Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
16/07/2014 00h01
INCREDULIDADE

            No campo da fé eu me deparei muitas vezes com a incredulidade, amparada na dúvida do transcendental, daquilo que poderia existir sem que meus sentidos físicos percebessem. Passei muito tempo nesse processo de incredulidade, apesar de frequentar diversas igrejas e de ler diversos livros sagrados. Quem me salvou das garras da incredulidade e fez-me reconhecer a filiação divina, com um Pai amoroso e sempre presente, foi o meu raciocínio lógico, coerente, associado a humildade de que eu não poderia conhecer tudo da vida. A Verdade que eu poderia alcançar estaria limitada ao potencial da minha inteligência e que ela, e tudo que eu sou, deveria ter sido obra de “alguém”, e que por ignorância de Sua essência verdadeira, tive que aceitar os conceitos mais coerentes que chegavam às minhas mãos.

            Hoje me considero uma pessoa de fé, acredito no mundo transcendental e que ele tem uma maior preponderância sobre o mundo físico que funciona como uma escola ou hospital para o aprimoramento da nossa alma. Reconheço como Verdade as lições do Mestre Jesus e o considero como meu superior hierárquico, o comandante supremo à nível de Sistema Solar, na luta da luz da Verdade para vencer as trevas da Ignorância.

            Dentro desse contexto eu me deparo constantemente com pessoas incrédulas, da mesma forma que eu fui no passado, e o sentimento que me vem ao coração é o de compaixão. De forma comparativa ao passado eu me sinto bem mais adaptado à vida, com um compromisso importante a realizar no campo físico, dos relacionamentos, mas de ordem transcendental, da vontade do próprio Deus. Diminuiu o meu apego pelas coisas materiais que considero apenas como instrumentos para o implemento das minhas ações. Aumento a minha responsabilidade com o mundo espiritual e dentro do qual eu percebo toda a hierarquia superior frente ao mundo material. Então, quando eu me relaciono com pessoas incrédulas, não deixo de sentir, sem falsa modéstia, um patamar diferente de relacionamento com a vida. É como se aquela pessoa estivesse fixa a um patamar inferior, como se estivesse amarrada por ferros do orgulho e preconceito que não a deixa ver a lógica e coerência que me libertou.

            Mas essas pessoas também usam da lógica e coerência para dirigirem suas ações, então por que não consideram uma paternidade superior que está além de suas compreensões? Esta verdade para mim é tão clara, que só posso considerar essa hipótese: da pessoa está presa ao orgulho dos conhecimentos que adquiriu até o momento atual, e que podem de ser de alta relevância acadêmica. Porém isso pode reforçar o poder dos preconceitos contra tudo que não pode ser mensurado por nossos sentidos físicos ou aparelhagens sofisticadas.  

             Jesus criticava as cidades incrédulas chegando até a dizer que elas seriam atiradas no inferno, pior do que Sodoma. Ele criticava a incredulidade sobre a mensagem do Amor, da paternidade divina, do Reino de Deus, que trazia para a Terra. Sei que Ele foi muito duro com essa reação, mas Seu objetivo era quebrar justamente essas cadeias do orgulho e preconceito que impedem do homem se adaptar à vida como ela é, e não permanecer fixado em valores materiais, que são transformados constante e inevitavelmente pela ação do tempo, inclusive os nossos corpos biológicos.

            Portanto, dentro da Verdade que reconheço, peço ao Pai compaixão para todos nós que podemos estar “viajando” por falsas verdades e presos por forças que não consideramos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/07/2014 às 00h01
 
15/07/2014 00h01
RUPTURA COM A FAMÍLIA

            Parece que Jesus, que tanto valorizava a família, comete uma incoerência quando dar as seguintes instruções, conforme escreveu Mateus (10:34):

            “Não julgueis que vim trazer a paz à Terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim não é digno de mim. Quem não toma sua cruz e não me segue não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida irá perdê-la. Aquele que a perder, por minha causa, irá reencontrá-la. Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe, recebe aquele que me enviou.

            É algo que parece ir de encontro ao ensino global do Senhor, que geralmente é de paz e fraternidade. Então, algo parece estar errado dentro da família para Jesus levar a espada e não a paz, a concordância. O que será esse “algo”?

            Tenho uma boa clareza quanto a isso: esse algo para o qual Jesus necessita levar a espada para dentro da família é o egoísmo. Todas as famílias tradicionais do ocidente e do oriente, do mundo todo, são formadas com base no egoísmo que geralmente inicia pelo amor romântico e a partir daí gera uma série de amores secundários e condicionais: amor à mãe, ao filho, ao pai, ao irmão, ao primo, etc. Esse tipo de amor desenvolvido dessa forma, tem como objetivo garantir a reprodução do indivíduo, garantir o seu sucesso reprodutivo. O Amor Incondicional conforme Jesus ensinou não encontra espaço para ser aplicado nessa selva de amores condicionais. Quem estuda e procura seguir as lições de Amor do Mestre Jesus, vai inevitavelmente se defrontar com os condicionamentos egoístas, por mais evoluído que seja o espírito. Vejamos o exemplo de Francisco de Assis, um espírito de elite superior, de grande intimidade com o Amor, não conseguiu evitar que a “espada” entrasse dentro de seu lar e que seu pai se tornasse seu inimigo declarado. Da mesma foram aconteceu com Clara de Assis e com tantas outras personalidades que resolveram assumir na prática os ensinamentos do Cristo, desapegar da vida terrena, biológica, e compreender que a vida é um dom de Deus e que Ele exige a fraternidade, a justiça e a solidariedade com todos, a partir do próximo, que nem sempre é um parente consanguíneo.

            Quando hoje eu reflito que vivo sozinho, abandonado pelas pessoas que mais amo e que diziam também me amar, compreendo que foi essa “espada do Cristo” que chegou as minhas mãos. Por mais que eu ame os meus parentes, filhos e companheiras, de intimidade sexual ou não, eu não posso deixar de amar ao meu próximo como a mim mesmo, fazendo a ele o que eu desejaria que ele fizesse a mim, conforme Jesus ensinou e que esse é o desejo do nosso Pai.

            Este é o ponto crucial dessas reflexões. Quando amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo, estou seguindo as instruções de Jesus quando ensina que essa é a Lei que cobre todas as demais. Então, o próximo que pode ser uma mulher com desejos sexuais parecidos com os meus, deseja ter o que eu gostaria também de ter, o prazer corporal por exemplo, e nós conseguimos agir dentro dos limites do Amor Incondicional, nenhuma outra lei subalterna pode nos impedir. Mesmo que sejam reclamados os preconceitos de toda natureza que visam proteger os privilégios consanguíneos, direitos da família ou da cultura viciada de determinada comunidade. É aqui que Jesus oferece a espada em vez da paz, pois se não fizesse isso não teria sentido a Sua vinda até nós, para ensinar sobre o Amor que ainda não conhecemos e muitos poucos estão dispostos a praticar. O egoísmo continuaria a florescer dentro da estrutura nuclear da família, não haveria possibilidade de ampliação, de chegar um dia a ser a família universal, célula fraterna do sociedade do Reino de Deus.  

            Isso explica porque Jesus já advertia da coragem de assumir essa cruz, de ser desprezado pelas pessoas que ama. Essas pessoas das famílias nucleares só ficam bem quando estão na presença exclusiva do ser amado. Quando a pessoa amada distribui o seu amor com o próximo, distante do laço sanguíneo, emerge com violência todo um exército de reações e emoções destrutivas.

            Estou a postos neste combate, com minha cruz e espada.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/07/2014 às 00h01
 
14/07/2014 09h50
MODELO DE DISCÍPULO

            O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que ouve a Sua palavra, entende-a e produz frutos.

            Entendo que Jesus não queira que vivamos o cristianismo de modo superficial, meramente ouvindo e aceitando seus ensinamentos de forma teórica. Ele quer que eu seja capaz de produzir frutos, que eu tenha essas lições arraigadas no fundo do meu coração.

            Lembro daquela parábola que é um modelo para a minha vida, a parábola do semeador.  “Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos. Os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa. Deram frutos cem por um, sessenta por um, trinta por um.”

            Essa parábola inspirou-me a colocar a imagem de Jesus enquanto Semeador, arrodeado pelas fotos dos meus cinco filhos na sala do meu apartamento.

            Nessa alegoria, pela Lei da Correspondência, fico no papel do Cristo a semear o Amor. Essa semeadura ao alcançar o coração de minhas companheiras é capaz de gerar filhos, frutos reais desse trabalho. O desenvolvimento do filho dentro do pensamento cristão e das minhas condições, passa a ser de grande responsabilidade da mãe, já que o semeador, no caso eu, pela natureza da minha missão, não pode se dedicar com exclusividade a essa educação.

            Assim, caminho pela vida dentro dessa perspectiva. Compreendo que , tal como a chuva que cai do céu e para lá não volta em forma de vapor sem ter regado a terra, sem tê-la fecundado, e feito germinar as plantas, assim acontece com as palavras que minha boca proferem e com as ações que o meu corpo realiza: voltam para mim na forma de frutos, após ter produzido seus efeitos, em ter executado a vontade do Pai dentro dos meus relacionamentos e cumprido a minha missão. No caso dos filhos, dei a semente a germinar, o pão a comer, o exemplo a seguir.

            Por mais que eu seja acusado de egoísta, por não me envolver por completo com o filho daquela que reclama, ou com ela mesma, eu sei que essa não é minha tarefa, e sim de continuar a semeadura enquanto tiver em mim forças e sementes para distribuir.

            Sei que eu, enquanto filho de Deus, tenho que cumprir a vontade do Pai, e evitar a corrupção que o meu corpo exige de forma egoísta para beneficiar a si mesmo ou parente de maior ou menor consanguinidade.

            Sei que tenho o privilégio de abrigar em minha consciência o Paráclito que fiscaliza os meus atos a partir de minhas intenções. O genuíno contato que tenho com a palavra de Jesus é um privilégio e uma grande responsabilidade. Por causa dessa fé posso ver e ouvir o que os apóstolos ouviram e viram.

            Trabalho o meu coração para ser uma terra boa, fértil e sem pedregulhos. Sei que a terra boa é aquela que está cheia de Amor. Procuro abastecer meu coração para que ele seja essa terra boa, com compreensão, tolerância, justiça, fraternidade, humildade, solidariedade, paciência, etc. Também procuro ensinar ao próximo como fazer esse abastecimento de Amor, principalmente às minhas diversas companheiras, de todas as naturezas, principalmente aquelas que comigo geraram ou pretendem gerar filhos.

            Fazendo assim procuro ser o modelo de discípulo do Cristo e um filho obediente à vontade do Pai, mesmo que tenha de superar os obstáculos da ignorância, da incompreensão e dos preconceitos que surjam ao meu redor.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/07/2014 às 09h50
 
13/07/2014 23h59
CARACTERÍSTICAS DOS DOZE

            Hermes Trimegisto, o mensageiro dos deuses, viveu no antigo Egito quando a raça humana estava em sua infância. Contemporâneo de Abraão e de acordo com a lenda, o seu instrutor. Hermes é considerado o Grande Sol Central do Ocultismo, cujos raios têm iluminado todos os ensinamentos que foram publicados desde o seu tempo.

            As leis herméticas (Lei do Mentalismo, da Correspondência, da Vibração, da Polaridade, do Ritmo, do Gênero, e de Causa/Efeito) desenvolvidas por ele, formam uma filosofia que ficou conhecida como Hermetismo. Essas sete leis herméticas estão incluídas no livro “Caibalion” que reúne os ensinamentos básicos da “Lei” que rege todas as coisas manifestadas.

            Vou chamar a atenção das duas primeiras leis para justificar o pensamento que estou desenvolvendo hoje: a Lei do Mentalismo e a Lei da Correspondência.

            A Lei do Mentalismo ensina que o universo funciona como um grande pensamento divino. É a mente de um Ser Superior (Deus) que “pensa” e assim é tudo que  existe. É o todo. Toda a criação principiou como uma idéia da mente divina que continuaria a viver, a mover-se e a ter seu ser na divina consciência. A matéria é como os neurônios de uma grande mente, um universo consciente e que pensa. Todo o conhecimento flui e reflui de nossa mente para o todo, já que estamos ligados à mente divina que contem todo o conhecimento.

            A Lei da Correspondência ensina que “O que está em cima é como o que está em baixo. E o que está em baixo é como o que está em cima.” A perspectiva muda de acordo com o referencial. A perspectiva da Terra normalmente nos impede de enxergar outros domínios acima e abaixo de nós. Como o sol durante o dia que nos impede de ver as estrelas. A nossa atenção está tão concentrada no microcosmo que não percebemos o imenso macrocosmo à nossa volta. O que é verdadeiro no macrocosmo é também verdadeiro no microcosmo e vice-versa.

            Essa lições vem reforçar na minha consciência o conceito que tenho de Deus e entender porque surgem tantas semelhanças nas ações que procuro fazer tentando reproduzir o que Jesus ensinou. A explicação é que, quando eu começo a agir assim, a mente divina de acordo com a Lei do Mentalismo passa a funcionar no sentido de reproduzir pela Lei da correspondência um referencial parecido com o que existia no passado. Com base nesses conhecimentos eu posso fazer alguma previsão do que vou encontrar no futuro, se persistir com o trabalho cristão que estou fazendo dentro da comunidade. Ontem eu citei uma série de fatos que considerei como coincidências com a época de Jesus. Hoje vou entender que não terei um número grande de pessoas envolvidas nesse trabalho, deverá ficar em torno de doze, como foram os apóstolos de Jesus. Posso também verificar pela Lei da Correspondência quais as características dessas dozes pessoas que irão se aproximar e desenvolver o trabalho necessário, basta verificar quais eram as características dos apóstolos do Cristo e fazer a devida correspondência. É isto que irei fazer agora e ficar atento para o que vai acontecer no trabalho comunitário.

            André - era discípulo de João Batista. Quando João viu o Espírito Santo descer sobre Jesus e disse “Eis o Cordeiro de Deus”, André junto com um amigo, movidos pela curiosidade, passaram a seguir Jesus. André foi logo à procura do seu irmão, Simão e disse que tinha achado o Messias. André, que significa em grego “varonil”, era fisicamente forte e homem devoto e fiel. Ele e o irmão Simão eram pescadores, haviam herdados e seguidos o negócio do pai, Jonas. André foi um dos primeiros missionários estrangeiros da fé cristã. Um livreto intitulado “Atos de André” (260 dC) diz que ele pregou na Macedônia e foi martirizado em Patras. Diz ainda que ele foi crucificado numa cruz em forma de “X”, símbolo religioso conhecido como Cruz de Santo André.

            Bartolomeu (Natanael) – supõe-se que sejam a mesma pessoa e Jesus o chamou de “israelita em quem não há dolo.” Diz a tradição que ele serviu como missionário na Índia e que foi crucificado de cabeça para baixo.

            Tiago, filho de Alfeu – talvez tenha sido primo de Jesus, trazia uma estreita semelhança física com Ele, o que pode explicar porque Judas Iscariotes teve que identificar Jesus na noite em que foi traído. Diz as lendas que ele pregou na Pérsia e aí foi crucificado.

            Tiago, filho de Zebedeu – depois que Jesus convidou Simão e seu irmão Pedro, Ele caminhou um pouco mais ao longo da praia da Galiléia e convidou a Tiago e a João, seu irmão, que estavam no barco consertando redes. Tiago e seu irmão responderam imediatamente ao chamado de Cristo. Ele foi o primeiro dos doze a sofrer a morte de mártir. O rei Herodes Agripa I ordenou que ele fosse executado ao fio da espada, em 44 dC, quando ele seria aida bem moço. Os Evangelhos nunca mencionam Tiago sozinho, sempre falam de Tiago e João. Eles começaram a seguir Jesus no mesmo dia, e ambos estiveram presentes na transfiguração. Jesus chamou a ambos de “filhos do trovão”. A perseguição que tirou a vida de Tiago infundiu novo fervor entre os cristãos. Foi o primeiro missionário cristão na Espanha.

            João – trabalhava junto com seu irmão, Tiago, como empregados do seu pai. Parece que era um jovem impulsivo, talvez por isso chamado por Jesus de “filhos do trovão”. Foram a eles que Jesus ordenou que jogassem as redes no mar e trouxeram grande quantidade de peixes. Deixando tudo O seguiram e Simão foi com eles. Muitas vezes João deixou transparecer suas emoções nas conversas com Jesus. Certa ocasião ele ficou transtornado porque alguém mais estava servindo em nome de Jesus e disse que havia proibido, porque não seguia com eles. Jesus replicou: “Não proibais, pois quem não é contra nós, é por nós.” Noutra ocasião, ambiciosos, Tiago e João sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na Sua glória. Esta idéia os indispôs com os outros discípulos. João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe Sua mãe aos seus cuidados. Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus nao estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento. João escreveu o quarto Evangelho, as cartas de João e o Apocalipse; escreveu mais texto do Novo Testamento do que qualquer dos demais apóstolos. Cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali. Preso, foi levado a Roma e exilado na Ilha de Patmos. Viveu até idade avançada e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento.

            Judas, não o Iscariotes – o historiador Euzébio diz que Jesus uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da ascenção de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da Mesopotâmia. Diz outra tradição que ele foi assassnado por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia, que o mataram a pauladas e pedradas.

            Judas Iscariotes – todos os Evangelhos o colocam no fim da lista dos discípulos de Jesus, refletindo a má fama como traidor. Procedente da Judéia, cujos habitantes desprezavam o povo da Galiléia como rudes colonizadores de fronteira. Essa atitude pode ter alienado Judas Iscariotes dos demais discípulos. Judas funcionava como tesoureiro dos discípulos e manifestou uma atitude sovina com o trabalho quando uma mulher por nome Maria derramou unguento precioso sobre os pés de Jesus. Judas reclamou: “Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários, e nao se deu aos pobres?”. João comenta que Judas disse isso “não porque tivesse cuidado com os pobres, mas porque era ladrão.” Judas traiu Jesus sob influência maligna e tocado pelo remorso procurou devolver o dinheiro e em seguida enforcou-se.

            Mateus – era coletor de impostos, inclusive dos pescadores, para os romanos. Era oficial de menor categoria, contratado pelos coletores licienciados e por isso chamado de publicano. Jesus simplesmente ordenou a Mateus “Segue-me” e ele deixou o trabalho para seguir o Mestre, apesar de ser um homem rico e que dera um banquete em sua própria casa. O Evangelho de Mateus é o que tem maior influência, o que tem mais citações e está no começo do cânon do Novo Testamento. Destaca Jesus como o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, que era o Messias prometido.

            Filipe – encontrou Jesus pela primeira vez em Betânia, do outro lado do Jordão. Jesus o chamou individualmente, enquanto chamou os outros aos pares. Foi ele que perguntou a Jesus como alimentar a multidão que veio para lhe ouvir. Foi ele que pediu a Jesus na última ceia: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.” Jesus respondeu que nEle, eles já tinham visto o Pai.

            Simão, o Pedro – era um homem de contrastes. Jesus perguntou: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?” Ele respondeu de imediato: “Tu é o Cristo, o filho do Deus vivo.” Por esse motivo Jesus o sentiu inspirado pela mente divina e disse que a partir daquele momento ele seria Pedro, a rocha que daria consistência as suas lições. Era inconstante, recusou que o Cristo lavasse os seus pés, mas logo que foi advertido, pediu para ser lavado não só os pés, mas as mãos e a cabeça; era medroso, negou o Cristo por tres vezes, mas impetuoso chegou a cortar a orelha de um soldado que viera prender Jesus. Mas assumiu a responsabilidade de conduzir a igreja através do tempo.

            Simão Zelote – é uma palavra grega para que significa zeloso e que pertencia à seita judaica conhecida como zelotes. Jesus o chamou ao mesmo tempo em que chamou André e Pedro, Tiago e João, Judas Iscariotes e Tadeu.

            Tomé – também era chamado Dídimo. Era o mais crítico e que chegou a duvidar da ressurreição do Mestre, exigindo que só acreditaria se tocassse em Suas feridas. Jesus fez a sua vontade, mas explicou que ele ecreditava porque estava vendo e tocando, mas feliz eram aqueles que acreditavam sem necessitar dessas exigências.

            Matias – nome que signinifica dom de Deus, foi o substituto de Judas, após a sua morte. Foi proposta de Pedro para que se escolhesse alguém para substituir o traidor. Ele esboçou certas qualificações para o novo apóstolo: tinha de conhecer a Jesus começando no batismo de João até o dia em que foi levado às alturas; e tinha de ser também testemunha de Sua ressurreição. Foram encontrados dois homens que satisfaziam as qualificações: José, o justo, e Matias. Lançaram sortes para decidir a questão e a sorte recaiu sobre Matias.      

            Com essas características devo ficar atento a quem se aproximar do trabalho comunitário que estou realizando, pois de acordo com a Lei da Correspondência irei encontrar muita semelhança.

          

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/07/2014 às 23h59
 
12/07/2014 00h01
VIVENDO REMINISCÊNCIAS

            Tenho a impressão que existe uma coordenação para a vida e que foge à minha compreensão, mas que direciona ações para o projeto que imagino ser o correto, ser a vontade de Deus.

            Eu pensava em desenvolver um trabalho comunitário com a essência cristã quando estivesse aposentado dos meus empregos públicos e tivesse bastante tempo para isso. De repente fiquei envolvido com o trabalho de forma antecipada, com um simples chamado lançado por uma colega de trabalho do Hospital João Machado. Interessante que ela provocou o trabalho que se tornaria comunitário e só compareceu uma só vez nas 20 reuniões que já fizemos. Parece que ela foi a primeira peça que Deus jogou para me atrair antecipadamente, conforme eu pensava, para o trabalho, assim como aconteceu com todos os demais companheiros que por um motivo ou outro sentem que devem colaborar com esse projeto. A partir daí ideias, livros e pessoas começaram a surgir para o trabalhar tomar corpo e forma, com a participação dos voluntários chamados pelo próprio Deus, à nível de consciência. Muitos serão chamados, mas poucos serão escolhidos. Quem chama é o próprio Deus no despertar da consciência para o trabalho que precisa ser feito. Quem faz a escolha é o próprio indivíduo na capacidade que ele vai demonstrar de se engajar no serviço e realizar o trabalho necessário com a eficiência dos seus dons.  

            Tudo parece que de repente se encadeia com as atividades e planos que realizamos com a intenção de seguir os passos de Jesus, na teoria e na prática. Parece que o passado daquela época em que Jesus vivia, de alguma forma traz semelhança com o presente.

            As ações de Jesus foram realizadas dentro de um ambiente hostil, de forte agressividade e violência, onde o principal esporte e divertimento era o circo romano com o combate mortal dos gladiadores. Hoje nós temos a violência disseminada em todos os cenários da vida humana, tanto nas favelas quanto nas mansões da elite.

            Até agora, nas 20 reuniões já realizadas, temos em média 12 pessoas, aproximadamente, que comparecem e tentam se envolver nos trabalhos. Numero de pessoas escolhidas por Jesus para realização do trabalho.

            Estamos localizados na Praia do Meio, próximo ao mar, alimentado pelo rio Potengi. Jesus realizou seu trabalho próximo ao Mar da Galiléia, alimentado pelo rio Jordão.

            As pessoas que estavam mais próximas dele eram pescadores, e o convite que Ele fez a alguns deles foi para deixarem de serem pescadores de peixes, e sim de homens. Por ironia ou por determinação superior, chegamos atualmente a um espaço dedicado a pesca, um clube de pescadores, o Pâmpano. Todos sentimos o acolhimento que esse local fazia sobre nós, e no desejo de continuar a nos reunir nesse local e nos irmanarmos com os pescadores que já são sócios desse local. Vem agora a intuição de que eu devo solicitar aos companheiros da Associação que viabilizem nossa participação numa reunião do clube onde possamos colocar nossas ideias quanto ao comunitarismo cristão que queremos realizar e convidar todos os sócios do clube para serem além de pescadores de peixes, pescadores de homens como Jesus nos ensinou.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/07/2014 às 00h01
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