Eu tinha feito um acordo com o Pai de controlar a gula do Behemoth e ajustar o corpo que Ele me deu, saindo da faixa do sobrepeso que chegava próximo da obesidade.
Comecei bem o meu propósito e o meu critério objetivo de avaliação era o peso obtido com uma balança doméstica. Dentro de uma semana sai dos 86 kg para 82 kg, quando rompi com o compromisso que havia feito com o Pai.
Fui a um restaurante onde se podia comer a vontade comida chinesa e ainda servia rodízio de pizza. Perdi o controle, consumi 2 pratos que juntos pesariam mais de 1 kg, aceitei 5 fatias de pizzas, tudo regado com suco de limão. Na ida para casa parei numa Igreja evangélica que estava promovendo um jantar para os trabalhadores, e ainda comi mais um prato acompanhado de 2 taças de refrigerante.
O que merece ser citado na atividade dessa Igreja na qual fiquei envolvido, foi o apelo que senti na consciência de falar alguma coisa. O tempo passava, os pastores oravam, evangelizavam, e eu não encontrava o momento oportuno de falar o que meu Anjo a Guarda estava sugerindo. Quando serviram refrigerante nas taças e eu aceitei, avaliei que seria o momento importante para levantar o brinde. Mas o tempo continuava passando e eu não tomava a iniciativa. Eu tomava o refrigerante esperando a oportunidade certa, até que acabou a bebida. Então imaginei que era porque o Pai não queria que eu falasse. Mas logo veio um dos pastores com mais refrigerante e voltou a encher a minha taça. Então reconheci que não era a vontade de Deus que eu ficasse calado.
Com a taça cheia, levantei, bati na sua borda e pedi atenção a todos. Disse que era interessante levantarmos um brinde aos pastores que serviram a nós e a Deus, por nos dar Ele continuamente a Sua graça. Disse anda que era importante absorvermos a lição do servir, que eles estavam nos dando esta noite e que nós guardássemos para a vida externa, fora da Igreja, a condição de sermos o sal da terra e a luz do mundo. Que não deveríamos ter medo de agir fraternalmente com todos, como o nosso Pai nos ensinou. Todos levantaram, brindamos conforme planejamos e voltamos a nos sentar.
Mas esse evento da Igreja não entra na cota da minha desobediência a Deus, pois na minha condição de homenageado como trabalhador da casa, eu não poderia negar o prato que com tanto amor eles preparam para nós. O que quero ressaltar aqui foi a tamanha desobediência que fiz, deixando a gula agir conforme sua vontade, sem o mínimo de consideração ao Pai que esperava que eu cumprisse o prometido. No dia seguinte, por volta das 6h, comecei com diarreia, vômitos e dores. Logo percebi que era a consequência da desobediência que cometi no dia anterior.
O Pai, como sempre é justo, não iria deixar sem a devida resposta. Por volta das 6h do dia seguinte, passei a sofrer diarreia, dores fortes e vômitos. Logo entendi ser a resposta do Pai e que não adiantaria seguir a opinião dos meus parentes, tomar medicamentos para curar esses transtornos, pois era como se eu tivesse me esquivando da “surras” que o Pai estava aplicando em mim, e que eu devia agora expiar a minha dívida sem constatações ou murmurações.
Vieram também os pastores da Igreja, rogarem por mim e impuseram suas mãos na minha cabeça que ainda estava untada com o óleo que eles nos aplicaram antes do jantar. Não disse nada para eles, não queria menosprezar o esforço deles de ter so até a minha casa. Mas eu sabia que suas orações em busca de compaixão para anular as dores que eu estava sofrendo não iria fazer efeito.
Eu também não iria pedir misericórdia ao Pai, sei que agi errado e deveria tolerar com a máxima tolerância todas as dores que eu mereci serem aplicadas. Afinal eu sei que o Pai é justo e de essência amorosa, jamais irá me castigar por pura raiva e sim me educar naquilo que ainda tenho falhas.
Vivemos como animais, como é o esperado de nossa natureza biológica. Procuramos a todo custo a melhor maneira para sobrevivermos, mesmo que isso nos leve a agirmos de forma antiética, perversa e até genocida.
Empregamos com naturalidade a mentira em nossas vidas, pois o que interessa é enganar o próximo com as mais diversas formas de corrupção, e a verdade ser revestida pelas falsas narrativas em benefício do nosso egoísmo.
Que cosmovisão é essa? A de que tudo o que acontece, a realidade total, nada mais é somente aquela que existe ao nosso lado, que podemos manipulá-la à vontade sem nenhuma consequência, a não ser aquela que seja possível pela falta de cooptação. Deve ser planejado tudo com muita atenção, conquistando pessoas (companheiros, cúmplices) para formar uma corja competente, uma quadrilha capacitada para assaltar qualquer tipo de bolso ou de cofre, de preferência da máquina pública. Sempre em vista dos interesses individuais, mesmo que se mostre como um projeto coletivo, como se observa nos movimentos revolucionários socialistas, comunistas.
Esta é uma cosmovisão medíocre, imediatista, que flui apenas em curto intervalo de uma vida que também se torna medíocre. Não importa se a pessoa detenha altos cargos públicos ou privados. Cargos sociais de quaisquer tipos, acadêmicos, jurídicos, eclesiásticos, etc. O que importa é como a pessoa atua, consciente ou inconscientemente, corrupto ou corruptor, inteligente ou néscio.
Sempre é considerado como a pessoa está agindo e não pode fugir dessa distinção: ou é íntegro ou corrupto. O que importa é que a pessoa caminhe pela verdade e justiça, por isso o Cristo encarnou entre nós, a mando do Pai, para mostrar justamente esse caminho da verdade em direção à vida eterna.
Mesmo o Cristo tendo deixado essa lição há 2.000 anos entre nós, continuamos sem distinguir a verdade, mesmo estando dentro de igrejas, templos ou centros espíritas. Ou talvez aconteça o pior, a pessoa consegue distinguir a verdade, mas não consegue defende-la, para não perder seus próprios privilégios, atuais ou potenciais
Mas o Cristo nos trouxe a verdade absoluta, de um Rei, um Criador, um Pai e da forma que Ele quer que nos comportemos, fraternalmente, uns com os outros, formando a grande família universal. Todos evoluindo em direção à vida eterna, e não se mantendo empenhado com a vida material, efêmera, que temos agora
Com a cosmovisão cristã abandonamos a “cosmovisão” (?) animal, de querer tudo de imediato, exclusivamente para si e que o próximo é um transtorno ou escravo, mesmo que agindo assim transforme a sociedade em frangalhos.
Verificaremos que ao discernir a verdade na cosmovisão cristã e a praticar em nossa conduta, saltaremos da condição animal em busca da condição angelical. Agora não somos mais desesperados pela sobrevivência deste corpo efêmero a qualquer custo.
Hoje eu sei que meu papel aqui nesta existência é acolher e ajudar o próximo que é o meu irmão e que o meu Pai quer que eu faça com ele o que eu quero que façam comigo. Pode ser até um adversário, um predador, um ladrão que assalta o bolso da sua vítima no escondido do escuro de uma ruela, ou um corrupto que assalta os cofres públicos sob a luz do dia, prejudicando comunidades inteiras, como uma peste de gafanhotos.
Essas pessoas, mesmo agindo nas iniquidades também são nossos irmãos, merecem nossa compaixão e até o sacrifício, como aconteceu com o Cristo, na tentativa de levar a luz da verdade para eles, que aceitando se livram das coletâneas de conceitos e preconceitos que as deixam acorrentadas ao mal.
A Patrologia é a parte da história da literatura cristã que trata dos autores teológicos da antiguidade cristã. Esses autores procuravam levar avante a racionalidade dos conhecimentos trazidos pelo Cristo sobre o Reino de Deus. Este Reino é estabelecido com base na paternidade universal, de um Pai criador. Esse Pai também exige que tenhamos um comportamento fraterno, como seus filhos obedientes. Isso implica que, agindo dessa forma, terminamos saindo do fluxo cultural que ainda é caracterizada pela influencia dos instintos animais de nossa origem biológica.
Esse conhecimento avançou a partir do Cristo para todos os ambientes em todo o tempo e em todas as direções. Com a criação das universidades foram inauguradas cátedras de Patrologia com esse objetivo, de mostrar as pessoas que debatiam o assunto e qual a direção do pensamento que eles manifestavam, ou atrelado à ortodoxia do ensino original ou de conteúdo herético, se desviando do sentido divino.
Essa importante tarefa que criou as universidades não se pode perder com a modernidade. O conhecimento da vontade de Deus como o Pai criador não pode ser perdido ou deixado de lado, como um penduricalho interessante para manter a fé de pessoas simples, que não possuem os graus acadêmicos.
Nós, acadêmicos, não podemos deixar isso acontecer, desviar nosso pensamento da vontade de Deus que é formar uma sociedade justa, solidária, fraterna, ao invés desta que estamos vendo, com todo tipo de iniquidade prosperando, obnubilando nossa capacidade de discernimento e se aliando voluntaria ou involuntariamente à corrupção que acontece no mundo.
É importante que tenhamos uma disciplina com esse perfil na nossa Universidade, mesmo que seja opcional, para que possamos discutir sobre a vontade de Deus, reconhecendo Sua existência. Suas lições devem constituir um preventivo das maldades do mundo, doenças, guerras, pestes, etc.
Essa disciplina não deverá ter caráter religioso, e sim consciencial, sintonizando nossa consciência com a verdade e a nossa conduta com os ensinamentos do Cristo, que foi o único que colocou entre nós uma ideologia capaz de nos tirar da barbárie e nos ensinar a caminhar em direção ao divino. Um verdadeiro embaixador do Reino de Deus.
Somos desafiados a deixar de encarar os conceitos divinos como uma questão inteiramente particular, pessoalmente consoladora, mas publicamente irrelevante.
A etiqueta social de hoje não considera polido mostrar o público e o particular, ou o sagrado e o secular. Esta divisão é a força mais potente que, sozinha, mantém o divino contido na esfera particular, despojando-o do seu poder de desafiar e resgatar a totalidade da cultura.
Como unificar nossa vida fragmentada e recuperar o poder espiritual numa família universal? Precisamos argumentar e agir dentro desta proposta divina, em busca da verdade sobre a realidade total, a verdade absoluta.
Como no mundo secular, temos os embaixadores que em cada país representam suas nações e para isso são preparados desde a infância nos bancos escolares, nos estudos básicos até que chegam pelo seu livre arbítrio e intenções a se submeter nos estudos específicos das escolas para embaixadores.
Assim acontece com o Reino de Deus que é o principal Reino dentro do universo, conhecido e desconhecido. Também esse Reino precisa de embaixadores para cada planeta onde a evolução material, biológica está acontecendo e permite que os processos mentais de um cérebro neural provoquem a instalação de uma consciência capaz de administrar as energias instintivas advindas do Behemoth, o monstro mítico e energético que reside em nós.
Quando a nossa consciência percebe a importância do Reino de Deus divulgado por Jesus, cai logo em muitas pessoas o interesse de se tornar embaixador desse Reino, da mesma forma que em muitas pessoas surja o interesse em ser embaixadores dos reinos terrestres.
Certamente que todas essas missões são importantes e contribuem para o Reino de Deus. Tanto faz que a pessoa opere uma missão divina, tanto aqui no mundo material, quanto as ações que devemos desenvolver no mundo espiritual. Todas elas contribuem para instalar devidamente o Reino de Deus, desde que a pessoa esteja sintonizada com o Pai e aja com a fraternidade exigida por Ele.
Cada uma das missões que são intuídas pelo Pai, traz em si determinados esclarecimentos para ajustar a nossa sociedade a um nível de Família Universal.
Foi isso que aconteceu comigo. Percebi a importância do Amor Incondicional como pano de fundo de todos os relacionamentos. Todos relacionamentos devem ser na base do Amor Incondicionado, devem estar sintonizados com o amor inclusivo e não com o amor exclusivo que caracteriza o casamento.
Esta foi a missão entregue por Deus a mim, na minha consciência, mesmo que a minha conduta a partir desse momento fosse de encontro aos livros divinos, reconhecidos pela cultura como a palavra de Deus. Mas o importante não é a letra que mata, mas o espírito que vivifica.
Foi dentro dos livros divinos que surgiu na minha mente a missão que Deus me deu. Agora, com a leitura do primeiro livro da coleção “Patrologia”, de Johannes Quasten, sinto o chamado para me tornar também um embaixador do Reino de Deus, pela pena, pelo teclado e pela palavra.
Sei que estou ainda longe de assumir tal cargo, talvez não tenha ainda a inteligência rápida, sabedoria e coragem suficiente para enfrentar as adversidades que irei encontrar, tanto externas como, principalmente as internas.
Mas talvez seja a produção deste texto a minha prova junto ao Pai das minhas intenções. Se Ele me considerar capacitado para o cargo ou pelo menos para iniciar os estudos preparativos, certamente irei receber dEle novas instruções.
Na leitura do livro de Apocalipse, na Bíblia, verificamos um texto (Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab) que diz respeito as consequências da vontade divina associada à vontade humana, como o projeto de Deus se materializou na Terra, apesar de toda adversidade que existia. Vejamos o trecho do texto citado.
Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a Arca da Aliança. Então apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de sol tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Então apareceu outro sinal no céu: um grande dragão cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a Terra. O Dragão parou diante da Mulher, que estava para dar a luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. E ela deu a luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo.”
A Mulher, mesmo não sabendo bem qual era a vontade de Deus, o que ela teria de fazer a não ser ficar grávida por Seu intermédio. Também não sabia bem qual era a missão que o seu Filho iria realizar. Jamais ela pensava que o Filho iria enfrentar um inimigo tão poderoso, um Dragão de fogo capaz de arrastar as estrelas, os anjos do céu.
Ela pensava simplesmente que o seu Filho seria o Messias prometido, que iria livrar o seu povo judeu do cativeiro romano, que formaria um reinado acima de todas as nações por todo o tempo. Esse era o pensamento majoritário da época, para a sua parentela, amigos, vizinhos, sacerdotes, revolucionários, enfim, todos pensavam assim.
Entendo a frustração da Mulher quando ela começou a perceber que o seu Filho não iria reinar sobre a humanidade com opulência e poder material, e sim, como Ele passou a ensinar: que veio para informar sobre o Reino do Pai que não tem base neste mundo material; e que quem quisesse ser o maior neste novo reinado que fosse o servidor de todos; que a implantação deste Reino aqui entre nós começaria com aqueles que estivessem dispostos a cumprir a vontade do Pai, da mesma forma que Ele estava ensinando, que pudesse suportar ao final as injúrias do povo ingrato e ignorante, e talvez uma coroa de espinhos e a elevação pregado numa cruz.
A Mulher finalmente compreendeu a dimensão do trabalho do seu Filho, o qual repercutiu em todo o universo. O Dragão poderoso, capaz de derrubar as estrelas do céu, não foi capaz de vencer com suas mentiras ilusórias, suas tentações miraculosas, e com o castigo físico e moral, a determinação de Jesus de fazer a vontade do Pai, deixando entre nós as lições do caminho, verdade e vida para que pudéssemos nos aproximar de Deus.
Agora, a Mulher plenamente consciente das artimanhas do demônio, que chegou a enganar Eva no Éden, agora não lhe engana mais. Pelo contrário, ela agora aparece frequentemente entre nós, nos advertindo das estratégias malignas, escondidas nas frases mentirosas dos revolucionários, como ele mesmo tentou revolucionar no céu e foi contido pelo Arcanjo Miguel. Aqui o maligno Dragão coloca nas mentes egoístas o desejo pelo poder e constrói falsas narrativas com palavras benignas como liberdade, igualdade e fraternidade, e assim carreia toda a malignidade entre nós: peste, fome, escravidão, guerras, genocídios, e todo tipo de iniquidades com base na corrupção moral.
Tudo agora depende de nós, de discernirmos o certo do errado. A Mulher fez o seu papel, o Filho cumpriu Sua missão, e agora seremos nós. É nossa missão vencer o filhote de dragão que existe dentro de nós, as suas sete cabeças representadas pelos pecados capitais. É nossa missão vencer o egoísmo animal, mesmo que tenhamos de suportar nossas cruzes, mas agora já não somos ignorantes. Sabemos o caminho, a verdade e a vida eterna que nos espera ao lado do Pai que nos espera no fim da trilha.
Agradecemos à Mulher, ao Filho e ao Pai.
Ave Cristo!