casamento no último sábado que me fez refletir em tudo isso e em que ponto eu estou se quero fazer realmente a vontade de Deus. Para mim seria bem mais simples, escolher dentre várias pessoas que me amam uma para ser minha esposa dentro dos critérios culturais e viver em paz e em exclusividade com ela até o fim da vida. Sei que ficaria mais incluído dentro dos valores culturais e morais da minha comunidade, não teria tantos conflitos quanto os que eu gero ao meu redor e que deixa todos, inclusive eu, vivendo na dimensão de um sofrimento crônico por não atingir ou sintonizar com o interesse de todas as mulheres que se interessam por mim. Mas decidi fazer a vontade de Deus assim como Ele colocou em minha consciência, e assumi todos os conflitos e sofrimentos advindos dessas relações de amor inclusivo que tendem a se ampliar para a formação da família universal.

            Observei na cerimônia de casamento todo um ritual para a criação e manutenção da família nuclear. Interessante, que o fato ocorreu justamente na igreja que eu casei há cerca de 40 anos, e que eu estava naquela época com a mesma consciência desses jovens nubentes de hoje com relação ao casamento. Observei que o padre procurava fortalecer os laços emocionais em torno de um compromisso de fidelidade para a vida toda, e que envolvia parentes e amigos como testemunhas e reforçadores desse ato.

            Percebi intuitivamente que a missão que o Pai me destinou era para reforçar os laços de fraternidade e de inclusividade nos afetos de todos os irmãos. Não é necessário que tal cerimônia seja extinta, ela pode muito bem persistir, mas com uma nova conotação não exclusivista. A fidelidade que o padre se referia deverá ser feita e procurada cumprir com relação ao Amor Incondicional que no momento se deixa representar pelo amor romântico que aproximou o jovem casal e gerou a motivação para continuarem na vida como companheiros. Todos que estavam presentes na igreja seriam considerados como irmãos muito mais próximos, os filhos de cada casal seriam considerados muito mais próximos dos nossos próprios filhos. Lembro que tinha uma garotinha por volta de um ano de idade ao lado de seus pais. Ela mexia com o meu braço e olhava sorrindo prá mim, como a perguntar: “E aí, não vai fazer nada?” eu sorria de volta, mas não tinha coragem de abraçá-la e beijá-la, eu era um estranho para os pais... No Reino do Pai essa “estranheza” não existirá, eu seria considerado um irmão querido por mais distante que a minha fisionomia fosse, talvez até um pai se por acaso aquela criança necessitasse com urgência de um. No Reino do Pai o carinho por cada um, homem ou mulher, seria uma constante, uma atmosfera total onde todos possam contribuir com honestidade de afetos em seus corações, que permitam os seus companheiros interagirem com os demais em quaisquer níveis de amor, pois a prioridade em tudo seria a do Amor Incondicional, que jamais visa o prejuízo de ninguém, pelo contrário, visa sempre o bem estar individual e principalmente o coletivo.

            Fiquei imaginando tudo isso enquanto a cerimônia do casamento se desenrolava à minha frente. Fiquei avaliando o quanto seria difícil e sofrido reverter todo esse processo cultural, e se isso valeria realmente à pena. São esses momentos de crítica que chego a imaginar se não estou sendo vítima de um erro de compreensão, se Deus quer realmente que eu siga este caminho que imagino ser o certo e a Sua vontade.

            Sai um pouco da igreja, um tanto confuso, antes da cerimônia acabar, no momento que as testemunhas no altar assinavam frente ao padre o ato de suas responsabilidades e o coro acima dos presentes entoava músicas de apelo divino e romântico, uma espécie de antecâmara do paraíso. Como poderia estar errado tudo isso? Entrava uma forte crítica na minha mente. Parecia “acender uma sombra” de dúvida em minhas convicções. Foi quando Deus falou comigo, como sempre faz quando estou em dúvida ou preciso aprender alguma coisa. Não com palavras, com gestos ou com ações miraculosas. Falou na Sua linguagem mais natural, através da expressão da natureza, e no caso da natureza humana da qual nós precisamos tanto aprender. Do outro lado da rua, deitado na calçada suja com roupas esmolambadas, sem voz e sem ação, um homem que parecia dormir sob o efeito do álcool. Assim estava anestesiado em seu sofrimento, que sofria calado, sem nem ao menos poder olhar em torno, sem compreender toda a movimentação que estava ocorrendo ao seu lado. Poderia estender a mão, lançar pelo menos um olhar lacrimoso como pedido de socorro. Mas nem mesmo isso!

            Foi quando o Pai forçou a minha mente para que eu fizesse a comparação. Os noivos estavam saindo da igreja, chuva de arroz cobria a cabeça de ambos, flashes das máquinas fotográficas iluminavam com mais fulgor o ambiente já devidamente iluminado. Pessoas bem vestidas e perfumadas circulavam e se confraternizavam e planejavam continuar a festa num ambiente mais profano, uma casa de recepções onde a alegria poderia continuar com toda a pompa, inclusive com bebidas alcoólicas. Eu falava com minha amiga sobre projetos de ajuda fraterna em comunidade carente de sua cidade. O Pai dirigiu minha memória para as lições do Mestre, da parábola do bom samaritano. “Onde está Francisco, uma alma boa parecida com a daquele samaritano citado por Jesus, para atender ao irmão caído na sarjeta do sofrimento, do assalto que a vida lhe atingiu pela ganância e indiferença dessa cultura que nesse momento se afirma? Acabasses de ouvir o padre dizer que esse casal que se une pelo sacramento do matrimônio deve ser feliz um para o outro, com fidelidade simultânea, até o fim da vida... Isso me satisfaz, é verdade, mas com exclusividade para esse único casal, jamais! Esse homem que está ali jogado na calçada, é o meu filho também. Enquanto ele não for atendido e suas chagas físicas e morais saneadas, e o motivo que o levou a isso prevenido, eu não estarei satisfeito! Foi para ele que eu mandei Jesus, que eu mandei tantos outros, inclusive você! Eu espero. Pelo menos tu olhas o que acontece e me ouves... Mas por que duvidas? Eu até entendo a sua fraqueza no agir, de não chegar perto daquele pobre homem e o atender como um irmão biológico que eu sei que você faria. Eu entendo as tuas inibições, timidez, medo, vergonha... talvez orgulho... Entendo e perdoo tudo isso. Mas cuidado, não posso perdoar a hipocrisia, não posso perdoar a dúvida do que é certo e que tu já sabes! Não posso perdoar a covardia moral de não enfrentar esse status quo social para viver confortavelmente uma vida medíocre! Cuidado, filho, eu te amo pelo que te tornastes com teu esforço, um doutor, um médico, um cientista... pelo quanto consegues receber de bens materiais e reconhecer como meus e que deves administrar em forma de comodato de acordo com minha vontade... pelo quanto tivesses condições de aproveitar os dons que eu te dei. Mas eu também amo aquele meu filho jogado na sarjeta, apesar de derrotado na luta da subsistência, de ter perdido todos os referenciais, familiares, religiosos, financeiros e espirituais  e não admito que seus irmãos não o considerem como tal!”

            Foi assim com a orelha quente como se tivesse sofrido um puxão do Pai que segui para o local onde terminaria a festa do casamento. O meu aspecto era de acabrunhamento e que se somava ao cansaço do trabalho do dia. Confesso que não tinha mais energia, física ou moral, para permanecer na festa. Contei com a compreensão da minha companheira, que também não estava à vontade naquelas circunstâncias, e voltei para casa sozinho e envergonhado sem nem ao menos ter entrado naquele ambiente festivo.

            Cheguei no apartamento e vim fazer este texto como uma espécie de dever acadêmico frente ao Criador. Devo reforçar o meu compromisso com o Pai de cumprir a Sua vontade, de ser exemplo na aplicação do Amor Incondicional, de amar com inclusividade a todos, a ninguém desprezar, a ninguém ser indiferente, por mais próximo ou distante que esteja, por mais profundidade ou superficialidade do amor, por mais críticos ou perversos sejam contra mim... todos são filhos do Pai, todos são meus irmãos! E o Pai confia e espera por mim!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/10/2013 às 00h01
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30/09/2013 00h01
A FORÇA DO AMOR ROMÂNTICO

            Assisti no youtube a canção NE ME QUITTE PAS (Não me abandone) interpretada por Jacques Brel e percebi a força do amor romântico na queda das minhas lágrimas sintonizadas às do cantor e associadas às lembranças dos amores que me abandonaram em passados nem tão distantes...

            Aconselho às pessoas românticas visitar esse momento mágico criado por Jacques Brel, mas que encontra um forte eco em nossos corações. Mesmo o meu coração sintonizado com prioridade no Amor Incondicional, não posso deixar de sentir toda a força emocional que ele provoca e que rebusca na intimidade de minhas memórias, situações em que senti o que o cantor sente com outras formas de vivência.

            Baseado nisso e procurando dar consistência ao que falei até aqui, vou tentar interpretar o que senti a partir de cada estrofe traduzida da música e com certeza cada pessoa romântica pode sentir a mesma emoção com outras experiências e outras interpretações..

 

NÃO ME ABANDONE

Não me abandone, é preciso esquecer,

Tudo pode ser esquecido, o que já ficou pra trás.

Esquecer o tempo dos mal-entendidos

E o tempo perdido tentando saber como.

Esquecer as horas que as vezes matam a golpes de porques

O coração feliz

Não me abandone

Não me abandone

Não me abandone

 

            Encontro uma justificativa para o abandono que me ameaça, e que se realiza... Faço um apelo à razão para que ajude o coração... É preciso esquecer os erros cometidos... Afinal tudo pode ser esquecido!?... Esse apelo eu sei que é muito forte, foge da realidade. Eu sei que tem coisas que não podem ser esquecidas, jamais se apagam da mente. Esse é um pedido de milagre, um milagre rogado ao Deus do amor romântico... Esquecer o passado que guarda as memórias do tempo que deixei-a esperando, que troquei-a por outras... Esquecer que eu não sabia que as horas que passei distante estavam matando o coração feliz que ama com exclusividade... com romantismo...

 

Eu te oferecerei, pérolas de chuva vindas de países

Onde nunca chove

Eu escavarei a terra, eu escaparei da morte

Para cobrir teu corpo de ouro e de luz

Criarei um país onde o amor será rei

Onde o amor será lei e você será a rainha.

Não me abandone

Não abandone

 

            Faço mais uma tentativa de não ser abandonado... Darei presentes fantásticos, nunca criados por ninguém, somente na minha imaginação e com os toques do coração... Serei ousado nessa criação, devo lhe dar total segurança da intensidade do meu amor, amor que ela não acredita mais e que somente eu sei agora... Amor que pode me transmutar em ouro, em luz, para protegê-la... Onde a lei seja o amor e você a rainha, onde eu serei o súdito mais obediente... só não quero ser abandonado!

 

Não me abandone, eu te inventarei

Palavras absurdas que você compreenderá

Te falarei daqueles amantes

Que viram de novo seus corações excitados

Eu te contarei a história daquele rei

Que morreu porque não pôde te reencontrar

Não me abandone

Não me abandone

Não me abandone

 

            Meu coração não pode falhar nesse apelo, tenho que inventar tudo, por mais absurdo que seja, pois mesmo que ninguém entenda, eu sei que o coração dela irá interpretar o que quero dizer. Direi até que eu corro risco, pois apesar de toda minha força, paixão, saúde... eu posso morrer se te perder.

 

A gente sempre viu reacender o fogo

Daquele velho vulcão

Que julgávamos parecer velho demais

Terras queimadas produziram mais trigo que no melhor abril

E quando a tarde cai, para que o céu se inflame

O vermelho e o negro não se misturam

Não me abandone

Não me abandone

Não me abandone

Não me abandone

 

            Apelo para as lembranças dela, ela sabe que nós sempre mergulhávamos em nossa paixão, o tempo nunca impediu, a velhice não nos atemorizava, pois estávamos juntos... nada parecia ser velho para nós... dos incêndios que nossos corpos provocavam em nossos corpos não víamos destruição, pelo contrário, cada vez mais o “terreno” era melhor, produzia mais prazer nos afetos compartilhados, em qualquer estação... A natureza se transformava em sintonia com nossa inflamação afetiva...

 

Não me abandone, Eu não vou mais chorar

Não vou mais falar, Me esconderei aqui

Só para te ver dançar e sorrir

E para te ouvir cantar e depois rir

Me deixa me tornar a sombra da tua sombra

A sombra da tua mão, A sombra do teu cão

Não me abandone

Não me abandone

Não me abandone

Não me abandone

 

            Finalmente, reconheço que minhas lágrimas podem ser inconvenientes, minhas palavras melodramáticas, sofridas e catastróficas podem não te fazer sentir o que sinto, podem te afastar de mim... Isso eu não quero... Prefiro ficar escondido para não anuviar tua felicidade, prefiro te ver cantar e sorrir, mesmo que seja ao lado de outro... O meu amor por ti é maior do que o meu amor por mim! Mas eu prefiro te ver feliz ao lado de outra pessoa que não te faça sofrer como eu fiz, mesmo que eu me anule, que eu me torne a sombra da tua sombra... da tua mão... ou mesmo do teu cão! Quero apenas uma pequena permissão para que eu não me sinta abandonado... Mesmo que para isso eu fique fadado a viver pelo chão, como sombra das sombras de tudo que pertence a ti, para que eu sinta que ainda sou teu de alguma forma!

 

            Belíssima!! Belíssima!!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/09/2013 às 00h01
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29/09/2013 00h01
DESCANSO AUTORIZADO

            Tenho que fazer uma revisão quanto ao ritmo de trabalho que cumpro e que mesmo assim não me sinto satisfeito. Sempre estou a sentir que preciso fazer algo mais do que faço. Classifico assim como preguiça o resultado dessa lacuna do que não consigo produzir, mesmo que a opinião unanime ao meu redor seja contrária.

            Então prestei uma melhor atenção ao que diz a Bíblia, afinal este mês que está no fim é dedicado a ela. Observando as pessoas que mesmo em igrejas diferentes seguem os ensinamentos bíblicos, vejo que existe uma tendência majoritária de dedicar um dia da semana a Deus, o Dia do Senhor. Em nosso calendário é o domingo, muito parecido com o descanso sabático do Antigo Testamento.

            Jesus quebrou a rigidez dessa observação, curando no sábado. Disse que o sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado (Marcos, 2: 27). Essa ação de Jesus ensina que devemos colocar o serviço ao próximo em primeiro plano. Mas Ele não negou a conveniência de ser escolhido um dia para o descanso, para desacelerar, aproveitar a vida, ser propositadamente improdutivo do ponto de vista material. Do ponto de vista espiritual esse dia de descanso da labuta material, deve servir principalmente para o renovo espiritual, da maior aproximação com Deus.

            Eu já tenho uma prática parecida com essa, escolho o domingo para o lazer, para me afastar do trabalho propositalmente, inclusive cheguei a pagar meus plantões como uma forma de ter sempre o domingo livre. Também aproveito para divulgar os ensinamentos de Jesus como uma tarefa de evangelização e de aproximação com Deus. O que devo corrigir é a sensação de tempo perdido com essas atividades lúdicas e de repouso. Devo assumir que esse repouso é autorizado por Deus e seguindo as lições do Mestre Jesus, não ser tão rígido nessa observação. Se for necessário ou conveniente fazer algum trabalho no domingo, eu o farei, sabendo que estou tirando um momento do meu descanso autorizado para realizar uma tarefa necessária. Isso implica que não irei colocar tarefas propositalmente no domingo, será sempre um dia reservado ao repouso e à aproximação com o Pai.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/09/2013 às 00h01
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